sexta-feira, 9 de maio de 2008

Artur da Tavola (A difícil arte de saber amar )

Se tudo fosse: - "Eu te amo. Você me ama?" Resposta: "Amo".
Pronto! Seria simples. E foram felizes para o resto da vida.
Quando tal diálogo acontece e duas pessoas percebem que se amam, aí a dúvida e a confusão não terminam. Começam!

Não está disposto na lei da vida que duas pessoas que se
amam, saibam amar. O normal é as duas não saberem. Raro é
as duas saberem. O habitual é uma saber e aguentar o rojão
pela outra.

Saber amar! Quanta gente prefere viver com alguém que sabe amar, mesmo que não o ame! Quanto amor pode brotar da
relação com quem sabe amar! Quem sabe amar, pode até
realizar o milagre de acabar recebendo o amor de quem não o
ama, ou ama e não sabe.

Saber amar é conhecer o amor como forma de arte. O amor é
apenas um sentimento, enquanto que saber amar é uma
criação, visão estética do amor. Tanto é flor na hora certa, como presente fora de hora. Saber amar implica conhecer sabedorias que o amor não sabe, como esperar, deixar fluir, não invadir as dúvidas do outro, não abafar nem impedir que a outra parte supere a fossa, a angústia ou a dor que a oprime.

Quem ama desama junto. Quem sabe amar, por conhecer a
medida exata dos orgulhos que valorizam o amor, suporta tal
sentimento, desde que seja passageiro, é claro. Quem ama,
quando cansa, pode voltar a amar. Quem sabe amar quando
desliga é para sempre. É mais fácil afrontar a quem ama do que a quem sabe amar. Este, conhece tanto a importância do seu sentimento, que quando o retira, machucado, incompreendido ou ferido de morte, é para sempre.

Cuidado com quem ama! Mas cuidado maior com quem sabe
amar! Quem perde um amor perde menos do que quem perde alguém que sabe amar.

Saber amar não é depender. Não é ser servil. Não é viver
agradando. Não é fazer o que o outro quer. Saber amar é ter as reações certas, de compreensão e crítica; é ocupar todo o seu lugar no espaço e no tempo do sentimento e da emoção do
outro. Saber amar é até saber desistir.

Saber amar é aquela parte que, partindo do amor, procura (até
encontrar) a parte do outro que um dia saberá amar. E a
encontrando tem paciência, afeto e tolerância. A menos que
descubra que ela não merece.

Fonte:
http://tere20057.spaces.live.com

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