domingo, 21 de setembro de 2008

Lêdo Ivo (1924)

Biografia

Quinto ocupante da Cadeira nº 10, eleito em 13 de novembro 1986, na sucessão de Orígenes Lessa e recebido em 7 de abril de 1987 pelo acadêmico Dom Marcos Barbosa. Recebeu os acadêmicos Geraldo França de Lima, Nélida Piñon e Sábato Magaldi.

Lêdo Ivo nasceu no dia 18 de fevereiro de 1924, em Maceió (AL), filho de Floriano Ivo e Eurídice Plácido de Araújo Ivo. Casado com Maria Lêda Sarmento de Medeiros Ivo (1923-2004), tem o casal três filhos: Patrícia, Maria da Graça e Gonçalo.

Fez a sua formação primária e secundária em sua cidade natal. Em 1940, transferiu-se para o Recife, onde passou a colaborar na imprensa local e a conviver com um grupo literário de que fazia parte Willy Lewin, o qual haveria de exercer grande influência em sua formação cultural.

Em 1941, participou do I Congresso de Poesia do Recife. Em 1942, terminou o curso complementar no Liceu Alagoano e, em 1943, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde se matriculou na Faculdade Nacional de Direito da Universidade do Brasil. Passou a colaborar em suplementos literários e a trabalhar na imprensa carioca, como jornalista profissional.

Em 1944, estreou na literatura com As Imaginações, poesia, e no ano seguinte publicou Ode e Elegia, distinguido com o Prêmio Olavo Bilac, da Academia Brasileira de Letras. Nos anos subseqüentes, sua obra literária avoluma-se com a publicação de obras de poesia, romance, conto, crônica e ensaio.

Em 1947, seu romance de estréia As Alianças mereceu o Prêmio de Romance da Fundação Graça Aranha. Em 1949, pronunciou, no Museu de Arte Moderna de São Paulo, a conferência “A geração de 1945”. Nesse ano, formou-se pela Faculdade Nacional de Direito, mas nunca advogou, preferindo continuar exercendo o jornalismo.

No início de 1953, foi morar em Paris. Visitou vários países da Europa e, em agosto de 1954, retornou ao Brasil, reiniciando suas atividades literárias e jornalísticas.

Ao seu livro de crônicas A Cidade e os Dias (1957) foi atribuído o Prêmio Carlos de Laet, da Academia Brasileira de Letras.

Em 1963, a convite do governo norte-americano, realizou uma viagem de dois meses (novembro e dezembro) pelos Estados Unidos, pronunciando palestras em universidades e conhecendo escritores e artistas.

Como memorialista, publicou Confissões de um Poeta (1979), que mereceu o Prêmio de Memória da Fundação Cultural do Distrito Federal, e O Aluno Relapso (1991).

Seu romance Ninho de Cobras foi traduzido para o inglês, sob o título Snakes’ Nest, e em dinamarquês, sob o título Slangeboet. No México, saíram várias coletâneas de poemas seus, entre as quais La Imaginaria Ventana Abierta, Oda al Crepúsculo, Las Pistas, Las Islas Inacabadas e La Tierra Allende. Em Lima, foi editada uma antologia, Poemas; na Espanha saiu La Moneda Perdida (antologia); nos Estados Unidos, Landsend, antologia poética; na Holanda, a seleção de poemas Vleermuizen em blauw Krabben (Morcegos e goiamuns).

Na Itália foi publicada sua antologia poética Illuminazioni e no Chile a antologia poética Los Murciélagos.

Em 1973, foi conferido a Finisterra o Prêmio Luísa Cláudio de Sousa (poesia) do PEN Clube do Brasil, o Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, e o Prêmio da Fundação Cultural do Distrito Federal. O seu romance Ninho de Cobras foi distinguido com o Prêmio Nacional Walmap de 1973. Em 1974, Finisterra recebeu o Prêmio Casimiro de Abreu, do Governo do Estado do Rio de Janeiro. Em 1982, foi distinguido com o Prêmio Mário de Andrade, conferido pela Academia Brasiliense de Letras ao conjunto de suas obras. O seu livro de ensaios A Ética da Aventura recebeu, em 1983, o Prêmio Nacional de Ensaio do Instituto Nacional do Livro. Em 1986, recebeu o Prêmio Homenagem à Cultura, da Nestlé, pela sua obra poética. Eleito “Intelectual do Ano de 1990”, recebeu o Troféu Juca Pato do seu antecessor nessa láurea, o Cardeal Arcebispo de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns. Ao seu livro de poemas Curral de Peixe o Clube de Poesia de São Paulo atribuiu o Prêmio Cassiano Ricardo – 1996; ao livro O Rumor da Noite foi conferido o Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, em 2001.

Ao longo de sua vida literária, Lêdo Ivo tem sido convidado numerosas vezes para representar o Brasil em congressos culturais e participar de encontros internacionais de poesia.

É sócio efetivo da Academia Alagoana de Letras, sócio honorário do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, sócio efetivo da Academia Municipalista de Letras do Brasil, sócio efetivo da Academia Brasileira de Letras do Brasil, sócio honorário da Academia Petropolitana de Letras; sócio correspondente do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal.

Condecorações:
Ordem do Mérito dos Palmares, no grau de Grã-Cruz;
Ordem do Mérito Militar, no grau de Oficial;
Ordem de Rio Branco, no grau de Comendador;
Medalha Manuel Bandeira;
Cidadão honorário de Penedo, Alagoas.
É Grande Benemérito do Real Gabinete Português de Leitura do Rio de Janeiro e Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal de Alagoas.

Bibliografia

Poesia
1944 – As Imaginações.
1945 – Ode e Elegia (Prêmio Olavo Bilac da Academia Brasileira de Letras)
1948 – Acontecimento do Soneto.
1948 – Ode ao Crepúsculo
1949 – Cântico
1951 – Linguagem.
1951 – Ode Equatorial
1951 – Acontecimento do Soneto e Ode à Noite
1951 – Um Brasileiro em Paris e O Rei da Europa.
1960 – Magias
1962– Uma Lira dos Vinte Anos
1968 – Estação Central.
1972 – Finisterra (Prêmio Luísa Cláudio de Sousa, do PEN Clube do Brasil; Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro; Prêmio da Fundação Cultural do Distrito Federal; Prêmio Casimiro de Abreu, do Governo do Estado do Rio de Janeiro).
1974 – O Sinal Semafórico
1980 – O Soldado Raso.
1982 – A Noite Misteriosa.
1985 – Calabar.
1987 – Mar Oceano.
1990 – Crepúsculo Civil.
1995 – Curral de Peixe (Prêmio Cassiano Ricardo, do Clube de Poesia de São Paulo)
1997 – Noturno Romano.
2001 – O Rumor da Noite.
2004 – Plenilúnio.
2004 – Poesia Completa.

Romance

1947 – As Alianças (Prêmio da Fundação Graça Aranha).
1958 – O Caminho Sem Aventura.
1964 – O Sobrinho do General.
1973 – Ninho de Cobras (V Prêmio Walmap).
1990 – A Morte do Brasil.

Conto
1961 – Use a Passagem Subterrânea

Crônica
1957 – A Cidade e os Dias (Prêmio Carlos de Laet, da Academia Brasileira de Letras)

Autobiografia
1979 – Confissões de um poeta, autobiografia (Prêmio de Memória da Fundação Cultural do Distrito Federal)

Literatura infanto-juvenil
1995 – O Menino da Noite.
1990 – O Canário Azul.
2000 – O Rato de Sacristia.

Edição conjunta
1971 – O Navio Adormecido no Bosque (reunindo A Cidade e os Dias e Ladrão de Flor).

Fonte:
- Academia Brasileira de Letras.
- http://www.releituras.com/

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