segunda-feira, 6 de abril de 2009

Flávio Rubens e a Feijoada Poética

A Feijoada Poética promovida anualmente por Flávio Rubens em sua residência era um encontro com amigos, com boas poesias e som da autêntica MPB. Em agosto, durante uma agradável tarde, reuniu amigos de infância – da época em que morava no Leme – e membros da Associação Profissional de Poetas no Estado do Rio de Janeiro (Apperj). Histórias de meninice, de seu saudoso pai, Ary Barroso, e recital de poesias foram o acompanhamento do delicioso encontro. Para Flávio, a reunião Encontro de Poetas e Amigos Antigos do Leme é uma oportunidade de rever aqueles que sempre fizeram parte de sua vida.

A cultura e os fiéis amigos devem ser sempre lembrados. Aqui estão amizades que já duram cerca de 80 anos – diz o poeta.

Jovens senhores que viveram na época do Rio Antigo relembraram saudosamente o tempo em que viveram no bairro do Leme: – Futebol na praia, piquenique, cinema e festas faziam parte do nosso cotidiano, em uma época em que podíamos andar tranqüilamente na cidade – lembra Paulo Duarte Martins, chamado carinhosamente de “vovô da turma”.

Hugo Fernandes de Oliveira conta sobre os festejos promovidos na casa de Flávio e Mariusa, como os que aconteceram para Carmem Miranda, na última vez em que ela veio ao Brasil: – Aquilo era uma festa open door. As festas de Ary Barroso não eram dele e sim do Leme, já que o bairro inteiro marcava presença – lembra.

Mas na vida dessa turma também havia responsabilidade e estudo. A irônica história lembrada por Antonio Carlos Telles, ex-ministro do Superior Tribunal Militar (1981 a 1998), conta como Flávio Rubens tirou zero em uma prova: – A genialidade de Flávio para a poesia já existia desde quando ele era menino; pena que no colégio não perceberam esse dom. Lembro que, em uma prova de história, ele narrou a Batalha do Riachuelo toda em gíria. Resultado: tirou dez em história e zero em português – recorda.

Para todos os que ali estavam reunidos, é uma eterna gratidão poder participar das reuniões promovidas por Flávio Rubens:

Todo ano nos reunimos e vemos que até hoje a verdadeira amizade prevalece em um mundo que atualmente domina outros tipos de valores – observa Renato Novall, diretor do Flamengo na época em que o time foi campeão mundial.

O recital Apperj Abre a Boca foi o ponto alto do evento. A performance poética dos membros da Apperj alegrou a tarde. As poesias citadas eram todas ligadas ao tema alimentação e os autores mostraram a genialidade ao escreveram com humor, com ironia, com melancolia e até em duplo sentido, incentivando a imaginação daqueles que estavam presentes.

Em determinado momento, Fátima Parente fez um tributo a Flávio Rubens, recitando um lindo fado. Em resposta à homenagem, nosso poeta, acompanhado por violão e piano, cantou Pra machucar meu coração, de autoria de seu pai, Ary Barroso. Ao término, foi aplaudidíssimo pelos presentes.

Fonte:
http://www.tipocarioca.com.br/flavio-rubens-9-06.html

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