sábado, 11 de abril de 2009

Joaquim Manuel de Macedo (1820-1882)



Nasceu em Itaboraí, RJ, em 24 de junho de 1820, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 11 de abril de 1882.

Era filho do casal Severino de Macedo Carvalho e Benigna Catarina da Conceição. Formado em Medicina pela Faculdade do Rio de Janeiro, em 1844, clinicou algum tempo no interior do estado do Rio e no mesmo ano de formatura estreou na literatura com a publicação daquele que viria a ser seu romance mais conhecido, "A Moreninha", que lhe deu fama e fortuna imediatas.

Além de médico, Macedo foi jornalista, professor de Geografia e História do Brasil no Colégio Pedro II, e sócio fundador, secretário e orador do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, desde 1845. Em 1849, fundou, juntamente com Gonçalves Dias e Araújo Porto-Alegre, a revista Guanabara, que publicou grande parte do seu poema-romance A nebulosa — considerado por críticos como um dos melhores do Romantismo. Foi membro do Conselho Diretor da Instrução Pública da Corte (1866).

Voltou ao Rio, abandonou a medicina e foi professor de História e Geografia do Brasil no Colégio Pedro II. Era muito ligado à Família Imperial, tendo sido professor dos filhos da princesa Isabel.

Macedo também atuou decisivamente na política, tendo militado no Partido Liberal, servindo-o com lealdade e firmeza de princípios, como o provam seus discursos parlamentares, conforme relatos da época. Durante a sua militância política foi deputado provincial (1850, 1853, 1854-59) e deputado geral (1864-1868 e 1873-1881). Nos últimos anos de vida padeceu de problemas mentais, morrendo pouco antes de completar 62 anos.

Nas letras, Joaquim Manuel de Macedo foi romancista, poeta, cronista literário e dramaturgo. Sua obra é extensa e fez grande sucesso na época. Havia, entre os críticos, o argumento de que ele abusou sentimentalismo muito ao gosto popular, daí seu enorme sucesso de público. Os críticos, entretanto, não negam que Macedo foi cronista aberto e analítico do Rio de Janeiro do final do Império.

Sua grande importância literária está no fato de ser considerado um dos fundadores do romance no Brasil e, certamente, um dos principais responsáveis pela criação do teatro no Brasil. "A Moreninha" certamente foi a primeira obra da Literatura Brasileira a alcançar êxito de público e é um dos marcos do Romantismo no Brasil.

Lançado em 1844, "A Moreninha" é tido como o primeiro romance publicado no país, embora tenha sido precedido por "O Filho do Pescador", de Teixeira e Sousa, que, entretanto, é tido como uma obra menor, desenvolvida a partir de um enredo pouco articulado e confuso.

"A Moreninha" constituiu-se numa pequena revolução literária no Brasil imperial, inaugurando o romance brasileiro, e é até hoje é reeditado com relativo sucesso e ainda é lido com prazer. Estudiosos da obra macediana observam que a protagonista do romance, Carolina, é uma clara alusão à personalidade e ao comportamento de Maria Catarina de Abreu Sodré, sua esposa e prima-irmã do poeta Álvares de Azevedo.

Em sua obra, Joaquim Manuel de Macedo descreve com linguagem simples e raro senso de observação os usos e costumes da sociedade carioca de seu tempo, e a vida familiar e privada daquela época, quando o país ainda estava nas primeiras décadas de sua independência: as cenas triviais da rua, os preconceitos sociais, as festas, a economia doméstica, os saraus familiares, as conversas de comadre, as pequenas e grandes intrigas, os ciúmes mesquinhos, os namoros até certo ponto ingênuos de estudantes e donzelas, que quase sempre acabavam em casamento feliz.

Na sua obra teatral, Macedo preocupou-se antes com a pintura realista do ambiente social, cultural, político e econômico da sua época do que com o universo psicológico dos seus personagens. Seus dramas, escritos em verso, são artificiais e afetados, suas comédias, porém, são importantes documentos dos costumes da sociedade carioca da época.

Joaquim Manuel de Macedo é o patrono da cadeira número 20 da Academia Brasileira de Letras (ABL), por escolha do fundador Salvador de Mendonça.

Macedo, que faleceu no Rio de Janeiro em 11 de abril de 1882, foi o escritor mais lido durante o final da década de 40 e início da de 50.

Isso se deu devido ao esquema usado por ele na composição dos romances. Ele atendia à expectativa do leitor burguês pois descrevia em uma linguagem simples, os costumes da sociedade carioca. Eram tramas fáceis, pequenas intrigas de amor, que sempre tinham finais felizes.

Os seus personagens eram o estudante conquistador, a moça apaixonada e namoradeira, o galã irresistível e outros tipos com quem o público leitor pudesse se identificar. Além de "A Moreninha" Macedo escreveu ainda outros 17 romances, 16 peças de teatro e um livro de contos.

Romances
A Moreninha (1844)
O moço loiro (1845]])
Os dois amores (1848)
Rosa (1849)
Vicentina (1853)
O forasteiro (1855)
Os romances da semana (1861)
Rio do Quarto (1869)
A luneta mágica (1869)
As Vítimas-algozes (1869)
As mulheres de mantilha (1870-1871).

Sátiras políticas
A carteira do meu tio (1855)
Memórias do sobrinho do meu tio (1867-1868) Durante o período colonial, a prosa inexistiu. Nessa ausência de tradição, os autores românticos partiram do nada e fizeram suas primeiras tentativas mais consistentes.

O marco inicial do romance brasileiro se dá a partir das obras de Teixeira e Sousa – O filho do pescador (1843) – e Joaquim Manuel de Macedo – A Moreninha (1844) –, a obra de Macedo se destaca dada a sua qualidade estética superior e o grande sucesso entre os contemporâneos.

Dramas
O cego (1845)
Cobé (1849)
Lusbela (1863)

Comédias
O fantasma branco (1856)
O primo da Califórnia (1858)
Luxo e vaidade (1860)
A torre em concurso (1863)
Cincinato quebra-louças (1873)

Poesia
A nebulosa (1857)

Fontes
http://www.mundocultural.com.br/
http://pt.wikipedia.org/wiki/Joaquim_Manuel_de_Macedo

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