sábado, 17 de outubro de 2009

Dicionário do Folclore (Letra X e Z)



XÁCARA. É um romance cantado ao som alegre da viola. No gênero da narrativa popular temos três espécies: 1ª O romance, quando predomina o épico, o heróico; 2a A xácara, quando prevalece a forma dramática, na qual os personagens falam muito e o poeta quase nada; 3a O solau, que é mais lírico, com diálogo cheio de lamentações. A xácara não se popularizou no Brasil.

XANGÔ. É um dos mais populares orixás dos terreiros, dos candomblés, das macumbas, em todo o país. Foi trazido pelos escravos africanos vindos do Togo, Daomé, Lagos, barra do Níger, golfo de Benin, jejes e iorubas ou nagôs. Xangô é a divindade das tempestades, raios, trovoadas, descargas da eletricidade atmosférica. Seu fetiche é um meteorito e sua insígnia é a lança e a machadinha de pedra, dupla, a bipene. Apresenta-se como um rapaz forte, ágil, sensual. Usa contas vermelhas e brancas, pulseira de latão e come galo, bode, caruru e cágado. Êi-í-í é o seu grito e, na religião católica, é representado por São Jerônimo e Santa Bárbara, santos que protegem seus devotos contra os meteoros. Seu dia é a quarta-feira e sua festa é celebrada no dia 30 de setembro.

XAPANÃ. Ou saponã, chaponã, wari-waru, afoman, é o mesmo omonolu, omolu.

XARÁ. 1. É uma dança do fandango do Rio Grande do Sul. Dizem que é originário daquele estado, mas os colonos, que vieram da ilha dos Açores para o sul do Brasil, dançavam muito o cará e o xará; 2. É a pessoa que tem o mesmo nome de batismo que outra.

XARAPADA. O mesmo que XARÁ.

XAROPE. É a pessoa chata, tudo que é ruim e não agrada.

XAXADO. É uma dança só de homens, originária do sertão de Pernambuco e que foi divulgada por Lampião e seus cangaceiros. O xaxado é dançado em círculo, fila indiana, cada dançarino fica um atrás do outro, avançando o pé direito em três ou quatro movimentos para os lados e puxando o pé esquerdo num ligeiro sapateado. Os cangaceiros de Lampião, quando dançavam o xaxado, marcavam o compasso dominante com uma pancada da coronha do rifle no chão. Xaxado é a onomatopéia do barulho feito pelas alpercatas quando arrastadas no chão durante a dança.

XEPA. Comida de gente pobre, gororoba.

XEQUETÉ. É uma bebida tradicional entre os adeptos das seitas africanas nordestinas. É feita com cravo-do-reino, canela em pau, erva-doce, castanha de caju, amendoim e batida de limão com pitanga. Depois de três dias de feita, o xequeté, também conhecido como levanta-saia, é que pode ser servido, com melhor paladar.

XERA. No Pará, é um tratamento carinhoso dado às mulheres.

XERE. É um chocalho usado na apresentação dos caboclinhos.

XEXEIRO. É a pessoa que não paga o que deve.

XERÉM. Milho pilado pra fazer cuscuz, bolo, alimentar pintos.

XEXÉU. É um passarinho que imita o canto dos outros ou outros ruídos que ele escuta várias vezes.

XINXIM-DE-GALINHA. É um prato muito gostoso, feito com galinha, meio quilo de camarões secos, três xícaras de azeite-de-dendê, uma cebola grande ralada, um ramo de salsa, coentro, pimenta e sal. O xinxim é feito da seguinte maneira: Corta-se a galinha em pedaços e bota-se para cozinhar em pouca água, com os camarões secos, descascados e moídos, a salsa, a cebola ralada, o sal e pimenta a gosto, bem como uma xícara de azeite de dendê. Se for necessário, acrescentar mais água até que os pedaços de galinha fiquem bem cozidos e macios. Quando estiver no ponto, seca-se a água e acrescentam-se duas xícaras de azeite de dendê. Neste azeite, os pedaços de galinha e os camarões devem ser refogados, com mais sal e pimenta. Deve ser servido bem quente, com arroz branco.

XIRÓ. É o caldo do arroz, temperado com sal.

ZABELÊ. É uma ave que, no Sul, é conhecida como jaó, de carne muito gostosa.

ZABUMBA. É o nome popular do bombo, instrumento de percussão, usado nos maracatus, nos sambas, nos pastoris, nos zé-pereiras, nas bandas de pífanos. Na Espanha e em Portugal, zabumba é o que nós conhecemos aqui como cuíca..

ZAMBÊ. 1. Dá-se o nome de zambê ao tambor que mede mais de um metro, de forma cilíndrica, tendo uma pele numa das extremidades e que é percutido com ambas as mãos pelo tocador e que é sustentado por tiras de couro; 2. Zambê também é o nome que o povo dá ao baile popular, ao pagode, no qual a presença do instrumento é muito importante.

ZANIAPOMBO. Segundo a crença dos que participam dos candomblés, zaniapombo é um ser superior, um deus supremo, também conhecido por Olorum.

ZINHO. No sul, zinho é o nome que é dado aos meninos, quando pequenos. Já no Nordeste, zinho e zinha são denominações pejorativas dadas às pessoas de mau procedimento.

ZORO. 1. É um prato da culinária sulista, feito com camarão, azeite, salsa, pimenta-do-reino, cebola, cebolinha, tomate, maxixe, jilós ou com quiabos, água. Depois de tudo bem cozinhado, o zoró é comido com angu de milho; 2. No Nordeste, a palavra zoró é usada na expressão "está zoró de fome", significando que a pessoa está com muita fome, faminta.

ZUMBIDOR. No Nordeste, é o rói-rói, feito com um pedaço de madeira, de osso, de marfim, de metal ou de matéria plástica, amarrado num cordão, soando pela deslocação do ar quando girado circularmente. O mesmo que ZUNIDOR.

ZUNIDOR. Veja zumbidor.

ZIGUE-ZAGUE. É uma das motivações da quadrilha. Os participantes fazem uma fila, de mãos dadas, e o cavalheiro que encabeça a fila, dançando, vai formando linhas sinuosas.

ZÁS-TRÁS-NÓ-CEGO. É uma expressão bastante usada no Norte e Nordeste brasileiros, quando uma pessoa faz qualquer coisa na hora, imediatamente: - "Num instante eu faço isso. E – zás-trás-nó-cego!"

ZURUÓ. Diz-se de quem está fora de si, embriagado, cheio da água-que-passarinho-não-bebe.

ZURETA. Denominação dada às pessoas que sofrem das faculdades mentais.

ZÉ-PEREIRA. No sábado de carnaval, sai o zé-pereira, tendo como máscara uma cabeça maior do que o tamanho normal, seguido de foliões que, com muita alegria, cantam: - "Viva o zé-pereira! / Que a ninguém faz mal! / Viva o zé-pereira! / No dia do carnaval!". O zé-pereira é de origem portuguesa e, em Portugal, ele aparece não somente no carnaval como também nas festas locais e romarias. No Brasil, o zé-pereira só aparece no Sábado de carnaval e a letra da música é brasileira. Origens brasileiras: Zé Pereira é apelido dado ao português José Nogueira de Azevedo Paredes, sapateiro no Rio de Janeiro. Na segunda-feira do carnaval de 1846, José Nogueira juntou os amigos e realizou uma barulhenta passeata pela Rua São José. Acontece que os participantes trocaram o nome do português José Nogueira por José Pereira, daí a denominação Zé Pereira.

O Dicionário completo pode ser obtido em http://sites.google.com/site/pavilhaoliterario/dicionario-de-folclore

Fontes:
LÓSSIO, Rúbia. Dicionário de Folclore para Estudantes. Ed. Fundação Joaquim Nabuco
Imagem = http://www.terracapixaba.com.br

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