domingo, 8 de novembro de 2009

Carlos Leite Ribeiro (O Papel)


O papel, tal como o conhecemos hoje, teve origem na China, misturando cascas de árvores e trapos de tecidos. Depois de molhados, eram batidos até formarem uma pasta. Esta pasta, depositada em peneiras para escorrer a água, depois de seca em superfícies planas, tornava-se uma folha de papel.

Na Europa, no final do século XIII, começa uma outra revolução no mundo da escrita: a substituição do pergaminho pelo papel. No entanto, a história do papel como suporte da escrita remonta ao ano 105 depois de Cristo e tem como protagonistas os chineses.

Dados históricos mostram que o papel foi muito difundido entre os árabes, e que foram eles os responsáveis pela instalação da primeira fábrica de papel na cidade de Játiva, Espanha, em 1150 após a invasão da Península Ibérica.

No final da Idade Média, a importância do papel cresceu com a expansão do comércio europeu e tornou-se produto essencial para a administração pública e para a divulgação literária. Johann Gutenberg inventou o processo de impressão com caracteres móveis.

Antes da invenção do papel, o homem se utilizava de diversas formas para se expressar através da escrita. Na Índia, eram usadas as folhas de palmeiras. Os esquimós utilizavam ossos de baleia e dentes de foca. Na China escrevia-se em conchas e em cascos de tartaruga. As matérias primas mais famosas e próximas do papel foram o papiro e o pergaminho. O primeiro, o papiro, foi inventado pelos egípcios e apesar de sua fragilidade, milhares de documentos em papiro chegaram até nos. O pergaminho era muito mais resistente, pois se tratava de pele de animal, geralmente carneiro, bezerro ou cabra e tinham um custo muito elevado.

Os Maias e os Astecas guardavam seus livros de matemática, astronomia e medicina em cascas de árvores, chamadas de "tonalamatl".

A palavra papel é originária do latim "papyrus". Nome dado a um vegetal da família "Cepareas" (Cyperua papyrus). A medula dos seus caules era empregada, como suporte da escrita, pelos egípcios, há 2 400 anos antes de Cristo. Entretanto foram os chineses os primeiros a fabricarem o papel como o actual, começando a produção de papel a partir de fibras de bambu e da seda.

A invenção do papel feito de fibras vegetais é atribuída aos chineses. A invenção teria sido obra do ministro chinês da agricultura Tsai-Lun, no ano de 123 antes de Cristo. A folha de papel fabricada na época seria feita pela fibra da Morus papyrifer ou Broussonetia papurifera, Kodzu e da erva chinesa "Boehmeria", além do bambu. Por volta do ano 610 depois de Cristo., os monges coreanos Doncho e Hojo, enviados à China pelo rei da Coreia disseminaram o invento pela Coréia e também pelo Japão. Entre os prisioneiros que chegaram a Samarkand (Ásia Central), havia alguns que aprenderam as técnicas de fabricação. O papel fabricado pelos samarkandos e coreanos, mais tarde, passaram a ser feitos com restos de tecidos, desprezando-se os demais materiais fibrosos.

Por volta de 795 instalou-se em Bagdad (Turquia) uma fábrica de papel. A indústria floresceu na cidade até o século XV. Em Damasco (Síria), no século X, além de objectos de arte, tecidos e tapetes, se fabricava o papel chamado "carta damascena", que se exportava ao Ocidente.

O Papiro: muito da História do Egipto nos foi transmitido pelos rolos de papiro encontrados nos túmulos dos nobres e faraós. Foram os egípcios que, por volta de 2200 antes de Cristo, inventaram o papiro, espécie de pergaminho e antepassado do papel.

Papiro é uma planta aquática existente no delta do Nilo. Seu talo em forma piramidal chega a ter de 5 a 6 metros de comprimento. Era considerada sagrada porque sua flor, formada por finas hastes verdes, lembra os raios do Sol, divindade máxima desse povo. O miolo do talo era transformado em papiros e a casca, bem resistente depois de seca, utilizada na confecção de cestos, camas e até barcos.

Para se fazer o papiro, corta-se o miolo do talo - que é esbranquiçado e poroso - em finas lâminas. Depois de secas em um pano, são mergulhadas em água com vinagre onde permanecem por seis dias para eliminar o açúcar. Novamente secas, as lâminas são dispostas em fileiras horizontais e verticais, umas sobre as outras. Esse material é colocado entre dois pedaços de tecido de algodão e vai para uma prensa por seis dias. Com o peso, as finas lâminas se misturam e formam um pedaço de papel amarelado, pronto para ser usado.

De papiro, deriva-se a nossa palavra papel. O seu uso na escrita vem de 3000 antes Cristo, era o Pergaminho, que é pele de animal, curtida e polida utilizada na escrita. Vem dos primórdios da era Cristã.

A palavra Bíblia, que quer dizer livro, deriva do nome do porto de Biblos, no Líbano, que era o principal porto de exportação de rolos de papiro. Na literatura egípcia de 2.500 antes de Cristo, já se encontram tratados científicos de medicina, textos religiosos, manuais e mesmo obras de ficção científica! Em particular, a história das aventuras do faraó Snofru, pai de Quépis, é um verdadeiro romance de antecipação de invenções extraordinárias, de monstros e máquinas.

Em 2200 antes de Cristo, usava-se para pinturas e registos da época, algo como pergaminhos: o papiro. Na verdade o papiro é uma planta aquática, originária do Delta do Nilo. Sua família científica é Cyperus Papyrus. Os antigos egípcios extraiam a casca da planta e a usavam para artesanatos, camas e barcos. O miolo era cortado em finas tiras que, depois de secas em um pano, eram mergulhadas em água com vinagre, permanecendo ali por seis dias.

Existe um antigo papiro egípcio escrito por volta de 2000 antes de Cristo, que nos conta da existência de um mágico chamado Dedi. O relato, nos conta à história de sua incrível performance perante a corte do faraó Queops. Dizia-se que era capaz de colocar a cabeça de volta em corpos decapitados fazendo-os voltar à vida, entre outros truques. De seu número perante a corte, diz-se que lhe trouxeram um ganso decapitado, o qual ele pôs do lado oeste da sala, e com algumas palavras mágicas fez com que a cabeça voltasse ao sítio.

O primeiro jogo de adivinhação inventado pelo ser humano, e também o provável primeiro jogo de palavras da História, faz parte do folclore oral da maioria dos povos desde tempos imemoriais, assim como as lendas e os mitos. O Livro dos Recordes, o mais antigo quebra-cabeças matemático também é uma adivinha, encontrada num papiro egípcio datado por volta de 1650 antes de Cristo.

Na história da origem da anatomia, o mais antigo tratado anatômico existente é um papiro egípcio escrito por volta de 1600 antes de Cristo . Ele demonstra que o coração, fígado, baço, rins, ureteres e vesícula já eram conhecidos. Os egípcios acreditavam que a causa da dor estava na possessão de deuses ou espíritos. A história da prática médica egípcia está descrita em sete papiros, entre os quais o papiro de Georg Ebers de 1550 antes de Cristo é o mais extenso e que contempla descrições de varias doenças, os tratamentos médicos, encantamentos e feitiços. Há evidências de que os egípcios também buscaram outras explicações além das causas divinas para a causa das doenças.

Outro papiro Egípcio importante é o de Ebers, que relata casos que envolvem a causa orgânica do esquecimento, depressão e outras condições clínicas importantes. A prática Cirúrgica e as Civilizações Sul-Americanas. A história do cérebro e dos comportamentos, sempre esteve intimamente relacionada com praticas de abertura cirúrgica do cérebro e procedimentos neurocirúrgicos de craniotomia. Essa cirurgia, extremamente difícil, tem sido feita desde o período paleolítico até os dias actuais. Importante notar que nem todas craniotomias foram feitas por problemas de traumatismo cranianos, e que evidências de cérebros que passaram por trepanação. Os instrumentos mais antigos encontrados, para tais cirurgias eram compostos de pedras, mas com o advento de novas tecnologias começam a serem empregados instrumentos feitos de ferro e bronze.

Voltando ao papel, o seu fabrico é a madeira, a sua obra-prima mais importante. Até um passado recente foi utilizada, principalmente, a madeira das coníferas, com predomínio do pinheiro e do abeto, mas actualmente emprega-se cada vez maior quantidade a madeira de árvores caducifólias, com maior incidência para o álamo, a bétula e o eucalipto.

Definitivamente aceite, com relativa exatidão, a data da invenção do papel, no ano de 105 da era Cristã, na China. O seu inventor, Ts’ai Lun, apresentou ao imperador Ho Ti informação sobre o seu processo baseado no emprego de cascas de árvores, Cânhamo, trapos e velhas redes de pesca como principais matérias primas. O segredo do fabrico do papel foi ciosamente guardado durante cerca de sete séculos, tendo o isolamento e as dificuldades de comunicação ajudando a impedir a propagação do invento.

O fabrico do papel foi introduzido, porém, no Japão, onde já era conhecido no ano 611 e, mais tarde, viria a estender-se a outras regiões em desenvolvimentos históricos. O papel chegou à Península Ibérica, após a invasão árabe tornou possível a primeira fábrica, em 1150, em Xativa (Valência), que foi a primeira fábrica na Europa.

Em Portugal é aceite que a utilização do papel remonta ao reinado de D. Dinis. Quanto ao seu fabrico, os primeiros engenhos foram levantados no arredores da cidade de Leiria, junto ao rio Lis, por Gonçalo Lourenço de Gomide, escrivão da puridade de D. João I, que em 1411 recebeu dois moinhos em ruínas por escambo celebrado com as freiras de Santa Clara de Coimbra. Posteriormente aparecem as fábricas da Batalha em 1514, de Fervença (perto de Alcobaça) em 1537 e de Alenquer em 1565. Portugal, porém, não era auto-suficiente, e continuava a importar papel, nomeadamente de França e de Itália.

A fundação da fábrica da Lousã, em finais de XVII, provocou a expansão da industria do papel, aumentando a produção e a qualidade. Em 1802, Moreira de Sá fundou a fábrica de Vizela, segundo alguns estudiosos a primeira do mundo a fabricar pasta de madeira, pois até então era feita de trapos. No ano de 1863, existiam 52 fábricas produtoras de papel em Portugal.

Para o fabrico do papel, as matérias-primas, ou o conjunto de produção necessário ao seu fabrico, são a água, as diferentes pastas (mecânica, química, semimecânica, semiquímica, etc.), os papéis velhos, as cargas e os produtos auxiliares, cuja função é conferir ao papel qualidades complementares ou especiais, como a resistência, coloração, impermeabilidade, etc.

As pastas e os papéis velhos são desintegrados e libertos das impurezas grosseiras. Após as operações de depuração de refinação, a suspensão é diluída. As cargas e os produtos auxiliares são geralmente incorporados no decurso destas operações. As cargas utilizam-se essencialmente em papéis de escrita e de impressão para lhes aumentar os graus de opacidade e de brancura, embora lhes diminua o grau de resistência. As principais cargas utilizadas ao longo das várias épocas e para diferentes finalidades são constituídas por caulino, talco, carbonato de cálcio. Ultimamente, começou a ser utilizado, com vantagens qualitativas, carbonato de cálcio, farinha cálcio e magnésio, óxido e sulfureto de zinco.

Fonte:
Trabalho e pesquisa de Carlos Leite Ribeiro – Marinha Grande – Portugal. Portal CEN.

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