domingo, 17 de janeiro de 2010

Ivan Jaf (O Escritor em Xeque)


Entrevista exclusiva para o Prof. Wagner Lemos.

Conte um pouco de sua trajetória de vida, onde nasceu, onde cresceu, o que estudou, dentre outras coisas.

Nasci e estudei aqui na cidade do Rio de Janeiro. Fiz duas faculdades (jornalismo e filosofia) mas não completei nenhuma delas. Aos 19 anos fui para a Europa e vivi por lá uns 3 anos, até voltar e começar a escrever, e não parar mais.

Como você se tornou escritor?

Me apaixonando por uma máquina de escrever usada que vi numa feira de antiguidades, em Londres.

Qual o seu primeiro livro e do que falava?

Eu precisava fazer alguma coisa com a máquina, e comecei a escrever poemas. Meu primeiro livro foi uma seleção desses poemas, que vendi nos bares e calçadas. Eram poemas filosóficos, existenciais.

Sua obra abrange também quadrinhos, fale um pouco desse lado da sua carreira.

Como eu precisava ganhar dinheiro, comecei a escrever roteiros para histórias em quadrinhos, de terror. Descobri que tinha muita facilidade em visualizar e descrever cenas. Escrevi muitas histórias, por vários anos. Além do terror, ficção científica, em revista do Brasil e da Itália.

Como surgiu a história de “O Vampiro que Descobriu o Brasil”? Em que você se inspirou?

O Vampiro surgiu da necessidade de contar os 500 anos do Brasil visto por um único personagem. Ele precisava ser imortal. Acho que me inspirei em tudo que já li e assisti sobre os vampiros.

Atualmente está a se rever o papel de Tiradentes na Inconfidência Mineira, pois segundo dizem, ele não foi líder mas um bode expiatório para livrar outros. Por que você optou, neste caso, acompanhar uma versão mais tradicional da história?

Tenho para mim que Tiradentes acreditava no que estava fazendo, e era um ativo e carismático agitador. O que não o impediu de se tornar um bode expiatório no final, quando seus companheiros da elite optaram por fazer "acordos". Como um lado precisava fazer uma vítima, como exemplo, e o outro queria um mártir...

Você teve receios ao citar por nominalmente ou nas entrelinhas personagens da história recente do Brasil, tais como Tancredo Neves, José Sarney e Marco Maciel? Pensou em possíveis represálias da família (no caso de Tancredo) ou dos próprios políticos?

Por um lado tive receio, sim, pois citar nomes daria condições aos envolvidos de moverem processos. Mas também pesou o fato de que, como acredito que a Arte dura mais do que a Política, não queria dar aos citados a chance de serem lembrados no futuro através de um livro meu.

Deixe uma mensagem para os estudantes sergipanos que estudarão “O Vampiro que Descobriu o Brasil” no vestibular.

Eu quis passar em revista a história do Brasil nesses últimos 500 anos, de uma maneira crítica e, espero, divertida, como um incentivo a que os leitores se aprofundem mais no assunto. Eu acredito que saber sobre a História do homem branco nestas terras faz a pessoa querer mudar as coisas, tentar impedir que elas não se repitam. Enfim, forma revoltados. E é com revolta que se progride.

Fonte:
Professor Wagner Lemos.

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