terça-feira, 2 de novembro de 2010

Nilton Manoel (Minha Terra Tem Saudades)

Praça XV, em 1920, vista da Rua General Osório.
Á direita a Rua Duque de Caxias.

Lembro-me da velha praça XV de novembro.
Todo mundo na área central.
Na praça XV, falei com caciques indígenas
e participei de eventos culturais.
Ouvi músicas populares e troquei gibis no cinema.
Bati papo com artistas
e convivi com as xilogravuras de Leopoldo Lima.
Na velha praça XV,
chorei alegrias e declamei tristezas.
Conheci poetas e ouvi escritores
que, vendiam livros de mão em mão, pelo pão da cervejaria.
Os varais e comícios de poesia eram constantes...
O professor Galvão Amaral falava mais de rádio e teatro...
Na velha praça, lendo jornais, ouvi o canto dos pardais.
Na velha Caverna, hoje teatro, no sub-solo do Teatro,
tomei cerveja e bebi pinga com limão,
joguei bilhar , baralho, pebolim e palitinho...
Declamei poemas e fiz teatro!
Na praça XV?...
Que saudade da rua General Osório do passado,
da Galeria Paulista, da panificadora Americana.
O restaurante da esquina também vendia cerveja...
O tempo correu!.. Tudo maquiado!
Cadê o café do Estado?
Cadê a Confeitaria Paulicéia
onde troquei figurinhas Atlas?...
A sirene da velha Paulista,
sumiu no dia de São João em 2003!
Cadê o menino dos tempos de outrora?
Cadê o menino com o monograma da escola?
Hoje em linhas antigas cenários novos.
O calçadão tem de tudo um pouco;
parece quermesse na vida do cidadão!
O dr. Camilo de Matos,
trocou de bengala tantas vezes...
Os paralelepípedos da esplanada do teatro?
não são originais!...
Nem temos mais trovas em torno da Fonte Luminosa...
Nem os Jogos Florais!
Depois que o terminal de ônibus urbano
se foi da praça Carlos Gomes,
o povo vive ponteado e disperso!
Na rua Duque de Caxias, esplêndida,
sempre amiga, repleta de livros,
a Biblioteca Cultural Altino Arantes,
tem tradicional secção circulante...
A cidade cresceu pelos pontos cardeais;
e em cada canto, o encanto, de uma novidade
nos projetos sociais.
Gente que sonha e realiza-se porque sonha!
Entre parques e vilas,
distantes da estação Barracão.
o velho campo Aberto, é vida e emoção...
Viva a rua Javari!
Chão cheio de lendas e histórias...
A vida é lição de cidadania!
É paz, poesia e afetividade!
Como é linda minha cidade...
O cidadão do futuro,
vai amá-la muito mais do que eu a amo!

(5º vencedor - I Concurso de Poesia do Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto -28/10/2003)
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Fonte:
O Autor

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