quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n.100)


Uma Trova Nacional

Quando a saudade me abraça,
num devaneio febril,
até na nuvem que passa,
eu diviso o teu perfil.
(NEOLY VARGAS/RS)

Uma Trova Potiguar

De aquarelas de segredo
compus a mulher sonhada,
mas hoje vivo em degredo,
longe da imagem criada.
(GONZAGA DA SILVA/RN)

Uma Trova Premiada

1994 > Bandeirantes/PR
Tema > FAMÍLIA > Menção Honrosa

Tudo se muda num lar,
casa, tapete, mobília,
tudo se pode trocar,
só não de troca a família.
(FERNANDO VASCONCELOS/PR)

Simplesmente Poesia

– Lúcia Helena Pereira/RN –
SÚPLICA

Vem amor, com esses olhos de anjo,
nessa urgência louca de amar!
Traz o teu sorriso de arcanjo
e esse cheiro de mar!

Vem rasgar ilusões antigas
no limo de esperas quietas
para os versos e cantigas
do som mavioso de tuas cantatas!

Vem como flores se abrindo,
dos botões de sonhos que plantei,
num jardim florido e lindo!

Vem, no cansaço dessas palavras,
no murmúrio róseo dos lábios que pintei
e nos raios de luas adormecidas.

Uma Trova de Ademar

Na construção do desgosto
de um casamento desfeito,
criei rugas no meu rosto
e pus mágoas no teu peito...
(ADEMAR MACEDO/RN)

...E Suas Trovas Ficaram

Do teu desprezo ando farto
e, em meu orgulho, pressinto
que o trecho da sala ao quarto
nos parece um labirinto!
(PAULO CESAR OUVERNEY/RJ)

Estrofe do Dia

O meu sonho de menino
foi de ser aviador
conquistar um grande amor
e ter um feliz destino,
nunca sofrer desatino
e acumular emoções,
ter na conta dez milhões,
mas por só pensar besteira;
eu passei a vida inteira
colecionando ilusões.
(HELIODORO MORAIS/RN)

Soneto do Dia

– Miguel Russowsky/SC –
LIVRE ARBÍTRIO ???

Nascemos sem pedir e sem querer nos vamos...
Não fazemos as leis , somos feitos por elas.
Verdugos vem traçar seus paralelogramos
em nossas pretensões murchinhas e singelas.

Somos folhas gentis... Nos arrancam dos ramos
e nos jogam no além ao sabor das procelas.
Se morrem ilusões, as nossas, as seqüelas
nem pesam na balança escolhida dos amos.

Navegamos ao léu, carregando, já morto,
aquele sonho azul, à procura de um porto,
onde possa florir o amor com ouropeis.

De repente o descaso, a velhice, o abandono,
mostram as dimensões, no derradeiro sono
em marionete vã, obediente aos cordéis.

Fonte:
Ademar Macedo

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