domingo, 16 de janeiro de 2011

Roberto Pinheiro Acruche (Meus Poemas n. 8)


ELA E A JANELA

Continuamente eu ficava
olhando para a janela,
na esperança que ela
ali viesse chegar.
E quando chegava,
a janela a emoldurava;
enquanto eu, distante, fitava
sua figura encantadora.
O coração sorria
tomado de alegria
de vê-la, como queria,
radiante e feliz.
Era um quadro admirável
uma escultura notável,
lindo momento de amor!
Assim, era a cada dia
os nossos encontros!
Não via à hora, de
pertinho ouvir a sua voz,
afagar as suas mãos,
sentir as batidas de seu coração.
Queria senti-la num abraço...
E isso, não aconteceu
por mais que almejássemos...
Nossos encontros marcados,
só eram realizados, quando ela, divinamente... bela...
Postava-se, naquela janela!

PERCEPÇÃO

Sinto alguma coisa
indeterminada, agitando-me,
querendo ser exposta,
sem que eu compreenda
e saiba como agir.

É uma sensação incômoda,
perceptível, complexa.

Quero olhar para fora,
mas o que adianta...
se o que sinto permanece
por dentro, na alma!

PASSARINHO

Passarinho bate asa
Cantarola e faz o ninho
Do amor vêm os ovinhos
Ampliando a criação...
Com esmero incomum
Sustenta os filhotinhos
De biquinho a biquinho
Perpetrando a alimentação.
Passarinho que bate asa
Que nunca abandona o ninho
Até que os filhotinhos
Batam azas e gorjeando
Saiam por aí voando
Construindo novos ninhos
Ampliando a criação...

PONTO FINAL

Apanhei a caneta,
que estava sobre a escrivaninha
e comecei a escrever,
no bloco que estava ao lado,
a carta de despedida.

Havia tomado uma decisão!

Um amor de tantos anos,
vivido com tamanha intensidade,
com total cumplicidade,
estava nos seus derradeiros momentos.

A impressão, é que
seria eterno, indissolúvel,
inquebrantável...

Mas acabou!
Sim... acabou definitivamente...
Não dava mais para continuar.

Porém, mais difícil que acreditar
era iniciar a missiva.

Rasguei a primeira folha...
Rasguei a segunda, e adentrei
a madrugada desfolhando o bloco
sem conseguir dar início ao texto
que pudesse explicitar a razão.

No alvorecer, na última folha,
em estado dúbio,sem saber começar,
escrevi apenas...
Não sei o que dizer... PONTO FINAL.

Fonte:
Colaboração do Poeta

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