domingo, 3 de abril de 2011

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 169) 29 de Março


Uma Trova Nacional

Quando chega, o pescador,
num barco da sua frota,
escuta canções de amor
no bico de uma gaivota.
–ANTÓNIO BARROSO/PORTUGAL–

Uma Trova Potiguar

Eu quis achar-me, no mundo,
mas fiz as buscas a esmo,
pois foi me olhando, bem fundo,
que fui me achando, em mim mesmo.
–TARCÍSIO LOPES/RN–

Uma Trova Premiada

2007 > Petrópolis/RJ Tema > MÃE > 4º Lugar
A mãe é o mais evidente
exemplo de chão fecundo,
nutre de amor a semente
e entrega os frutos ao mundo.
–WANDIRA FAGUNDES QUEIROZ/PR–

...E Suas Trovas Ficaram

É tanto o amor que me invade
quando em teus braços estou,
que cada instante é saudade
do instante que já passou!
–NEWTON MEYER AZEVEDO/MG–

Simplesmente Poesia

– DIVENEI BOSELI/SP – Visão...

Há um vulto ameno que me surge à mente
qual uma visão e, sorridente
me olha... Depois desaparece.
Tem a ternura do gorjeio de aves,
do pôr-do-sol os róseos tons suaves
e a beleza empírica da prece.

Vejo-o com os olhos da alma,
quando meu corpo, da noite na calma,
busca o descanso de inglórias lidas,
antes que o sono, esse bem que somente Deus dá,
qual sombra em soalheira ardente,
bem balsamizar minhas feridas.

Sorri! Para mim ou se de mim, quem sabe?
Meu coração amargurado, aflito,
em cujo bojo um grande amor só cabe,
palpita trêmulo à visão e um grito
sai de minha alma e esse vulto busca.
– Mas o negror da noite tudo ofusca...

Hoje, meu peito é um vulcão e lavas de ódio
e caudais alcadantes de mágoas jorram-me o coração ferido,
onde se aninham meus sonhos pequenos.

Ài, vem sorrir-me esta noite,
meu vulto querido,
enquanto os justos dormitam serenos...

Estrofe do Dia

Minha língua é afiada,
Perguntou logo respondo,
Quem me achar hediondo
Pode mudar de calçada,
Pois nada em mim é fachada,
Meu olhar é feito seta,
Ser feliz é minha meta,
Meus filhos são meu jardim;
Gostem ou não sou assim:
Original e poeta.
–DAMIÃO METAMORFOSE/RN–

Soneto do Dia

–RAYMUNDO DE SALLES BRASIL/BA– O Retirante.

Banido pela seca do sertão fizera
uma viagem sem volta, em busca de igualdade.
Deixando uma mulher e filhos na tapera,
galopou no seu sonho de felicidade.

Só quando lhe caiu a última quimera,
bateu-lhe na razão a dura realidade...
Pois que tão diferente dos seus sonhos era
o cotidiano cruel de uma grande cidade.

Sem trabalho, sem pão e sem sonhos sequer,
e tendo uma tapera, filhos e mulher,
chorou pedindo a Deus lhe deixasse voltar;

mesmo que fosse assim, de mãos puras, vazias,
mesmo pra passar fome o resto dos seus dias,
mesmo que fosse até pra nunca mais sonhar.

Fonte:
Colaboração de Ademar Macedo

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