sábado, 3 de dezembro de 2011

José Carlos Dutra do Carmo (Manual de Técnicas de Redação) Parte V


CONHECIMENTO LINGÜÍSTICO.

Use todo o seu conhecimento gramatical. Faça um rascunho e ao passar o texto a limpo, observe se faltam acentos, sinais de pontuação, se há erros de grafia, termos de gíria, impropriedade vocabular.

CONJUNÇÃO.

Seja cauteloso ao utilizar as conjunções como, entretanto, no entanto, porém. Quase sempre são dispensáveis.

Evite o exagero de conectivos (conjunções e pronomes relativos) para evitar a repetição e para não alongar períodos.

Para mostrar hipóteses diferentes, as dúvidas e conflitos de reflexão da personagem, explore as conjunções alternativas e adversativas.

Sim, sou homem e deixei-me levar por meus instintos. Como a senhora deve saber, sou respeitador. Nada farei que desabone a minha conduta.

Elvira era simplesmente uma entre as outras empregadas domésticas da mansão. Tinha, no entanto, seus sonhos, alguns até mesmo ousados, e uma quase certeza de conseguir alcançá-los. Mas como? Decidiu, após muito pensar. Se ficasse mais algum tempo naquele trabalho, poderia conseguir uma promoção para chefe das serviçais ou, pelo menos, um aumento no ordenado, já que desempenhava com esmero suas funções. E, a partir dessa convicção, tornou-se exemplar.

CONJUNTO.

Quando quiser descrever um conjunto, empregue termos indicadores de lugar que revelem posição, aproximação ou afastamento de aspectos diferentes do conjunto.

Estavam todos os cavaleiros em volta da mesa. Nem todos, porém, tinham o mesmo prestígio na corte. Perto do rei estavam os mais destacados nobres: Marcelo, à esquerda; Eduardo, à direita. O primeiro trajava negro com as insígnias reais e o brasão de família. O segundo trajava azul e não trazia insígnias. Uma armadura reforçada cobria seu tórax.

CONSTRUÇÕES.

Não escreva construções como lá em Recife, aqui em Salvador mas, sim, em Recife, em Salvador.

CONTEÚDO.

Um bom texto não é apenas o texto correto, sem erros gramaticais. Ele deve ter conteúdo.

O conteúdo, que vale, no mínimo, 5 (cinco) pontos numa redação, não pode ser ridículo, nem infantil, mas deve ser simples.

Tome-se, como exemplo, o seguinte tema: O Acidente Nuclear de Chernobyl. Ao redigir sobre esse tema, não se pode esquecer, de forma alguma, de abordar os seguintes assuntos:

Nos próximos 30 (trinta) anos ainda vão morrer mais de 5 mil pessoas na Rússia e em países circunvizinhos, em conseqüência desse acidente.

A economia dos países vizinhos foi enormemente prejudicada, porque eles foram contaminados pela radioatividade.

Mais de 100 mil habitantes da cidade de Kiev foram evacuados, para que ela fosse despoluída, tornando-se uma cidade fantasma.

Os programas de energia nuclear foram quase totalmente paralisados, em todo o mundo, em razão dessa terrível tragédia.

Ficou comprovado, com esse acidente, que o homem ainda não está dominando, inteiramente, com segurança, a tecnologia da energia nuclear. A sua utilização e expansão, portanto, precisa ser repensada.

Faça sempre uma análise crítica do que escreveu, como, por exemplo, através das seguintes perguntas: Sua redação é interessante? A leitura do texto é agradável? Tem boas idéias? O texto dá uma boa idéia daquilo que foi descrito? O texto está bem organizado?

Presume-se que o candidato prestes a ingressar numa universidade tenha certa cultura. Assim sendo, não pode encarar o tema da redação de modo infantil ou rasteiro. É por meio do conteúdo, especialmente, que o professor irá aquilatar a capacidade ou o grau de conhecimento do aluno.

CONTO.

É a mais breve e simples narrativa, centrada em um episódio da vida.

CONTRADIÇÃO.

Para desenvolver a impressão de contradição, use conjunções adversativas. Se for o caso, varie as conjunções, observando as que se prestam a determinada situação.

Um homem gordo, bem vestido, porém sem pompa, saiu logo a seguir. Dirigiu-se ao carro, com passo leve e animado, mas não entrou.

O caso estava praticamente resolvido, mas alguma coisa ainda perturbava o Inspetor. A testemunha jurara ter dito a verdade, contudo sua voz não parecia firme como deveria estar naquela circunstância.

CONTRASTE.

Para manter a curiosidade do leitor com relação a personagens (ou cenário) contrastantes, oponha um a um os elementos em contraste.

Letícia, bonita, rica e cheia de preconceitos, olhava com desprezo a jovenzinha mirrada e pobremente vestida que tentava vender doces, aproveitando o sinal fechado.

A magreza e a palidez da jovem que se inspirava nas modelos de passarela, contrastava violentamente com as faces coradas e cheias de vida da amiga saudável, cujos padrões de estética divergiam frontalmente das de sua companheira.

COORDENAÇÃO.

Coordene suas idéias como se estivesse contanto uma história: o seu texto deve ter início (introdução), meio (desenvolvimento) e fim (conclusão).

CORREÇÃO GRAMATICAL.

A linguagem utilizada na redação precisa estar de acordo com a norma culta, ou seja, deve obedecer aos princípios estabelecidos pela gramática.

Tenha o máximo de cuidado para que sua redação não apresente, principalmente, nenhum erro de ortografia, acentuação, pontuação e concordância, seja ela verbal ou nominal.

Conhecer as normas que regem o uso da língua é fundamental para a produção de um texto correto. Em caso de dúvidas na redação, consulte sempre um bom livro de gramática.

CRIATIVIDADE.

É claro que uma abordagem original do tema valoriza seu texto. No entanto, o vestibulando deve ter cuidado para não confundir criatividade com idéias esdrúxulas. Na gíria estudantil, não viaje.

Lembre-se: Ninguém pode exigir que escreva bem, como um escritor, pois isto pressupõe talento; as faculdades querem que se escreva certo.

CRÍTICA.

É um tipo de redação que aprecia e avalia livros de caráter científico ou literário, além de manifestações artísticas ligadas ao cinema, ao teatro, à música, etc.

Habitue-se a criticar sua redação, procurando ver se todos os seus pormenores colaboram para criar a idéia que tem em mente.

Solicite a uma terceira pessoa, de bom conhecimento técnico ou nível escolar, para ler e fazer críticas sobre o seu texto, pois a leitura demasiada de nossos próprios trabalhos torna-nos cegos para determinados pontos.

CRÔNICA.

É uma narrativa curta que retrata, em geral, fatos do cotidiano, presenciados ou não pelo narrador, escrita numa linguagem leve, de caráter jornalístico.

Fonte:
http://www.sitenotadez.net

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