sábado, 10 de dezembro de 2011

José Carlos Dutra do Carmo (Manual de Técnicas de Redação) Parte XI

Justificar
INÍCIO.

Evite iniciar sua redação com digressões. O início deve ser curto, sem evasivas.

INSPIRAÇÃO.

No momento da criação – inspiração – não iniba o que vem à mente, seja o que for. Portanto, rascunhe o que for aparecendo. Pode ser que surja algo muito bom em meio às idéias aparentemente desordenadas.

INTERJEIÇÃO, EXCLAMAÇÃO.

Não abuse do uso das interjeições e exclamações. Tire proveito delas, no entanto, para destacar as emoções e as explosões de sentimentos das personagens.

Arre! Precisava gritar desse jeito e assustar todo mundo?

— Dobre a língua! — gritou vermelha de cólera. — Você é tão arrogante que ninguém mais aguenta a sua presença.

INTERNET.

Na rede mundial de computadores há dezenas de cursos “on-line” de redação, muitos dos quais de altíssima qualidade, sendo alguns gratuitos.

INTRODUÇÃO.

É o início da redação e deve conter um resumo, em poucas pinceladas, daquilo que abordaremos no restante do texto.

A introdução precisa ser rápida. Evidentemente, nunca terá tamanho igual ao do desenvolvimento. Numa redação de 20 linhas, por exemplo, não deve exceder 4 ou 5 linhas.

A Introdução apresenta a idéia que será discutida no desenvolvimento. É nessa parte que se dá ao leitor uma informação sobre o assunto que será tratado. Deve ser pequena, porque, se a alongarmos demais, correremos o risco de esgotarmos o assunto no primeiro parágrafo.

PROCURE EVITAR, NA INTRODUÇÃO, FRASES COMO:

Meu caro leitor,...
Bem, atualmente, no mundo em que vivemos...
Não tenho palavras para exprimir o que sinto, mas...
Vou tentar falar sobre o tema, embora não seja fácil abordar este assunto.
Sei que não sou a pessoa mais indicada para falar sobre esse assunto. Entretanto...
Embora sabendo que a minha opinião é uma gota d’água no oceano, tentarei externá-la.

DIGRESSÃO

Evite iniciar sua redação com digressões (o início deve ser curto). Digressão é não ter ordenação de idéias, é ficar indo e voltando, o que confunde o leitor.

EXEMPLOS DE DIGRESSÕES
Devemos, aqui, propor um parêntese breve...
Evite isso, porque demonstra que a ordem das idéias ainda está confusa.

Por falar nisso, lembro-me de uma situação vivida algum tempo atrás...
Poderia ter sido falado antes, se tivesse havido planejamento da redação.

Antes de falar nisso, voltemos no tempo,...
Gera o processo de sair momentaneamente do tema e pode provocar problemas de entendimento.

IRONIA.

Quando quiser criticar determinado acontecimento ou pessoa, de forma humorística, depreciativa ou sarcástica, e sem apresentar posição às claras para o leitor, use o expediente da ironia.

Menina, você é um primor; não arruma nem sua própria cama!
...o velho começou a ficar com aquela cor de uma bonita tonalidade cadavérica.
Moça linda, bem tratada, três séculos de família, burra como uma porta: um amor.

LEITURA.

Quem lê adquire desenvoltura para criar seu próprio texto.

A leitura completa o homem, enriquece-o; a conversação torna-o ágil; e o escrever dá-lhe precisão.

Quando lemos, nosso cérebro forma uma imagem de cada palavra. É dessa maneira que sabemos como os vocábulos são escritos.

LER é ampliar horizontes; armazenar informações; compreender o mundo; comunicar-se melhor; desenvolver-se; escrever com desenvoltura; relacionar-se melhor com todas as pessoas.

Leia muito, tudo o que encontrar pela frente, inclusive revistas informativas e técnicas (Veja, Isto É, Carta Capital, Superinteressante), jornais (Folha de São Paulo, O Globo, O Estado de São Paulo, Jornal do Brasil) e, principalmente, boas obras literárias, como romances, dentro de seu nível de estudo e de sua faixa etária. O ato de escrever está muito ligado ao ato de ler.

UM BRADO DE ALERTA: Quem pouco lê vai se dar muito mal em redação quando for prestar vestibular!

A leitura permanente e intensa faz milagre, já que, por meio dela, se aprende muita coisa sem se perceber, especialmente na parte gramatical relativa à acentuação, ortografia e pontuação. Se a pessoa nada lê, será inútil decorar uma infinidade de regras gramaticais.

Uma sugestão bem intencionada para os que querem crescer: estude para assimilar, fixar, enfim, aprender. Só assim será capaz de manipular seu conhecimento com criatividade.

Não cultivar a leitura é um desastre para quem deseja expressar-se bem. Ela é condição essencial para melhorar a linguagem oral e escrita. Quem lê interioriza as regras gramaticais básicas e aprende a organizar o pensamento.

Uma boa sugestão de leitura? A coletânea, atualmente com trinta e um livros, PARA GOSTAR DE LER. A maioria absoluta dos textos é formada por centenas de crônicas dos melhores cronistas brasileiros. Serve para toda a família, inclusive para os filhos em idade escolar a partir dos dez anos. São textos curtos, simples e deliciosos.

LETRAS FLOREADAS.

Evite fazer letras floreadas, enfeitadas, com perninhas e rabinhos porque, às vezes, confundem-se umas com as outras e ficam até deformadas (o “r” minúsculo, estando floreado, parece “s”), o que dificulta sobremaneira o perfeito entendimento do que está escrito. O “o”, por exemplo, é redondo e não tem perninha.

Portanto, NÃO FAÇA:

palavras descendo morro;
última letra do vocábulo com prolongamento exagerado para baixo;
linha ou traços que cortem a palavra;
a letra “c” com traços enrolados sobre ela;
palavra com letras separadas;
“n” parecido com “r”;
“m” com cara de “n”;
“t” se confundindo com “f”;
“rr” parecido com “m” ou vice-versa.

LIMPEZA.

Faça a redação limpa, sem borrões ou garranchos, e bem legível.

A limpeza contribui muito para deixar a redação bem apresentável.

O que dizer das redações cheias de borrões e sujeiras? Uma prova limpa, sem rasuras e legível, causará boa impressão ao professor.

Não risque as palavras nem faça qualquer tipo de rasura na redação, pois esse tipo de detalhe deixará uma impressão muito ruim de você.

Procure manter uma letra razoável, e nada de emporcalhar a folha. É o mínimo que se deve fazer para que o conteúdo e a qualidade do texto não desapareçam no meio de rabiscos.

LINGUAGEM COLOQUIAL.

Evite o uso da linguagem popular (coloquial) ou extravagante, bem como as que atribuem referências grandiosas sem que possam ser aceitas ou cientificamente comprovadas.

LINHAS.

Não exceda o número de linhas pedidas como limites máximos e mínimos. A tolerância máxima é de aproximadamente cinco linhas aquém ou além dos limites.

Fonte:
http://www.sitenotadez.net

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