quinta-feira, 5 de abril de 2012

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 523)


Uma Trova de Ademar

Com gesto e palavras duras,
feriste o meu coração;
arrependida, fez juras
e eu jurei dar-te o perdão...
–ADEMAR MACEDO/RN–

Uma Trova Nacional


A utopia, em minha mente,
Traduz-se desta maneira:
– um lugar inexistente
que existirá, caso queira!...
–NEWTON VIEIRA/MG–

Uma Trova Potiguar


Meu barco segue à deriva,
no rumo do inconsciente;
navego na expectativa
de me encontrar novamente.
–DJALMA MOTA/RN–

Uma Trova Premiada


1989 - São Paulo/SP
Tema - SEGREDO - Venc.


No dorso nu dos rochedos,
reprimindo seus bramidos,
o mar sussurra segredos
na concha dos meus ouvidos...
–DIVENEI BOSELI/SP–

...E Suas Trovas Ficaram


Topázios o sol desfia
no Potengi ao poente,
misto de sonho e poesia
trazendo a paz envolvente.
–JOÃO ALFREDO/RN–

Simplesmente Poesia

CAMPESINAS.
–Cruz e Souza/SC–


Camponesa, camponesa,
ah! quem contigo vivesse
dia e noite e amanhecesse
ao sol da tua beleza.

Quem livre, na natureza,
pelos campos se perdesse
e apenas em ti só cresse
e em nada mais, camponesa.

Quem contigo andasse à toa
nas margens duma lagoa,
por vergéis e por desertos,

beijando-te o corpo airoso,
tão fresco e tão perfumoso,
cheirando a figos abertos.

Estrofe do Dia

Já faz tempo que eu mesmo desconfio
dos olhares secretos que trocamos,
e eu confesso, nem nós avaliamos
o tamanho do nosso desafio;
nosso amor pra nascer tá por um fio
para mim não precisa complemento,
vamos só celebrar esse momento
pois não devo fugir do meu destino;
já faz tempo que a gente tira fino
num planeta de luz e sentimento.
–ADEMAR MACEDO/RN–

Soneto do Dia

A Santa.
–REGINALDO ALBUQUERQUE/MS–


Parei, ouvindo o sino, em frente à escadaria,
e então me aproximei do altar vazio e triste.
Toco em cálices... bíblia... e o círio ardendo em riste,
onde um fingido ‘sim’, outrora, a igreja enchia.

Pelos vitrais a etérea hóstia, além, se ergue fria...
Nada mais da outra data agora em mim existe,
triunfa o vulto atroz das ilusões que assiste
ao órgão com a nupcial e antiga melodia.

Ajoelhado aos pés da santa, lá ao fundo,
nas orações, revelo o ansiar de um moribundo...
E quando os olhos abro, a visão prende e encanta:

no santuário, um quadro único de sintaxe,
baixando o pedestal, ela beijou-me a face...
Cabeça oca me ocorre!... E se não for a santa?...

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