sexta-feira, 6 de abril de 2012

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 526)


Uma Trova de Ademar

Por ter a língua de trapo,
disse ao ser mandado embora:
- É moleza engolir sapo,
o duro é botar pra fora!
–ADEMAR MACEDO/RN–

Uma Trova Nacional


A fome, sempre presente,
faz sair o Chico Brito
atrás de um cachorro quente,
“matando cachorro a grito!...”
–HERMOCLYDES S. FRANCO/RJ–

Uma Trova Potiguar


Chega em casa, inesperado
e ao procurar, seu pijama,
por desespero, o danado,
tremia, embaixo, da cama.
–FABIANO WANDERLEY/RN–

Uma Trova Premiada


1987 - Porto Alegre/RS
Tema - “VIAGEM” - Venc.


“Vai...” – Aperta”... “Assim! “Cuidado”.
Ela geme... Ele se cala...
Não há nada mais gozado
que um casal... Fazendo a mala!
–IZO GOLDMAN/SP–

...E Suas Trovas Ficaram


... Não ventava, nem chovia.
Tudo silêncio, asseguro...
Somente a rede gemia
naquele quartinho escuro!!!
–ADELIR MACHADO/RJ–

Estrofe do Dia


Sou um bonito “coroa”,
e potente garanhão
que sem gastar um tostão
pega muita mulher boa
seja direita ou a toa
o vate aqui não se nega
tem uma que não sossega
e que não pode me ver
mas, porém vou lhe dizer
é porque a pobre é cega!
–FRANCISCO MACEDO/RN–

Soneto do Dia

Nordestino
–Glauco Mattoso/SP–


Caba da peste, aquilo roxo, óxente,
Vixe, arretado, vôte, macaxêra,
baião de dois, olê mulé rendêra,
nêga fulô, forró, seca, sol quente.

Nordeste é cor, sabor, cheiro de gente,
um universo inteiro numa feira,
um cego cantador, um Zé Limeira,
Antonio Conselheiro, axé, repente.

Cabeça-chata ou pau-de-arara é o mote
que o Sul aplica quando os deprecia.
Mas eu prefiro a sola chata, o xote!

O cangaceiro quando xaxa! Um dia
vou ser capacho deles num magote,
só pra sentir o que é supremacia!

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