sábado, 15 de dezembro de 2012

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 757)



Uma Trova de Ademar  

Fiz a “pergunta ao espelho” 
que para não me ofender : 
disfarçou, ficou vermelho 
e não quis me responder! 
–Ademar Macedo/RN– 

Uma Trova Nacional  

Se queixando do calor,
no consultório a gatinha,
- Ponho onde a roupa doutor?
- Deixa ali perto da minha...
–Campos Salles/SP– 

Uma Trova Potiguar  

Eu sou trovador, de fato, 
mas nunca erra quem diz 
que eu não engraxo o sapato 
de Antônio Augusto de Assis. 
Manoel Cavalcante/RN– 

Uma Trova Premiada  

1975   -   Nova Friburgo/RJ 
Tema   -   “LIVRE”   -   14º Lugar 

- Eis minha cara-metade...
Mulher assim ninguém tem!
- Mas o amigo, sem maldade:
- A outra metade é de quem?! 
–Antônio Carlos Teixeira/DF– 

...E Suas Trovas Ficaram  

Quanta vez junta a um jazigo
alguém murmura de leve:
- Adeus para sempre, amigo!
E diz-lhe o morto: - Até breve! 
–Belmiro Braga/MG– 

U m a P o e s i a  

Com Roberto eu gravei mais de um CD, 
comprei muitas ações da Globo ação, 
produzi o programa do Faustão, 
estou agora gravando um LP, 
produzi uma crise no PT 
que está desorganizado demais, 
fiz a droga invadir toda La paz 
e estou fazendo o programa fome zero 
Xuxa é doida por mim, mas eu não quero, 
e o que é que me falta fazer mais? 
–Raulino da Silva/RN– 

Soneto do Dia  

CAUSA MORTIS. 
–Dorothy J. Moretti/SP–

Todo mundo que chegava 
ao velório do Candinho, 
penalizado, falava: 
- Morreu como um passarinho. 

Um bebum que ali se achava, 
curioso, entre o burburinho, 
a cada passo escutava: 
- Morreu como um passarinho. 

Chega alguém que, comovido, 
pergunta-lhe ao pé do ouvido: 
- De que a morte foi causada? 

E o bebum, em tom de prece: 
- Também não sei, mas parece 
que foi de uma estilingada.

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