segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Antonio Augusto de Assis lança Trovia n. 134 – fevereiro de 2011



INESQUECÍVEIS
Onde anda o corpo da gente,
a sombra vai pelo chão...
– É assim também a saudade,
a sombra do coração!
Adelmar Tavares
Dotada de amor profundo,
meiga e doce em seu mister,
que graça teria o mundo,
sem a graça da mulher?
Aparício Fernandes
Miséria de pão maltrata...
Mas quanta gente, Senhor,
sabeis que morre ou se mata
quando há miséria de amor!
Lilinha Fernandes

Se duas almas tivesse
– meu coração bem me diz –,
ainda que uma eu te desse,
seria a outra feliz...
Luiz Otávio
BRINCANTES
Fugindo pela janela,
o “dom juan” quis “dar no pé”.
– Um fantasma!, gritou ela.
E o marido: – Agora é!
Angélica V. Santos – SP
Toda vez que eu chego tarde,
lá em casa, rente ao portão,
minha esposa dá “boa-tarde”
com a vassoura na mão...
Nei Garcez – PR
Casa velha, quanto encanto!
... tem cobras, cupins, lagartos!
Uma história em cada canto
e fantasmas pelos quartos.
Nilton Manoel – SP
LÍRICAS E FILOSÓFICAS
Nos passos do bailarino,
na garganta do cantor,
em cada tango argentino
geme uma história de amor.
A. A. de Assis – PR
O amigo que nos quer bem
é aquele que, sem temor,
oculta uma dor que tem
e vem sanar nossa dor...
Ademar Macedo – RN
Somos anões sem idade,
a perseguir-te sem tréguas,
enquanto, felicidade,
tens botas de sete léguas...
Carolina Ramos – SP
Na esperança verde e bela
há o otimismo de luz!
Se a porta fecha, a janela
se abre em par e o sol reluz!
Dinair Leite – PR
Oh, minha mãe, quando eu falho,
tua lágrima rolada
é qual pérola de orvalho
sobre a rosa machucada!...
Domitilla B. Beltrame – SP
O verde em brasa estalando;
uivos doridos da mata:
gritos horrendos compondo
uma fúnebre sonata!
Eliana Palma – PR
A saudade dos meus filhos,
dói, machuca, me amordaça.
Comparo-me aos velhos trilhos,
Por onde o trem já não passa.
Francisco Macedo – RN

Ausência do bem, o mal
só traz sofrimento a quem
não conhece o especial
prazer que é se querer bem!
Jeanette De Cnop – PR
Minha amada foi-se embora
para bem longe de mim...
O que vou fazer agora
se a lembrança não tem fim?
Luiz Antonio Cardoso – SP
Amanhã... Depois... Depois...
Foi assim a vida inteira...
E entre os sonhos de nós dois,
a intransponível fronteira...
Milton Nunes Loureiro – RJ

Na vida, lutar, correr,
não me cansa tanto assim...
O que me cansa é saber
que estás cansada de mim!
Rodolpho Abbud – RJ
Agora peço somente,
ao tempo de que disponho,
que um tempo me dê, paciente,
para que eu viva o meu sonho...
Thereza Costa Val – MG
Fonte:
A. A. de Assis

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