quarta-feira, 13 de maio de 2009

Murilo Mendes (Cristais Poéticos)



Gilda

Não ponha o nome de Gilda
na sua filha, coitada,
Se tem filha pra nascer
Ou filha pra batisar.
Minha mãe se chama Gilda,
Não se casou com meu pai.
Sempre lhe sobra desgraça,
Não tem tempo de escolher.
Também eu me chamo Gilda,
E, pra dizer a verdade
Sou pouco mais infeliz.
Sou menos do que mulher,
Sou uma mulher qualquer.
Ando à-toa pelo mundo.
Sem força pra me matar.
Minha filha é também Gilda,
Pro costume não perder
É casada com o espelho
E amigada com o José.
Qualquer dia Gilda foge
Ou se mata em Paquetá
Com José ou sem José.
Já comprei lenço de renda
Pra chorar com mais apuro
E aos jornais telefonei.
Se Gilda enfim não morrer,
Se Gilda tiver uma filha
Não põe o nome de Gilda,
Na menina, que não deixo.
Quem ganha o nome de Gilda
Vira Gilda sem querer.
Não ponha o nome de Gilda
No corpo de uma mulher.
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O filho do século

Nunca mais andarei de bicicleta
Nem conversarei no portão
Com meninas de cabelos cacheados
Adeus valsa "Danúbio Azul"
Adeus tardes preguiçosas
Adeus cheiros do mundo sambas
Adeus puro amor
Atirei ao fogo a medalhinha da Virgem
Não tenho forças para gritar um grande grito
Cairei no chão do século vinte
Aguardem-me lá fora
As multidões famintas justiceiras
Sujeitos com gases venenosos
É a hora das barricadas
É a hora da fuzilamento, da raiva maior
Os vivos pedem vingança
Os mortos minerais vegetais pedem vingança
É a hora do protesto geral
É a hora dos vôos destruidores
É a hora das barricadas, dos fuzilamentos
Fomes desejos ânsias sonhos perdidos,
Misérias de todos os países uni-vos
Fogem a galope os anjos-aviões
Carregando o cálice da esperança
Tempo espaço firmes porque me abandonastes.
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Cantiga de Malazarte

Eu sou o olhar que penetra nas camadas do mundo,
ando debaixo da pele e sacudo os sonhos.
Não desprezo nada que tenha visto,
todas as coisas se gravam pra sempre na minha cachola.
Toco nas flores, nas almas, nos sons, nos movimentos,
destelho as casas penduradas na terra,
tiro os cheiros dos corpos das meninas sonhando.
Desloco as consciências,
a rua estala com os meus passos,
e ando nos quatro cantos da vida.
Consolo o herói vagabundo, glorifico o soldado vencido,
não posso amar ninguém porque sou o amor,
tenho me surpreendido a cumprimentar os gatos
e a pedir desculpas ao mendigo.
Sou o espírito que assiste à Criação
e que bole em todas as almas que encontra.
Múltiplo, desarticulado, longe como o diabo.
Nada me fixa nos caminhos do mundo.
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Cartão postal

Domingo no jardim público pensativo.
Consciências corando ao sol nos bancos,
bebês arquivados em carrinhos alemães
esperam pacientemente o dia em que poderão ler o Guarani.
Passam braços e seios com um jeitão
que se Lenine visse não fazia o Soviete.
Marinheiros americanos bêbedos
fazem pipi na estátua de Barroso,
portugueses de bigode e corrente de relógio
abocanham mulatas.

O sol afunda-se no ocaso
como a cabeça daquela menina sardenta
na almofada de ramagens bordadas por Dona Cocota Pereira.
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As lavadeiras

As lavadeiras no tanque noturno
Não responderam ao canto da sibila.

“Lavamos os mortos,
Lavamos o tabuleiro das idéias antigas
E os balaústres para repouso do mar...
Nele encontramos restos de galeras,
Quem nos desviará do nosso canto obscuro?
Nele descobrimos o augusto pudor do vento,
O balanço do corpo do pirata com argolas,
Nele promovemos a sede do povo
E excitamos a nossa própria sede...”

As lavadeiras no tanque branco
Lavam o espectro da guerra.
Os braços das lavadeiras
No abismo noturno
Vão e vêm.
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Montanhas de Ouro Preto
A Lourival Gomes Machado

Desdobram-se as montanhas de Ouro Preto
Na perfurada luz, em plano austero.
Montes contempladores, circunscritos,
Entre cinza e castanho, o olhar domado

Recolhe vosso espectro permanente.
Por igual pascentais a luz difusa
Que se reajusta ao corpo das igrejas,
E volve o pensamento à descoberta

De uma luta antiqüíssima com o caos,
De uma reinvenção dos elementos
Pela força de um culto ora perdido,

Relíquias de dureza e de doutrina,
Rude apetite dessa cousa eterna
Retida na estrutura de Ouro Preto.
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Poesias: Canção do Exílio, Somos Todos Poetas e A Tesoura de Toledo: http://singrandohorizontes.blogspot.com/2009/01/murilo-mendes-poesias-avulsas.html
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Fonte:
Jornal de Poesia. http://www.jornaldepoesia.jor.br/

Murilo Mendes (13 Maio 1901 – 13 Agosto 1975)

Murilo Monteiro Mendes (Juiz de Fora, 13 de maio de 1901 — Lisboa, 13 de agosto de 1975) foi um poeta brasileiro, expoente do modernismo brasileiro.

Médico, telegrafista, auxiliar de guarda-livros, notário e Inspetor do Ensino Secundário do Distrito Federal. Foi escrivão da quarta Vara de Família do Distrito Federal, em 1946. De 1953 a 1955 percorreu diversos países da Europa, divulgando, em conferências, a cultura brasileira. Em 1957 se estabeleceu em Roma, onde lecionou Literatura Brasileira. Manteve-se fiel às imagens mineiras, mesclando-as às da Sicília e Espanha, carregadas de história.

Obras
Iniciou-se na literatura escrevendo nas revistas modernistas Terra Roxa, Outras Terras e Antropofagia.

Os livros Poemas (1930), História do Brasil (1932) e Bumba-Meu-Poeta, escrito em 1930, mas só publicado em 1959, na edição da obra completa intitulada Poesias (1925-1955), são claramente modernistas, revelando uma visão humorística da realidade brasileira. Tempo e Eternidade (1935) marca a conversão de Murilo Mendes ao catolicismo. Nesse livro, os elementos humorísticos diminuem e os valores visuais do texto são acentuados. Foi escrito em colaboração com o poeta Jorge de Lima. Nos volumes da fase seguinte, Poesia em Pânico (1938), O Visionário (1941), As Metamorfoses (1944) e Mundo Enigma (1945), o poeta apresenta influência cubista, superpondo imagens e fazendo o plástico predominar sobre o discursivo. Poesia Liberdade (1947), como alguns outros livros do poeta, foi escrito sob o impacto da guerra, refletindo a inquietação do autor diante da situação do mundo.

Em 1954, saiu Contemplação de Ouro Preto, em que Murilo Mendes alterou sua linguagem e suas preocupações, reportando-se às velhas cidades mineiras e sua atmosfera. Daí por diante, o poeta lançou-se a novos processos estilísticos, realizando uma poesia de caráter mais rigoroso e despojado, como em Parábola (1946-1952) e Siciliana (1954-1955), publicados em Poesias (1925-1955).

As caracteristicas desse período atingem sua melhor realização no livro Tempo Espanhol (1959). Em 1970, Murilo Mendes publicou Convergência, um livro de poemas vanguardistas. Murilo Mendes também publicou livros de prosa, como O Discípulo de Emaús (1944), A Idade do Serrote (1968), Livro de memórias e Poliedro (1972). Ao morrer, em Lisboa, deixou inéditas várias obras.

Prêmios recebidos
Prêmio Graça Aranha, pelo livro Poemas.
Prêmio Internacional de Poesia Etna-Taormina, 1972.
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Isabel Vasconcellos (O Médico e o Marketing)


Era uma vez um médico que se sentia plenamente realizado com a sua carreira. Desde muito pequeno ele sabia que queria ser médico. A vocação já nascera com ele, vinda sabe-se lá de onde, já que o nosso Dr. Artur era filho de um humilde alfaiate e de uma costureira. Muito as máquinas do atelier de costura, que funcionava na sala da residência de seus pais, trabalharam para conseguir pagar as despesas de Artur na faculdade. O curso foi feito na Universidade pública, mas mesmo assim, Artur não tinha tempo para trabalhar, enquanto todos os seus irmãos, na sua idade, já trabalhavam, havia enormes despesas com livros e o inevitável ciúme dos irmãos que acreditavam que os pais estavam dando à Artur privilégios que eles próprios não tinham.

Mas, no fundo, todos respeitavam, na família, a extrema dedicação de Artur. Ele, é verdade, tivera a sorte de freqüentar escolas públicas (grupo municipal e ginásio estadual) numa época – fim dos anos 50 e começo dos 60 – em que o ensino nessas instituições era realmente bom em São Paulo e, por isso, e também porque se matara de tanto estudar, ele conseguira entrar na Faculdade de Medicina da USP.

Artur formou-se em 1971. Durante o seu curso, enquanto muitos dos seus colegas reservavam algum tempo para as atividades políticas que estavam, então, na moda, ele só fazia estudar. Ainda conseguiu cavar uma bolsa de estudos num curso de inglês (em troca de divulgar o tal curso entre os seus colegas de universidade) e, antes de se formar, era tão fluente em inglês quanto em português. Isso, é claro, foi muito útil para, mais tarde, as suas viagens ao Exterior, onde participava de importantes congressos médicos.

Sim, porque Artur fez uma brilhante carreira acadêmica. Formou-se com distinção, foi o melhor residente de sua turma e, embora fascinado pelos muitos mistérios que a medicina ainda não decifrara no corpo humano, e, por isso mesmo, tentado a especializar-se em oncologia, acabou virando ginecologista, intrigado pela capacidade reprodutiva das mulheres e pelo preço que as fêmeas pagavam por essa capacidade.

Mas, embora um sucesso nos serviços de saúde pública onde trabalhou e outro sucesso na faculdade onde passou a dar aulas, Artur era um desastre financeiro e político. Mal sabia se defender das armadilhas, que seus colegas invejosos de sua competência, criavam para ele. E no seu humilde consultório de bairro, acabava levando altos calotes, dada a sua generosidade e a sua compreensão para a dificuldade financeira das pacientes. Quando, no Brasil, começavam a proliferar os convênios, por deficiência do próprio sistema público de saúde, Artur credenciou-se em todos e, em breve, em seu consultório, só existiam clientes de grupos médicos (que pagavam uma miséria por consulta) e mulheres muito pobres, a quem ele atendia de graça. Suas noites eram dedicadas à pesquisa e ao estudo e ele só podia freqüentar os congressos internacionais quando convidado pelos laboratórios da indústria farmacêutica. Isto, aliás, era um prato cheio para os seus colegas acadêmicos e invejosos, que começaram a acusá-lo de ser um “vendido” para a Indústria. Só que essa estratégia não convencia muita gente pois o pobre Dr. Artur continuava levando uma vida muito modesta, andando num carro mais velho que ele, clinicando num consultório modesto de bairro, vestindo ternos puídos e calças jeans da década de sessenta. Os salários recebidos na saúde pública beiravam o ridículo, o que ele recebia do consultório também bastante ridículo, o que salvava um pouco era a remuneração de sua docência universitária, mas ele torrava tudo em livros e ajudando a família.

Assim, enquanto muitos de seus colegas enriqueciam e montavam chiques consultórios nos jardins e em outros bairros nobres da cidade, o Prof. Dr. Artur vivia mergulhado naquela simplicidade franciscana.

Mas as suas pacientes... ah, estas o adoravam. Enfrentavam longas esperas na sala de recepção de seu consultório, lendo revistas velhas e capengas de tanto serem manuseadas, para ter o privilégio de seus cuidados. Ele sempre atrasava as consultas. Porque queria ouvir. E ouvia, as condições de vida, os dramas pessoais, as frustrações e as ambições de suas pacientes. Porque ele, quanto mais estudava e aprendia, mais acreditava que a saúde é um tripé: o físico, o emocional e o social. Assim, não via suas pacientes apenas como um corpo, um útero, um par de ovários. Mas procurava ir muito mais fundo, compreendendo como o psicológico e o social estariam atuando no físico.

Teve poucas namoradas. Tinha pouco tempo para elas, muito pouco tempo, e elas logo se cansavam e iam procurar alguém mais dedicado.

Quando, no fim dos anos oitenta, surgiram os primeiros computadores domésticos, ainda muito caros, Artur gastou todo o seu salário de dois meses na faculdade para conseguir um e, um par de anos depois, era um dos primeiros brasileiros, fora das instituições universitárias, a ter acesso à Internet domesticamente.

Um dia, no meio dos anos 90, recebeu um convite para participar de um programa de TV. Artur ia recusar. Achava uma bobagem ir à televisão. Mas a produtora do programa conseguiu convencê-lo, dizendo que professores sérios como ele poderiam prestar um grande serviço aos telespectadores através de uma informação decente sobre saúde.

Foi.

No dia seguinte o telefone de seu consultório estava congestionado. Milhares de mulheres queriam se consultar com ele. A secretaria pirou. Contou a ele que ouvira de muitas delas coisas como o seguinte: “Eu dobro o valor da consulta pra você me arrumar um horário com ele e ainda te levo um presente”.

Dr. Artur, em vez de ficar contente com aquele súbito sucesso, ficou profundamente deprimido. Então bastava aparecer na TV e ele se tornaria um médico reconhecido e disputado pelas pacientes? Ora, isso não tinha sentido. O que importava ao nosso herói era o acúmulo de conhecimento científico, pelo qual ele tanto lutara nas últimas décadas.

Para o público, porém, quem aparecia na TV era o melhor. O público, um pouco ingenuamente, tinha a tendência de acreditar que a televisão só levasse ao ar aqueles profissionais de alto gabarito e conhecimento. No caso do Dr. Artur, isso era verdade. Mas muitas vezes não era. Muitas vezes o produtores de TV levavam quem estivesse mais próximo deles por qualquer razão ou quem tivesse contratado a melhor assessoria de imprensa.

Mas agora ele estava num dilema. Nunca se recusara a atender ninguém. Como atender, no entanto, todas aquelas centenas de mulheres que ligavam sem parar para o consultório?

A secretária lhe deu a solução:

- Doutor, o senhor mesmo disse que os ginecologistas recém formados não têm, muitas vezes, a oportunidade de montar um consultório. Por que o senhor não convida alguns deles para vir trabalhar aqui e assim o senhor divide as consultas com eles.

- Mas estas pacientes novas querem se consultar com o médico que elas viram na Tv e este sou eu.

- Bobagem – respondeu a secretária – Em todas as clínicas dirigidas por médicos famosos, desses que vivem aparecendo na mídia, as pacientes são atendidas pelos médicos assistentes e ficam muita satisfeitas. Quando o médico famoso aparece durante a consulta, então, elas quase desmaiam de emoção. O senhor precisava fazer a mesma coisa. Ficaria rico e – aqui ela deu um risinho maroto – poderia aumentar o salário da sua secretária.

- Como é que você sabe de tudo isso?

- Vejo nas revistas.

O que animou o Dr. Artur foi a possibilidade, afinal, de ajudar os colegas recém formados e, inclusive, continuar de uma certa maneira a ensiná-los, através de sua própria experiência. Montou uma pequena clínica e contratou mais 3 médicos. Mas esta também ficou insuficiente quando, pela segunda vez, ele aceitou ir ao programa de TV. Três anos depois o nosso modesto Dr. Artur era fonte disputada pelos jornalistas de rádio e televisão. Montou uma clínica enorme, com 15 médicos além dele e adquiriu também modernos equipamentos para poder realizar os exames necessários lá mesmo, tendo contratado também os médicos e técnicos para a realização dos exames. Ficou rico, quase milionário e pôde comprar o carro esporte de seus sonhos. Havia uma fila de mulheres se oferecendo, loucas para casar com o médico famoso e rico. No entanto, jamais se casou e jamais deixou de atender suas pacientes pobres. Quando as ricas eram atendidas pelos assistentes e acreditavam que o famoso doutor só atendesse as ainda mais ricas que elas, ele estava atendendo de graça...

Mas, no meio médico, nos anos seguintes, quando alguém citava o Dr. Artur, sempre havia outro alguém para dizer:

- Ah, esse, além de vendido pra indústria, é apenas uma grande marqueteiro.

Fonte:
http://www.isabelvasconcellos.com.br/
Montagem da imagem = José Feldman

Isabel Vasconcellos (13 Maio 1951)


Isabel Vasconcellos (SãoPaulo, 13 de maio de 1951) é uma escritora e apresentadora de televisão brasileira. Especializada na análise da condição social da mulher e em saúde feminina, seus livros tratam destes temas mas são também entremeados de contos de ficção.

Em seus programas de televisão, realizados na Gazeta, Record e Rede Mulher, entrevistou líderes feministas e alguns dos maiores médicos acadêmicos do Brasil.

Biografia

Isabel de Almeida Vasconcellos é a filha caçula e temporona de Alfredo Fomm de Vasconcellos (1908-1987) e de Wanda Gonçalves de Almeida Vasconcellos (1912-2007). Seu pai era cinematografista e foi pioneiro em técnicas de cinema 16mm no Brasil. Sua mãe era modista.

Um de seus irmãos, Ronaldo Alvan (1936-2004) foi pioneiro da televisão brasileira e atuou nas maiores redes televisivas.

Isabel aprendeu a filmar, fotografar e revelar fotografias com apenas 8 anos de idade. Começou a escrever muito cedo, mas só publicou livros a partir de 2000.

Começou a carreira como repórter e fotógrafa de um jornal de bairro, escreveu crônicas assinadas para um jornal de grande circulação entre 1977 e 1984. Foi redatora publicitária e estreiou na televisão em 1985. De lá para cá, realizou 780 programas sobre a condição da mulher e 1.427 sobre a saúde feminina.
A partir de 2007, apresenta o programa "Só Saúde" na primeira TV por Internet do Brasil: a All TV .

Produção literária
2000, Histórias de Mulher, Editora Scortecci
2002, 50 Anos da Rosa, Editora Universal
2003, A Menstruação e Seus Mitos, Editora Mercuryo
2005, Sexo Sem Vergonha, Soler Editora
2006, Todas as Mulheres São Bruxas, Editora Segmento
2007, Depressão na Mulher (co-autoria com Kalil Duailibi), Editora Segmento

Fonte:
http://pt.wikipedia.org/

Roger Zelazny (O Senhor Da Luz)


Os seus seguidores chamavam-lhe Mahasamatman e diziam que era um deus. Ele, porém, preferia deixar de lado “Maha” e “atman” e intitulava-se Sam. Nunca pretendeu ser um deus, mas também nunca o negou – A ação deste livro decorre muito depois da morte da Terra; um punhado de homens num planeta colonizado alcançou o domínio da tecnologia. Com ela, adquiriram a imortalidade e poderes divinos e governam o seu mundo como os deuses do panteão hindu. Kali, Deusa da Destruição; Yama, Senhor da Morte; Krishna, deus da Luxúria. Aquele que foi Siddhartha e é agora Mahasamatman, Subjugador dos Demónios, Senhor da Luz, luta contra todos eles. Esta obra de Roger Zelazny, coloca uma questão interessante. E se através da tecnologia, uma vez que se esta for muito superior torna-se indistinguível da magia, os homens se transformarem em Deuses e governarem o mundo. Será que são deuses, ou as suas fraquezas humanas virão à superfície e estarão refletidas nos seus actos. Qual a distinção entre o divino e o mortal? Além de ser uma introdução muito interessante ao panteão hindu, relativamente pouco conhecido na cultura ocidental, este livro apresenta as dúvidas que um homem que não quer ser deus têm. Se fossem vocês e tivessem a possibilidade de se tornarem deuses, recusariam? Abarcando todo um vasto período na história deste mundo, desde a adoração profunda de massas ignorantes pelos seus deuses, até à tomada de consciência de um povo ajudada pelo homem que não quis ser deus, este livro deixa-nos importantes questões sobre a religião, o divino, o sagrado, e a forma como encaramos estas questões agora e no passado.

Um verdadeiro clássico da literatura de ficção cientifica, galardoado com o Prémio Hugo.

Fontes:
http://www.netsaber.com.br/resumos/

Roger Zelazny (13 Maio 1937 – 14 Junho 1995)



Zelazny nasceu em Euclid, Ohio, EUA, a 13 de maio de 1937, filho único do imigrante polonês Joseph Frank Zelazny e irlandesa-americana Josephine Flora Sweet.

Na escola secundária, Roger era o editor do jornal escolar e participou do Clube de Escrita Criativa. No outono de 1955, ele começou a freqüentar a Western Reserve University e graduado como bacharel em inglês, em 1959. Ele foi aceito para Columbia University em Nova Iorque e especializou-se no drama Elizabethano Jacobeano, se formando com um mestrado em 1962. Entre 1962 e 1969 ele trabalhou para a Administração de previdência social norte-americana em Cleveland, Ohio e então, em Baltimore, Maryland que gastava as noites escrevendo ficção científica.

Ele progrediu de contos a noveletas para novelas e finalmente para trabalhos compridos de romance por 1965. No dia 1 de maio de 1969, ele abandonou tudo para se tornar um escritor de tempo integral, e depois disso concentrou-se em escrever romances para manter a renda dele. Durante este período, ele era um sócio ativo de voz ativa na Baltimore Science Fiction Society no qual os sócios incluíam outros escritores como Jack Chalker, Joe e Jack Haldeman entre outros.

Zelazny esteve duas vezes casado, com Sharon Steberl em 1964 (e divorciado, nenhuma criança) e Judith Alene Callahan, em 1966. Roger e Judy tiveram dois filhos, Devin e Trent, e uma filha, Shannon. Na hora da morte dele, Roger e Judy estavam separados e ele estava vivendo com a notável escritora Jane Lindskold.

Seu primeiro fanzine surgiu como parte um da história " Conditional Benefit", considerando que a primeira publicação profissional dele e a venda foi o conto de fantasia "Mr. Fuller's Revolt"(1954). Como um escritor profissional, os trabalhos de estréia dele foram a publicação simultânea de " Passion Play e " Horseman!" . Passion Play foi escrito e vendido primeiro. A primeira história dele para chamar a atenção era " A Rose for Ecclesiastes ", publicada em The Magazine of Fantasy and Science Fiction.

Roger Zelazny também era sócio dos Swordsmen and Sorcerers' Guild of America (SAGA), um grupo de escritores de Fantasia Heróica fundado nos anos sessenta, alguns dos quais os trabalhos eram colocados em antologias em Lin Carter's Flashing Swords! anthologies.

Zelazny morreu em Santa Fé, México, em 14 de junho de 1995, com 58 anos, de câncer coloretal. Outras fontes indicaram câncer do pulmão incorretamente.
Tradução = José Feldman

Kathleen Jamie (13 Maio 1962)


Kathleen Jamie é poeta escocesa, de Currie, Edimburgo, na Escócia.

Seu primeiro livro foi Black Spiders (Aranhas Pretas), publicado em 1982. Considerada uma das poetisas contemporâneas mais talentosas no Reino Unido , ela ganhou o Forward Poetry Prize, em 2004, pela poesia The Tree House (A Casa da Árvore). Outros livros de poesia incluem The Queen of Sheba (A Rainha de Sheba) em 1994, The Way We Live (1987), Jizzen (1999), A Flame in Your Heart (Uma Chama Em Seu Coração), e The Autonomous Region (A Região Autônoma). Constantemente, a escritura dela é centrada em uma observação íntima de, e empatia com, a natureza. Em 2005 ela publicou, com grande aclamação crítica, uma coleção de escritas de não-ficção, Findings.

Ela contribuiu e co-editou várias antologias, inclusive The Glory Signs: New Writing Scotland (Os Sinais de Glória,: Nova Escrita Escocesa) , vol 16 (1998). Ela é atualmente uma Conferencista de meio período em Escrita Criativa na Escola de Inglês na Universidade de St. Andrews, e vive em Fife.
(tradução = José Feldman)

Wallace Breem 13 Maio 1926 - 12 Março 1990)



Wallace Wilfred Swinburne Breem (1926–1990) era bibliotecário britânico e escritor, Bibliotecário e Guardião de Manuscritos da Inner Temple Law Library até a aua morte, mas talvez mais amplamente conhecido pelos seus romances históricos , inclusive Eagle in the Snow(1970).

À idade de 18, Breem entrou na Escola de Treinamento dos Oficiais do Exército Indiano , e em 1945 era comissionado como oficial do exército no Corpo de Guias, um destacamento de elite do Exército Indiano.

Depois da separação de Índia em 1947, Breem voltou à Inglaterra e celebrou uma variedade de trabalhos que incluíram operário em um curtume, assistente para um cirurgião veterinário, e cobrador de alugueis no Lado Oriental de Londres. Ele uniu o pessoal de Inner Temple Library eventualmente em Londres, em 1950.
Breem era um sócio fundador de BIALL (Associação britânica e irlandesa de Bibliotecários Jurídicos), e várias vezes ocupou os escritórios de Secretário, Tesoureiro, Presidente, Vice-presidente, e Presidente naquela organização.

Escritas de Non-ficção
Breem fez muitas contribuições notáveis a trabalhos de bolsa de estudos, inclusive o Manual de Cargo de bibliotecário jurídico, a Bibliografia de Literatura inglesa de New Cambridge, e documentos vários, relatórios, artigos.

A Sketch of the Inner Temple Library
Bibliography of Commonwealth Law Reports (1991)

Romances
Eagle in the Snow (1970, )
A Filha do Delegado (1975)
O Leopardo e o Abismo (1978 ).
(tradução José Feldman)

Daphne Du Maurier (Rebecca)



Resumo

No clássico de Daphne du Maurier, suspense romântico, o novo narrador é definido por seu sentido de desejo. É este sentido de insuficiência que lhe dá características distintas e lhe faz ser original. Como obedece desejos, perde seu sentido de identidade, tornando se o mesmo que um espectro. Está colocado então de maneira que, enquanto supera finalmente o fantasma, o viúvo de Rebecca, Manderley se queima.

Isto explica também sua irritação ao revelar que o Maxim matou sua primeira esposa.
Nietzsche escreve em seu ensaio sobre a moralidade do mestre e do escravo, todos estes instintos que não acabam, voltando sempre ao seu interior, transformando a substância da alma. É então, esta insuficiência do narrador que lhe dá até mais identidade. Começa seu talhe como o companheiro da pretensiosa Sra. Pick-up Funnk, cujo objetivo e interesse é ver o Maxim rico. Descreve sua posição como inferior e subserviente à ela. Sua cegueira subseqüente para Maxim é tão forte quanto a curiosidade de Pick-up Funnk. Diz-se sentido com o novo, e inexperiente com si próprio. Embaraçado em se livrar de Pick-up Funnk e Maxim, porque a vê em um papel maternal (e conseqüentemente por sua própria reflexão).

No segundo capítulo de Rebecca, o narrador atesta a mudança que ocorreu dentro dela, porque consegue cumprir o seu destino. Diz que supõe que sua dependência dela o fêz forte. Anota como diferente ficou da menina tímida que veio antes a Manderly.

Vai então saber comparar seu perfil anterior com a figura de Rebecca, desta figura que veio substituir. O narrador faz esta transição de empregada a patroa negligente, superação da Sra. Pick-up Funnk, no mesmo recipiente em que põe o fantasma do Maxim.

Excerto do livro Rebecca (Capítulo I)

À Noite Passada sonhei que tinha ido novamente a Manderley. Pareceu-me ter ficado por algum tempo diante do portão de ferro, fechado a cadeado. Chamei, no meu sonho, pelo porteiro; não obtive resposta; espiando com mais atenção por entre os varões ferrujentos, vi que a portaria estava deserta.

Nenhuma fumaça na chaminé; as janelazinhas se abriam numa atitude de tristeza infinda. Então, como acontece nos sonhos, senti-me de súbito possuída de poderes sobrenaturais, e transpus, qual um espírito, aquela barreira. O caminho serpenteava à minha frente, com as mesmas curvas de outrora; à medida que avançava, porém, notei mudança; mais estreito e descuidado; não era mais o caminho que tínhamos conhecido. Fiquei perplexa a princípio, sem nada compreender; e só quando tive de baixar a cabeça para não roçar um galho de árvore percebi o que acontecera. A Natureza havia reconquistado os seus direitos, e pouco a pouco, na sua maneira insidiosa, ia abafando o caminho. A vegetação invasora triunfava. Plantas sombrias e rebeldes sobre ele debruçavam seus ramos. As faias de troncos lisos e esbranquiçados, crescidas muito próximas umas das outras, entrelaçavam a galharia, fechando-se em abóbada sobre a minha cabeça. E havia ainda outras árvores que eu não reconhecia: carvalheiras atarracadas, olmos tortuosos, emersos da terra silenciosa em conjunto com outras plantas que me pareciam monstruosas e de que eu não tinha recordação.

O caminho de outrora transformara-se em simples trilha, com o pedregulho desaparecido sob a invasão de musgos e grama. Galhos rasteiros embaraçavam-me a marcha; raízes nodosas pareciam garras macabras... Dispersos aqui e ali, em meio a essa vegetação desordenada, eu reconhecia arbustos que nos tinham servido de marcos em nosso tempo; criaturas de beleza e graça, famosas hortênsias de tufos azuis. Como nada lhes houvesse embaraçado o desenvolvimento, asselvajaram-se, tornaram-se primitivas, elevando-se a alturas incríveis, mas sem flores, de folhagem sombria e feia como a das parasitas anônimas que ao lado cresciam. Mais e mais, agora para leste, depois para oeste, desdobrava-se a simples trilha que fora outrora o nosso caminho. Sumia-se às vezes, para ressurgir de novo de sob um tronco deitado, ou para além de pequenos brejais criados pelas chuvas do inverno. E nunca me pareceu tão longa a distância, como se as milhas também se houvessem multiplicado. E a senda conduzia provavelmente a algum ermo labirinto selvagem, não mais à casa que eu tinha em vista. Não obstante, dei de súbito com ela: o crescimento louco da vegetação ocultara-ma até o último momento. Entreparei. Meu coração palpitava acelerado; um ardor nos olhos impedia-me as lágrimas.

Ali estava Manderley, nossa Manderley, reservada e silenciosa como sempre; a pedra gris rebrilhava ao luar do meu sonho; nas vidraças refletiam-se o terraço e o gramado verde... O Tempo não quebrara a perfeita simetria daqueles muros, nem o encanto daquele sítio maravilhoso — jóia no côncavo da mão de alguém.

O terraço erguia-se a cavaleiro do gramado que se projetava até o mar; voltando-me pude ver o lençol prateado, tão calmo sob o olhar da lua, de uma placidez de lago que os ventos não perturbam. Não havia ondas para encrespar aquele mar de sonho, nem nuvens a obscurecerem o suave palor do céu. Olhei de novo para a casa: embora permanecesse inviolada, como se a tivéssemos deixado na véspera, o jardim em torno obedecera à lei da jângal, como sucedera com o caminho. Os rododendros elevaram-se a cinqüenta pés de altura, enlaçados a outras plantas, em estranho conúbio com arbustos sem nome, pobre ralé a arrastar-se-lhes humildemente sobre o raizame.

Um lilazeiro se unira a uma faia; e para ligá-los ainda mais intimamente, a hera maldosa — eterna inimiga da graça — enroscara-se à volta deles. Começava a hera a preponderar naquele jardim perdido, com os longos tentáculos avançando sobre a relva, rumo à casa. Plantas invasoras, vindas de sementes muito tempo adormecidas sob as árvores, viçavam agora, desgraciosamente, em companhia da hera; sugeriam a forma de ruibarbos gigantes emersos da relva macia outrora pintalgada de narcisos. Urtigas por toda parte — a vanguarda do exército. Cobriam o terraço, espalhavam-se pelas alamedas do jardim e, frouxas, encostavam-se até às janelas da casa. Sentinelas descuidadas, pois suas fileiras tinham sido rompidas em
muitos pontos pelas plantas loucas que ali exibiam a sua vulgaridade. Cheguei até o terraço, pois as urtigas não constituem obstáculo a quem sonha — no meu encantamento nada podia deter-me. O luar tem grande influência sobre a imaginação, mesmo a imaginação de quem sonha. E ali, queda e silenciosa, eu juraria não ser a casa uma concha morta, mas um ser que respirava, que palpitava de vida como outrora. A luz coava-se pelas vidraças, as cortinas balouçavam-se com suavidade no relento da noite, e lá na biblioteca a porta estaria entreaberta como a deixáramos, com o meu lenço sobre a mesa, ao lado do vaso com rosas do outono.

O quarto trairia a nossa presença. Livros, um número já lido do The Times. Cinzeiros, um toco de cigarro; sobre as cadeiras, almofadas denunciando a pressão de nossas cabeças; tições envoltos de cinza branca na lareira, ainda mornos. E Jasper, o nosso querido Jasper, estirado sobre o tapete, de cauda erguida ao perceber os passos do seu senhor. Uma nuvem erradia velou a lua, mão de sombra a cobrir um rosto. Com o desaparecer da lua foi-se-me a ilusão; as
luzes das janelas se apagaram. A casa fizera-se concha vazia, sem alma, sem suspiros ou evocações do passado. Um túmulo, a casa; nossos sofrimentos e temores sepultos em ruínas. Impossível a ressurreição. Não me viriam pensamentos amargos, quando em minhas horas de insônia evocasse Manderley. Pensaria na mansão como ela o fora.

Teria recordações do jardim-das-rosas no estio, dos pássaros a cantarem pela manhã. Do chá sob o castanheiro, do murmúrio do mar subindo até nós. Lembrar-me-ia do Vale Feliz e do lilazeiro em flor. Essas coisas eram permanentes, não podiam esvair-se nunca. Eram memórias felizes. Tudo isto resolvi eu no meu sonho, enquanto a sombra velava o rosto da lua. Porque, como é comum entre os que sonham, eu sabia estar sonhando.

Achava-me, na realidade, a centenas de milhas dali, em terra estranha, e acordaria dentro de poucos segundos num pequeno quarto de hotel, consolador justamente pela falta de ambiente. E daria um suspiro, e me espreguiçaria, e ao abrir os olhos ficaria admirada de ver brilhar o sol num céu metálico, tão diferente do meigo luar do meu sonho... O dia se estenderia diante de nós, longo sem dúvida, sem acontecimentos, mas impregnado de certa quietude, duma tranqüilidade feliz que dantes não conhecêramos. Não falaríamos sobre Manderley, eu não contaria o meu sonho. Porque Manderley não era mais nossa. Manderley não mais existia.

Fontes:
Daphne Du Maurier. Rebecca. Abril Cultural.
http://www.netsaber.com.br/resumos/
Imagem = http://kennebunkfreelibrary.wordpress.com/

Daphne du Maurier (13 Maio 1907 – 19 Abril 1989)



Daphne du Maurier (Londres, 13 de maio de 1907 — Cornwall, 19 de abril de 1989) foi uma escritora britânica.

Era filha de Gerald Du Maurier, famoso ator inglês, e neta de George Du Maurier, escritor de renome, autor de Trilby e Peter Ibbetson.

Daphne foi criada e educada dentro do lar, segundo os padrões comuns às famílias abastadas da época. Aos dezoito anos viajou para Paris, onde permaneceu durante seis meses, aprendendo a língua e literatura francesa. Na adolescência, escrevia contos e poemas, revelando influências de Katherine Mansfield, Mary Webb e Guy de Maupassant.

Em 1931 publicou o seu primeiro romance, The Loving Spirit (O Espírito Amante), que foi muito bem aceite pela critica. Foi por causa desse primeiro livro que conheceu seu futuro marido, Frederick Arthur Montague Browning, jovem oficial do exército inglês que, impressionado com o romance, quis conhecer a autora. Apaixonaram-se e casaram em 1932, passando a viver numa elegante casa de campo em Hampshire. Em Hampshire, continuou a escrever seus romances, a maioria deles best-sellers românticos que lhe trouxeram fama e fortuna.

Ao longo de sua carreira, escreveu mais de vinte obras, entre as quais se destacaram: Jamaica Inn (Uma Taberna na Jamaica), em 1936; Rebecca, em 1939, uma deliciosa história de amor e mistéio que já vendeu mais de um milhão de exemplares; The King's General (O General do Rei), em 1946; e The Parasites (Os Parasitas), em 1949, dentre outros.

Nos últimos anos de vida, deixando de lado os temas basicamente sentimentais, procurou desenvolver outros gêneros. Assim, dentro da ficção científica, escreveu o conto The Birds (Os Pássaros), onde as aves se organizam e questionam o domínio do homem sobre a natureza, e The House on the Strand (O Espião do Passado), onde utiliza o tema da viagem através do tempo.

Grande parte da sua obra foi adaptada para o cinema, principalmente pelo mestre do suspense Alfred Hitchcock, que filmou Jamaica Inn, The Birds e Rebecca, pelo qual ganhou um Oscar de melhor argumento adaptado.

Daphne du Maurier foi nomeada Dama do Império Britânico. Faleceu aos 81 anos de idade e, conforme seu desejo, foi cremada e suas cinzas foram jogadas nas colinas próximas a sua casa.

Rebecca guarda muitas semelhanças com um romance brasileiro publicado quatro anos antes: A Sucessora, de Carolina Nabuco, obscuro livro que só ganhou notoriedade por ocasião de uma adaptação em forma de telenovela exibida pela Rede Globo em 1978.

Bibliografia
Ficção
The Loving Spirit (1931)
I'll Never Be Young Again (1932)
Julius (1933)
Jamaica Inn (1936)
Rebecca (1938)
Happy Christmas (1940) (conto)
Come Wind, Come Weather (1940) (coleção de contos)
Frenchman's Creek (1941)
Hungry Hill (1943)
The Years Between (1945)
The King's General (1946)
September Tide (1948)
The Parasites (1949)
My Cousin Rachel (1951)
The Apple Tree (1952)
Mary Anne (1954)
The Scapegoat (1957)
Early Stories (1959)
The Breaking Point (1959)
Castle Dor (1961)
The Birds and Other Stories (1963) (republicação de The Apple Tree)
The Flight of the Falcon (1965)
The House on the Strand (1969)
Not After Midnight (1971) (short story collection, AKA Don't Look Now[17])
Rule Britannia (1972)
"The Rendezvous and Other Stories" (1980) (short story collection)

Não-Ficção
Gerald (1934)
The du Mauriers (1937)
The Young George du Maurier (1951)
The Infernal World of Branwell Brontë (1960)
The Glass-Blowers (1963)
Vanishing Cornwall (1967)
Golden Lads (1975)
The Winding Stairs (1976)
Growing Pains -— the Shaping of a Writer (1977)
Enchanted Cornwall (1989)

Fontes:
http://en.wikipedia.org/
http://pt.wikipedia.org/
Foto = http://www.cornwall-calling.co.uk/