sábado, 29 de março de 2008

1º Concurso Trova Une Versos (Resultado Nacional e Estadual)


Resultado Nacional

Tema Sonho

Trovas: 135
Estados / Paises Participantes:
(SP - 20) (SC - 02) (RJ - 09)

(PR - 09) (RS - 06) (PE - 04)

(PA - 01) (CE - 03) (MG - 03)
(Portugal - 09) (Argentina – 01) (USA – 01)

(França – 02)

Trova Ouro - 1º Lugar
( Miguel Russowsky - SC)
A primavera, suponho,
que tendo sonhos de amor,
faz, sim,com que cada sonho
nasça em forma de uma flor.

Trova Prata - 2º Lugar
(Regina Célia de Andrade - RJ)
Aquele que firme avança,
sem receio de fracassos,
mantém consigo a esperança
levando o sonho nos braços.

Trova Bronze - 3º Lugar
(Renata Paccola - SP)
Não há nada que retalhe
os poemas que componho,
pois cada verso é um detalhe
do tamanho do meu sonho!
---
Menção Honrosa

1ª menção honrosa
(João Paulo Ouverney - SP)
Poeta, és velho coreto
onde, na noite estrelada,
teus sonhos fazem dueto
com a voz da madrugada...

2ª menção honrosa
(Alba Christina Campos Netto - SP)
Morre o sonho, e as nossas vidas,
antes, caminhos iguais,
são duas trilhas perdidas
que não se cruzam jamais.

3ª menção honrosa
( Marina Gomes de Souza Valente - SP)
Pelas ruas, no passado,
nos realejos risonhos,
o periquito amestrado
passava vendendo sonhos.
-------------------------------
Menção Especial

1ª menção especial
(Marisa Vieira Olivaes - RS)
Se o mar da vida, tristonho,
faz meu sonho naufragar,
iço as velas de outro sonho
e outra vez volto p'ro mar!

2ª menção especial
(Renato Alves - RJ)
O sonho mais belo e ardente
da minha infância querida
virou cinzas, de repente,
nas fogueiras desta vida!

3ª menção especial
(Milton Sebastião Souza - RS)
Sonhar é o jeito mais certo
de dar um passo gigante:
o sonho traz para perto
o que parece distante.

4ª menção especial
(Domingos Freire Cardoso - PORTUGAL)
Trago um sonho pequenino
Guardado dentro do peito
Que é morar sempre um menino
Neste corpo de homem feito...


Resultado Estadual (RN)

Tema Lenda

38 Trovas Participantes

Trova Ouro - 1º Lugar:
(Ieda Lima - Caicó/RN)
O bilro, velho instrumento,
que entrelaçou tantas rendas,
tece, agora, num momento,
as rimas de minhas lendas.

Trova Prata - 2º Lugar:
(José Lucas de Barros - Caicó/RN)
Mais do que fadas e mitos,
num cernário encantador,
tenho sonhos tão bonitos,
que viram lendas de amor!

Trova Bronze - 3º Lugar
(José Lucas de Barros - Caicó/RN)
Juntei os sonhos dispersos
no chão da realidade
e pus na lenda dos versos
um poema de verdade.
________________
Menções Honrosas

1ª Menção Honrosa:
(Ademar Macedo - Natal/RN)
Arquivei na minha mente
lendas que trazem saudades,
e eu as vivo, simplesmente,
como se fossem verdades.

2ª Menção Honrosa:
(Mara Melinni de Araújo Garcia - Caicó/RN)
Tempo que reparte a vida,
faz o meu destino assim:
Vida é lenda dividida...
Parte é começo, outra é fim!

3ª Menção Honrosa
(Fabiano de Cristo Magalhães Wanderley - Natal/RN)
Confirmando as suas lendas,
por capricho, o velho mar,
cobre as areias de rendas,
quando a praia, vem beijar...
______________________
Menções Especiais

1º Menção Especial:
(Francisco Neves Macedo - Natal/RN)
Eu vou trilhando esta senda
tão difícil da poesia,
e nela quero ser lenda,
eis meu "sonho fantasia"!

2ª Menção Especial:
(Joamir Medeiros - Natal/RN)
Mesmo vencendo a contenda,
e os medos da tenra idade,
o lobisomem é a lenda
que vive em minha saudade!

3ªMenção Especial
(Paulo Roberto da Silva - Caicó/RN)
Há na mente da criança
um ideal tão fecundo,
que toda desesperança
torna-se lenda no mundo.

4ªmenção Especial
(João Medeiros - Caicó/RN)
De formas tão diferentes,
entre ritos e oferendas...
do imaginário das gentes
surgiram mitos e lendas!

Fonte:
Colaboração por e-mail de
Helio Alexandre (Natal/RN)

Izo Goldman (Trovas de quem Ama a Trova)

Izo Goldman, um dos maiores talentos trovadorescos da atualidade, no Brasil, e a maior “enciclopédia ambulante” sobre o assunto, lançou, com grande repercussão, em São Paulo, no ano passado, o seu livro “TROVAS DE QUEM AMA A TROVA”.

São 311 trovas, incluindo prólogo, etc., de um verdadeiro gênio da arte de fazer poesia em quatro versos de sete sílabas.

Eis algumas delas:
Se a gente fosse dar crédito
ao que diz a maioria,
só de "autor de livro inédito"
tinha uns mil na Academia!...

No seu biquini apertado,
Maria me deixa mudo,
pois nunca vi "tanto nada"
cobrindo, tão pouco ..."tudo"...

Marcando suas fronteiras
as bandeiras eram trapos,
e, os trapos eram bandeiras,
na Querência dos Farrapos!

Quem morreu naquela Cruz,
foi o Corpo e nada mais:
ninguém apaga uma Luz
crucificando ideais!

Quando pergunta o burrinho,
diz a mula envergonhada:
- "Tu nasceste, meu filhinho,
por causa de uma...burrada!..."

Eu sou príncipe tristonho
porque, na história real,
não há, na escada do sonho,
sapatinhos de cristal!...

Na briga que o meu cabelo,
e a careca estão travando
lamento ter que dizê-lo,
a careca está ganhando...

Com seu valor aumentado,
saudade é a restituição
do que já nos foi cobrado
pelos sonhos e a ilusão...

- " O trabalho é que enobrece!"
Dizem todos ao Raul.
E ele responde: - "Acontece,
que eu detesto sangue azul!"

A saudade não me poupa,
desenhando, fio a fio,
o perfil da tua roupa
no guarda-roupa vazio...

O teu gesto de ternura,
na minha vida sofrida,
foi um copo de água pura
matando a sede da vida! ...

Uma devota a rezar
é o que a rendeira parece,
faz da almofada um altar,
de cada renda, uma prece!

Cara cheia...Perna bamba,
ele mesmo se conforta,
olha a rua e diz: - "Caramba!"
Nunca vi rua mais torta!...

Ficou rico o Zé Maria
na seca do Juazeiro,
vendendo "fotografia
de chuva"...por "dois cruzeiro"...

Vendo alguém varrer o chão,
ele deita de comprido,
e, dá logo a explicação:
- "Quero ser...doido varrido..."

"Casamento... - alguém já disse -
é chegar à encruzilhada
onde acaba a criancice
e começa...a criançada..."

Todo "barbeiro" sustenta
que a "batida" foi assim:
-"Veio um poste a mais de oitenta,
na contra-mão, contra mim!..."

Sai do museu, braço dado
com sua sogra, o Sinfrônio:
e o guarda grita, alarmado:
- "Tão roubando o patrimônio!"

O pai da moça, que é mau,
Chega em casa e acaba o "baile"...
É que o Zé, "cara de pau",
tava namorando em..."braile"!!!

-"Vem aí um furacão!!!",
avisa a rádio, - "Cuidado!!!"
e o genro por ...precaução...
põe a sogra...no telhado!!!

Tomou Viagra...Fracasso...
Foi cobrar de quem vendeu:
- "E agora, como é que eu faço???"
- "Enterra! Que já morreu!!!"
.
Fontes:
GOLDMAN, Izo. Trovas de quem ama a trova. São Paulo: BMG, 2007.
http://www.tribunadonorte.net/edicoesanteriores/030807/cultura.htm
http://trovasecia.blogspot.com/ (capa do livro)

Trilussa (Coisas da Alta Sociedade)

Uma das fábulas mais traduzidas, de Trilussa, é a que se refere ao porco desejoso de abandonar a vida do chiqueiro e que tentou adaptar-se ao luxo nos salões da alta sociedade. A melhor dessas traduções é a da lavra de Paulo Duarte:

O PORCO

Um velho porco disse, um dia, à vaca:
– À minha vida suja vou dar fim.
Para isso, é só meter-me na casaca,
E a cartola, a luneta e o borzeguim

farão o resto. Vou para a cidade,
onde me insinuarei no alto escol,
em meio à nata e a flor da sociedade,
que isto aqui não vale um caracol.

Com tal coisa metida na cabeça,
se bem disse, melhor o porco fez.
Ao chá dançante foi, de uma condessa,
onde bebeu, dançou, falou francês.

Metendo-se no meio da alta roda,
e com ela gozando o vinho e o amor,
vários dias o porco andou na moda,
parecendo um autêntico senhor.

Mas…não se sabe que reviravolta
Houve, que regressou dias depois.
– Como? – pergunta a vaca – já de volta?
Outra vez entre porcos e entre bois?

Não se deu bem com a aristocracia?
O que vi, ninguém pode calcular,
respondeu, – pois vi tanta porcaria
que não pude por lá me acostumar.

====================================================
Trilussa (pseudônimo do fabulista romano Carlos Alberto Salustri) (Roma, 26 de outubro de 1871 — 21 de dezembro de 1950) foi muito conhecido e aplaudido em todo o mundo, principalmente no Brasil, na década de 30 do século passado. Sua ironia mordaz não poupava as vaidades e as pretensões humanas do seu tempo, evidentes e reconhecíveis sob a máscara de bichos humanos e selváticos. Advogados, magistrados, diplomatas, religiosos, políticos, governantes e governados – eram o alvo certeiro de suas sátiras bem imaginosas, escritas em dialeto romanesco, uma espécie de gíria da capital italiana.
=====================================================
Fonte:
SOUSA, Sávio Soares de. Novas fábulas de Trilussa. Seção Nozes & Vozes. in Revista Bali – ano XIX – nr 201 – novembro de 2007 – Itaocara, RJ – p.3 e 5

sexta-feira, 28 de março de 2008

Paraná em Luto

Morre presidente da Academia Paranaense
de Letras, Odilon Túlio Vargas.

O ex-deputado federal, ex-secretário de Justiça do Paraná, procurador aposentado do Estado e presidente da Academia Paranaense de Letras, Túlio Vargas, de 78 anos, morreu nesta madrugada vítima de fibrose pulmonar, no Hospital Nossa Senhora das Graças, em Curitiba, onde estava internado desde sábado.

Lauro Grein Filho, presidente em exercício da Academia Paranaense de Letras, e amigo pessoal de Túlio Vargas disse que só tem elogios à fazer. "Ele era uma pessoa muito autêntica, muito correta, muito fiel. Como político teve um comportamento educado, além de ser um amigo dileto por muitos anos", salientou Grein.

Luto oficial

O governador Roberto Requião decretou luto oficial de três dias pela morte do presidente da Academia Paranaense de Letras, Túlio Vargas. “Perco um bom amigo e o Paraná perde um paranaense ilustre, um intelectual competente, um homem sério e correto que deu grande contribuição ao Paraná contemporâneo”, disse Requião, pela assessoria de imprensa.

Vargas deixa a mulher Lílian e dois filhos. O corpo será sepultado hoje no Cemitério Parque Iguaçu.

Fontes:
http://www.atarde.com.br/
Gazeta do Povo - 27 de março de 2008.

Túlio Vargas (1929 - 2008)

Odilon Túlio Vargas nasceu em Pirai do Sul, Paraná, no dia 28 de junho de 1929. Túlio Vargas era filho do deputado Rivadavia Vargas e de Dalila Rolim Vargas, é bisneto do célebre sertanista, revolucionário e político Telêmaco Borba. Frequentou escolas do ensino fundamental em cidades do interior de São Paulo e graduou-se pela Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná (UFPR) em 1954. Depois de formado mudou-se para Maringá, Noroeste do Paraná, onde se elegeu presidente da Associação dos Advogados e fundou o partido Democrata Cristão. Foi o partido pelo qual se elegeu deputado estadual, em 1961, e se reelegeu na legislatura seguinte.

Advogado e escritor, Túlio Vargas foi deputado estadual, federal e secretário de estado. Em 1970 elegeu-se para Câmara dos Deputados, em Brasília (DF). Em 1974 foi nomeado secretário de estado de Justiça, no governo Canet Júnior, e posteriormente nos governos de Ney Braga e Hosken de Novais. Ainda na década de 70, em 1978, foi o candidato mais votado na eleição para o Senado Federal.

Ainda como político, Túlio Vargas também exerceu a presidência do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul e foi nomeado procurador-geral do estado junto ao Tribunal de Contas do Paraná, cargo em que se aposentou.

Locutor Esportivo
Tulio começou a gostar de rádio aos quinze anos de idade, quando se instalou uma emissora em Itararé, São Paulo, onde ele morava com a sua família. Aquela novidade deixou o jovem empolgado e ele começou a sonhar em ser um locutor de rádio.

Foi, no entanto, em Itapeva, uma cidade próxima onde passou a estudar, que Túlio Vargas teve suas primeiras experiências como profissional do microfone, trabalhando como locutor num serviço de alto-falante. Os serviços de alto-falantes eram muito comuns nos anos 40 e neles começaram suas carreiras outros radialistas de sucesso, entre eles Haroldo de Andrade, Vicente Mickosz, Nicolau Nader e Herrera Filho.

Vindo para Curitiba, Túlio assumiu a chefia de esportes da Rádio Clube Paranaense em abril de 1947, quando Epaminondas Santos era o proprietário da emissora e Jacinto Cunha era o Gerente. Foram seus colegas de atividade nos programas esportivos Castro Pereira, Machado Neto, Arthur de Souza, Eolo César de Oliveira, entre outros. Naquela época a Rádio Clube Paranaense apresentava seus programas de esporte apenas nos estúdios. Túlio Vargas criou uma série de inovações, lançou as transmissões externas e entrevistas nos mais variados locais, inaugurando uma nova fase na radiofonia do Paraná. Valério Hoerner Júnior, em seu livro "RÁDIO CLUBE PARANAENSE - A PIONEIRA DO PARANÁ", referindo-se a Túlio Vargas escreve:
"O primeiro jogo por ele narrado foi Coritiba X Botafogo,no Estádio Belfort Duarte, hoje Couto Pereira. Nessa época começou a ser conhecido como "o mais novo locutor esportivo".

Ainda no livro de Valério encontramos:
Como já foi dito, seu programa principal foi "Bola na Trave", em que promovia entrevistas ao vivo, especialmente geradas do Bar Stuart, ainda na esquina da rua Voluntários da Pátria com a avenida Luiz Xavier, na Praça Osório.

Túlio criou, também, um programa sindical e político, o que demonstrava, já naquela época, a sua tendência para a carreira como homem público, na qual foi brilhante.

Em 1947, recebendo tentadora proposta da recém-fundada Rádio Guairacá (hoje Iguaçu), que andava explodindo no Ibope da época, Túlio deixou a Bedois e passou a atuar na nova emissora. Na Guairacá, participou das transmissões esportivas, trabalhando com Rocha Braga, João Féder, e outros, numa fase áurea da "voz nativa da terra dos pinheirais".

Túlio Vargas, um dos pioneiros das transmissões esportivas do Rádio paranaense, foi um grande inovador. No final dos anos 40, ele introduziu na Bedois as transmissões externas de eventos esportivos em caráter contínuo. Antes dele, essas transmissões eram feitas eventualmente.

Certa vez, no começo da sua carreira, num daqueles improvisos dos quais é farta a atuação dos locutores esportivos, ele foi dar uma notícia sobre os jogadores campeões do Rio de Janeiro. Então, por distração, quando ele foi dizer CAMPEÕES CARIOCAS, o que saiu foi CAMPEÕES CARECAS. Causou surpresa, pois naquele tempo os jogadores de futebol eram cabeludos, ainda não surgira a moda de rapar a cabeça.

Durante muito tempo o Túlio Vargas teve que ouvir a gozação de seus familiares e amigos.

Vida cultural

Tulio Vargas começou a interessar-se pela pesquisa histórica há 10 anos, ao escrever uma biografia de seu bisavô materno, Telêmaco (Augusto Enéas Morocine) Borba (1840-1918), que mereceria o livro "O Indomável Republicano", transformado em calamitosa opereta e cujos prejuízos ainda se fazem sentir. Depois, Tulio pesquisou a vida do Barão do Serro Azul, Ildefonso Pereira Correia (1848-1894), cujo livro biográfico lançou antes de trocar a confortável cadeira de deputado federal pela incômoda Secretaria da Justiça.

Na área de história publicou 26 livros ao longo de sua vida, além de “A última viagem do Barão do Cerro Azul” (transformado no filme "O Preço do Paz"), “O Conselheiro Zacarias”, e “História Biográfica da República no Paraná”, entre outros.

Para escrever seus livros Tulio fez demoradas pesquisas em jornais e documentos da época, procurando levantar registros que permanecem inéditos.

Teve vários artigos publicados no jornal Gazeta do Povo e desde 1994, era presidente da Academia Paranaense de Letras, mas estava afastado, devido à fibrose pulmonar, doença com a qual conviveu por cerca de dois anos.

Em 1974 foi eleito para a cadeira No. 23 da Academia Paranaense de Letras da qual foi eleito presidente em 1994.

Fontes:
http://www.millarch.org/
http://www.ulustosa.com/

Túlio Vargas (alguns livros)

O Conselheiro Zacarias: (1815 - 1877

Jamais deixou o nobre Conselheiro
de utilizar seu mágico talento,
ao defender com garra e prazenteiro
tudo que fosse justo cem por cento.

Se alguém quisesse ser seu companheiro,
indispensável ter discernimento
a distinguir do falso o verdadeiro,
fosse qual fosse a causa, ou o evento.

O timoneiro e magistral Visconde
de São Lourenço enalteceu-lhe a fama
e frente a Cotegipe brada e exclama:

As águias que criei voam por onde
o turvo sol dos néscios mal se esconde
e a luz de Zacarias se derrama.

A Ùltima Viagem do Barão do Serro Azul

Última Viagem do Barão do Serro Azul, A Inspirado neste livro, o produtor Maurício Appel levou para as telas dos cinemas, sob o título de “O Preço da Paz”, a tragédia do Barão do Serro Azul. Libelo contra a violência, a intolerância e a perfídia, o longa-metragem recompõe a imagem fascinante do Barão em meio ao tumulto das paixões que sacudiram aqueles tempos revolucionários. Premiado no Festival de Cinema de Gramado(RS) nas categorias Júri Popular, Produção de Arte e Montagem Técnica, o filme revelou para o Brasil os grandes avanços do Paraná nesse campo, tanto na qualidade técnica ou no primoroso roteiro, quanto na temática instigante e atraente. Serro Azul foi sempre uma figura singular. A desventura aumentou-lhe aquela auréola de encantamento e brilho, que tem causado impacto em sucessivas gerações. Mártir ou herói, tanto o livro, quanto o filme, permitem uma reflexão ou uma revisão sobre o papel que ele desempenhou nessa quase lendária história de pica-paus e maragatos. Então será possível entender as causas determinantes desse drama épico que lhe arrebatou a vida.


Laertes Munhoz: o Mestre Sublime
"Ninguém melhor que o autor, advogado, homem público e historiador de escol, poderia escrever com naturalidade, precisão, beleza e sentimento sobre o grande tribuno, jurista de imensa erudição, que foi Laertes Munhoz. O retrato, que saiu da sua pena, é de assinalada profundidade psicológica. Das páginas do livro, escritas com muita afeição, surgem bem nítidos os traços inconfundíveis de quem foi orador exemplar, conferencista e advogado militante. Ouso apontar entre as circunstâncias a influir na sua decisão de escrever essa biografia, o fato de ter ouvido de primeira mão o testemunho de seu pai, deputado Rivadávia Vargas, também outro homem público de exemplar conduta parlamentar, correligionário e contemporâneo do biografado."
.
Fonte:

quarta-feira, 26 de março de 2008

Vânia Moreira Diniz

Vânia Moreira Diniz é natural do Rio de Janeiro (RJ) - 21/10.
Residente e domiciliada na cidade de Brasília-DF Escritora, Humanista e Pesquisadora, Fundou o Centro de Treinamento de Línguas em Brasília e dirigiu-o durante 10 anos. Formada em Letras com pós graduação em Educação. Palestrante nas áreas de educação, humanas e literária Colaboradora da Revista "Mirante" em Santos e "Estalo" em Belo-Horizonte

Orientadora de teses e monografias. Autora de diversas obras,

Co-autora do livro Manual da Saúde Física e Mental do Servidor Público com o tema DROGAS: Pesquisa e Contextualização.
Autora dos e-books pela e-B Maytê.
Participante de 9 antologias.
Participante da Equipe Fixa de Blocos online e colaboradora em mais de 10 sites.
Co editora da Revista virtual Poética Social.
Promotora de sites de literatura.
Co-fundadora e Co-editora do jornal/ecos- http://www.jornalecos.net.
Co-fundadora e Co-editora da Revista Honoris Causa.

Fonte:
http://sorocult.com/el/colunas.htm

Vânia Moreira Diniz (O Sonho Inesperado)

Ele estava ali a dois passos.Não poderia mais fazer mal. Eu estava gloriosamente vigorosa, em meus conceitos, corajosamente defendendo tudo que um dia pequenina, não pudera fazer. Ele estava alquebrado pela idade, pela consciência a atormentá-lo, pela solidão em que o deixara seus amigos e parentes. Seus olhos lacrimejavam cinzentos, os mesmos olhos que me apavoraram um dia, as mãos que me machucaram, o rosto que me fizera dar gritos de horror.

"Tudo era denso naquele lugar, não existiam outras pessoas, mesmo assim eu não sentia medo. Não sentia...O que conseguia divisar era uma luz e uma faixa colorida que me separava de qualquer violência. O céu estava fantasticamente azul, um lago manso e calmo, a superfície macia, sem atritos, meus pés pela primeira vez descalços caminhavam por um chão aveludado e perfeito.

"Meus olhos avistavam beleza em todas as suas formas e um pequeno palco centralizava o ambiente infinito. Com suavidade eu dançava em movimentos cadenciados e ligeiros, sentindo um aroma embriagadoramente delicioso.

"As paredes de cor suave me convidavam a uma paz harmoniosa, as flores vermelhas e amarelas, viçosas e frescas. Os frutos com o sabor delicioso jamais experimentado.

"Circunvagueei o olhar por tudo que se me apresentava , não acreditando no que via, sensibilizada de uma forma desconhecida.

"E quando olhei novamente o vi, alquebrado, abatido , debilitado tanto exterior como interiormente. E retrocedi, há muitos anos passados, eu tão pequenina, ele tão forte e cruel em seus instintos os mais descontrolados possíveis. O horror que transbordava em meu coração, a sensação de repulsa a me dominar e os gritos que ele abafava.

"Vendo-o um trapo humano senti uma pena desmedida do meu algoz , achando que nenhum ser humano merecia ficar no estado que ele se encontrava. Como se a dignidade humana, a coisa mais substancial da vida tivesse fugido completamente dele e marcado profundamente sua alma , transparecendo no físico devastado.

"Sempre que pensava nele uma náusea me dilacerava mas jamais desejei presenciar cena tão macabra e destruidora.

"Senti o contraste da minha vida, das alegrias que se apresentavam, da ternura que contornava o dia-a-dia alvissareiro que se impunha todas as manhãs, das tristezas passageiras mas que faziam parte do contexto do viver.

"E compreendi porque tinha sobrevivido daquele dia remoto da minha infância.Entendi que acima de tudo havia o sentimento verdadeiro que se impõe acima de qualquer momento de desgraça ou dor.

"E quando chegava a essa conclusão penalizada pela miséria moral, maldade, fria indiferença, vulgaridade ou violência, abri os olhos e entorpecida verifiquei que acordava de um sonho que me mostrara o subconsciente a concordar com o que eu sempre pensara: que o perdão é a mais bela forma de uma consciência tranqüilizadora.

"Senti-me intacta a submergir em minha própria alma agradecendo a força que tirei dela....

Fonte:
http://sorocult.com/el/colunas.htm

Vânia Moreira Diniz (Dia da Poesia)

Dia 14 de março, aniversário de nascimento do nosso grande poeta baiano Castro Alves e em homenagem a ele é comemorado o “Dia Nacional da poesia" e dia 21 festejamos o “Dia Mundial da Poesia”.

Nestas datas comemoramos a poesia em todos os níveis. Aquela que sai da pena dos grandes ou desconhecidos, reflete a beleza do mar, o canto dos pássaros, os espaços luminosos ou a escuridão lírica, onde os namorados fazem suas juras de amor, nas noites enluaradas em que se canta a paixão e até nos momentos lúgubres em que a alma se obscurece e subjetivamente pede socorro e anseia por ternura.

O dia da Poesia retrata a criatura, com sensações, sorrisos, meiguice, o olhar em contemplação ou o sentimento abstratamente real de quem ama. Por isso é uma data especial, em que não há exclusividade nem influência do sucesso ou fama, mas que penetra na alma universal do mais desconhecido ser humano.

Nele a natureza transcende qualquer idéia descritiva para se alojar na beleza, encantamento, fascínio que domina o universo, em suas potencialidades intrínsecas, no infinito de suas revelações e não se refere à criatura somente, mas ao planeta no sentido mais abrangente.

O dia da poesia se manifesta na criança que nasce sofrendo o oxigênio que o inunda, na simplicidade de alguém emanando eflúvios de bondade espontânea, nas crianças à procura do alimento, nos pais chorando a tristeza de não poderem resguardá-lo, na simplicidade dos gestos, ternura dos olhares, reflexos do sol aquecendo o dia ainda frio, na solicitude dos que estendem a mão universalmente e no beijo, máxima expressão de afeto e de carinho.

Nele a bondade é seu maior atributo, generosidade que chega de mansinho sem que faça ruído, solidariedade que se manifesta no aconchego amigo, vaidade que é capaz de apartar seus próprios interesses e olvidar a presença do ego exigente para se doar em transe na presença do ser humano mais próximo.

A esperança se faz realidade, o dia explode em claridade ofuscante, o horizonte chamuscado de cores e projetados pela sombra amarelada espera passos cada vez mais céleres na busca do sonhos ali abrigados e a estrada amacia os pés que a percorrem, saltitantes e ansiosos.

O dia da Poesia é único e encontra os liames da razão que ordena o minuto de paz, contorna a realidade e absorve o lirismo para que seja divulgado em letras de harmonia a todos que desejam dele se aproximar.

Nele a terra gira impondo química e sentimento enquanto o poeta compõe o que a inspiração sugere radiante em cada momento de suspense ou nos instantes que não se repetirão com a mesma força e realidade. Nele a poesia lidera onipotente e somos instrumentos, expectadores apreciando a força do mundo que naquele momento só poesia infunde.

O dia da Poesia é a conscientização da formosura, vida e alegria, das flores multicores e dos movimentos inconscientes da natureza, dos embalos inesperados, do amor surgindo, da amizade reiterando e das sensações que transmitem a sua origem.

Mas verdadeiramente não há dia específico para a poesia, porque ela existe independente de tempo e hora ou data, constantemente em todas as situações. Dias de poesia são consecutivos, plenos, absorventes e inspiram ao poeta a hora certa de transmiti-los.

Na verdade todos os dias nos levam à poesia de uma maneira ou de outra, por intermédio da natureza, do amor, da generosidade ou do carinho, do olhar de uma criança, do perdão, da compreensão, da saudade e da união de todos os seres humanos.

E nessa edição deixamos de fazer reflexões sobre o mundo e seus conturbados problemas para dirigir nosso pensamento e coração à poesia que amamos tanto porque ela é universal e a fonte de inspiração da literatura.

Fonte:
http://sorocult.com/el/colunas.htm

Yoko Oshima Franco

Yoko tem 48 anos
Possui graduação em Farmácia pela Universidade de São Paulo (1982), mestrado e doutorado em Farmacologia pela Universidade Estadual de Campinas (1997 e 2001, respectivamente). Atualmente é professor horista da Universidade Metodista de Piracicaba e professor titular da Universidade de Sorocaba (40 horas semanais). Faz parte do corpo docente permanente do Mestrado Stricto sensu em Ciências Farmacêuticas da Universidade de Sorocaba. Tem experiência na área de Farmacologia, linha de pesquisa em neurofarmacologia, com ênfase em Toxinologia (venenos ofídicos) e plantas medicinais.
Colunista do site Sorocult.com, de Sorocaba e Região.
É casada também com um farmacêutico e docente. É mãe de três filhos.

Fontes:
http://sorocult.com/el/colunas.htm
Currículo Lattes.