sexta-feira, 28 de maio de 2010

Vicência Jaguaribe (Tentativas frustradas)



Em frente ao monitor, espero.
Não preciso apontar o lápis
nem rasgar as folhas abortadas.
Espero. Espero e nada.
E, enquanto espero,
a vida estaciona e também espera.
Espero. Espero e nada.
Inspeciono os cabos, muitos.
Malditos cabos! Embaralhados.
Estão eles embaralhados ou
embaralhadas estão minhas idéias?
Espero. Espero e nada.
Será o provedor fora do ar
ou fora do ar estão meus pensamentos?
Espero. Espero e nada.
Pane no sistema.
Enganado por um cavalo de Tróia
... ou por um burrico da caatinga?
Talvez a pane esteja não no sistema
Mas em meus sentimentos.
Espero. Espero e nada.
Travado. Travado o mouse. Travado o teclado.
Sistema operacional corrompido
ou meu raciocínio atacado por um vírus do momento?
De repente, sem mais nem por que, quando já desistia:
- Programa não responde. Reinicie a máquina.
Finalizado o procedimento, eis que
o computador está pronto. Perfeito. Olha-me o monitor.
Está a provocar-me com seu olho imenso e leitoso.
Tento. Tento e nada.
Não adianta. A razão é mais do que simples. É simplória.
Pode-se reiniciar um programa.
Pode-se até reiniciar idéias, sentimentos,
pensamentos e raciocínio.

Mas... a vida? Pena! Não se pode reiniciar a vida.

Fontes:
Colaboração da Autora

A. A. de Assis (A Língua da Gente) Parte 9



8. Fobias e logias

FOBIA (angústia, aversão, mal-estar, medo mórbido, pavor) – acrofobia (mal-estar em lugares altos); agorafobia (mal-estar em espaços muito largos e descobertos, como as grandes praças); ailourofobia (medo de gato); algofobia (medo da dor); androfobia ( aversão ao homem, ao sexo masculino); aracnofobia (medo de aranha); brontofobia (medo de trovão); cinofobia (medo de cachorro); claustrofobia (mal-estar em lugares apertados); ergofobia (aversão ao trabalho); fotofobia (aversão à luz); gefirofobia (medo de atravessar pontes) gimnofobia (pavor diante de pessoas nuas); ginecofobia (aversão à mulher, ao sexo feminino); hematofobia (pavor na presença de sangue); hidrofobia (aversão à água, sintoma apresentado pelo cão raivoso); hipnofobia (medo de dormir); lactofobia (aversão a leite); maieusofobia (medo do parto); necrofobia (pavor na presença de pessoas mortas); nictofobia (medo da escuridão); nosofobia (medo de ficar doente); oclofobia (mal-estar em meio a uma multidão); pirofobia (medo de fogo); sismofobia (medo de terremoto); tanatofobia (medo de morrer); tassalofobia (medo do mar); triquedecofobia (medo do número 13); xenofobia (aversão ao estrangeiro).

LOGIA (ciência, estudo) – [colocamos entre parênteses o objeto de cada ciência ou campo de estudo] – alergologia (alergias); andrologia (doenças masculinas); angiologia (vasos, veias); anemologia (ventos); antropologia (ser humano); aritmologia (números, grandezas); arqueologia (documentos e objetos antigos); biologia (seres vivos); bromatologia (alimentos); cardiologia (coração); carpologia (frutos); cinologia (cães); citologia (célula); cosmologia (universo); cronologia (divisão do tempo, datas históricas); dermatologia (pele); ecologia (ambiente); endocrinologia (glândulas de secreção interna); enologia (vinho); enterologia (intestinos); entomologia (insetos); esplenologia (baço); estomatologia (boca); etimologia (origem das palavras); etnologia (aspectos culturais dos povos); etologia (costumes); fitologia (plantas); fonologia (som, voz); gastrologia (estômago); geologia (origem, formação e transformações do globo terrestre); gerontologia (doenças de idosos); ginecologia (doenças privativas das mulheres); glossologia ou glotologia (línguagem); hagiologia (santos, coisas sagradas); hematologia (sangue); hepatologia (fígado); histologia (tecidos); iconologia (imagens, figuras alegóricas); ictiologia (peixes); limnologia (lagos, lagoas); litologia (pedra, rocha); mastologia (glândulas mamárias); mastozoologia (mamíferos); microbiologia (micróbios); mitologia (fábulas, lendas, mitos); morfologia (formas); nefrologia (rins); neonatologia (recém-nascidos); neurologia (nervos); oftalmologia (olhos); oncologia (tumores); oologia (ovos); ornitologia (pássaros); orologia (montanhas); osteologia (ossos); otologia (ouvido); paleontologia (fósseis, seres antigos); patologia (anormalidades, doenças); psicologia (mente); pneumatologia (anjos, espíritos); pneumologia (pulmões); potamologia (rios); rinologia (nariz); semiologia (significado); sismologia (tremores de terra); somatologia (corpo humano); teologia (Deus); traumatologia (ferimentos, lesões); urologia (órgãos das vias urinárias); zoologia (animais).
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Fonte:
A. A. de Assis. A Língua da Gente. Maringá: Edição do Autor, 201

Folclore Portugues : Distrito de Viseu (Lenda dos Távoras)



A tradição diz que os irmãos D. Tedo e D. Rausendo, os protagonistas desta lenda, que se terá passado em 1037, eram descendentes de Ramiro II de Leão. Os corajosos irmãos já há muito tempo tentavam tomar o castelo de Paredes da Beira que estava na posse do emir mouro de Lamego, sem qualquer sucesso. Mas um dia, esgotados todos os outros recursos, D. Tedo e D. Rausendo decidiram usar a astúcia para conseguirem apoderar-se da fortaleza.

Numa manhã do dia de S. João em que os mouros saíam habitualmente do castelo para se banharem nas águas do Távora, os dois irmãos e o seu exército disfarçados de mouros prepararam uma emboscada e entraram no castelo, matando a maior parte mouros que lá tinham ficado.

Avisados por alguns mouros que tinham conseguido fugir do assalto, os mouros que festejavam no rio prepararam-se para voltar ao castelo quando foram atacados no rio por D. Tedo e os seus guerreiros que os dizimaram a todos. O vale do rio onde se travou a sangrenta luta ficou a ser chamado por Vale D'Amil em lembrança dos mouros que tinham sido mortos aos mil. A lenda diz que os dois irmãos tomaram a partir da batalha o apelido de Távora, em memória do rio onde se tinha desenrolado a vitória, e adoptaram nas suas armas um golfinho sobre as ondas simbolizando D. Tedo que com o seu cavalo tinha vencido os Mouros nas águas do rio.

Fonte:
http://lendasdeportugal.no.sapo.pt/

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Jorge Saraiva Anastácio (Poemas Escolhidos)


SEM ÁRVORES, NÃO HÁ VIDA!

Não sejas ingrato, indelicado e arrogante,
Quando deparares, na estrada, com as árvores viçosas.
Inclina-te diante delas, com honras respeitosas,
Pois estás na presença de figuras prestativas.

Deves defendê-las contra as mãos adversas e nocivas,
Preservando-as, para que elas cumpram suas tarefas,
Em favor do planeta e da humanidade pueril e imatura.
Elas são fontes de ar puro e de sombra aconchegante,
E de frutas saborosas e de produtos medicinais de cura.

Como serviçais da rica e pródiga natureza viva,
Elas fornecem clorofila, madeira, papel e perfumes,
E alimentos para os animais, pássaros, aves, mobiliário e esquifes,
Regulando o regime dos ventos e nutrindo os lençois freáticos,
Que geram as nascentes e os rios, borbulhantes e formosos.

As prestimosas árvores conservam a opulenta biodiversidade
Causando ornamentação das vias públicas e dos jardins floridos,
E sendo alvo de admiração do transeunte, observador vivido,
Benefícios estes que não restringem, apenas, aos termos destes versos,
Mantendo, sobretudo, a vida deste planeta tão maltratado.

Repele as ações dos vândalos, demolidores de matas e florestas,
E ajuda a transformar o planeta num paraíso verdejante,
Plantando árvores e promovendo o reflorestamento das mudas,
Para que a Terra não se converta em um deserto escaldante,
Com ausência total de vida física, como ocorreu em Vênus e Marte,
Exatamente por restar neles somente um cenário de tristeza e morte.

EM DEFESA DA VELHICE HONRADA

Alguns julgam que a velhice é uma fase sem retorno de vida,
Que o idoso perdeu sua existência e seu tempo precioso,
Não merecendo mais atenção, carinho e calor humano,
Devendo, por isso, ser tratado com indiferença ou desprezo,
Porque os tempos, de hoje, não oferecem mais vez para o idoso,
E os tempos passados não levam mais em conta no calendário.

Fazendo juízo argucioso e irrefletido sobre o invejado idoso,
Alegam que ele é um forte concorrente na disputa de emprego,
Por ter exercido sua profissão, nos tempos passados,
Revelando-se nela um cidadão dedicado, eficiente e atencioso,
Pois a senilidade é um tesouro de conhecimentos adquiridos,
No transcorrer dos longos anos exercidos no trabalho.

O idoso é portador de sabedoria, oriunda do sofrimento,
Cujas cicatrizes estão estampadas em seus olhos esmorecidos,
Em sua face macerada de uma velhice insegura, sem nada ter.
Hoje, ostenta pernas trôpegas, enfraquecidas e arqueadas,
Mãos trêmulas, corpo fraco, cambaleado e pele enrugada,
Trazendo cabelos nevados, como a brancura das geleiras,
E vivendo sempre privado do necessário para sobreviver.

O idoso é merecedor de amor, amizade, atenção e amparo,
Pois já cumpriu sua meta de trabalho, com mérito e honra,
Em um mundo de provas, decepções, ilusões e injustiça,
Agora, ele somente busca uma vida de fé, condigna e tranquila,
Num ambiente de um lar, onde haja amor recíproco e respeito.
De tudo resta um lembrete aos que vivem de censura impiedosa:-
Se alguém discrimina, hoje, com irreverência, qualquer idoso,
No amanhã, será também vítima do aguilhão do preconceito.

A MÁSCARA DAS GUERRAS

Ah, as guerras! Os intermináveis conflitos armados,
Desde os primórdios do mundo até os tempos atuais,
São crueis carnificinas, hediondas hecatombes de vidas,
Alimentadas pela estupidez e brutalidade humana,
E pela evidência da arrogância e prepotência bestial,
E pela carência espiritual da civilização e ausência de Deus.

Ah, as guerras! Elas teem extinguido vidas em excesso,
Haja vista a Primeira Grande Guerra: 13 milhões de vítimas,
E a Segunda Grande Guerra: 46 milhões de mortos e feridos,
Seguido por um cenário horrendo de destruições ou de ruínas,
De cidades, construções e de dívidas incalculáveis,
Certamente, herança exclusiva da crosta do planeta Terra.

Ah, as guerras! Sob qualquer nome que queiram denominar,
Só atestam o tamanho da brutalidade da ação do homem,
De crassa ignorância e de doentia superioridade de domínio,
Mostrando a marca sórdida da barbárie de seus atos impensados,
Sob o pretexto de guerra justa ou ato de legítima defesa,
A fim de legitimar sua conduta perante a comunidade internacional.

Ah, as guerras! Causadoras de milhões de vidas inocentes exterminadas,
De ruínas tão bem visíveis na área ou no campo econômico e social,
Trazem ainda, como consequência, fome, miséria e destruição de famílias,
Restando um quadro trágico, o de ter que se reparar o dano causado,
Mas o sonho real é de que, um dia, elas serão abolidas do orbe terreno,
Por haver despertado uma nova humanidade de refinada espiritualidade.

A GRALHA AZUL DO PARANÁ

Nas matas verdejantes do rico Estado do Paraná,
Vicejam abundantes e esbeltos pinheiros,
De onde surgem gralhas azuis em bandos e barulhentas,
Sobressaindo pelo seu canto agudo ou estridente,
E empoleiradas em galhos de magníficos arvoredos,
Que seduzem os olhos dos poetas e observadores.

Esses pássaros de plumagem azul, cabeça e topete negros,
Que apreciam, deveras, o pinhão rijo e saboroso,
Vão disseminando os pinheiros por matas e por campos,
Com o martelar da casca do fruto até em redução de pedaço,
Que caem no solo, germinando um novo e vistoso pinheiro,
Colaborando com o ecossistema e com a lei do reflorestamento.

As gralhas que saciam a fome dos que prezam o fruto delicioso,
São inconscientes ecologistas e embelezadoras da natureza.
Elas são recompensadas pela mente interesseira dos homens,
Que exterminam pelas balas de chumbo dos lavradores,
E abatem os pinheirais com o corte impiedoso do machado,
Quando acionado pela mão criminosa da criatura humana.

Fonte:
Colaboração do Autor.

Jorge Saraiva Anastácio (1934)


Nascido em Rio Pomba, Minas Gerais, em 27 de maio de 1934.

Professor Universitário da UFJF, aposentado, Advogado militante em comarcas mineiras.

Contista, cronista, historiador, articulista e poeta.

Membro de entidades lítero-culturais, dentre as quais o Instituto Histórico Geográfico de Juiz de Fora/MG; Associação dos Escritores do Amazonas (ASSEAM); Ordem Brasileira dos Poetas e Poetisas Sonetistas (OBRAPS- Camaçari/Bahia); International “Writers and Artists Association”, de Bluffton/USA; “Membro Emérito” da Academia de Ciências e Letras de Conselheiro Lafaiete/MG; Academia de Letras da Manchester Mineira; Academia de Poetas e Prosadores de Minas Gerais e Academia Brasileira de Estudos e Pesquisas Literárias, de Brasília/DF.

Participa de várias antologias nacionais e estrangeiras. É Verbete no Directory Of International Writers and Artists,” de Bluffton/USA (1999) e do Dicionário Bibliográfico de Escritores Brasileiros Contemporâneos, Adrião Neto (1998).

É possuidor de diversas medalhas de ouro, prata e bronze; destaque especial; certificados e de outros títulos honoríficos, conferidos por entidades literárias, por trabalhos literários em prova e verso.

Fonte:
Colaboração do Autor.

A. A. de Assis (A Língua da Gente) Parte 8


7. Somos todos poliglotas

Como refletimos anteriormente, falamos latim (argentífero, sericígeno); falamos também grego (idiossincrasia, prosopopeia); mas não somente grego e latim. Quem fala português fala ao mesmo tempo numerosas outras línguas. Vamos conferir.

Sabemos que o latim trazido pelos romanos para a península Ibérica (Espanha e Portugal) misturou-se ali com outras línguas, de outros povos. Dessa forma o vocabulário foi crescendo, e até hoje repetimos palavras que os nossos ancestrais aprenderam com os iberos (arroio, baía, barro, cama, sapo); com os celtas (cabana, caminho, cerveja, lança, légua); com os fenícios (barca, malha, mapa, mata, saco); com os germânicos (burgo, estribo, feudo, roupa, sabão). Dos árabes herdamos quase mil palavras (açúcar, aldeia, alface, álgebra, almofada, arroz, azeite, café, ciranda, enxaqueca, fulano, girafa, harém, jarra, marfim, oxalá, rima, sultão, xerife, zênite...).

De várias outras línguas tomamos por empréstimo (e não devolvemos) um punhado de palavras, das quais daremos a seguir pequena amostra. Do espanhol: apetrecho, baunilha, pandeiro, pimpolho, realejo; do francês: aprendiz, bilhete, etiqueta, paisagem, restaurante; do inglês: bife, cheque, esporte, túnel, uísque; do italiano: aquarela, camarim, confete, piano, talharim; do alemão: cãimbra, esgrima, folclore, harpa, valsa; do russo: czar, escorbuto, estepe, rublo, vodca; do persa: azul, bazar, jasmim, quiosque, turbante; do turco: caviar, iogurte, odalisca, paxá, sandália; do japonês: biombo, haicai, iquebana, quimono, saquê.

No Brasil, a língua portuguesa enriqueceu-se mais ainda, ao incorporar a preciosa contribuição indígena e africana. Com os africanos aprendemos palavras fortemente expressivas, tais como acarajé, agogô, angu, banguê, banguela, baobá, batuque, berimbau, caçula, cafundó, cafuné, caruru, caxambu, caxinguelê, dendê, fubá, jiló, marimbondo, maxixe, molambo, moleque, moringa, quilombo, quitute, tutu, vatapá. Os índios, por sua vez, nos deram de presente palavras que parecem música: araçá, caju, canoa, capim, carijó, cipó, cucuia, curió, embira, garapa, gaturamo, goiaba, guaraná, ingá, ipê, jabuticaba, jirau, jenipapo, jerimum, juriti, jururu, macaxera, mingau, mirim, mocotó, peroba, piaba, pipoca, piracema, pirão, pitanga, sabiá, saci, xará...

Mas o vocabulário não cessa nunca de crescer. A todo instante aparece alguma coisa nova, e tudo o que surge no mundo precisa ganhar um nome.

Fonte:
A. A. de Assis. A Língua da Gente. Maringá: Edição do Autor, 2010

III Feira Catarinense do Livro


A noite de segunda-feira (24) será de homenagens no espaço cultural da Feira Catarinense do Livro. Está agendada para as 18h30, solenidade de entrega do Prêmio Amigo do Livro, uma iniciativa da Câmara Catarinense do Livro criada para evidenciar o trabalho de pessoas e entidades voltado para a difusão da literatura catarinense e acesso à leitura. “A homenagem destaca o apoio que a CCL vem recebendo destes parceiros para a propagação da cultura literária catarinense. São apostadores, propagadores e comunicadores em prol da leitura”, afirma o presidente da CCL, Salézio Costa,

Os homenageados da noite são:
o desembargador e presidente do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, José Trindade dos Santos (Patrono),
escritor e desembargador Lédio Rosa de Andrade (Medalha do Mérito Escritor “Cruz e Sousa”,
advogado e presidente da CAASC Diogo Nicolau Pitsica (Medalha do Mérito Editor “Odilon Lunardelli),
livreiro da Casa do Saber Círio Vandresen (Medalha do Mérito Livreiro “Dikson Colombo”),
a UFSC será a Universidade Homenageada,
o jornalista Mario Motta recebe o prêmio Amigo do Livro e
o Governo do Estado de Santa Catarina destaque como Grande Incentivador da Literatura e Cultura Catarinense.

A III Feira Catarinense do Livro vai até o dia 2 de junho, no Largo da Alfândega em Florianópolis. Horário de funcionamento de segunda a sábado, das 9h às 20h. Aos domingos, das 13h às 20h. A entrada é franca.

Visitação – Os primeiros dias da feira surpreenderam a equipe de organização. Estima-se que passaram pelo Largo da Alfândega mais de 10 mil pessoas. A procura por livros infantis é grande, e nos estandes as opções são variadas para a criançada. Os preços também ajudam, por lá podem ser encontrados livros a partir de três reais. Os best sellers, muitos com descontos especiais, atraem os leitores que não dispensam boa literatura. O estande do Escritores da Ilha é o mais movimentado, e a agenda de sessão de autógrafos é intensa. As vendas de publicações catarinenses são animadoras, e até o final da feira, a expectativa é das melhores. Acompanhe a programação cultural no site www.cclivro.org.br

Dia 24/05 – segunda-feira

13 horas - Milka Plaza – contação de histórias
Sônia Ripoll – lançamenrto
Diálogo teatral com o convidado Lino

17 horas - Rudny Otto – lançamento
João Sergio Sell – lançamento

18h30 - Cerimonial de Homenagens

Dia 25/05 – terça-feira

10 horas - Inês Carmelita –sessão de autógrafos
contação de histórias infantil

14 horas - Inês Carmelita – sessão de autógrafos
contação de histórias infantil
Maria do Carmo Tridapalli – lançamento

15 horas - Recital pessoal da ALIFLOR – Associação Literária de Florianópolis

18 horas - Julião Goulart recital com declamação e canto, acompanhado de sax e
violão

Leno Saraiva Caldas – lançamento

Dia 26/05 – quarta-feira

12 horas - Odete Gonçalves – sessão de autógrafos

14 horas - Miriam Ramoniga – sessão de autógrafos
contação de histórias

15 horas - Danilo Aurich - lançamento

18 horas - Julião Goulart – recital com declamação acompanhado de sax e violão

Dia 27/05 – quinta-feira

10 horas - Dr. Lédio Costa de Andrade – sessão de autógrafos

14 horas - Vera Sônia Migliorini - lançamento

17 horas - Ubaldo César Balthazar – sessão de autógrafos

Dia 28/05 – sexta-feira

16 horas - Dulce Magalhães e Iradj Roberto e Eghrari – sessão de autógrafos

17 horas - Recital dos Associados Cronistas, Poetas e Contistas Catarinense - ACPCC

18 horas - Apresentação de músicas e poemas pelos alunos da Escola Fun Way
Zeni de Oliveira

Dia 29/05 – sábado

14 horas - Renata Kummer – lançamento

15 horas - Luiz Carlos Amorim – lançamento

16 horas - Milka Plaza e Cia. de Teatro Letras no Jardim
contação de histórias e dança

Fonte:
Delasnieve Daspet

Ialmar Pio Schneider (Soneto ao Dia do Datilógrafo – 24.05)


Quando saí de casa pra estudar
O curso ginasial que não havia,
Naqueles velhos tempos, no lugar
Em que nasci... Ó quanta nostalgia !

Levava tanto afã de triunfar
E com pouco dinheiro viveria...
Mas já portava, então, a me orgulhar,
Meu Diploma de Datilografia.

Hoje leio, saudoso, no jornal,
Pra minha vida muito especial,
Dia do Datilógrafo... Temática

Recordação ainda – que momento! –
A relembrar com tanto sentimento, –
A freirinha ensinando a bater máquina !

Tristeza, Porto Alegre, RS, 24.05.2010

Fontes:
Colaboração da autora.

domingo, 23 de maio de 2010

José Feldman (A Locomotiva da Vida)


A locomotiva corre
Corre que corre
Corre que corre.

Corre levando a gente
Corre trazendo a gente
E a gente corre e corre
Neste leva-e-traz.

A locomotiva corre e apita
Corre e apita
Corre e apita.

Apita o início do jogo,
Apita a voz de comando
Apita a batalha da vida
Apita a vida passando.

A locomotiva corre e pára
Corre e pára
Corre e pára.

Pára na estação
Pára na carga e descarga
De meus momentos de indecisão.

Vai que vai
Vou que vou
Fico que fico.

E a locomotiva apita
E ela corre que corre
E lá vai ela
E lá vou eu!

Corre que corre,
Corre que corre,
Corre que corre…

Fonte:
Imagem = http://web.ist.utl.pt/

A. A. de Assis (A Língua da Gente) Parte 7

6. Nossos dois latins

Como foi dito, falamos ainda latim; modificado a ponto de mudar de nome (passou a chamar-se português), mas sempre latim. E não apenas um, senão dois latins: o vulgar e o erudito (ou clássico). O vulgar veio com os romanos, quando invadiram a península Ibérica (Espanha e Portugal); o erudito “ressuscitou” durante a Renascença (séculos 15 e 16), quando as pessoas cultas voltaram a ler os clássicos da Antiguidade greco-romana: Aristóteles, Platão, Cícero, Virgílio... O vulgar chegou até nós pela boca do povo; o erudito pela escola e pelos livros.

No século 16, em Portugal, a boca do povo já havia “mastigado” o latim, simplificando-o e o ajustando ao sotaque local. Mas os eruditos da época, entre os quais o máximo poeta Luís de Camões, animados pela moda renascentista, decidiram ir de novo à fonte e de lá trouxeram, renascido, e em sua mais esmerada forma, o vocabulário clássico. Assim, cadeira voltou a ser cátedra, inteiro voltou a ser íntegro, mancha voltou a ser mácula, e por aí afora.

O povo fala mais do que escreve; o erudito escreve mais do que fala, ou tanto quanto. Na fala a língua se modifica muito mais rapidamente do que na escrita. Ou talvez até mais sabiamente, porque se guia pelas preferências do aparelho fonador (mestre em “lei do menor esforço”). Por exemplo: o erudito se delicia com as proparoxítonas – diz álacre; o povo acha mais fácil e mais bonito dizer alegre. Como supunha Gilberto Amado: se tivesse permanecido por mais tempo na boca do povo (sem a interferência dos clássicos), a língua portuguesa teria ficado inteiramente livre das proparoxítonas, tal como aconteceu com o francês. Abóbora seria abobra, chácara seria chacra, córrego seria corgo...

Por obra e arte desses dois canais de entrada do latim em nossa vida, acabamos formando uma língua ao mesmo tempo nobre e plebeia. Por via plebeia, escutamos; por via nobre, auscultamos. O povo diz chama; o erudito diz flama. Um diz cheio, outro diz pleno; um diz redondo, outro rotundo; um diz livrar, outro liberar...

Curioso também é observar que os substantivos (porque usados com maior frequência) mudaram mais que os adjetivos: do latim ecclesia temos em português o substantivo igreja, mas o adjetivo é eclesial; o substantivo é bispo, mas o adjetivo é episcopal (de episcopus). Do mesmo modo: cabelo e capilar (capillus); chumbo e plúmbeo (plumbum); chuva e pluvial (pluvia); dedo e digital (digitus); eixo e axial (axis); grau e gradual (gradus); ilha e insular (insula); mão e manual (manus); olho e ocular (oculus); orelha e auricular (auricula); pai e paterno (pater); perigo e periculoso (periculum); raiz e radical (radix); umbigo e umbilical (umbilicus)...

Fonte:
A. A. de Assis. A Língua da Gente. Maringá: Edição do Autor, 2010