quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Machado de Assis (Análise dos Contos de “Várias Histórias”: 9. O Enfermeiro)



Análise realizada pelo Prof. Bartolomeu Amâncio da Silva. Bacharel em Letras, pela USP, professor de literatura da rede Objetivo (colégios e cursos pré-vestibular).
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Leia o conto na íntegra em http://singrandohorizontes.blogspot.com/2008/02/machado-de-assis-o-enfermeiro.html
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O conto O Enfermeiro está, certamente, entre os melhores contos de Machado de Assis. Narrado em primeira pessoa a um interlocutor imaginário, é a história do último enfermeiro do rabugento coronel Felisberto, que esgana seu indócil paciente.

Sofre o drama de consciência, intensificado pela herança do pecúlio do velho, mas a culpa arrefece quando se vê reconhecido por sua dedicação extrema. São todos exemplos maduros do realismo machadiano.

O narrador nos relata a história de uma vez em que tinha ido trabalhar como enfermeiro para um riquíssimo senhor de nome Felisberto. Era tão rico quanto ranheta, o que havia motivado os inúmeros pedidos de demissão de enfermeiros anteriores. Por causa disso, o narrador é tratado pelo padre da pequena cidade interior em que estão com toda a atenção, já que é quase a última esperança.

Corre a seu favor o fato de o senhor estar muito doente e, portanto, à beira da morte. Por sorte, o protagonista se mostra como o mais paciente que já havia sido contratado, o que angaria alguma simpatia do velho. Mas a lua-de-mel durou pouco tempo: logo o doente mostrou o seu gênio e começou a tratar rispidamente o enfermeiro. De primeira, agüentou, até que atingiu seu limite e pediu demissão. Surpreendentemente, o oponente amansou, pedindo desculpa e confessando que esperava do enfermeiro tolerância para o seu gênio de rabugento. As pazes voltaram, mas por pouco tempo. A tortura retoma, até o momento em que o idoso atira uma vasilha d’água que acerta a cabeça do enfermeiro. Este, cego com a dor, voa sobre o velho, terminando por matá-lo esganado.

Começa então o processo mais interessante do conto. O narrador remói-se de remorso, mas começa a arranjar desculpas em sua mente para arejar sua consciência (trata-se de uma temática muito comum em Machado de Assis. Em Memórias Póstumas de Brás Cubas ela já havia aparecido, num capítulo em que o narrador a metaforizava. Quando fazemos coisas erradas, é como se nossa consciência ficasse numa casa sufocada, com todas as portas e janelas fechadas. Então inventamos desculpas, muitas vezes nos enganamos mesmo, lembramos de outros fatos, como se fosse possível, por meio de uma boa ação, real ou inventada, compensarmos falhas, ou seja, abrir a janela da casa e arejar a consciência): o velho tinha um aneurisma em estágio terminal que iria estourar a qualquer hora mesmo. No entanto, para complicar sua situação, quase que como uma ironia, o testamento do velho declara que o enfermeiro era o único herdeiro. O protagonista mergulha num conflito interior, que pensa eliminar doando a fortuna. É mais uma maneira de tentar arejar a consciência.

A partir de então começa o processo mais interessante do conto. Quando as pessoas vêm elogiar sua paciência com um velho tão insuportável, resolve elogiá-lo o máximo possível em público, como maneira de ocultar para a opinião alheia todo vestígio do crime. O pior é que acaba até se iludindo, eliminando de toda a sua consciência qualquer resto de crise. Nem sequer se livra, pois, da herança. Chega a fazer doações, como recurso de, digamos, “arejamento de consciência”. Fica, portanto, a idéia de que muitas vezes o universo de valores internos (o enfermeiro foi criminoso ao assassinar Felisberto) não corresponde ao de valores externos (uma cidade inteira o elogia pela paciência e dedicação a um velho rabugento). E o mais incrível é que, mesmo sabendo do seu próprio universo interno e, portanto, da verdade, o narrador ilude a si mesmo. A literatura machadiana encara esse processo como comum no ser humano.
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Continua… Análise do Conto “O Diplomático”
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Fonte:
http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/analises_completas/v/varias_historias

Projeto “ Literatura Por Aí”


Apresentamos a todos o Projeto “ Literatura Por Aí”, desenvolvido pela União Cultural Internacional. Esta ação tem, em seu princípio, os seguintes objetivos:

1) Estimular a prática literária, através da valorização e divulgação das obras literárias de autoria dos escritores membros da UC;

2) Criar um banco de dados detalhado destas obras, e disponibilizá-lo aos membros da UC através de mensagens eletrônicas (e-mail);

3) Incentivar a venda destas obras entre os próprios membros da UC.

A dinâmica de organização e divulgação do Projeto será:

1) Os autores interessados em divulgar suas obras no Projeto devem comunicar seu interesse para o e-mail movimentouniaocultural@gmail.com ;

2) O autor deve enviar, também por e-mail, os seguintes dados:

2.1) Nome do livro;
2.2) Categoria (prosa ou verso);
2.3) Ano da publicação;
2.4) Editora e número de páginas;
2.5) Foto da capa (não-obrigatório);
2.6) Biografia do Autor (máximo 5 linhas);
2.7) Preço.

3) Semanalmente, este Banco de Dados será enviado a todos os membros componentes da UC, contando todas as obras que encontram-se disponíveis para compra;

4) O interessado em adquirir a obra deverá manifestar-se junto á própria UC, que por sua vez encaminhará o pedido ao Autor, encerrando por aí sua participação como intermediária no contato;

5) Finda a negociação entre o Leitor e o Autor, este deverá comunicar á UC do término do processo. À UC caberá registrar a operação.

Observações:

1) À União Cultural não caberá qualquer tipo de comissão ou ônus financeiro advindos da negociação Autor-Leitor, dado tratar-se de entidade sem fins lucrativos cujos estatutos privilegiam, prioritariamente, a promoção do desenvolvimento intelectual e moral dos seus componentes e a disseminação da Paz entre os homens;

2) A União Cultural não se responsabilizará pelas conseqüências advindas desta iniciativa (Projeto Literatura Por Aí), no que diz respeito a eventuais inadimplências ou falhas na entrega das obras adquiridas, uma vez que atua somente como elemento gerador e organizador da ação.

Contamos com a participação de todos para a consolidação e viabilização desta iniciativa.

Benilson Toniolo
Membro do Conselho Nacional – Brasil –
do Movimento União Cultural Internacional
e-mail - movimentouniaocultural@gmail.com


Imagem = http://www.gazetadopovo.com.br/

Humberto Rodrigues Neto (Sonetos Avulsos)


CONTRA-SENSO

Quem dera, oh... Deus, o ser humano fosse
mais fraternal e mais cristão, de sorte
que não herdasse o instinto de Mavorte,
contrário à vida, que é tão bela e doce!

Quanta alma pura fez de Ti o suporte,
e ao mal que nos judia contrapôs-se!
Quanta alma vil, de Ti distante, pôs-se
a criar engenhos de tortura e morte!

Estranha grei de gênios e estafermos,
num conúbio de crentes com pagãos,
eis o que é o homem nos exatos termos!

Sujeito a instintos nobres ou malsãos,
concebe a Ciência pra salvar enfermos
e inventa a Guerra pra matar os sãos!

MIGALHAS

Que mais desejas, afinal, que eu faça
pra ter por meu o que de ti não tenho,
se já cansado estou com tanto empenho
de haurir de ti a mais suprema graça?

Há quanto tempo mendigando eu venho
um pouco mais que esta ventura escassa!
Do amor apenas pingos pões-me à taça
que eu sorvo ao jugo de pesado lenho!

Somente a um outro, nas liriais toalhas
da mesa de Eros serves tua paixão,
mesa em que, pródiga, teus bens espalhas!

E ali enjeitado, a farejar o chão,
o meu amor vive a lamber migalhas
que tu lhe atiras qual se fora a um cão!

Fonte:
Pedro Ornellas

Emooby (Editora Portuguesa de E-books)


É com imensa satisfação que comunicamos a criação da EMOOBY, a mais nova e moderna editora Portuguesa.

O nosso escritório situa-se na ilha da Madeira, na morada acima mencionada.

A EMOOBY, é uma editora digital, onde as publicações, edições, serão efectuadas numa plataforma digital, contendo um vasto e diversificado catálogo editorial, reunindo inúmeros autores nacionais e internacionais. Nosso objectivo é utilizar os avançados meios de comunicação como a internet, telemóveis de ultima geração para assim expandir e promover a literatura na sua máxima expressão, a edição de livros, como também proporcionar a todos os autores e escritores maior facilidade e rentabilidade na edição das suas obras.

A criação da EMOOBY vai ao encontro das novas tecnologias e do futuro, das novas plataformas digitais, abrangendo assim um vasto publico. Com a criação da internet, o mundo tornou-se mais informatizado, podendo e devendo ser explorado nas mais variadas formas, na sequência desta informatização e com o numero infinito de utilizadores que poderão usufruir das publicações da EMOOBY. Com uma via de comunicação tão vasta e acessível a todos, devemos utiliza-la para também informatizar e reeducar os novos leitores e as novas gerações. Cada vez mais os jovens estudam em plataformas digitais, devendo as varias entidades reestruturarem-se de forma a tirar o melhor partido desta informatização.

Um estudo recente vem revelar que podem ser precisamente as novas tecnologias que voltem atrair os mais novos para os livros, sendo um incentivo para as crianças regressarem à leitura. Das crianças inquiridas, 57 por cento disseram até leriam um livro, se fosse no e-reader. Um terço das crianças disse mesmo que até leriam mais se tivessem leitores digitais. E a prova de que as tecnologias estão atrair os mais novos aos livros é que 66 por cento dos inquiridos disse que continuaria a ler livros impressos, mesmo que tivesse um leitor digital.

Por isso apostando nas novas tecnologias pode-se considerar que os e-books podem ter um importante papel educacional.

A editora EMOOBY terá ao seu dispor :

• Maior facilidade na edição das obras literárias
• Maior rentabilidade nas vendas e as melhores estratégias de promoção das obras
• Tradução em vários idiomas e de excelente qualidade
• Campanhas para fomentar e incentivar o hábito pela leitura

A EMOOBY se define como editora digital porque publicaremos livros em formato virtual através de processos digitais que logo podem ser armazenados e lidos a partir da rede e descarregados para o computador de uma maneira simples e rápida, assim oferecendo uma excelente oportunidade para incluir ligações a Internet, gráficos e hipertexto (o que faz desta plataforma a escolha ideal para edição de obras e textos de grande referencia .

Com tecnologia de ponta, a implementação e posterior manutenção do banco de livros contará com os devidos processos de digitalização das obras .Com o auxilio de scanners com capacidade de captura de alta resolução e softwares de OCR, documentos e diversas obras literárias poderão ficar disponíveis para os leitores através da nossa plataforma digital.

O processo de digitalização obedecerá, rigorosamente, aos padrões básicos como também o processo de avaliação das obras contará com instrumentos próprios de acompanhamento, seguindo os critérios de avaliação que levarão em conta os princípios de eficiência e efectividade.

Com prazer apresentamos a EMOOBY, sendo a nossa maior satisfação poder tornar-nos futuros aliados. Afinal, nosso principal objectivo é constituirmos como uma ferramenta de referencia e auxilio a cultura, ao ensino e pesquisa, como também atender às expectativas e satisfazer as necessidades, tanto dos nossos leitores como dos nossos parceiros oferecendo as melhores soluções para todos.

A EMOOBY vem competir no mercado globalizado querendo antecipar-se às novas tendências. Porque Transparência, Qualidade e Tecnologia são fundamentais para nossa editora.

Aguardaremos o vosso contacto para eventuais publicações e obterem mais informações sobre os nossos serviços .

Apresentamos a V. Exa. os melhores cumprimentos

Atenciosamente,
João Faria
Sócio-Gerente
Erika Faria
Sócia-Gerente

Contato: pubooteca0@gmail.com

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Fontes:

Colaboração de Emooby

Ryoke Inoue Promove Curso de Técnica Literária



Descubra os segredos e as técnicas de como escrever um livro de sucesso

OBJETIVO DO CURSO

• Dar ao aluno a possibilidade de escrever um livro editorialmente viável
• Possibilitar o entendimento do livro como produto de trabalho
• Possibilitar o entendimento de todas as etapas de elaboração de um livro, desde a sua escrita até o produto final
• Desenvolver a capacidade de observação e percepção
• Desenvolver a criatividade
• Favorecer a exteriorização do poder criativo
• Facilitar a metodização de pesquisas
• Desmitificar a idéia de que só existe “escritor” se houver “inspiração”
• Desenvolver a capacidade de expressão
• Ampliar conhecimentos
• Favorecer o entendimento da relação escritor-editor

O CURSO ONLINE

O curso é ministrado exclusivamente através de e-mails e o aluno receberá, a cada aula, a respectiva apostila, assim como os exercícios correspondentes ao estágio em que se encontra e que serão corrigidos e avaliados com notas de 0 a 10, dentro de 48 horas após a sua entrega. Todas as dúvidas serão respondidas por email, diariamente, com um prazo de 24 horas entre a emissão da dúvida e a resposta.

Com o envio da correção (desde que haja aproveitamento comprovado, ou seja, nota mínima 7) será encaminhada a aula seguinte. Na eventualidade de não se alcançar essa nota mínima, será remetida uma nova bateria de exercícios para reavaliação.

Não há prazo rigoroso para a entrega dos exercícios, mas recomendamos que não passe de uma semana após o recebimento dos mesmos para que não haja solução de continuidade no andamento do curso.

No final do curso o aluno que tiver obtido aproveitamento médio mínimo de 7 receberá um Certificado de Freqüência e Participação. Esta avaliação independe do romance/novela que o aluno deverá escrever como “trabalho de formatura”. No entanto, esta obra será avaliada e criticada por escrito e, se for o caso, o aluno será incentivado a publicá-la.

Primeira Aula
Introdução
A Idéia
Onde encontrar as idéias
A idéia como inspiração
A arquitetura da idéia
Exercícios

Segunda Aula
Introdução
Livros de ficção e de não-ficção
Tema e temática
A escolha do tema e da temática
Pesquisa de opinião
Exercícios

Terceira Aula
Introdução
Tendências de mercado
O público-alvo
Os tipos de leitores
Adequação da idéia, tema e temática com o público-alvo
Exercícios

Quarta Aula
Introdução
A pesquisa
Métodos de pesquisa
Coleta de dados
Adequação da pesquisa com a idéia
Adequação da pesquisa com o público-alvo
Exercícios

Quinta Aula
Introdução
Planejamento
A transformação dos dados obtidos
na pesquisa em informação
Análise e síntese
Classificação da informação
Exercícios

Sexta Aula
Introdução
O início da estruturação
Plots e underplots
Determinação do conflito principal
e dos conflitos secundários
Escolha da forma narrativa
Exercícios

Sétima Aula
Introdução
Personagens
Localização no espaço e no tempo
Apresentação dos conflitos para os personagens
Desenvolvimento dos conflitos
Solução dos conflitos
Exercícios

Oitava Aula
Introdução
A escolha do título
A montagem da história
O projeto literário
Diálogos
Escrevendo o texto
Exercícios

Nona Aula
Introdução
O livro como mercadoria
Adequação do formato
Número de páginas
Materiais empregados
Tipologia
Exercícios

Décima Aula
A relação do escritor com o editor
Agente literário
Formas de publicar
Contrato de edição
Royalties
Distribuição
Exercício final: escrever um livro de ficção

Ainda restam dúvidas?

Envie uma mensagem para:
cursos@ryokiproducoes.com.br
cursos@ryoki.com.br

Fonte:
Colaboração de Ryoke Inoue

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n.114 e 115)


Durante cerca de 15 dias serão dobradinhas ou triplicadinhas poéticas, até regularização, e acesso a internet definitivo.

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Duas Trovas Nacionais

Inspiração não é tudo:
para uma obra ser completa,
carece de tempo, estudo
e o trabalho do poeta.
(ADAMO PASQUARELLI/SP)

Nesta noite em que me aleito
da tua doce presença
quero acolher-te em meu peito
e te tornar minha crença.
(Ester Figueiredo/RJ)

Duas Trovas Potiguares

Sob a luz da inspiração
a vibrar garbosa e pura,
a trova é ardente expressão
no cenário da cultura!
(MARIA ANTONIETA BITTENCOURT/RN)

Permita-me que eu insista
de maneira peremptória,
pior que cego da vista
é não ter visão da história.
(SÉRGIO SEVERO/RN)

Duas Trovas Premiadas

1994 > Belo Horizonte/MG
Tema > OÁSIS > Menção Honrosa

Após venturas fugazes
e o travo da despedida,
vou procurando um oásis
pelos desertos da vida.
(CÍCERO FRANCISCO DA ROCHA/MG)

2000 > Niterói/RJ
Tema > DELÍRIO > Menção Honrosa

Num delírio descabido,
meu estro, em versos febris,
supõe o amor não vivido
e finge que foi feliz!
(PEDRO ORNELLAS/SP)

Simplesmente Poesia

– Cecília MeirellesRJ –
CANÇÃO DE ALTA NOITE.

Alta noite, lua quieta,
muros frios, praia rasa.

Andar, andar, que um poeta
não necessita de casa.

Acaba-se a última porta.
O resto é o chão do abandono.

Um poeta, na noite morta,
não necessita de sono.

Andar... Perder o seu passo
na noite, também perdida.

Um poeta, à mercê do espaço,
nem necessita de vida.

Andar... — enquanto consente
Deus que a noite seja andada.

Porque o poeta, indiferente,
anda por andar — somente.
Não necessita de nada.

– Frassino Machado/Portugal –
CONTIGO NAMORANDO

Quando eu te senti m' enamorei
e se votos tinha me esqueci
e se alguém no mundo eu recordei
és a mais formosa que já vi...
Não tenho que ter nenhum cuidado
nem tratar de ter preocupação
eu me basto só com a emoção
que me tem na alma bem gravado
teu nome, tua vida e coração !...

Duas Trovas de Ademar

Fico triste ao constatar
que um homem cheio de fé,
possa um dia ir trabalhar
sem ter direito ao café!
(ADEMAR MACEDO/RN)

Debruçado sobre a mata,
o Luar, tal qual pintor,
pinta as folhas cor de prata
e pinta o chão de outra cor.
(ADEMAR MACEDO/RN)

...E Suas Trovas Ficaram

Foi por falta de carinho
que errei e perdi meus passos,
mas bendigo o “mau caminho”
que me levou aos teus braços...
(NÁDIA HUGUENIN/RJ)

Animais, árvores, gente,
a mesma lei determina,
pois somos todos semente
da inteligência divina.
(NEWTON MEYER AZEVEDO/MG)

Estrofes do Dia

Quarta– Feira – 2 de fevereiro

Na favela se repete
quadro de perdas e danos,
prostituta aos onze anos,
marginal aos dezessete;
onde o político promete
casa, emprego, chão, calçado,
depois do voto apurado
joga a promessa no mato,
a favela é o retrato
de um povo discriminado.
(JOÃO PARAIBANO/PB)

Quinta– Feira – 2 de fevereiro

Palavras tontas ao vento
são rimas sem conteúdo,
são o discurso de um mudo
que só causa desalento.
Quem não tem discernimento
não escreve com magia ...
Quem não tem sabedoria
não consegue se encantar.
Só quem sonha e sabe amar
tem o dom da poesia.
(JOSÉ REINALDO MELO PAES/AL)

Sonetos do Dia

Quarta– Feira – 2 de fevereiro

– José Antônio Jacob/MG –
QUANTO TEMPO NOS RESTA?

Nossa vida é uma história mal contada,
Uma vaga novela incompreendida...
Para alguns é um feliz conto de fada,
Para outros uma lenda indefinida...

Vivemos, de alvorada em alvorada,
(Que tempo ainda nos resta nessa vida?)
A dar sorrisos largos na chegada
E a lamentar a perda na partida.

Que bom matar o tempo numa rede,
Se ele nos desse a viva eternidade
De um quadro pendurado na parede...

E, enquanto a vida passa e o tempo avança,
Quanta tristeza vai numa saudade,
Quanta alegria vem numa esperança!

Quinta– Feira – 3 de fevereiro

– Eduardo A. O. Toledo/MG –
A FOTO

Revelando-se a foto, uma saudade
já se mostra, de pronto, por inteira:
– A igreja... a praça e, nela, a cantoneira
despencando gerânios na cidade...

No fundo, a foto envolve a claridade
de luzes sobre o topo da roseira
e sombras sob os pés da quaresmeira,
pendida pelo sol da liberdade.

E mostra mais: os fios da meiguice
que a adolescência urdiu para a velhice,
em teias salpicadas de ilusão...

– Mas a saudade, enfim se faz completa,
quando reflete o vulto de um poeta
se esmaecendo na revelação!!!

Fontes
Ademar Macedo
Imagem = Montagem com as fotos enviadas pelo Ademar, por José Feldman

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Glosando Milton Nunes Loureiro


Mote de Milton Nunes LoureiroEntardece e a caminhada
leva ao outono da vida...
Se a subida é quase nada,
é dolorosa a descida!...

Glosa de Humberto Rodrigues Neto /SP
Entardece e a caminhadaque em sol e brisa sorria,
tornou-se fria e nublada
e a lira então silencia!

A efêmera existência
Leva ao outono da vida...e é duro tomar ciência
de uma perda tão dorida!

De rima fina e cuidada,
pensava assim a sua mente:
se a subida é quase nada,subo sempre e vou em frente!

Da poesia em pleno encanto,
subiu aos cumes da vida
sem imaginar o quanto
é dolorosa a descida!

Glosa de Gislaine Canales
CAMINHADA

Entardece e a caminhada
antes cheia de alegria,
segue, meio amargurada,
bem mais triste a cada dia...

O tempo que vai passando...
Leva ao outono da vida...quando os sonhos, caminhando,
nos ajudam na subida.

Na juventude encantada,
quem comanda é o coração,
se a subida é quase nada,é por causa da emoção!

Mas no fim...Quantos cansaços!
Quanta saudade escondida!
Vou tropeçando em meus passos...
é dolorosa a descida!

Curso de Ilíada, Odisseia e Eneida


Professor Paulo Martins

Duração 4 encontros

Dias terças-feiras das 18h00 às 20h00

Datas 8,15,22 fevereiro e 01 de março

Valor R$ 140,00 na inscrição + uma parcela de R$ 140,00

O curso ocupa-se da leitura introdutória das três obras fundadoras do mundo Ocidental: as duas epopeias homéricas (Ilíadas e Odisseia) e a épica virgiliana (Eneida). Serão observadas no curso questões gerais concernentes à construção da poesia épica na Antiguidade Clássica (grega e romana): estrutura, forma e temática. Também serão trabalhadas relativas a bipartição entre o mundo mítico e o mundo dos homens, assim como sua permanência na literatura vindoura.


Aula 1 - Contexto Histórico, Social, Político e Religioso da Épica Clássica: Grécia e Roma

Aula 2 - Teoria Geral da Epopeia - Aristóteles e Horácio

Aula 3 - Ilíada e Odisseia

Aula 4 - Eneida

Bibliografia - sugere-se leitura prévia
Homero. Ilíada. Tradução de Frederico Lourenço. Lisboa: Cotovia. 2005.
Homero. Odisseia. Tradução de Frederico Lourenço. Lisboa: Cotovia. 2003.
Virgílio. Eneida. Tradução de Carlos Alberto Nunes. São Paulo: Montanha. 1980. (Esgotado)

Paulo Martins é bacharel em Letras Clássicas (Grego e Latim) pela Universidade de São Paulo em 1991, mestre e doutor em Letras Clássicas pela mesma Universidade em 1996 e 2003 respectivamente. Atualmente é professor doutor da Universidade de São Paulo junto ao Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas na graduação e pós-graduação, da qual é coordenador (Letras Clássicas/USP). É autor de dois livros: Elegia Romana. Construção e Efeito (Humanitas) e Literatura Latina (IESDE). Encontram-se, também, no prelo o livro Imagem e Poder (Edusp) e Algumas Visões da Antiguidade (7 Letras).

Rua Portugal, nº 43 - Fundação Ema Klabin
Jardim Europa - São Paulo/SP

Inscrições: 11 2307-0767 - 11 2339-0767 - 11 3081-5845

Fonte:
Projeto Cultura

Oficina de Escrita Criativa com Inscrições Abertas


Professor Rodrigo Petronio

Duração 8 encontros

Dias quintas-feiras das 18h00 às 20h00

Datas 10,17,24 de fevereiro, 03,17,24,31 de março e 07 de abril

Valor R$ 280,00 na inscrição + uma parcela de R$ 280,00

A Oficina de Escrita Criativa tem como objetivo fornecer técnicas para o desenvolvimento de textos nos gêneros ensaio, poesia, conto, crônica ou romance. Tal abertura é possível porque a Oficina não foi concebida tendo em vista um gênero isolado, mas sim a própria categoria Texto, em suas estruturas elementares.

Assim, os exercícios se alternam entre a proposta de temas, que induzem os alunos a refletir sobre certas matrizes da literatura e do imaginário, e a análise formal, que esmiúça as particularidades da linguagem, tendo em vista a eficácia ou a ineficácia dos recursos empregados.
Ao contrário do que se imagina, tais recursos podem ser aferidos objetivamente, e, por meio de cotejo com obras semelhantes, é possível também averiguar quais os pontos positivos ou negativos na linguagem utilizada. Alguns aspectos importantes serão desenvolvidos, tais como musicalidade, ritmo, imagem, enredo, estrutura, personagem, narrador e a parte conceitual subjacente.

Tais pontos podem parecer muito vastos para serem dominados em um curso. Entretanto, a proposta é trabalhá-los de modo intensivo e não extensivo. Ou seja: verticalizar cada um deles por meio de exercícios criados especialmente com esse objetivo. Assim, mesmo a escrita dissertativa, teórica ou ensaística vem contemplada nesse escopo. Pois o intuito não é tratar do conteúdo dos argumentos expostos, mas sim do modo pelos quais eles estão estruturados.

A Oficina consiste, portanto, em mostrar como funciona a carpintaria dos textos literários, quais os meios utilizados pelos autores para atingir determinados fins e causar efeitos específicos nos leitores, sejam eles no campo da ficção ou da não-ficção. Também pretende apontar os principais vícios, cacoetes, redundâncias, erros, deslizes e equívocos de linguagem.

Em termos práticos, a Oficina de Escrita Criativa também se apoia em obras e autores selecionados como referência. Porém, uma bibliografia mais minuciosa pode ser fornecida ao longo dos encontros, de acordo com os interesses do grupo. Todo conteúdo teórico da Oficina de Escrita Criativa visa à produção de textos próprios, que serão comentados e avaliados. Na medida do possível, haverá o desenvolvimento de um projeto individual ao longo dos encontros, como se fosse o esboço de um futuro livro.

A Oficina se destina não só àqueles que queiram desenvolver uma carreira de escritor profissionalmente, mas a todos os interessados em apurar as técnicas da escrita.
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Rodrigo Petronio é editor, escritor e professor. Formado em Letras Clássicas e Vernáculas pela USP. Cofundador e professor desde 2007 do curso de Criação Literária da Academia Internacional de Cinema (AIC) e coordenador de grupos de leitura do Instituto Fernand Braudel. Recebeu prêmios nacionais e internacionais nas categorias poesia, prosa de ficção e ensaio. Trabalha no mercado editorial há quinze anos, sobretudo nas áreas de edição, preparação e leitura crítica de originais. É autor dos livros: História Natural (poemas, 2000), Transversal do Tempo (ensaios, 2002), Assinatura do Sol (poemas, Lisboa, 2005), Pedra de Luz (poemas, 2005) e Venho de um País Selvagem (poemas, 2009), entre outros.

Rua Portugal, nº 43 - Fundação Ema Klabin
Jardim Europa - São Paulo/SP

Inscrições: 11 2307-0767 - 11 2339-0767 - 11 3081-5845

Fonte:
Projeto Cultura

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n.113)


Uma Trova Nacional

Da rosa tenho o perfume,
também carrego o espinho.
Por isso não se acostume,
só com cheiros no meu ninho.
(DALINHA CATUNDA/CE)

Uma Trova Potiguar

Pintar o que a natureza
fez com tanta maestria:
– só Picasso com certeza,
o teu corpo pintaria.
(IVANISO GALHARDO/RN)

Uma Trova Premiada

2005 > Niterói/RJ
Tema > PROMESSA > Menção Especial

Foi como em cristal impressa
tua palavra de então;
não só quebraste a promessa,
jogaste os cacos no chão!!
(AMÁLIA MÁX/PR)

Simplesmente Poesia

– Sergio Severo/RN –
“NORDESTIDADE.”

Muitas maneiras existem
no SER de um Nordestino
umas pra cumprir destino
e outras por melhor sorte.
Mas, se parido pro norte,
algo já fica marcado,
inserido,
incalcado,
do nascer até a morte.

E por mais que o tempo entorte
das nossas costas a espinha,
e por mais que o tempo corte
nossos cachos... carapinha,
o que fora diferente
aos poucos se torna igual.
Não sei se por bem; por mal,
isso acontece com a gente.

Um Nordestino não mente,
com a fala do olhar,
mesmo com a língua a falar,
do sonho, da fantasia,
da inverdade ou do "trote".
É como se fosse um mote
que outra glosa não daria.

É uma imensa olaria
com tanta forma de pote,
mas que por aqui se anote:
rude, fino, mal formado,
o mesmo barro é usado,
não importa qual o lote.

E é bastante que se bote
tão desiguais lado a lado,
pra que o fato se comprove,
para ficar atestado,
num mesmo olhar que comove,
um Povo Nordestinado!

Uma Trova de Ademar

A crença nunca dá pé
quando a fé não lhe acompanha;
aquele que não tem fé
jamais remove montanha.
(ADEMAR MACEDO/RN)

...E Suas Trovas Ficaram

No amor é bom ter cuidados
para evitar dissabor...
nem sempre em beijos trocados
trocam-se beijos de amor.
(MILTON NUNES LOUREIRO/RJ)

Estrofe do Dia

Empresário de sucesso,
eu tive tudo o que quis,
eu pensava ser feliz,
mas a verdade eu confesso.
Logo após o retrocesso,
da borrasca e do soçobro,
a vida teve desdobro,
de forma extraordinária,
na produção literária,
a poesia deu-me em dobro.
(FRANCISCO MACEDO/RN)

Soneto do Dia

– João Batista Xavier Oliveira/SP –
P O E T A.

O poeta, vetor da porcelana,
é o arauto das dores e janelas.
Suas veias, refúgio das procelas;
coração, a ruína da pantana.

Ele é o misto dos olhos sem cancelas
com murmúrios que ouvido não se engana.
E na busca da força sobre-humana
sorve o brilho das auras e aquarelas.

Sonha grande e maior é a plenitude
do caminho perene da altitude
em limite de céu, seu companheiro.

Mente aberta aos meandros das mensagens;
mãos dispostas aos versos das miragens...
eis o vate das asas hospedeiro!

Fonte:
Ademar Macedo