domingo, 3 de abril de 2011

Ademar Macedo (O Trovadoresco n. 70 - abril de 2011)


Entre o passado e o futuro,
mudou o amor um bocado:
-o que o vovô fez no escuro,
faz o neto, escancarado!
– A. A. DE ASSIS/PR –

Quase todo brasileiro
tem esta...“mania”... estranha:
– dá sumiço no dinheiro
mais depressa do que ganha!
– IZO GOLDMAN/SP –

Não sei se é pecado ou vício,
bobeira... sei lá mais quê...
esse agridoce suplício
de só pensar em você!
– JEANETTE DE CNOP/PR –

Só para mim mesmo minto,
disfarçando uma verdade.
Toda saudade que sinto,
eu finjo não ser saudade...
– FRANCISCO MACEDO/RN –

Estas trovas e muito mais. Sonetos, estrofes, você encontra no O Trovadoresco de Abril, n. 70. Produção de Ademar Macedo. Faça o download clicando AQUI

Fonte:
Colaboração de Ademar Macedo

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 174) 03 de Abril


Uma Trova Nacional
Já velhinho, sonha ainda,
mantendo o brilho no olhar,
que a juventude só finda,
quando é impossível sonhar!
-CAROLINA RAMOS/SP -

Uma Trova Potiguar

O trabalho é luta santa
que não vislumbra medalha,
e um país só se levanta
pelas mãos de quem trabalha.
–JOSÉ LUCAS DE BARROS/RN–

Uma Trova Premiada

2009 > Nova Friburgo/RJ
Tema > SAUDADE > Menção Honrosa

Ah, saudade do passado!
Tão presente e tão intensa,
que penso ouvir teu chamado,
buscando a minha presença.
–SÔNIA SOBREIRA/RJ–

...E Suas Trovas Ficaram

Um dedo contra os pilares..
murmúrios...silêncio! Tédio...
É a fome subindo andares
pelo interfone do prédio!
–PAULO CESAR OUVERNEY/RJ–

Simplesmente Poesia

MOTE.
E a terra caiu no chão...

GLOSA:

Pus um jarrinho com terra
no batente da janela,
plantei roseira amarela
onde a beleza se encerra;
mas era tempo de guerra,
de conflito e confusão;
deram um tiro de canhão
que o globo inteiro abalou,
meu lindo jarro tombou
e a terra caiu no chão...
–CHICO DE SOUSA/PB–

Estrofe do Dia

Acho tarde demais para voltar
estou cansado demais para seguir,
os meus lábios se ocultam de sorrir,
sinto lágrimas, não posso mais chorar;
eu não posso partir e nem ficar
e assim nem pra frente nem pra trás,
pra ficar sacrifico a própria paz,
pra seguir a viagem é perigosa,
a vereda da vida é tão penosa
que me assombro com as curvas que ela faz.
–CANHOTINHO/PB–

Soneto do Dia

–Aurea Miranda/BA–
Sinceridade Desmentida

Em mim nada mais vibra, nada encanta,
nada fala de amor, de fantasia;
tudo me abate, a fé se me quebranta,
nada mais tem beleza e melodia...

Em mim nada mais vive, nada canta,
nada palpita e nada me inebria;
o coração apenas se levanta
se vê maior que a sua, outra agonia...

Mataste-me no berço as ilusões.
Finando-me, sem pena, as vibrações
que eu tinha n’alma a avigorar-me a vida!

E eu definhei ao peso dessa dor;
morri até com a morte desse amor;
– Triste sinceridade desmentida!…

Fonte:
Colaboração de Ademar Macedo

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 173) 02 de Abril


Uma Trova Nacional

Se deu bem mal, minha amiga,
e, agora, não tem mais jeito:
Escorregou pra barriga
o silicone do peito.
–DARLY O. BARROS/SP–

Uma Trova Potiguar

Após estudo profundo,
hoje pode se afirmar:
- Quem não bebe neste mundo,
não vê o mundo girar...
–FABIANO WANDERLEY/RN– Uma Trova Premiada
1994 > Nova Friburgo/RJ Tema > “LIVRE” > 1º Lugar
Anão com metro e noventa!?...
Não pode ser, seu Raimundo!
E o seu Raimundo sustenta:
- É o maior anão do mundo!!!
–JOSÉ TAVARES DE LIMA/MG–

...E Suas Trovas Ficaram

O forró foi bom de fato,
no sítio do Manelão.
Tinha mais casal no mato
do que dentro do salão.
–ALYDIO C. SILVA /MG–

Simplesmente Poesia

MOTE. Um beijo na sexta-feira, dá pra quebrar o jejum.

GLOSA:
Quem beija moça solteira
merece ser perdoado,
pois sei que não é pecado
um beijo na sexta-feira.
Sendo assim por brincadeira
é coisa muito comum,
e a gente dando só um
entre o almoço e a janta,
se for na semana santa
dá pra quebrar o jejum.
–BELARMINO DE FRANÇA/PB–

Estrofe do Dia

Mulher no leito de morte
e já sob a luz da vela:
- Não és o pai da Mirela,
meu amado, seja forte.
Ele lhe diz, dando um corte:
- Nem é sua e nem é minha...
Na maternidadezinha,
você pediu: Vá trocar!
E eu pra não me sujar,
troquei por outra limpinha!
–FRANCISCO MACEDO/RN–

Soneto do Dia

–GONGA MONTEIRO/PE– Os Quatro Bêbados.
Quatro bêbados bebiam numa mesa,
e falavam da vida e tudo enfim.
o primeiro dizia: “Eu bebo assim,
pra poder afogar minha tristeza”...

O segundo, engolindo uma de gim,
diz: a cana é quem faz minha defesa...
Se não fosse a bebida, essa beleza,
minha vida seria muito ruim!

O terceiro, morrendo de ressaca,
diz: eu sinto a matéria muito fraca,
vou parar de beber essa semana!

Grita o outro: não faça essa desgraça,
mande abrir mais um litro de cachaça
que é pra gente morrer bebendo cana!

Fonte:
Colaboração de Ademar Macedo

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 172) 01 de Abril


Uma Trova Nacional

Conquista espaços, direitos,
mas, escrava da emoção,
a mulher pinta conceitos
com tintas do coração!
–CAROLINA RAMOS/SP–

Uma Trova Potiguar

Peregrina da saudade
andando por várias trilhas,
a trova é luz que invade
o mundo de maravilhas!
–MARIA CARRIÇO/RN–

Uma Trova Premiada

2009 > Taubaté/SP Tema > ALVORADA > Venc.
Assim que o dia viceja
à meia-luz da alvorada,
a noite insone boceja
e adormece... ensolarada!
–EDMAR JAPIASSÚ MAIA/RJ–

...E Suas Trovas Ficaram

A desventura em minha alma
passou como um furacão!
Não me matou, por milagre...
Mas levou-me o coração...
–LUIZ OTÁVIO/RJ–

Simplesmente Poesia

MOTE: “Se eu não matar a saudade Ela finda me matando!”
GLOSA:
A própria felicidade
Parece chegar ao fim;
Não sei que será de mim,
Se eu não matar a saudade!
Todo instante ela me invade,
Machucando, machucando!
Não sei, meu Deus, até quando
Terei essa dor no peito!
Eu já vi que não há jeito,
Ela finda me matando!
–JOSÉ LUCAS DE BARROS/RN– Estrofe do Dia
Encontrei um passarinho
num galho dependurado,
inda quase depenado
muito distante do ninho,
me aproximei de mansinho
peguei ele com a mão,
botei no ninho algodão
e me afastei devagar;
no céu não falta lugar
pra quem tem bom coração.
–CANCÃO/PE– Soneto do Dia –OSCAR MACEDO/RN– A m o r.
Pediu-me alguém, que definisse o amor,
para zombar talvez do que eu dissesse;
porque, se o amor, eu definir pudesse,
seria um mago, exímio encantador.

Porque, quem resistir quando eu quisesse,
desvendar-lhe o mistério, e com ardor,
dizer seu letal gosto, seu sabor
de mel de himêto? Enfim quando eu dissesse.

Como alguém diz: “É mal sem cura”.
“Delírio da razão, quase loucura”?
Quem já não teve o gozo de sofrê-lo,

outro alguém diz assim – “É fantasia...”
Mas como defini-lo eu poderia
se nem ao menos posso compreende-lo?!

Fonte: Colaboração de Ademar Macedo

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 171) 31 de Março


Uma Trova Nacional

Uma Coisinha de nada
sintetiza imensa dor:
a florzinha abandonada
saudosa de um beija-flor!
–JEANETTE DE CNOP/PR–

Uma Trova Potiguar

Já pronta e de vela içada
tremulando de ansiedade,
vai para o mar a jangada
carregada de saudade!
–PROF. GARCIA/RN–

Uma Trova Premiada

2008 > Caicó/RN Tema > ESTRADA > 14º Lugar.
Escolha bem – no começo –
pois, o pedágio da vida
sempre nos cobra alto preço
na estrada mal escolhida...
–REGINA CÉLIA DE ANDRADE/RJ–

...E Suas Trovas Ficaram

Ante as sandálias furadas
que entre cascalhos gastei,
não culpo o chão das estradas,
culpo os maus passos que dei.
–JOSÉ M. MACHADO ARAÚJO/RJ–

Simplesmente Poesia

MOTE. Era tudo diferente, no tempo de lampião.
GLOSA:

Se votava em presidente,
não havia Petrobrás,
não tinha fogão à gás,
era tudo diferente,
o povo mais consciente,
não havia exploração,
o barão era barão
e a moeda não caía
e nem o dólar subia
no tempo de lampião.
–AUGUSTO MACÊDO/RN–

Estrofe do Dia

Canto a chuva de janeiro,
brisa fria, vento brando,
e um galo preto cantando
no palanque do poleiro,
o menino no terreiro
correndo atrás da menina,
e a mãe com a vara fina
correndo atrás pra açoitar;
quando falta o que cantar
a natureza me ensina.
–LOURO BRANCO/CE–

Soneto do Dia

–AUTA DE SOUZA/RN– Caminho do Sertão
Tão longe a casa! Nem sequer alcanço
vê-la através da mata. Nos caminhos
a sombra desce; e, sem achar descanso,
vamos nós dois, meu pobre irmão, sozinhos!

É noite já. Como em feliz remanso,
dormem as aves nos pequenos ninhos...
vamos mais devagar... de manso e manso,
para não assustar os passarinhos.

Brilham estrelas. Todo o céu parece
rezar de joelhos a chorosa prece
que a Noite ensina ao desespero e a dor...

Ao longe, a Lua vem dourando a treva...
Turíbulo imenso para Deus eleva
o incenso agreste da jurema em flor.

Fonte: Colaboração de Ademar Macedo

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 170) 30 de Março


Uma Trova Nacional

O que mais queres, querida,
se já te dei tudo, enfim?
Até minha própria vida
não pertence mais a mim.
–CLÊNIO BORGES/RS–

Uma Trova Potiguar

Vim do chão de um interior
e hoje tenho visões novas.
Quão feliz é o Trovador
que vai das Trevas às Trovas...
–MANOEL CAVALCANTE/RN–

Uma Trova Premiada

1998 > Bandeirantes/PR Tema > PODER > Venc.
Não quero o poder que esmaga
o sonho com seu furor...
Eu quero o poder que afaga
nossos momentos de amor ...
–MÍLTON NUNES LOUREIRO NITERÓI/RJ–

...E Suas Trovas Ficaram

Meu amor, que mau pedaço
eu passo quando demoras...
meu coração perde o passo,
atrás do passo das horas...
–WALDIR NEVES/RJ–

Simplesmente Poesia

VLADIMIR BRANESCU/ROMENIA
Hematof


Por que gosto eu de ser Vampiro
se até o próprio ar, que não respiro,
recende ao bolor da escuridão?

É que ontem à noite um “Velho-Cão”
dos Portais do Inferno, se soltou
e pela noite inteira “atanazou”
este que não nasceu “Filho de Adão”.

Mas ao saber-me “Sobrinho do Conde”,
deu volta atrás, sumiu (e vi por onde),
“se escafedeu” por um viés do chão...

Eis a vantagem de ser “Morto-Vivo”,
Eterno, Sábio, de Olhar Altivo,
que “Pobres-Diabos”... nunca tocarão.

Estrofe do Dia

Lugar de um povo cativo
de mão magra e pés descalço,
herói que um governo falso
abandonou sem motivo,
vai dormir, se enterra vivo
num barraco soterrado,
antes de ser encontrado
o jornal comenta o fato,
a favela é o retrato
de um povo discriminado.
–JOÃO PARAIBANO/PB–

Soneto do Dia

MARA MELINNI/RN– Conjunção.

Quando escrevo, a minh´alma se desprende
das arestas formais do corpo insano
e viaja, no instante em que se rende
aos anseios do amor... Sem dor, nem dano.

Neste plano, onde o sonho se revela,
face à espera que finda, vão-se os medos...
E no enlace do encontro – dele e dela,
cada beijo murmura seus segredos.

Bem assim, vivo a vida simplesmente
nos meus versos, buscando a própria cura
aos anseios que a sorte me consente...

Hei de achar-me naquele que procura
todo o encanto de amar serenamente
um ao outro... na mesma criatura!

Fonte: Colaboração de Ademar Macedo

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 169) 29 de Março


Uma Trova Nacional

Quando chega, o pescador,
num barco da sua frota,
escuta canções de amor
no bico de uma gaivota.
–ANTÓNIO BARROSO/PORTUGAL–

Uma Trova Potiguar

Eu quis achar-me, no mundo,
mas fiz as buscas a esmo,
pois foi me olhando, bem fundo,
que fui me achando, em mim mesmo.
–TARCÍSIO LOPES/RN–

Uma Trova Premiada

2007 > Petrópolis/RJ Tema > MÃE > 4º Lugar
A mãe é o mais evidente
exemplo de chão fecundo,
nutre de amor a semente
e entrega os frutos ao mundo.
–WANDIRA FAGUNDES QUEIROZ/PR–

...E Suas Trovas Ficaram

É tanto o amor que me invade
quando em teus braços estou,
que cada instante é saudade
do instante que já passou!
–NEWTON MEYER AZEVEDO/MG–

Simplesmente Poesia

– DIVENEI BOSELI/SP – Visão...

Há um vulto ameno que me surge à mente
qual uma visão e, sorridente
me olha... Depois desaparece.
Tem a ternura do gorjeio de aves,
do pôr-do-sol os róseos tons suaves
e a beleza empírica da prece.

Vejo-o com os olhos da alma,
quando meu corpo, da noite na calma,
busca o descanso de inglórias lidas,
antes que o sono, esse bem que somente Deus dá,
qual sombra em soalheira ardente,
bem balsamizar minhas feridas.

Sorri! Para mim ou se de mim, quem sabe?
Meu coração amargurado, aflito,
em cujo bojo um grande amor só cabe,
palpita trêmulo à visão e um grito
sai de minha alma e esse vulto busca.
– Mas o negror da noite tudo ofusca...

Hoje, meu peito é um vulcão e lavas de ódio
e caudais alcadantes de mágoas jorram-me o coração ferido,
onde se aninham meus sonhos pequenos.

Ài, vem sorrir-me esta noite,
meu vulto querido,
enquanto os justos dormitam serenos...

Estrofe do Dia

Minha língua é afiada,
Perguntou logo respondo,
Quem me achar hediondo
Pode mudar de calçada,
Pois nada em mim é fachada,
Meu olhar é feito seta,
Ser feliz é minha meta,
Meus filhos são meu jardim;
Gostem ou não sou assim:
Original e poeta.
–DAMIÃO METAMORFOSE/RN–

Soneto do Dia

–RAYMUNDO DE SALLES BRASIL/BA– O Retirante.

Banido pela seca do sertão fizera
uma viagem sem volta, em busca de igualdade.
Deixando uma mulher e filhos na tapera,
galopou no seu sonho de felicidade.

Só quando lhe caiu a última quimera,
bateu-lhe na razão a dura realidade...
Pois que tão diferente dos seus sonhos era
o cotidiano cruel de uma grande cidade.

Sem trabalho, sem pão e sem sonhos sequer,
e tendo uma tapera, filhos e mulher,
chorou pedindo a Deus lhe deixasse voltar;

mesmo que fosse assim, de mãos puras, vazias,
mesmo pra passar fome o resto dos seus dias,
mesmo que fosse até pra nunca mais sonhar.

Fonte:
Colaboração de Ademar Macedo

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 168) 28 de Março


Uma Trova Nacional

No mundo de tanto mal,
em que a moral é postiça,
falta o sangue arterial
dos princípios da justiça!
– JOSÉ VALDEZ DE C. MOURA/SP –

Uma Trova Potiguar

Nas entranhas do meu ser
há um outro ser clandestino,
que teima em permanecer
eternamente menino!
–FRANCISCO MACEDO/RN–

Uma Trova Premiada

1994 > Barra do Piraí/RJ Tema > AGORA > M/H

Um sonho bom não tem fim,
enquanto a entrega é dos dois...
... E vamos sonhando, assim,
antes... Agora... e depois!...
–HERMOCLYDES S. FRANCO/RJ–

...E Suas Trovas Ficaram

Quanto mais sofro, mais canto,
sempre assim fui e hei de ser,
que nestas águas de pranto
ninguém afoga sofrer!
–JÚLIO B. MACIEL/CE–

Simplesmente Poesia

– ANTONIO M. A. SARDENBERG/RJ – Voz da Razão.

Quando minha razão fala,
com a voz do coração,
tudo em mim então se cala
e minha vida se embala
na mais sublime canção.

E quando a luz matutina
vem meiga me despertar,
a esperança descortina
e a fé, então, me ensina:

é hora de agradecer,
é momento de rezar!

E quando o silêncio cala
profundo dentro da gente,
sem querer a alma sente
que por nós é DEUS quem fala!

Estrofe do Dia

Já plantei minha semente
no roseiral da saudade,
já gozei a mocidade
nessa vida inconsequente,
deixei de ser imprudente
amando quem não devia,
arranquei a alegria
no calabouço da dor;
onde se planta uma flor
nasce um pé de poesia.
–HÉLIO CRISANTO/RN–

Soneto do Dia

–RONALDO CUNHA LIMA/PB– Cansado de Sofrer de Mal de Amor.

Cansado de sofrer do mal de amor
procurei proteger meu coração,
e comecei a grande construção
da minha fortaleza interior.

Fiz vigas de concreto contra dor,
revesti as paredes de razão,
portas, janelas, piso, elevador,
tudo impermeável à emoção.

Como não tem no mundo quem não falhe,
esqueci, entretanto de um detalhe,
e meu trabalho não ficou completo.

Meu coração, em paz, adormecido
acordou, de repente, com um ruído:
Era a saudade entrando pelo teto.

Fonte: Colaboração de Ademar Macedo

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 167) 27 de Março


Uma Trova Nacional
Adicionar imagem
O vento que sopra mágoas
em meu inverno vazio,
faz, sobre o espelho das águas,
a lua tremer de frio...
MARINA BRUNA/SP –

Uma Trova Potiguar

Solteira e sem compromisso,
a lua brilha na areia.
Namora o sol, e por isso
brilha mais quando está cheia.
– HILTON DA CRUZ GOUVEIA/RN –

Uma Trova Premiada
2003 > Amparo/SP Tema > PEDRA > M/E

Se eu não puder ser a Lua
a te cobrir de luar,
que eu seja as pedras da rua,
onde tu possas pisar.
MARIA MADALENA FERREIRA/RJ –

...E Suas Trovas Ficaram

Olhando, na infância doce,
aquela bola de luz,
pensava que a lua fosse
um brinquedo de Jesus...
-JOSÉ MARIA M. DE ARAÚJO/RJ-

Simplesmente Poesia

MOTE. Eu vi o seio da lua, amamentando uma estrela.

GLOSA:
De meio despida a nua,
irradiando beleza,
essa noite com certeza
eu vi o seio da lua,
estava deserto a rua
e eu abismado a vê-la,
pedi a Deus para tê-la
porém Deus não consentido,
a lua partiu sorrindo
amamentando uma estrela.
– MAJÓ/RN –

Estrofe do Dia

A Lua, barco risonho,
no seu posto ingênuo e belo,
era o mimoso castelo
da poesia e do sonho,
mas o astronauta medonho
lá chegou bastante cedo,
e, como no seu degredo
esperava um Trovador,
ao ver um explorador
a Lua tremeu de medo.
-JOSÉ LUCAS DE BARROS/RN-

Soneto do Dia

VINÍCIUS DE MORAES/RJ – Soneto do Corifeu.

São demais os perigos desta vida
para quem tem paixão, principalmente
quando uma lua surge de repente
e se deixa no céu, como esquecida.

E se ao luar que atua desvairado
vem se unir uma música qualquer
aí então é preciso ter cuidado
porque deve andar perto uma mulher.

Deve andar perto uma mulher que é feita
de música, luar e sentimento
e que a vida não quer, de tão perfeita.

Uma mulher que é como a própria Lua:
tão linda que só espalha sofrimento
tão cheia de pudor que vive nua.

Fonte:
Colaboração de Ademar Macedo

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Esclarecimento sobre as Postagens


Recentemente recebi um e-mail reclamando de postagem no blog sobre trovas e biografia de uma trovadora, dizendo que eu desrespeitava os direitos de autoria e proclamava ser de minha autoria, e não da autora que redigira o texto. A postagem foi excluída (infelizmente). Não sei se por desconhecimento do significado da palavra fonte, ou falta de leitura mais atenta do funcionamento do blog ("Postagens e Suas Fontes", no final da pagina), esclareço sobre o seu significado:
.
FONTE/S:
A quase totalidade de minhas postagens eu coloco fonte/s, o que significa que eu copiei tal qual estava no site, jornal, revista ou livro de onde retirei a postagem, ou mesmo de escritores que me enviam seus textos. Portanto, ELA NÃO É DE MINHA AUTORIA, E NEM DO PAVILHÃO (que é só um meio de divulgação dos valores literários e eventos culturais, como é enfaticamente citado), é do nome que foi citado na fonte ou no próprio título da postagem.
Caso as trovas estejam colocadas aleatoriamente, tenho por praxe colocar em ordem alfabetica, isto é, as primeiras letras da primeira palavra do primeiro verso. Não está sendo desvirtuado o texto, e a autoria do mesmo continua especificada.

O blogspot possui um recurso em que não é necessário digitar o link dentro do texto, ele fica oculto, contudo, se o leitor clicar sobre o nome da fonte, será direcionado diretamente ao link onde está sobre a postagem.
Exemplo: Projeto Releituras, o link seria http://www.releituras.com/ne_jfeldman_umdia.asp. Se clicarem sobre Projeto Releituras serão direcionados ao local que possui o texto original de direito do autor, ou de onde foi retirado o texto (infelizmente muitos sites e blogs não colocam a fonte dos autores).

Espero que estejam dirimidas as dúvidas, para evitar futuros mal-entendidos, não só do blog, mas de todos artigos postados na internet de outros sites/blogs.

Saliento que textos de minha autoria ou pertencentes exclusivamente ao pavilhão, possuem a minha assinatura.
.
Entretanto, caso algum autor se sinta lesado com esta divulgação de seus trabalhos e autoria, enfatizo como o texto do rodapé da página "Postagens e suas Fontes", que retirarei o texto ou imagem, respeitando sua vontade. É só escrever para pavilhaoliterario@gmail.com ou colocar comentário no link que deseja que se retire.

Obrigado.
José Feldman

Fonte da imagem:
http://www.verinha2.de/various/download_gifs/gifs_13.htm