quarta-feira, 15 de junho de 2011

Alerta (Errata nos Jogos Florais de Santos)


Em virtude de erro de digitação (minha), a trova abaixo (Reage se a sorte inglória) estava de autoria de Eduardo A. O. Toledo, quando na verdade é de Edmar Japiassú Maia. Então, faltou a trova do Toledo (O destino, sobretudo,) que também já está colocada na postagem.

Reage se a sorte inglória
em teu destino é chegada,
que há uma noite obrigatória
entre o poente e a alvorada!
EDMAR JAPIASSÚ MAIA (Rio de Janeiro/RJ)

O destino, sobretudo,
numa visão alongada,
é uma incerteza de tudo
ante a certeza do nada!
EDUARDO A. O. TOLEDO (Posuo Alegre/MG)

Aos autores das trovas, os meus pedidos de desculpas pela falha.
José Feldman

XV Jogos Florais de Santos (Classificação Final)


Homenagem

Ao identificarmos os classificados nos Nossos Jogos Florais, grande foi a emoção quando, cdoração ainda bastante dolorido pelo recente falecimento do nosso querido Irmão MILTON NUNES LOUREIRO, vimos seu nome surgir de um dos
envelopes. Milton Marcava sua presença em Santos, como prometera, há dois meses atrás!

Assim, em justificadíssima homenagem, substituímos a Menção Honrosa que conquistara, pela classificação extra de Vencedor, que outro título não merece quem levou a termo vinte e dois Jogos Florais à frente da UBT/Niterói, por ele presidida por tantos anos! Deixa saudades nosso querido irmão!

Sendo um mistério profundo,

que a gente nunca pressente,
Destino é força do mundo
regendo a vida da gente...

MILTON NUNES LOUREIRO - VENCEDOR

CONCURSO NACIONAL / INTERNACIONAL
Tema: Destino


VENCEDORES


Destino, fado ou o que for
isso tudo é só brinquedo.
- Na história real do amor,
cria o amor seu próprio enredo.
A. A. de ASSIS (Maringá/PR)

Desde os tempos de criança,
meu destino faz trapaças:
enche as taças de esperança
e depois...derruba as taças!
EDMAR JAPÍASSÚ MAIA (Rio de Janeiro/RJ)

Reage se a sorte inglória
em teu destino é chegada,
que há uma noite obrigatória
entre o poente e a alvorada!
EDMAR JAPIASSÚ MAIA (Rio de Janeiro/RJ)

O destino, sobretudo,
numa visão alongada,
é uma incerteza de tudo
ante a certeza do nada!
EDUARDO A. O. TOLEDO (Posuo Alegre/MG)

Convivem dentro de mim,
o “eu profano” e o “eu divino”;
um demônio, um querubim,
formatando o meu destino!
FRANCISCO DE NEVES MACEDO (Natal/RN)

Sou tal qual um beduíno,
na vastidão do deserto,
levado pelo destino
para o meu destino incerto!
FRANCISCO NEVES DE MACEDO (Natal/RN)

Sem pretensão, eu domino
os fados que são só meus...
Quero levar meu destino
para os destinos de Deus!
JOÃO FREIRE FILHO (Rio de Janeiro/RJ)

Em nosso viver diário,
de contratempos sem conta,
a gente monta um cenário,
chega o destino e desmonta!
JOSÉ TAVARES DE LIMA (Juiz de Fora/MG)

E por falar em destino,
seus caminhos desconheço.
Como entender o divino
se nem o humano conheço.
JOTA DE JESUS (Saquarema/RJ)

O destino traiçoeiro
separou-nos, sem piedade,
mas o amor fez do carteiro
o porta-voz da saudade.
WANDA DE PAULA MOURTHÉ (Belo Horizonte/MG)

MENÇÕES HONROSAS

Qual o vento, quando muda,
leva a nuvem que o céu cobre,
muita vez pequena ajuda
muda o destino de um pobre.
A. A. DE ASSIS (Maringá/PR)

Por perguntas sem respostas...
Por mil escolhas erradas...
Ah!, Destino, em tuas costas
quantas culpas são lançadas!...
ARLINDO TADEU HAGEN (Belo Horizonte/MG)

Aquele amor do passado
só na lembrança ficou,
pois nosso encontro marcado
o destino desmarcou!
CLENIR NEVES RIBEIRO (Nova Friburgo/RJ)

O destino é meu parceiro
quando, em meio à tempestade,
eu tenho por timoneiro
o próprio Deus da verdade.
FLÁVIO ROBERTO STEFANI (Porto Alegre/RS)

Papel limpo...cristalino,
a vida é assim, como deve.
A história do seu destino
você mesmo é quem escreve...
GILVAN CARNEIRO DA SILVA (São Gonçalo/RJ)

O sonho, às vezes tão lindo,
é uma pipa que à tardinha,
quando no céu vai subindo,
o destino corta a linha.
HEGEL PONTES (Juiz de Fora/MG)

Mesmo que eu renove as trilhas,
desviando a caminhada,
não escapo às armadilhas
que o destino põe na estrada!
JOSÉ LUCAS DE BARROS (Natal/RN)

Destino, esta vida atroz
é jogo no qual te fartas
de triunfar sobre nós,
que nunca damos as cartas!
NEWTON VIEIRA (Curvelo/MG)

No amor eu fui peregrino,
só você me conquistou...
Eu não mudei meu destino,
mas o meu, você mudou!
RODOLPHO ABBUD (Nova Friburgo/RJ)

Destinho - senhor medonho -
que, às vezes, com falso embalo,
mostra a magia de um sonho,
mas não nos deixa alcançá-lo.
THEREZA DA COSTA VAL (Belo Horizonte/MG)

MENÇÕES ESPECIAIS

No meu barco repentino,
vou remando, sem estrilo:
- eu não sei o meu destino,
Deus sabe mas faz sigilo...
AÍLTO ROGRIGUES (Nova Friburgo/RJ)

Destino! É dada a partida...
O trem resfolega...e sai,
E a gente embarca na vida,
sem saber por onde vai!
ANTÔNIO CARLOS T. PINTO (Brasília/DF)

Não culpes o teu destino,
mas levanta resoluto!
Não temas o sol a pino,
que a seu tempo vem o fruto.
CARLOS ALBERTO DE ASSIS CAVALCANTI (Arcoverde/PE)

Soam plangentes os sinos
nos ritos dos funerais...
Por diferentes destinos,
temos destinos iguais.
DULCÍDIO DE B. M. SOBRINHO (Juiz de Fora/MG)

Trovador, terceira idade,
destino as horas vazias,
para que a própria saudade,
escreva as minhas poesias!
EDERSON CARDOSO DE LIMA (Niterói/RJ)

Meu destino é nau sem fim
que o mar da vida levou...
Nem disse de onde eu vim,
nem disse para onde eu vou!!!
EDUARDO A. O. TOLEDO (Pouso Alegre/MG)

Meu destino eu mesmo imponho,
senhor dos meus universos...
Não posso abdicar do sonho
que enche de amor os meus versos!
GILVAN CARNEIRO DA SILVA (São Gonçalo/RJ)

Olhei-te...Também me olhaste.
E o destino, sedutor,
camuflou todo o contraste
nas cegas tramas do amor!
MARIA HELENA O. COSTA (Ponta Grossa/PR)

Perdi...E a sorte malsino
se amor não me tens, agora...
No jogo do teu destino
fui carta jogada fora!
THEREZA DA COSTA VAL (Belo Horizonte/MG)

Sonhar com dias risonhos,
impõem-nos desde menino,
mas não ensinam que os sonhos
não mudam nosso destino.
WANDIRA FAGUNDES QUEIROZ (Curitiba/PR)

Quando o destino me lança,
em tristes vielas tortas,
eu sinto o sol da Esperança,
revivendo auroras mortas...
YVONE TAGLIALEGNA PRADO (Belo Horizonte/MG)
=============

CONCURSO ESTADUAL (SP)
Tema: Onda


VENCEDORES


Dos beijos que cegaram,
não guardo saudade alguma,
foram ondas que passaram
sem sequer deixar espuma...
ALBA CHRISTINA CAMPOS NETTO (São Paulo/SP)

Nas ondas sentimentais
que o meu barco sempre avista,
posso encontrar temporais,
mas meus sonhos vão na crista.
ALBA CHRISTINA CAMPOS NETTO (São Paulo/SP)

Abre o mar meu relicário
e oferece à lua cheia,
lindas conchas de um rosário,
que as ondas deixam na areia.
CAMPOS SALES (São Paulo/SP)

Sobre as ondas sem receio,
o jangadeiro arredio,
lembra um peão de rodeio,
domando um potro bravio.
CAMPOS SALES (São Paulo/SP)

No meu corpo, mar revolto,
quando o desejo me invade,
o teu vulto “surfa” solto
nestas ondas de saudade.
DOMITILLA BORGES BELTRAME (São Paulo/SP)

Às vezes, em desatino,
eu vou perguntando assim:
por que as ondas do destino
vão te afastando de mim?
IZO GOLDMAN (São Paulo/SP)

Junto à praia, a contrastar
com a fúria das marés,
as ondas calmas do março
beijam de leve, meus pés!
RENATA PACCOLA (São Paulo/SP)

Morena, que te amo tanto,
e desprezas meus desvelos:
deixa afogar o meu pranto
nas ondas dos teus cabelos...
SELMA PATTI SPINELLI (São Paulo/SP)

O vento, zéfiro alado,
cavalga a onda e ponteia:
e a onda, num rendilhado,
vem descansar sobre a areia.
SELMA PATTI SPINELLI (São Paulo/SP)

Quando chegou, foi sincero:
- Sou onda do mar, meu bem.
Depois se foi...e eu espero...
toda a onda...vai e vem!
THEREZINHA DIEGUEZ BRISOLLA (São Paulo/SP)

MENÇÕES HONROSAS

A beleza do luar
e a solidão que me invade,
me lavam a mergulhar
numa onda de saudade.
ARGEMIRA FERNANDES MARCONDES (Taubaté/SP)

Neste mar de guerra e paz
alternando luz e treva,
a vida é onda que traz,
a morte é a onda que leva.
CAMPOS SALES (São Paulo/SP)

Qualquer onda eu desafio,
sou surfista destemida
neste imenso mar bravio
que nós chamamos de Vida!
ERCY MARIA M. DE FARIA (Baurú/SP)

Ondas...mansas ou revoltas,
em noites de lua cheia
criam mil pérolas, soltas
com que o mar enfeita a areia...
HÉRON PATRÍCIO (São Paulo/SP)

Olho as ondas se batendo
no penhasco, junto ao mar,
parecem sonhos morrendo,
beijados pelo luar.
LYGIA T. FUMAGALLI AMBROGI (Taubaté/SP)

Ondas vão, mas voltarão...
Na praia fica a cismar
que elas servem de lição
para eu ir, depois voltar.
MARIA IGNEZ PEREIRA (Mogi Guaçu/SP)

Sua lembrança me alcança
e a saudade me desperta
mas, as ondas da esperança
morrem na praia deserta!...
MARILÚCIA REZENDE (São Paulo/SP)

Foi uma noite de amor
mas partiste no arrebol
me deixando o teu calor
entre as ondas do lençol....
MARINA BRUNA (São Paulo/SP)

O vento faz serenata
e o mar se põe a cantar
versos, em ondas de prata,
de uma poesia... ao luar...
ROBERTO TCHEPELENTYKY (São Paulo/SP)

Falou de amor...achei graça...
e quase que eu disse não!
Mas, para minha desgraça,
“fui na onda” da paixão.
THEREZINHA DIEGUEZ BRISOLLA (São Paulo/SP)

MENÇÕES ESPECIAIS

Nosso amor sem sintonia,
nos deixou com igualdade,
ondas curtas de alegria,
ondas longas de saudade.
ALBA CHRISTINA CAMPOS NETTO (São Paulo/SP)

Velho mar, o seu bailado
das ondas nos vem provar,
que nada existe de errado
às vezes em recuar...
ERCY MARIA MARQUES DE FARIA (Baurú/SP)

A onda toda vez quando
na praia vem deslizar,
parece o pranto rolando
dos olhos tristes do mar...
ERCY MARIA MARQUES DE FARIA (Baurú/SP)

As ondas laboriosas
urdindo em verdes teares,
desenham rendas mimosas
para as noivas de seus mares!...
EDNA VALENTE FERRACINI (São Paulo/SP)

Enfrento as ondas bravias
que o mar da vida me traz...
Assim conquisto os meus dias
e tenho noites de paz.
MAURÍCIO CAVALHEIRO (Pindamonhangaba/SP)

Em noite de lua cheia,
numa carícia risonha,
as ondas beijam a areia,
tal qual o poeta sonha!
LUIZ CARLOS JUNIOR (Pindamonhangaba/SP)

Ante o teu corpo, sou cego
tateando com desvelos,
e com meus dedos navego
nas ondas dos teus cabelos...
RENATA PACCOLA (São Paulo/SP)

Já não sou onda que assola
a praia desta paixão,
hoje sou simples marola
no mar do seu coração!
ROBERTO NINI (Moji Guaçu/SP)

Meu destino foi traçado
quando a onda, no convés,
veio forte, e de bom grado,
me fez cair aos teus pés!
SELMA PATTI SPINELLI (São Paulo/SP)

Meus sonhos morrem ou crescem,
retratando esta aparência:
ondas que sobem e que descem
no mar da minha existência!....
MARILÚCIA REZENDE (São Paulo/SP)

CONCURSO LOCAL (SANTOS)
Tema: Jardim


VENCEDORES


Na vida de um trovador....
florindo sonhos diversos,
a Trova é um Jardim de Amor...
Num trevo de quatro versos!!!!
ANA MARIA GUERRIZE GOUVEIA

Se a poesia nasce em mim,
assim como nasce a planta...
Presumo ter um jardim,
na minha alma quando canta...
ANA MARIA GUERRIZE GOUVEIA

Em um jardim da cidade,
tendo a sua companhia,
eu já nem sinto saudade
dasaudade que eu sentia....
ANTÔNIO COLAVITE FILHO

Nos jardins da humanidade
está faltando uma flor...
É a nossa fraternidade
e o seu perfume de amor!
EDNA GALLO

Seja qual for o motivo
segue na doce ilusão,
tendo sempre um sonho vivo
no jardim do coração.
MARIA NELSI SALES DIAS

MENÇÕES HONROSAS

Num jardim – abrindo flores...
Deus fez surgir, majestosa,
a alma dos trovadores,
quando foi abrir a rosa!!!
ANA MARIA GUERRIZE GOUVEIA

Semeio rimas cruzadas
qual jardineiro em labor
para colher, perfumadas
as Trovas, flores do Amor!
ANTÔNIO COLAVITE FILHO

A Lua, não sei por onde,
espera o Sol na jornada
brincando de “esconde-esconde”
nos jardins...da madrugada...
ANTÔNIO COLAVITE FILHO

No meu jardim perfumado
de matizes multicores,
eu vejo Deus disfarçado
no meio das belas flores!
EDNA GALLO

Ao passar pelo jardim
lar da minha mocidade,
tua imagem veio a mim
com a mais doce saudade!
NAIR LOPES RODRIGUES

MENÇÕES ESPECIAIS

As estrelas são no céu
como flores no jardim,
dispersas, soltas ao léu
em primaveras sem fim!
CYNIRA ANTUNES DE MOURA

Meus sonhos de primavera
embalados de paixão,
foram rosas de quimera
nos jardins de uma ilusão!
EDNA GALLO

Flores, luar e jardim,
três belezas reunidas
que fazem brotar em mim
o encanto de nossas vidas.
ILZE DE ARRUDA CAMARGO

No jardim de rima e prosa
do meu peito sonhador
és o cravo e eu a rosa
na primavera do amor....
MARIA NELSI SALES DIAS

Borboletas multicolores
sobrevoam o jardim,
adornando nossas flores
de uma beleza sem fim.
ZAÍRA ALMEIDA GOMES
=================
Amanhã continua com Trovadores de Origem Hispânica, com o tema Paz

Fonte:
Livreto dos XV Jogos Florais de Santos/ 2011

terça-feira, 14 de junho de 2011

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 233)


Uma Trova Nacional

Quase entrou em parafuso,
releu para ter certeza
o telegrama do luso:
"Chego amanhã, de surpresa"...
–LICÍNIO ANTÔNIO DE ANDRADE/MG–

Uma Trova Potiguar

Eu não sei bem se é pecado,
só sei que fiz e não nego;
já roubei um aleijado
para socorrer um cego.
–LUIZ XAVIER/RN–

Uma Trova Premiada

2007 - São Paulo/SP
Tema : FOGO - Venc.

“De fogo”, o Zeca reclama;
– nessa lei eu não me amarro...
Quem criou esse programa
de gastar álcool com carro???
-HÉRON PATRÍCIO/MG-

Uma Trova de Ademar

Ela nunca me corneia,
pois eu sou muito sortudo...
Quem casa com mulher feia
é difícil ser chifrudo!
-ADEMAR MACEDO/RN-

...E Suas Trovas Ficaram

Sem cartola e sem magia
tem muito lalau que enrica!
A verba segue outra via
E somente “Fraude” explica.
-HILDEMAR DE ARAÚJO/BA-

Simplesmente Poesia

–SERGIO AUGUSTO SEVERO/RN–
Bem Aventurados

Bem aventurado o Surdo
por não ter a imposição
de Domingo, no Faustão,
escutar tanto absurdo.

E ao Mudo, também bendigo,
por não repetir Galvão,
ao referir-se ao amigo,
gritar com afetação:

Ronaldinho!!... Ronaldinho!!
(e o atleta, "redondinho",
perde o gol e ajeita a meia).

São Sílvios, Biais, Faustões...
que bom se essas transmissões,
fossem feitas... em Cadeia !!

Estrofe do Dia

No lugar que o moço está
qualquer um velho se arreda,
o moço é quem faz a farra
o velho é quem se embebeda;
o moço leva a topada
e o velho é quem sofre a queda.
–PINTO DE MONTEIRO/PB–

Soneto do Dia

BASTOS TIGRE/PE–
Argumento de Defesa

Disse alguém, por maldade ou por intriga,
Que eu de Vossa Excelência mal dissera:
Que tinha amantes, que era "fácil", que era
Da virtude doméstica, inimiga.

Maldito seja o cérebro que gera
Infâmias tais que em cólera maldigo!
Se eu disse tal, que tenha por castigo
O beijo de uma sogra ou de uma fera!

Senhora! pondo a mão sobre a consciência,
Minha palavra, impávida, protesta
Contra essa intriga da maledicência!

Indague a amigos meus; qualquer atesta
Que eu acho e sempre achei Vossa Excelência
Feia de mais para não ser honesta...

Fonte:
Textos enviados pelo Autor

Monteiro Lobato (Histórias de Tia Nastácia) XLIII - O Alcatraz e o Eider


Havia uma disputa entre o alcatraz (espécie de pelicano) e o eider...

— Antes de mais nada — pediu Narizinho — explique que bichos são esses.

— O alcatraz é uma ave marinha que tem um saco debaixo do bico. Uma ave com fama de ser a mais glutona de todas. Por isso os homens de certas zonas utilizam-na para a pesca. Botam-lhe uma argola no pescoço, debaixo do tal saco, de modo que o alcatraz pesque o peixe mas não possa engoli-lo. E o eider é um patão marinho dos países frios, famoso pela maciez de sua pluma; muito usada para travesseiros e acolchoados.

Bem. O alcatraz e o eider andavam brigando justamente por causa da pluma. Cada qual queria ter o privilégio de produzi-la. Por fim combinaram uma coisa.

Ficaria com o privilégio da pluma o que acordasse mais cedo e avisasse ao outro de que o sol estava nascendo.

Disposto a ganhar a partida custasse o que custasse, o alcatraz resolveu passar a noite acordado. Já o eider tratou de dormir o mais cedo possível. Sono, porém é sono. Quando chega não há quem agüente, de modo que lá pela madrugada o alcatraz estava de não poder mais consigo. Tinha de fazer esforços tremendos para conservar os olhos abertos.

De repente não pôde mais, cochilou — e teve um pesadelo, pondo-se a gritar: "O sol! O sol está nascendo!

A gritaria acordou o eider, que ficou a rir-se de ver o pobre alcatraz naquela luta para resistir ao sono. Por mais que fizesse, o sono o ia vencendo. Afinal sua cabeça pendeu e ele dormiu duma vez.

Justamente nesse instante o sol começou a levantar-se.

— O sol! O sol! Lá vem vindo o sol! Ganhei! — gritou o eider.

E teve de sacudir o alcatraz para acordá-lo.

Desde então ficou o eider com o privilégio das plumas maciíssimas — tudo porque soube fazer as coisas.
==============
— Está aí um ponto meio duvidoso — disse Pedrinho. — O eider não soube fazer nada — apenas dormiu. Teve sorte, isso sim.

— Espere, Pedrinho. Note que o alcatraz, muito estupidamente, quis forçar a vitória, e a vitória não gosta de vir desse modo. Já o eider respeitou as leis da natureza, não forçou coisa nenhuma.

— Que lei?

— A lei do sono. A sabedoria do eider foi tratar de dormir o mais cedo possível. Era o meio de estar bem acordadinho à hora do nascer dó sol. O alcatraz contrariou a lei do sono — e pá! levou na cabeça,

— Por falar em eider, vovó, não poderíamos criar essa ave aqui? — perguntou a menina. — Teríamos plumas para os nossos travesseiros — coisa muito, melhor que macela.

— Pois eu em vez de plumas de eider preferia papos de alcatraz, para pescar de argola na lagoa — disse Emília.

— Impossível — respondeu dona Benta. — Essas aves não agüentariam o nosso clima.

Muito quente para elas.

— Poderiam dormir na geladeira — lembrou Emília.

— Ei, ei, ei! — exclamou Narizinho. — Eu já andava admirada dum livro inteiro sem uma asneirinha só...

— E agora vovó? — indagou Pedrinho. — Que história vai contar?

— Creio que chega. Com tantas histórias assim, vocês apanham uma indigestão.

— Mais uma apenas, para fechar a série. Pedrinho pensou um bocado.

— Uma de onde?

— Uma do Rio de Janeiro, por exemplo — uma bem carioca.

Dona Benta olhou para o forno. Depois riu-se e contou
–––––––––––––
Obs: A pluma do eider chama-se edredão; o mesmo nome «e dá ao travesseiro ou acolchoado que contém pluma.
-------------
Continua… XLIV – História dos Dois Ladrões
–––––––––––––-
Fonte:
LOBATO, Monteiro. Histórias de Tia Nastácia. SP: Brasiliense, 1995.
Este livro foi digitalizado e distribuído GRATUITAMENTE pela equipe Digital Source

Antonio Brás Constante (O Destino do Último Homem Fiel (Homenagem aos namorados))


Seu nome era Sandoval. Ele era do tipo cafajeste. Apelidado na região de “rei dos safados”. Conheceu Albertina e caiu de amores por aquela mulher. Ela, porém, era um poço de desconfiança, que não queria nada com aquele canalha. Mas o amor trilha caminhos misteriosos, transformando aquele calhorda incurável em um obstinado apaixonado.

Ele prometeu que se os dois casassem mudaria seu jeito de ser. Seria o marido fiel que ela gostaria de ter. Ninguém acreditou, nem ela. Porém, de tanto ele insistir, a moça acabou cedendo aos seus encantos de cafajeste convertido em bom moço.

Ela concordou em se casar, mas com uma condição: que ele nunca traísse o seu amor, sob pena de morte. Falava sério, olhando nos olhos dele, pois era uma mulher de palavra. Ele jurou por todas as almas dos parentes que tinha e dos que nem mesmo existiam que seria fiel.

Casaram-se. O tempo foi passando. Ela sempre observadora. Ele sempre demonstrando ser o mais leal possível.

Um belo dia algo aconteceu. Ele perdeu o seu celular. Não soube explicar como, mas perdeu. Procurou por todos os lugares. Ligou para o aparelho e nada.

A mulher, que já estava quase totalmente acreditando na fidelidade do marido, voltou a ter desconfianças sobre sua pessoa. Aquela história não estava bem contada. Um celular não desaparece assim.

O destino, porém, tem caprichos que o próprio amor desconhece. Para azar do infeliz ex-cafajeste, um rapaz achou seu celular sem bateria, colocou-o no bolso do casaco e andando vários dias com ele de um lado para o outro. Após uma bebedeira em uma boate, o referido rapaz acabou deixando o celular em um dos quartos, saindo sem pagar a conta.

A garota que estava com o rapaz, ao perceber que ele tinha sumido enquanto ela estava no banheiro, fica enraivecida pelo não pagamento de seus “serviços”, mas encontra o celular próximo a cama onde estavam as roupas dele. Ela então pede emprestado um carregador de bateria para suas colegas e aciona o aparelho. Vasculha na sua agenda e encontra um endereço denominado “casa” e liga para lá. A esposa de Sandoval atende. A mulher da boate fala poucas e boas do homem que ambas julgam ser a mesma pessoa.

Quando o marido chega em casa, após um dia cansativo de serviço, encontra a mesa toda arrumada. Flores e velas enfeitando o móvel. Pergunta qual o motivo daquilo. Sua esposa lhe responde que naquela noite irão renovar as promessas do casamento.

Ele senta. Ela pega seu prato e lhe serve um delicioso banquete, elaborado com carnes finas, saladas variadas, massas e vinho. Tudo temperado com um poderosíssimo veneno. Afinal, ela era uma mulher de palavra.

Fontes:
Texto enviado pelo autor
Imagem = http://www.oquemeusaojoaotem.com.br

Ialmar Pio Schneider (Homenagens em Soneto VI)


SONETO AO BEATO JOSÉ DE ANCHIETA
Falecimento do poeta e catequista em 9.6.1597 –
In Memoriam – Dia de Anchieta.

Brilhante “Apóstolo do Novo Mundo”,
cuja vida foi toda dedicada,
com amor verdadeiro, tão profundo,
a Jesus e à Virgem Imaculada…

Da ilha de Tenerife era oriundo
e veio prosseguir sua jornada,
cá no Brasil, com ânimo fecundo,
que ele adotou, a sua Pátria Amada !…

Ore por nós, poeta peregrino !
Beato José de Anchieta, seu destino
foi trazer luz aos índios inocentes…

De catequista teve a trajetória;
jamais se apagará de nossa História,
das poesias os seus ensinamentos !

SONETO A MARGUERITE YOURCENAR
– In Memoriam – Nascimento da escritora em 8.6.1903 – . –
ao escritor e jornalista Walter Galvani.

Outrora li “Memórias de Adriano”,
da autora Marguerite Yourcenar,
que tendo sido Imperador Romano,
soube com sapiência governar…

Foram vinte e cinco anos a pesquisar,
disse Walter Galvani em texto lhano,
que a escritora levou para criar
o memorial do grande soberano…

E quinze vezes leu o livro culto,
dizendo “que nos sirva de lição”,
esse trabalho ingente de valor !

Pode deixar… que a frase toma vulto,
e aqui lhe aviso, agora, de antemão,
há de ser minha meta este labor !…

SONETO A TOBIAS BARRETO
– In Memoriam –
Data do nascimento do filósofo e poeta em 7.6.1839 –

Após ler um soneto de Tobias
Barreto de Menezes, meu desejo
de homenageá-lo, agora, neste ensejo,
suscitou minha verve de poesias…

Também, foi mestre nas filosofias,
principalmente as alemãs; e vejo
que inteligência teve de sobejo
para criar ideias e poesias…

“Um condor solitário”, mas autêntico;
pois, não houve, sequer, nenhum idêntico,
que lhe fizesse sombra em altivez…

Porque, filósofo e poeta augusto,
seu estro vai pairar, sem qualquer custo,
nos ares da Nação, sempre… de vez…

SONETO A FEDERICO GARCÍA LORCA
– Nascimento do poeta em 5.6.1899 –
In Memoriam

Por que será que as vozes dos poetas,
que compunham seus versos de magia,
que nem García Lorca e os ascetas,
foram caladas pela covardia?!…

Porém, viveram sua ideologia
e permanecem como se profetas
para um mundo melhor no dia a dia
das pessoas humildes e corretas…

E Federico foi herói no ardor
de pretender o bem da Humanidade
à qual dedicou todo seu amor…

Os poemas, sonetos e canções
vão continuar eternos na verdade
que transmitiram suas emoções…

SONETO A CLÁUDIO MANUEL DA COSTA
– Data do nascimento do poeta em 5.6.1729 –
In Memoriam –

Foi poeta, advogado e fazendeiro,
e quis a liberdade da nação;
pois, diz-se que era um culto companheiro
dos que lutavam p´ra libertação…

Pairam dúvidas do suicídio ou não,
como um ato de fuga derradeiro,
que praticou sofrendo na prisão,
porque não suportou o cativeiro…

Amou Lise que foi seu “doce encanto”,
por ela derramou seu “terno pranto”,
junto aos “piedosos troncos” do arvoredo…

Sua existência trágica, infeliz,
traduz-se nos sonetos em que diz
de um amor de amargura sem enredo…

SONETO A FRANZ KAFKA
– Falecimento do escritor em 3.6.1924 –
In Memoriam –

Escritor, símbolo da resistência,
que em A Metamorfose foi inseto,
mas que tinha, também, inteligência
para exercer o ofício predileto…

“Gregor só costumava ver o objeto”,
enquanto levava sua existência,
e por todo seu mágico trajeto,
foi socialista e ateu na adolescência…

Mas também, outrossim, como anarquista,
participou de algumas reuniões;
entretanto, por fim era sionista…

Depois de formar-se advogado em Praga,
escreveu O Processo por questões
que talvez sejam sua obra magna…

Fonte:
Sonetos enviados pelo autor

Lih Editorial (A Criança em Rimas, de Clóvis Oliveira Cardoso)


Dando início à nossa série de posts sobre as nossas publicações, apresentamos o livro: A Criança em Rimas, de Clóvis Oliveira Cardoso, um projeto super especial feito pelo nosso diretor Hiago Finkermann, em atendimento direto ao autor.

Arranjo dos livros com os encartes

Inicialmente a ideia de Clóvis ( o autor) era publicar 300 exemplares e reservar alguns para os colegas, lançando e vendendo o restante, só que à medida em que a conversa entre ele e Hiago ia evoluindo, a numeração de 100 exemplares para os colegas foi definida.

Encarte com o CD

Clóvis foi quem teve a ideia de oferecer aos 100 amigos um CD, embutido ao livro, com estorinhas infantis. E então Hiago desenvolveu o projeto de criação do encarte de uma forma que este ficasse com aparência simples, dando a impressão de ser feito em casa, por Clóvis mesmo, reforçando ainda mais a aparência de um presente dado a amigos.

Tivemos um problema com o registro do ISBN, no momento de solicitar o código de barras, e então para compensar Hiago teve a ideia de fazer uma surpresa a Clóvis, criando encartes de envelope para os 100 livros que seguiriam com o CD, tornando o projeto ainda mais detalhado e bonito.

Como Clóvis havia esclarecido de que o livro seria para crianças, Hiago também definiu o detalhe da capa em Verniz cintilante completo, para que o objeto parecesse um brinquedo (o que de fato é, só que para o intelecto brincar). Na capa, as imagens de 3 netos do autor em idades variadas, tornaram toda a publicação um caso particular de manufatura, como se o próprio Clóvis tivesse feito à mão cada livro a ser entregue para sua família.

O logotipo da Krioplast na contracapa justifica o apoio cultural, valorizando tanto a marca que produz soluções diversas em plástico quanto a publicação, que exibe beleza até em anúncios. Clóvis Oliveira Cardoso ficará muito contente com essa publicação, mesmo que tenha demorado por conta dos contratempos, a Lih editorial manteve sua proposta de alta qualidade na publicação, a qual você poderá conferir logo mais, podendo comprar esta obra pelo site da Lih.

Publique também pela Lih editorial: confira nossas promoções e solicite um orçamento: www.liheditorial.com.br

Fonte:
Lih Editorial

Lih Editorial (Publicação de Livros)


A Lih editorial é uma editora que se compromete a oferecer as melhores soluções de publicação de livros sempre com o menor preço, oferecendo aos escritores uma assessoria completa para que a história não termine e sim tenha seu início com o livro publicado.

Confira alguns de nossos diferenciais que a concorrência não pode oferecer pelo mesmo preço:
Prazo de 40 dias!Prazo de 40 dias!

Revisar, editar, diagramar, consolidar, registrar e imprimir: tudo isso em 40 dias, com 2 envios de prova de avaliação antes da aprovação final e impressão. Nossa equipe ainda cria uma página onde o autor pode acompanhar todo o processo de edição, publicação, impressão e entrega, num relatório diário.

Não temos estoque mínimo

Não adianta publicar e imprimir naquele monte de papel para deixar tudo no canto da casa ou no estoque da livraria, não é mesmo? Foi pensando nisso que oferecemos a impressão mínima de 100 exemplares por edição SOB ENCOMENDA, e, para a impressão SOB DEMANDA o autor pode editar no mínimo 1 exemplar e ainda assim registrar o ISBN, tornando a publicação oficial.

Vendemos também!

Não só publicamos o livro da melhor forma, mas também ajudamos na distribuição e na venda. Não temos clientes, mas parceiros: propomos negociações com livrarias e distribuidores, além de vendermos os livros na ediShop e também em nosso site. Assim, em vez de ficar com os livros em casa, vai tudo da gráfica direto para a venda!

Ajudamos no Lançamento!

Precisa organizar aquele evento legal para chamar os amigos a comprarem seu livro e curtirem a comemoração da publicação com você?

Então nós te ajudamos!

Encontramos um bom lugar, ajudamos com todo o planejamento e a execução sem cobrar valor adicional algum: você só paga os custos recorrentes ao evento, como coquetel e aluguel do local - a gente trabalha de graça para você lançar seu livro em alto estilo!

Edição Eletrônica!

Todos os livros publicados pela Lih editorial também são editados em formato eletrônico (ebook), e registrados no International Standard Ebook Number, que garante os Direitos Autorais e protege contra plágio. Os ebooks são vendidos em nosso site e na ediShop, e o autor recebe 92% sobre o preço de venda.

E mais:

Os Direitos Autorais são exclusivos do autor
O livro tem ISBN e é protegido mundialmente contra plagio
Nós é que vamos negociar com as grandes livrarias para vender sua obra nos maiores pontos do país.
Criamos uma página na internet para vender seu livro, e outra para você acompanhar as vendas.

Entrega Grátis!

O autor recebe os livros onde for preciso e não paga nada mais por isso.
Confira algumas simulações de orçamento para pedidos Sob Encomenda:

Livro Padrão
80 PAGINAS:
Capa: até 4 cores, impressa em CARTAO TRIPLEX 250grs com orelhas de 7cm.
Miolo: Texto em preto, impresso em PAPEL SULFITE 75grs.
Tamanho fechado: 14,00x21,00cm
Acabamento: Capa vincada e laminada. Lomba colada.
Quantidade(s) Preço Unitário Valor Total
100 exemplares 16,79............. 1679,00
200 exemplares 8,92 ............. 1784,00
300 exemplares 6,33 ............. 1899,00
500 exemplares 4,27 ............. 2139,00
1000 exemplares 2,74 ............. 2744,00

Livro Padrão
100 PAGINAS:
Capa: até 4 cores, impressa em CARTAO TRIPLEX 250grs com orelhas de 7cm.
Miolo: Texto em preto, impresso em PAPEL SULFITE 75grs.
Tamanho fechado: 14,00x21,00cm
Acabamento: Capa vincada e laminada. Lomba colada.
Quantidade(s) Preço Unitário Valor Total
100 exemplares 16,79 ............. 1772,00
200 exemplares 8,92 ............. 1983,00
300 exemplares 6,33 ............. 2272,00
500 exemplares 4,27 ............. 2439,00
1000 exemplares 2,74 ............. 2920,00

Livro Padrão
160 PAGINAS:
Capa: até 4 cores, impressa em CARTAO TRIPLEX 250grs com orelhas de 7cm.
Miolo: Texto em preto, impresso em PAPEL SULFITE 75grs.
Tamanho fechado: 14,00x21,00cm
Acabamento: Capa vincada e laminada. Lomba colada.
Quantidade(s) Preço Unitário Valor Total
500 exemplares 6,19 ............. 3095,00
1000 exemplares 4,91 ............. 4191,00
1.500 exemplares 3,62 ............. 5444,00

Livro Padrão
180 PAGINAS:
Capa: até 4 cores, impressa em CARTAO TRIPLEX 250grs com orelhas de 7cm.
Miolo: Texto em preto, impresso em PAPEL SULFITE 75grs.
Tamanho fechado: 14,00x21,00cm
Acabamento: Capa vincada e laminada. Lomba colada.
Quantidade(s) Preço Unitário Valor Total
300 exemplares 9,44 ............. 2834,00
500 exemplares 6,62 ............. 3314,00
1000 exemplares 4,52 ............. 4524,00

Livro Padrão
200 PAGINAS:
Capa: até 4 cores, impressa em CARTAO TRIPLEX 250grs com orelhas de 7cm.
Miolo: Texto em preto, impresso em PAPEL SULFITE 75grs.
Tamanho fechado: 14,00x21,00cm
Acabamento: Capa vincada e laminada. Lomba colada.
Quantidade(s) Preço Unitário Valor Total
500 exemplares 8,20 ............... 4102,00
1000 exemplares 5,77 .............. 5771,00
2000 exemplares 4,22 .............8459,00

Formas de Pagamento

À vista e antecipado: 10% de desconto
2 Parcelas: 1ª na contratação e 40 dias depois, 2ª na entrega do serviço.
10 Parcelas: No Cartão de Crédito Visa e Mastercard, Juros de 3%
12 Parcelas: No Cartão de Crédito, Entrada de no mínimo 40% do valor total, Juros de 2,0% por parcela
Entrada de até 40%+Parcelamento em Cheque - Mediante Consulta de Crédito

Somos uma Editora!

A Lih editorial é um dos setores da multi-editoria Hímpeto Budget Networks, empresa séria do ramo editorial que há 2 anos presta serviços a escritores, jornalistas, editoras e jornais e já atendeu mais de 2000 clientes em mais de 17 países.

(Acesse a página do formulário) de orçamento e solicite uma avaliação de preços, sem compromissos. A resposta chega em algumas horas!

Precisa de um serviço bem específico?

Então [escreva-nos]! Ligaremos para você e marcaremos uma reunião para chegarmos a uma solução juntos!

Das 14:00 às 21:00 estamos te esperando para conversarmos sobre seu livro, online pelo chat.

Lih editorial - Hímpeto Budget Networks
Avenida Paulista, 2300 - Andar Pilotis - São Paulo - SP
CEP: 01310-300 | Fones: 11 2847 4941 e 11 3449 4366| www.liheditorial.in

Fonte:
Texto enviado pela Lih Editorial

Olivaldo Júnior (Poema ao 123º Aniversário de Fernando Pessoa)


Ricardo, Alberto, Álvaro ou Fernando,
não importa o quanto passe, Pessoa...
Hoje é dia da pessoa que fez do canto
seu canto, nosso encanto, a Lisboa,
o país que em nós ecoa, caro Fernando...

Nunca estive em mim sem que você,
de um jeito ou de outro, não estivesse,
Pessoa, junto de mim. Eu sou você,
porque você me vê, porque sou breve,
porque vou passar, assim como você,
mas sem me acabar, que somos eternos.

No vento que embaraça meus passos,
no passo que não dou, pelos percalços,
você, poeta, completa mais de cem,
comemora (parabéns!) o próprio bem
de ser mais de um, de ser só Pessoa.

Fonte:
O Autor

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 232)

Pintura de Hans Harp

Uma Trova Nacional

Prefiro a ponte amarrada
com a virtude da embira,
do que a ponte concretada
em pilares de mentira!
–CAMPOS SALES/SP–

Uma Trova Potiguar

Não me importo com a moda,
nem vivo de comentários;
tenho pena de quem poda
os ramos imaginários.
–MARCOS MEDEIROS–

Uma Trova Premiada

1985 - Belém/PA
Tema: PONTE - M/E.

Nossa divergência é clara,
embora eu te guarde estima,
tu és muro que separa,
eu sou ponte que aproxima.
–EDMAR JAPIASSÚ MAIA/RJ–

Uma Trova de Ademar

Deus fez de mim uma ponte
com pilastras de alegria,
e acima dela uma fonte
por onde jorra poesia...
–ADEMAR MACEDO/RN–

...E Suas Trovas Ficaram

Quando a noite sobrevém,
a solidão, por maldade,
só traz lembrança de alguém
quando esse alguém é saudade...
–VASQUES FILHO/PI–

Simplesmente Poesia

A minha alma se extasia
em devaneio profundo,
voa nas asas do vento
desperta a paz num segundo,
quando Deus abre a cortina
me mostra a musa divina
da poesia do mundo.
–PROF. GARCIA/RN–

Estrofe do Dia

Nasci para ser assim:
Pra sorrir que só menino,
pra ser sacristão dos versos,
pra badalar no meu sino,
pra dar cangapé na sorte
no areal do destino.
–GERALDO AMÂNCIO/CE–

Soneto do Dia


–MIGUEL RUSSOWSKY/SC–
Solidão

Depois que o amor passou... fez-se o vazio
e o desespero armou a sua tenda,
num leito triste abandonado e frio,
que nem a própria insônia recomenda.

Ficararam três promessas em contenda,
semi murchas e tortas , num desvio.
As ilusões gentis, em minha agenda,
entraram em completo desvario.

Sobrou a solidão que está comigo.
Sou bom anfitrião e dei-lhe abrigo,
pois prefere pessoas com idade.

A solidão é muito inteligente,
vive plantando, a sós, uma semente,
que nasce sob a forma de saudade.

Fonte:
Textos enviados pelo Autor

quinta-feira, 2 de junho de 2011

José Tavares de Lima (Vozes do Coração) Parte I


Amar alguém eu temia...
E acabei, na indecisão,
pagando essa covardia
com a minha solidão!

As penas da vida aceita
sem revoltas, sem reclamos...
pois sempre a nossa colheita
depende do que plantamos...

Assim como todo lume
tem que ter ardor e chama,
também tem que ter ciúme
o coração de quem ama!

Busca no verso a alegria,
se hoje a vida te amargura,
que a vereda da poesia
pode levar-te à ventura !...

Contra a idade não tem fugas...
Mas eu vejo, com desgosto,
que a vida ingrata pôs rugas
antes do tempo em meu rosto!

Crê na vitória e tem calma
ante o revés que alucina...
Quem traz um sol dentro d'alma
não se perde entre a neblina!

Desperta. A noite é de encanto!
E a lua, aflita, no espaço,
já não pode esperar tanto
para ver o nosso abraço!...

De tanto esperar-te e vendo
que a idade avança, severa,
sinto em minh'alma crescendo
o desencanto da espera !...

Enfrente a luta e, persista
se acaso a vitória tarde...
Não há troféus de conquista
nas estantes do covarde!

Espero-a... A noite está fria,
mas não desisto... Ouço passos
e o prêmio da teimosia
vem se acolher nos meus braços!

Esquece a luta perdida
porque, mais que insensatez,
lembrar fracassos na vida
é fracassar outra vez !

Faz da vida uma peleja
pelo bem que tens em mente;
ninguém colhe o que deseja
desejando... simplesmente!

Fazendo um fico insincero
que na verdade deploro,
eu minto que não te quero
para esconder, que te adoro!

Felicidade, me resta
sonhar contigo e mais nada;
já que a sorte, em tua festa,
não permite a minha entrada!

Festeiro de alma iludida,
disfarçando a sorte ingrata,
faço uma festa da vida
mesmo que o vida me bata! ...

Lembra, em tua majestade,
quando o orgulho te arrebata,
que é no espelho do humildade
que a grandeza se retrata!

Meu maior contentamento
é quando, amorosa, dizes
que eu sou o melhor momento
dos teus momentos felizes !

Muita gente, na velhice,
não sonha mais... tem saudade
Corno se o sonho exigisse
certidão de nossa idade!...

Não deixa de ser valente
quem lutando fracassar...
Perder lutando é acidente;
Covardia é não lutar!

Nem a derrota embaraça
quem luta e nunca esmorece;
pois sabe que a nuvem passa
e o sol de novo aparece!

Nos obstáculos que enfrentas
sê forte e perseverante:
- é no rigor das tormentas
que se mede o navegante! ...

Nossa união que eu aceito
como a dádiva mais grata,
é nó-cego tão perfeito
que nem a morte desata !

O amor vem, não se procura...
Chega sutil, de repente,
como uma luz que a ventura
acende dentro da gente!

Partiste... Em meu desatino
vejo, ante o sonho desfeito,
que o pranto - intruso inquilino
fez domicílio em meu peito!

Pode ser falso o teor
que este conceito resume:
mas eu não creio no amor
de quem não sente ciúme

Pratica o bem desde agora,
pois com urgência é preciso
que no rosto de quem chora
faças brilhar um sorriso!...

Recebo cartas... Centenas!...
Eu trocaria, porém,
todas elas por apenas
uma que espero e não vem...

Se a sorte não me convida,
teimoso, forças concentro
e entro na festa da vida
como 'penetra'... mas entro! ...

Se não crês em Deus porque
não crês no que nunca viste,
lembra que o cego não vê,
mas sabe que a luz existe!...

Todo o bem que o amor resume
acaba em desilusão,
quando a sombra do ciúme
envolve a luz da razão

Venci distância e cansaço
para abraçar-te ... no fim,
quando cheguei, teu abraço
não esperava por mim...

Voltaste tão diferente
da mulher que foi tão linda,
que embora estejas presente
não sei se voltaste ainda!...

Fonte:
Colaboração de Darlene A. A. Silva
LIMA, José Tavares de. Vozes do Coração.

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 231)


Uma Trova Nacional Alinhar ao centro
Eu faço um apelo mudo
na velhice que me alcança:
- Destino, tire-me tudo
mas não me roube a esperança!
–MARINA BRUNA/SP–

Uma Trova Potiguar

Musa, fonte inspiradora,
deusa que embala a poesia;
do poeta é protetora
com toda soberania.
–ADELANTHA SOUZA DANTAS/RN–

Uma Trova Premiada

2011 - Ribeirão Preto/SP
Tema: VÍCIO - 1º Lugar

Oferecendo a miragem
de uma vida sem escolta
o vício vende passagem
para a viagem sem volta.
–OLYMPIO COUTINHO/MG–

Uma Trova de Ademar

Tem cão que mora num morro
e outro morando em mansão...
Porque nem todo cachorro
leva uma vida de cão!
–ADEMAR MACEDO/RN–

...E Suas Trovas Ficaram

Se o amor é um sacrifício,
não duvides, nem um pouco:
iria até para o hospício,
para amar-te como um louco.
–JORGE MURAD/RJ–

Simplesmente Poesia

–PAULO SETÚBAL/SP–
Só Tu

Dos lábios que me beijaram,
Dos braços que me abraçaram
Já não me lembro, nem sei...
São tantas as que me amaram!
São tantas as que eu amei!

Mas tu - que rude contraste!
Tu, que jamais me beijaste,
Tu que jamais abracei,
Só tu, nest'alma, ficaste,
De todas as que eu amei.

Estrofe do Dia

O aguaceiro no rio
desce fazendo manobra,
não procura um só desvio,
espuma fazendo dobra,
grande empecilho ou miúdo
passa por cima de tudo,
leva o que tiver na frente;
até o próprio rochedo
parece tremer com medo
dos abraços da corrente.
CANCÃO/PE–

Soneto do Dia

–GILSON FAUSTINOMAIA/RJ–
Um Filho de Santana do Matos

Pode um filho fugir da mãe querida,
mesmo sendo inda tenro, esse menino;
percorra pelo mundo outro destino,
sempre a mãe lhe dará uma acolhida.

Sua terra natal é sua vida.
Amar o antigo berço é dom divino.
Ali Deus colocou, do pequenino,
o início dessa estrada percorrida.

Em Santana do Matos tua história
estará para sempre na memória
do povo teu irmão do antigo lar.

Não preciso nem mesmo ser profeta,
pra saber, Ademar, que és o poeta
mais nobre e mais querido do lugar.

Fonte:
Textos enviados pelo autor

Ialmar Pio Schneider (Homenagens em Soneto V)


SONETO A DANTE ALIGHIERI –
Data de nascimento do poeta: 29.5.1265 – In Memoriam –

Diz-se que teve apenas três paixões:
a política, a poesia e Beatriz...
Assim viveu invernos e verões,
cantando seu amor p´ra ser feliz !

“A Divina Comédia” e as canções
que fez à sua amada tudo diz;
foram suas sublimes obsessões
desde os seus devaneios juvenis...

Há tempos li sua obra genial:
Inferno, Purgatório e Paraíso;
e senti quanto é monumental...

“Deixai aqui todas as esperanças,
ó vós que entrais.” Se não se perde o juízo,
o percurso é de trevas e esquivanças...

SONETO A RAUL BOPP
– Data de falecimento do poeta em 2.6.1984 – In Memoriam

Ilustre seguidor do “movimento
antropofágico”; Cobra Norato,
original poema do talento
desse escritor em seu desiderato...

“Nas terras do Sem-Fim”, é seu intento
morar, enfim, sem qualquer aparato,
co´a filha da Rainha Sofia e o vento:
“sumo sem rumo no fundo do mato”.

Sempre será lembrado, foi pioneiro
do nobre Modernismo Brasileiro,
criando imagens simples, infantis...

Tendo sido um poeta inovador
seus versos falam alto pela cor
das matas do Amazonas no matiz!

SONETO A VOLTAIRE
– Falecimento do escritor em 30.5.1778 – In Memoriam

Ialmar Pio Schneider

Disse Voltaire em Cândido ou o Otimismo:
“Devemos cultivar nosso jardim!”
E porque defendia o Liberalismo,
foi perseguido sempre até o fim...

Lutou por suas ideias, outrossim,
sem jamais aderir ao conformismo,
e pelo seu caráter foi, enfim,
nobre filósofo do Iluminismo.

“Não concordo com nenhuma palavra
que dizes, mas defenderei até
a morte teu direito de dizê-lo”.

Esta frase genial de sua lavra,
vem confirmar um símbolo de fé
que deveremos ter como modelo...

Fonte:
Sonetos enviados pelo autor

Monteiro Lobato (Histórias de Tia Nastácia) XLII – Peixes na Floresta


Era um camponês que tinha uma esposa muito faladeira. Um dia em que ele achou um tesouro enterrado na floresta, trouxe-o para casa e disse à mulher:

— Acabo de descobrir uma grande fortuna, mas temos de escondê-la. Onde será?

A mulher achou melhor enterrarem o tesouro debaixo do assoalho da isbá em que moravam. O camponês concordou. Mas assim que a mulher foi ao poço buscar água, tirou o tesouro dali e escondeu-o em outro lugar.

A mulher veio com a água.

— Mulher mulher — disse o camponês — é preciso que ninguém saiba que temos este tesouro aqui debaixo do assoa lho. Muito cuidado com a língua, ouviu?

Mas como não tinha a menor confiança nela, armou um plano.

— Olhe, amanhã iremos à floresta apanhar peixes. Dizem que estão aparecendo em quantidade.

— O quê? Peixes na floresta? Onde já se viu isso?

— Na floresta você verá. Madrugadinha o camponês levantou-se

e foi à vila. Comprou uma porção de peixes, uma porção de aletria e uma lebre. Passou depois pela floresta, espalhando tudo aquilo em vários pontos. A lebre ele fisgou num anzol de linha comprida e jogou n'água.

Chegando em casa, almoçou e convidou a mulher para irem à floresta. Foram. Que beleza! Peixe por toda parte, um aqui, outro ali, outro acolá. A mulher, com gritos de surpresa, ia acomodando a peixada na cesta.

Depois deu com a aletria pendurada de uma árvore.

— Olhe, marido! Aletria pendurada em árvore!...

— Não me espanto de coisa nenhuma — disse o homem. — Nestes últimos dias tem chovido muita massa dessa, que fica assim pendurada das árvores. Mas a gente da aldeia já apanhou quase tudo.

Nisto chegaram à lagoa, onde ele jogara a lebre.

— Espere um pouco, mulher. Esta manhã pus aqui uma linha de anzol com isca para lebre d'água. Vou ver se apanhei alguma.

Puxando a linha apareceu no anzol uma lebre. — Como é isso? — gritou a mulher. — Lebre d'água? Que coisa espantosa! Nunca ouvi dizer de lebre que morasse em água!...

— Nem eu, mas o fato é que pesquei uma.

Voltaram para casa com aquela lindíssima colheita e a mulher passou o dia a preparar os peixes e a lebre.

Uma semana depois em toda a redondeza só se falava no tesouro que o camponês descobrira. As autoridades mandaram chamá-lo.

— É verdade que achou um tesouro na floresta?

O camponês riu-se.

— Tesouro, eu? Ah, quem me dera achar um!

— Mas sua própria mulher anda assoprando no ouvido de toda gente que você achou um tesouro e o escondeu debaixo do assoalho da sua isbá.

— Minha mulher anda a dizer isso? Coitada! É uma louquinha que não sabe o que diz.

— É verdade, sim! — gritou a mulher, furiosa. — Ele achou um tesouro, que eu ajudei a enterrar debaixo do assoalho! Louca, eu! É boa...

— Quando foi isso? — perguntou o camponês.

— Na véspera daquele dia em que juntamos peixe na floresta.

— Peixe na floresta? — repetiu o homem, fazendo cara de não entender.

— Sim. No dia em que choveu aletria e você pescou uma lebre d'água.
As autoridades convenceram-se de que a mulher era mesmo louca, e como na busca que deram nada encontrassem debaixo do assoalho da isbá, o caso morreu. O camponês esfregou as mãos, de contente.

— Veja se eu fosse me fiar nela! Estava hoje desmoralizado e com o meu rico tesouro perdido...
===========
— Que complicação para chegar a esse resultado! — exclamou Narizinho. — Esse camponês sabia a mulher que tinha.

— E que grande maroto! — disse Pedrinho. — Logrou a mulher, logrou as autoridades — logrou todo mundo. Freguês mais escovado ainda não vi.

— E isbá, dona Benta, que é? — perguntou Emília.

— É o nome das casas da roça lá na Rússia, em geral de madeira. Casa de roça, aqui nós chamamos rancho, casebre, casa de sapé, mocambo e outras coisas assim. Lá é isbá.

— Gostei da história dos russos — disse Narizinho. — Está pitoresca. Vamos ver outra de lá mesmo.

— Não. Para variar contarei uma de outra terra muito fria, a Islândia.
–––––––––––––
Continua… XLIII – O Alcatraz e o Eider
–––––––––––––-
Fonte:
LOBATO, Monteiro. Histórias de Tia Nastácia. SP: Brasiliense, 1995.
Este livro foi digitalizado e distribuído GRATUITAMENTE pela equipe Digital Source

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 230)


Uma Trova Nacional

Choro não é argumento,
quem grita perde a razão,
somente o entendimento
resolve qualquer questão.
–ZÉ REINALDO/AL–

Uma Trova Potiguar

Cultuar o amor, entre os povos,
nos torna, um ser pertinaz,
estreitando, laços novos,
para que, tenhamos paz...
–FABIANO WANDERLEY/RN–

Uma Trova Premiada

2006 - Nova Friburgo/RJ
Tema: FRONTEIRA - M/H

Sem preconceito ou pudor,
mas de emoções verdadeiras,
grandes momentos de amor
não delimitam fronteiras!...
–HERMOCLYDES S. FRANCO/RJ–

Uma Trova de Ademar

Se a inspiração me inebria,
com temas, os mais dispersos;
mato a sede de poesia
na eterna fonte dos versos...
ADEMAR MACEDO/RN–

...E Suas Trovas Ficaram

Seu "lenço de despedida"
o vento não mais o solta,
que o trem da linha da vida
só tem ida, não tem volta!
–JOSÉ MARIA M. DE ARAÚJO/RJ–

Simplesmente Poesia

–ROSA REGIS/RN-
Saudade da Minha Infância

Eu queria ser criança novamente
Para jogar dedola na calçada;
Brincar de esconde-esconde e de pegada,
Sem malícia. E, inocentemente,
Brincar de cavalinho com Vicente.
De dona-de-casa e cozinhado;
De tica, de biloca, de roçado
E de boneca, ser mamãe, fingindo.
Saudosa disso tudo, eu lembro rindo,
Com imensa saudade do passado.

Estrofe do Dia

Uma velha rezadeira,
Um “véi” fazendo cigarro,
um pote velho de barro
e aquela boa parteira;
um chá de erva cidreira
pra qualquer tipo de dor...
Um cavalo corredor
e um menino “maluvido”;
“isso é cagado e cuspido
paisagem do interior.”
–ADEMAR MACEDO/RN–

Soneto do Dia

–SÔNIA SOBREIRA/RJ–
Tenho Pena

Tenho pena dos que sofrem na vida,
neste mundo, tão mau, tão inclemente,
dos que morrem sem culpa, do inocente
que sozinho, nem sabe o que é guarida.

Da montanha, calada e soerguida,
que altiva enfrenta as águas da vertente,
do mar, enfurecido de repente,
das ondas que se curvam na descida.

Tenho pena do brilho das estrelas,
dos cegos que jamais poderão vê-las
e do tempo que mostra a realidade.

Tenho pena das lágrimas vertidas,
da ilusão cujas asas são partidas,
de um sonho que deixou tanta saudade!

Fonte:
Textos enviados pelo autor

A. A. de Assis (A Guerra das Sanfonas)


Maio de 1964, semana dos 17 anos de Maringá. Na programação, um concurso de sanfoneiros, a mais badalada atração da festa. Gente e mais gente se juntava pra ver de perto; quem não vinha ficava em casa acompanhando pelo rádio, em ferrenha torcida.

Os artistas da sanfona de oito baixos chegavam de toda a região, alguns até de mais longe, prêmios convidativos, mais ainda o prestígio, a glória. As eliminatórias, durante a semana toda, eram o assunto único. Nhô Juca de mestre de cerimônia, caprichoso nos detalhes. Deu discussão, deu briga, tudo como convém a um festival que se preze. E aquele era uma verdadeira guerra.

Gente ilustre da cidade formando a comissão julgadora, músicos importantes, políticos, intelectuais. Chegou a grande finalíssima. Veio junto a decepção ecoada na forma de estrondosa vaia. Protestos e mais protestos. Os julgadores xingados de todos os nomes.

O motivo da bronca?... Magina: os sanfoneiros autênticos sentiram-se insultados e seus fãs-clubes se alvoroçaram. O grande problema: a comissão dera o primeiro lugar a um acordionista. Pior ainda: a um acordionista que tocara “El relicario” e “La cumparsita”. Absurdo. Onde já se viu enfiar acordeão em festa de sanfonas?... De jeito maneira!

Acordeão é ferramenta de gringo. “La cumparsita” é pra gente de língua enrolada. Nossa música é modinha, valsinha, toada, baião, que têm cheiro e gosto de terra, alma de povo. A comissão julgadora deveria ter pensado nisso. A grita era geral, contagiante. Queriam porque queriam a anulação do concurso. Injusto e impatriótico.

Sob apupos e assovios, o homem da “La cumparsita” recebeu, porém, assim mesmo o prêmio. A culpa afinal não era dele, era dos julgadores, mas naquela hora ninguém tinha serenidade para raciocinar direito. Era grito, era palavrão, era ovo lançado contra o palanque. O caso foi assunto do dia por dias e dias, em cada esquina, em cada bar, fofoca das boas, sobretudo das quentes.

Uma pena, porque depois de tamanha encrenca nunca mais se fez concurso de sanfoneiros por aqui. Pelo menos não daquele porte. Uma tradição que poderia ter permanecido, não fosse a insensibilidade daquela desastrada comissão julgadora.

Fonte:
ASSIS, A. A. de. Vida, verso e prosa. Maringá: EDUEM, 2010.

Ialmar Pio Schneider (Soneto Saudoso ao meu Pai!)


Hoje desejo te contar a história,
De um homem simples que bem conheci,
Jamais há de sair-me da memória,
Pois foi por seu caráter que vivi…

Deste mundo cumpriu a trajetória,
E trabalhando honestamente aqui,
Ele nunca aspirou dinheiro ou glória,
Foi meu exemplo desde que nasci…

Ora reside Além, na Eternidade,
Mas eu sempre o relembro com saudade,
E tanto tempo já tão longe vai…

Ainda o vejo lá na barbearia,
Me transmitindo com sabedoria,
Os seus ensinamentos, oh meu pai !

Fonte:
O Autor

Joubert de Araujo e Silva (Livro de Trovas)


A Morte vem tarde ou cedo
- com brumas no fim da estrada.
São as neblinas do medo...
- Talvez tudo... -Talvez nada

A neblina sobre a mata,
antes que o sol doure a terra,
parece um manto de prata
nos ombros verdes da serra.

Aquela aranha paciente,
que tece despercebida,
lembra o destino da gente
e as armadilhas, da vida!

A sorte foi bem marota
para o pobre do Aristeu,
fazendo morrer de "gota"
quem só da "pinga" viveu.

Cessa a luta na colina...
E Deus, ante o horror da guerra,
põe o algodão da neblina
sobre as feridas da terra.

Chego ao fim, com os pés sangrando,
abandonado e sozinho;
meus sonhos foram ficando
um a um pelo caminho...

De todas as despedidas,
esta é a mais triste, suponho:
duas almas comovidas,
chorando a morte de um sonho!

Enganam-se os ditadores,
que, no seu furor medonho,
mandam matar sonhadores,
pensando matar o sonho!

Lembro, triste, o amor passado,
vendo a Luz e o velho cais:
- saudade é barco ancorado
no porto do "nunca mais" ...

Manhã... Ao passar das horas,
incendeia-se o horizonte...
E o Sol - pastor das auroras,
varre as neblinas do monte.

Meu dentista entrou em cana;
numa grande confusão...
e uma coroa" bacana
foi o "pivô" da questão.

Na cachaça, o Zé Caolho
se sente realizado:
embora tendo um só olho,
ele vê tudo dobrado...

Os currais estão vazios...
o verde fugiu do chão...
e a seca, bebendo os rios,
vai devorando o sertão.

O segredo que o Biscalho
soube da esposa travessa
deu, por fim, “aquele galho"
que não lhe sai da cabeça...

O vento, pastor estranho,
tangendo as nuvens ao léu,
conduz seu alvo rebanho
pelas campinas do céu!

Quando um povo escravo acorda,
pondo fim ao jugo insano,
a mão de Deus põe a corda
no pescoço do tirano ...

Seca Braba. Ao longe, o grito
do carro de bois gemendo
parece um "ai" longo e aflito
do sertão, que vai morrendo ...

Se quiser proceder bem
quem briga alheia ajuiza,
dê razão a quem não tem,
pois quem já tem, não precisa!...

"Só com o Zé se casaria...”
Jurou, e foi verdadeira:
Já tem três filhos Maria,
e continua solteira!..

Vem a neblina... e a cidade
goteja um pranto silente...
- Neblina é como a saudade
molhando os olhos da gente.

Fontes:
Colaboração de Darlene A. A. Silva
Verso e Prosa
Evandro Moreira. Poetas Cachoeirenses.

Joubert de Araújo e Silva (1915 - 1993)


Joubert de Araújo Silva nasceu em São Felipe, no município de Cachoeiro de Itapemirim, no Estado do Espírito Santo, em 29/11/1915, filho de Venâncio Silva e Maria Adelaide de Araújo Silva.

Iniciou-se literariamente incentivado por Newton Braga, colaborando no "Correio do Sul" e na revista "Vida Capixaba".

Em 1939, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde ingressou no antigo IAPI.

Pertenceu à UBT, sendo redator do órgão oficial da entidade - Trovas e Trovadores.

Conquistou centenas de prêmios, inclusive o de Magnífico Trovador por 3 vezes nos Jogos Florais de Nova Friburgo. Obteve também premiações com vários sonetos e recebeu inúmeras honrarias, inclusive o título de Intelectual do Ano, em 1954 - pelo Jornal "Mensagem" e pela Casa da Cultura de Alegre, onde se sagrou um dos vencedores em 6 Jogos Florais.

Na Academia Cachoeirense de Letras ocupou a cadeira n.34 cujo patrono é Florisbelo Neves. A Academia Espírito-santense de Letras o premiou, em 1985, com o livro Caminhada, onde predominam os quartozetos.

Faleceu em 22/07/1993.

Obras:

"Caminhada" - 1990
Participação na Coletânea "Poetas Cachoeirenses", de Evandro Moreira.

FONTE:
Poetas Cachoeirenses, de Evandro Moreira

Monteiro Lobato (Histórias de Tia Nastácia) XLI - O Rato Orgulhoso

Um rato fazedor de grande idéia de si mesmo, vivia esperando ocasião de realizar coisas que mostrassem a sua importância. Certa noite acordou de sobressalto. A casa estava queimando. O rato ficou aflitíssimo, sem saber como escapar.

As labaredas, porém, cresciam e ele teve de resolver-se; ou ficava ali, e morria assado, ou escapava. Fechou os olhos e lançou-se ao fogo.

Mas; sem saber como, não se queimou. Achou-se lá fora, sem o menor tostadinho no pêlo. Isto o encheu de enorme orgulho.

— Qual! Sou mesmo diferente dos outros. Nem as chamas têm coragem de me queimar...

Passeou por ali uns instantes e voltou a ver o estado do incêndio. Só então percebeu que não tinha havido incêndio nenhum. Os raios do sol, que se iam erguendo, é que lhe deram a impressão de fogo.

O rato suspirou. A sua importância não era o que ele havia suposto. Mas que fazer para provar tal importância?

A pouca distância havia um morro altíssimo.

— Eis uma boa façanha para um rato como eu: dar um pulo e cair lá em cima do morro!

Preparou cuidadosamente o pulo e pulou. Novo desastre. Em vez de alcançar o alto do morro, caiu em cima dum montinho de areia, a seis palmos de distância.

O rato entristeceu. Estava custando a provar ao mundo a sua importância.

Olhou. Viu um lago que lhe pareceu enorme. Foi para lá. Mediu a distância.

— Se consigo atravessar a nado este aguão, todos os animais têm que reconhecer em mim um verdadeiro herói.

Lançou-se à água, nadou, e por fim chegou ao meio do lago. Sentia na cauda o peso de milhares de peixes agarrados a ela. Estava já cansadíssimo, de modo que teve de empregar todas as forças para chegar à margem oposta. Chegou, afinal. Uf!

— Canseira assim jamais senti. Mas não é para menos. Acabo de atravessar um dos maiores lagos do mundo.

Prestando melhor atenção, porém, viu que não havia atravessado lago nenhum, e sim uma pocinha lamacenta.. Os tais peixes que se agarraram à sua cauda não passavam de vermes da lama.

O rato ficou aborrecidíssimo, mas mesmo assim não abandonou o plano de fazer grandes coisas.

Longe dali havia um pau, que lhe deu a idéia de estar espetado no céu. "Oh; lá está uma grande coisa a fazer. Visivelmente aquele pau está sustentando o céu. Se eu o derrubar, o céu cai. O mundo inteiro ficará esmagado, mas eu provarei a minha importância."

Foi. Examinou bem o pau e depois abriu um buraquinho para esconder-se quando o céu viesse caindo. Feito isso, pôs-se a roer a madeira. Roeu, roeu, roeu, e quando viu que o pau estava cai não cai, correu a esconder-se no buraco.

— Pobre mundo! Vai ficar inteirinho achatado pelo céu!...

Esperou uma porção de tempo. Não ouviu barulho nenhum.

— Que será que houve?

Talvez o céu ficasse enganchado na lua — e com mil cautelas botou a cabeça fora do buraco, para espiar.

Que desapontamento! O céu azul lá estava no lugar de sempre, com um grande sol no meio. O ratinho olhou para o pau caído: era uma simples vara.

O ambicioso sentiu grande tristeza, mas não desanimou. "Hei de fazer uma coisa grande, custe o que custar. Hei de transportar este monte daqui para o oceano." Disse e pôs-se ao trabalho. Foi furando o monte e carregando a terra aos bocadinhos até o mar. Passou nisso anos e anos, até que um dia olhou e não viu mais o monte. Ele realmente o havia transportado para o mar.

— Hum! Agora compreendo como se fazem as grandes coisas. É à força de muito trabalho e muita paciência.

E morreu feliz por haver realizado um sonho de grandeza.
================
— Bravos aos esquimós! — gritou Emília. A historinha deles está mais suculenta que todas as contadas até agora.

— Na verdade, este conto encerra uma preciosa lição — disse dona Benta. — Não há obstáculos que a paciência não domine. E até houve um grande pensador que disse: "O gênio é uma longa paciência."

— Mas, vovó, então tais esquimós são bem adiantadinhos. Para inventar histórias com lições como essa, é preciso que tenham boa cabeça.

— Pudera não! — gritou Pedrinho. — Eles só comem peixe. Peixe contém fósforo. Fósforo é sinônimo de inteligência.

— Mas se é assim — disse Narizinho — por que não progridem?

— Ah, minha filha, os esquimós já fazem o maior dos milagres vivendo naquela terra de gelos infinitos. Não há por lá vegetação nenhuma, a não ser, em certos pontos, a tundra, que é um tapete rasteiro de musgos e líquens. Isso dum povo desenvolver-se exige coisas: terras boas para culturas, clima agradável, cem fatores favoráveis. Para mim não há heroísmo maior do que o das tribos que passam a vida nos gelos. Brrr!...

— Bom. Conte outra dum país frio — da Rússia, por exemplo.
–––––––––––––
Continua… XLII – Peixes na Floresta
–––––––––––––-
Fonte:
LOBATO, Monteiro. Histórias de Tia Nastácia. SP: Brasiliense, 1995.
Este livro foi digitalizado e distribuído GRATUITAMENTE pela equipe Digital Source

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 229)


Uma Trova Nacional

Minha saudade é defeito
que outra saudade requer
pois, sempre que abro o meu peito,
encontro a mesma mulher!
–HÉRON PATRÍCIO/SP–

Uma Trova Potiguar

Sua imagem é minha escolha,
dela assumo ser devoto,
pois por mais que eu vire a folha,
eu só vejo a mesma foto!
–MANOEL CAVALCANTE/RN–

Uma Trova Premiada

2008 - N. Friburgo/RJ
Tema: ESCOLHA - 8º Lugar.

Estou só... Mas sou feliz;
vou vivendo mesmo assim:
por escolhas que não fiz,
mas a vida fez por mim!
–SELMA PATTI SPINELLI/SP–

Uma Trova de Ademar

Aquela mão estendida
é Nau que ainda trafega
no mar revolto da vida
que a própria vida renega...
–ADEMAR MACEDO/RN–

...E Suas Trovas Ficaram


Passei a crer nos amigos
e em bondade ainda creio,
depois que vi dois mendigos
dividindo um pão ao meio.
–COLBERT RANGEL COELHO/MG–

Simplesmente Poesia

–SERGIO AUGUSTO SEVERO/RN–
Xaxado

De "Apragatas de Rabicho",
chapéu de Couro e Gibão,
os "Cabras de Lampião",
vão xaxando, "no capricho"!

"Matanto o Bicho", a Cachaça
"Papo-Amarelo" na mão,
e cortando a escuridão,
os lampeões, lá da Praça.

Pé à frente, deslizando,
num vai e vem levantando
a poeira, sem ter medo...

numa Dança, sem Parceira,
vai xaxando a Tropa inteira,
no Nordestino Folguedo !

Estrofe do Dia

“Santana do Matos” aniversaria,
e este filho que ela viu nascer;
lhe oferece com carinho esta poesia
mas nem sabe direito o que dizer;
pois eu que nasci da sua entranha
bem cedo me mudei pra terra estranha
quando ainda era muito pequenino;
mas guardei no vídeo da memória
é aqui que começa a minha história
e amar esta cidade é meu destino.
–ADEMAR MACEDO/RN–

Soneto do Dia

+++Nemézio Miranda/BA+++
(Homenagem Póstuma)
Destino de Velho Tema

Ele passava à noite à luz da lua,
fitando estrelas num silêncio imenso,
sem se lembrar que a vida tumultua
e avança e cresce num progresso intenso.

Era pequeno nesse tempo, e penso
sorrira às vezes da mania sua.
Hoje, homem feito, sinto-me propenso
a ver a noite só, à luz da lua.

Muitos rirão de mim... A velha história...
Não sorrira eu também de outros tantos,
antes de ver no amor a eterna glória?

Velho tema, terás esse destino.
Basta ter certo alguém todos encantos
que a gente sonho um dia, inda menino...

Fonte:
Textos enviados pelo autor