sexta-feira, 27 de abril de 2012

Wagner Marques Lopes /MG (A FAMÍLIA em trovas), parte 3


Mãe

A mãe é o ser que confia
em seu filho, a toda prova.
Ora, age e renuncia
para vê-lo em senda nova.

A fórmula da paz caseira

Brigas em casa, à vontade?
Eis a fórmula eficaz:
ouvir com serenidade
+ perdão = a paz.

Família - opção pelo ser

Fama, glória, altas vistas...
Minimiza sempre o ter.
Liberdade tu conquistas
Aperfeiçoando o Ser.

Amor em família

Em família, a vida é feita
de senões, a cada instante.
Não podendo ser perfeita,
tendo o amor... Eis o bastante.

Fonte:
trovas enviadas pelo autor

Clotilde Tavares (Aconteceu na Caatinga)


Era meio-dia e a caatinga brilhava à luz incandescente do Sol. O pequeno Calango deslizou rápido sobre o solo seco, cheio de gravetos e pedras, parando na frente do majestoso Mandacaru, que apontava para o céu seus espinhos, os grandes braços abertos em cruz.

- Mandacaru! Mandacaru! Eu ouvi os homens conversando lá adiante e eles estavam dizendo que, como a caatinga está muito seca e cor de cinza, vão trazer do estrangeiro umas árvores que ficam sempre verdes quando crescem e estão sempre cheias de folhas.

- Mas que novidade é essa? - falou a Jurema.

- Coisa de gente besta - disse o Cardeiro, fazendo um muxoxo irritado e atirando espinhos para todo lado.

- Eu é que não acredito nessas novidades - sussurrou o pequeno e tímido Preá.

A velha Cobra, cheia de escamas de vidro e da idade do mundo, só fez balançar a cabeça de um lado para o outro e, como se achasse que não valia a pena falar, ficou em silêncio.

E no outro dia, bem cedinho, os homens já haviam plantado centenas de arvorezinhas muito agitadas, serelepes e faceiras, que falavam todas ao mesmo tempo na língua lá delas, reclamando de tudo: do Sol, da poeira, dos bichos e das plantas nativas, que elas achavam pobres, feias e espinhentas. Enquanto falavam, farfalhavam e balançavam os pequenos galhos, que iam crescendo, ganhando folhas e ficando cada vez mais fortes.

Enquanto isso, as plantas da caatinga, acostumadas a viver com pouca água, começaram a notar que essa água estava cada vez mais difícil de encontrar. As raízes do Mandacaru, da Jurema e do Cardeiro cavavam, cavavam e só encontravam a terra seca e esturricada.

O Calango então se reuniu com os outros bichos e plantas para encontrar uma solução. E foi a velha Cobra quem matou a charada:

- Quem está causando a seca são essas plantinhas importadas e metidas a besta! Eu me arrastei por debaixo da terra e vi o que elas fazem: bebem toda a nossa água e não deixam nada para a gente.

- Oxente! - gritou o Calango. - Então vou contar isso aos homens e pedir uma solução.

Mas logo o Calango voltou, triste e decepcionado.

- Os homens não me deram atenção - disse. - Falaram que eu não tenho instrução, não fiz universidade e que eu estou atrapalhando o progresso da caatinga.

E todos os bichos e plantas ficaram tristes, mas estavam com tanta sede que nem sequer puderam chorar: não havia água para fabricar as lágrimas. Por muitos dias ficaram assim e quando estavam à beira da morte houve um movimento: era o Preá, que levantou o narizinho, farejou o ar e, esquecendo a timidez, gritou:

- Estou sentindo cheiro de água!

- É mesmo! - gritaram todos.

- O que será que aconteceu? - perguntou a Jurema.

- Eu vou ver o que foi - e o Calango saiu veloz, espalhando poeira para todos os lados.

O Mandacaru estirou os braços, espreguiçou-se e sorriu:

- Estou recebendo água de novo! Hum... É muito bom! Mas vejam! O Calango está de volta com novidades!

E espichando meio palmo de língua de fora, morto de cansado pela carreira, o Calango contou tudo.

- As pequenas bandidas verdes, depois de beber quase toda a água da caatinga, estavam ameaçando a água dos rios e dos açudes perto das cidades. Os homens então viram o perigo e deram fim a todas elas. Estamos salvos!

E todos ficaram alegres, sentindo a água subir pelas raízes. Olharam para o céu azul da caatinga, aquele céu claro, o Sol brilhante, olharam uns para os outros e viram que eram irmãos, na mesma natureza, no mesmo tempo, na mesma Terra.

E a velha Cobra, desenroscando-se toda lentamente, piscou o olho e concluiu:

- É como dizia minha avó: cada macaco no seu galho!

Fonte:
Revista Nova Escola

Clotilde Tavares (1947)


CLOTILDE TAVARES é paraibana de Campina Grande (dezembro de 1947), filha de Nilo e Cleuza.

Graduou-se em Medicina pela UFRN em 1975, e em 1983 obteve o título de Mestre em Nutrição em Saúde Pública pela UFPE.

Radicou-se em Natal e, como professora da UFRN desde 1976, dedicou-se à pesquisa no campo da Saúde Pública. Especialista em Epidemiologia pela UFRN.

O Teatro, a Literatura e os estudos sobre cultura popular também ocuparam lugar de destaque na sua vida, como atividade paralela.

A partir de 1993 passou a se dedicar exclusivamente às atividades artísticas e intelectuais, transferindo-se do Departamento de Saúde Coletiva e Nutrição da UFRN, onde ensinava desde 1976, para o Departamento de Artes da mesma Universidade.

Mesmo aposentada, continua exercendo intensa atividade cultural. Escreve em jornais, é atriz e diretora de teatro, dramaturga e desenvolve estudos na área da cultura popular, além de promover eventos culturais.

Divide suas atividades entre os estados da Paraíba, Rio Grande do Norte e Pernambuco.

Fontes:
http://www.clotildenews.digi.com.br/eumesma.htm
http://www.skoob.com.br/autor/1543-clotilde-tavares

Rubem Braga (Como se fora um Coração Postiço...)


Nasceu, na doce Budapest, um menino com o coração fora do peito. Porém - diz um dr. Mereje - não foi o primeiro. Em São Paulo, há 7 anos, nasceu também uma criança assim. "Tinha o coração fora do peito, como se fora um coração postiço."

Como se fora um coração postiço. . . O menino paulista viveu quatro horas. Vamos supor que tenha nascido às cinco horas. Cinco horas! Um meu amigo, por nome Carlos, diria: a hora em que os bares se fecham e todas as virtudes se negam. .

Madrugada paulistana. Boceja na rua o último cidadão que passou a noite inteira fazendo esforço para ser boêmio. Há uma esperança de bonde em todos os postes. Os sinais das esquinas - vermelhos, amarelos, verdes - verdes, amarelos, vermelhos - borram o ar de amarelo, de verde, de vermelho. Olhos inquietos da madrugada. Frio. Um homem qualquer, parado por acaso no Viaduto do Chá, contempla lá embaixo umas pobres árvores que ninguém nunca jamais contemplou. Humildes pés de manacá, lá embaixo. Pouquinhas flores roxas e brancas. Humildes manacás, em fila, pequenos, tristes, artificiais. As esquinas piscam. O olho vermelho do sinal sonolento, tonto na cerração, pede um poema que ninguém faz. Apitos lá longe. Passam homens de cara lavada, pobres com embrulhos de jornais debaixo do braço. Esta velha mulher que vai andando pensa em outras madrugadas. Nasceu, em uma casa distante, em um subúrbio adormecido, um menino com o coração fora do peito. Ainda é noite dentro do quarto fechado, abafado, com a lâmpada acesa, gente suada. Menino do coração fora do peito, você devia vir cá fora receber o beijo da madrugada.

Vamos andar pelas praças desertas, onde as estátuas molhadas cabeceiam de sono. Menino do coração fora do peito, os primeiros bondes estrondam. Vamos ouvir de perto esses barulhos da madrugada.

6 horas. O coração fora do peito bate docemente. 7 horas - o coração bate... 8 horas- que sol claro, que barulho na rua!- o coração bate…

9 horas- morreu o menino do coração fora do peito. Fez bem morrer, menino. O dr. Mereje resmunga: "Filho de pais alcoólatras e sifilíticos. . ." Deixe falar o dr. Mereje. Ele é um médico, você é o menino do coração fora do peito. Está morto. Os "pais alcoólatras e sifilíticos" fazem o enterro banal do anjinho suburbano. Mas que anjinho engraçado!- diz Nossa Senhora da Penha. O anjinho está no céu. Está no limbo, com o coração fora do peito. Os outros anjinhos olham espantados.

O que é isso, "seu paulista? Mas o menino do coração fora do peito está se rindo. Não responde nada. Podia contar a sua história: "o dr. Mereje disse que. . ."- mas não conta. Está rindo, mas está triste. Os anjinhos todos querem saber. " Então o menino diz:

- Ora, pinhões! Eu nasci com o coração fora do peito. Queria que ele batesse ao ar livre, ao sol, à chuva. Queria que ele batesse livre, bem na vista de toda a gente, dos homens, das moças. Queria que ele vivesse à luz, ao vênto, que batesse a descoberto, fora da prisão, da escuridão do peito. Que batesse como uma rosa que o vento balança…

Os anjinhos todos do limbo perguntaram:

- Mas então, paulistinha do coração fora do peito, pra que é que você foi morrer?

O anjinho respondeu:

- Eu vi que não tinha jeito. Lá embaixo todo mundo carrega o coração dentro do peito. Bem escondido, no escuro, com paletó, colete, camisa, pele, ossos, carne cobrindo. O coração trabalha sem ninguém ver. Se ele ficar fora do peito é logo ferido e morto, não tem defesa.

Os anjinhos todos do limbo estavam com os olhos espantados. O paulistinha foi falando:

- E às vezes, minha gente, tem paletó, colete, camisa, pele, ossos, carne, e no fim disso tudo, lá no fundo do peito, no escuro, não tem nada, não tem coração nenhum... E quando eu nasci, o dr. Mereje olhou meu coração livre, batendo, feito uma rosa que balança ao vento, e disse, sem saber o que dizia: "parece um coração postiço". Os homens todos, minha gente, são assim como o dr. Mereje.

Os anjinhos estavam cada vez mais espantados. Pouco depois começaram a brincar de bandido e mocinho de cinema, e aí, foi, acabou a história. Porém o menino estava aborrecido, foi dormir. Até agora, ele está dormindo. Deixa o anjinho dormir sono sossegado, dr. Mereje!

Fonte:
Para gostar de ler. Vol. 3. SP: Ed. Ática, 1978.

J. G. de Araújo Jorge (Começo de História)


Era uma vez, há muito... uma vila bisonha,
nada mais que um humilde e pequeno povoado
na longínqua fazenda de "Morro Queimado"...
- Umas casas na encosta da montanha,
e à frente a floresta, e a descer tal como uma serpente
pelo fundo do vale: a corrente do rio
com seu dorso de prata arrepiado de frio...

Foi no ano e mil oitocentos e dezoito,
(e era um plano talvez aventureiro e afoito)
- que D. João... (há de a História fazer-lhe Justiça!)
trouxe das altas serras dos cantões da Suíça
para colonizar a terra brasileira
100 famílias de gente pacífica e ordeira.

Ampliou-se depois... E as casas de madeira,
- como um trecho da Suíça em terra brasileira -
foram crescendo ao léu, pelo fundo do vale,
aconchegando aos ombros o vermelho xale
dos telhados, - tremendo ao frio e à geada,
sem ter uma lareira na sala apropriada...

Casas avarandadas, rústicas e belas,
com gerânios no friso alegre das janelas,
olhando o panorama claro e matinal
e a pensar que ainda estavam na terra natal!

Fonte:
J. G. de Araujo Jorge. Canto à Friburgo, 1961.

Esopo (Fábula 5: O Leão, o Urso e a Raposa)


Um leão e um urso tinham apanhado um veadinho que depressa mataram. Mal o fizeram, começaram os dois a brigar para ficarem com ele. Tão longa e dura foi a batalha que, por fim, ficaram cansados e deitaram-se para ganhar fôlego.

Nesse momento, uma raposa que por ali passara correu como uma seta, agarrou no veado e levou-o. Os dois rivais tinham visto o que se passara, mas estavam muito cansados para interferir.

"Que tolos nós fomos!", disseram eles. "Em vez de nos contentarmos em dividir a nossa presa, lutámos um com o outro, e agora perdemos tudo por causa da esperta da raposa!"

Moral da história

Quando duas pessoas litigam pelos seus direitos, acontece muitas vezes que um terceiro, mais inteligente, se aproveita da presa.

Fonte:
Fábulas de Esopo. Coleção Recontar. Ed. Escala, 2004.

IV Prêmio de Literatura Unifor (Classificação Final)


Na noite de 25 de abril, foram conhecidos os vencedores do IV Prêmio de Literatura Unifor, que nesta edição contemplou o gênero poesia. Ao todo foram inscritos cerca de 350 trabalhos de 180 participantes, entre concorrentes do Ceará, Distrito Federal, Minas Gerais, Pará, Rio de Janeiro e São Paulo.

Em solenidade realizada no Teatro Celina Queiroz, o livro "Cem pequenas poesias do dia a dia", de autoria do paulista André Kondo, foi anunciado o grande vencedor na categoria Obra Inédita, que recebeu como prêmio uma viagem a Washington, para visitar a Biblioteca Nacional do Congresso Americano, além da publicação da obra.

Na categoria Trabalhos Inéditos, 20 autores foram premiados. O primeiro lugar ganhou uma viagem ao Rio de Janeiro, para visitar a Biblioteca Nacional, e os classificados do 2º ao 20º lugar foram agraciados com a publicação dos trabalhos numa coletânea, sendo disponibilizado 20 exemplares a cada um.

Confira os ganhadores:

Categoria: Obra Inédita

1º lugar - Cem pequenas poesias do dia a dia - André Kondo

Categoria: Trabalhos Inéditos

1º lugar – A menina e o mar - Perpétua Amorim
2º lugar – É melhor que fique assim - Nemésio Dias Silva Filho
3º lugar – Procissão - Maria Lúcia Sales Crisóstomo
4º lugar – Não sei como me sinto - Kalina Grangeiro Landim
5º lugar - Fotografia - José Osterno Campos de Araújo
6º lugar – Vermelho em dois tons - Talita Cavalcante Nogueira
7º lugar – Memórias de Macabéa - Lúcio Flávio Gondim da Silva
8º lugar – Poema de quando tudo é eterno - Valmir Luiz Saldanha
9º lugar – Tradição - Tatiana Alves Soares Caldas
10º lugar – Caminho Azul - Ana Cristina Mendes Gomes
11º lugar – Saudade - Francisco Edmar de Freitas
12º lugar – Ciranda da menina - Vera do Nascimento Alves
13º lugar – Pelas luzes do pé de carambola - Alan Mendonça
14º lugar – Das cores das flores - Ivaíze Rodrigues
15º lugar – O entardecer - Valdemir de Castro Pacheco
16º lugar – Antes da saudade de antes - Silvana Michele Ramos
17º lugar – Estação - André Kondo
18º lugar – Para José Alcides Pinto - Antônio Flávio da Silva
19º lugar – Fundo Infinito - Éder Rodrigues
20º lugar – Ela monta um sorriso - Thiago Fonseca Veras

Fonte:
http://concursos-literarios.blogspot.com

quinta-feira, 26 de abril de 2012

A. A. de Assis (Estados do Brasil em Trovas) Goiás

Wagner Marques Lopes /MG (A FAMÍLIA em trovas), parte 2


A dolorosa roda da herança

Roda de dor, muita antiga,
pesada, que não avança...
Até hoje, o que se briga
pela partilha da herança!...

Amor ao próximo mais próximo

Se aos estranhos dou incenso
e aos da casa só o fel,
onde a paz, o amor imenso,
se o desatino é cruel?...

Quem educa é detentor do futuro

Se corrijo e disciplino
o solo, garanto os grãos:
ao educar o menino
guardo o futuro nas mãos.

Em busca da família perfeita

- Quero a família perfeita,
antecipando o porvir.
Diz o Bem: - Você aceita
ser o primeiro a servir?...

Fonte:
trovas enviadas pelo autor

Esopo (Fábula 4: O Milhafre e os Pombos)


Uns pombos, que tinham sido atacados por um falcão, foram ter com um milhafre e pediram-lhe que os protegesse. O milhafre foi devidamente coroado como rei dos pombos e prometeu solenemente guardar os seus súditos.

Mas, passado pouco tempo, o milhafre disse-lhes que agora era o rei e que tinha o direito de levar e comer um pombo sempre que lhe apetecesse. O resto da família do milhafre fez o mesmo, e os pombos depressa compreenderam que o milhafre estava a causar maior perturbação em poucas semanas do que o falcão causara em muitos meses.

"Não merecemos outra coisa!", lamentaram-se os pombos. "Não o devíamos ter deixado entrar!"

Moral da história

É perigoso pedir a proteção dum homem perigoso e cheio de ambições. Pode estar unicamente interessado a proteger-se a si próprio.
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Nota:
Milhafre, também conhecido por milhano ou bilhano, é a designação comum dada às aves do género Milvus e Circus da família Accipitridae. Nos Açores a designação corresponde às aves da espécie Buteo buteo ssp. rothschildi, também chamadas queimado ou águia-de-asa-redonda.

Fonte:
Fábulas de Esopo. Coleção Recontar. Ed. Escala, 2004.

XVII Jogos Florais de Curitiba (Resultado Final)


– ÂMBITO NACIONAL/INTERNACIONAL - (Língua Portuguesa, exceto Paraná) -

TEMA: JUSTIÇA: (L/F)

Vencedores
– Por ordem de classificação.


1º Lugar: Maria Melinni de Araújo Garcia (Caicó - RN)
2º Lugar: José Ouverney (Pindamonhangaba-SP)
3º Lugar: Alba Christina Campos Netto (São Paulo – SP)
4º Lugar: Sergio Ferreira da Silva (Santo André – SP)
4° Lugar: Maurício Cavalheiro (Pindamonhangaba – SP)
5º Lugar: Dulcídio de Barros Moreira Sobrinho (Juiz de Fora – MG)

Obs:– Nos vencedores, houve um empate no 4o. lugar

Menções Honrosas: Por ordem de alfabética

Carolina Ramos (Santos - SP)
Darly O. Barros (São Paulo – SP)
José Ouverney (Pindamonhangaba – SP)
José Tavares de Lima (Juiz de Fora – MG)
Manoel Cavalcante de Souza Castro (Pau dos Ferros – RN)
Marina Bruna (São Paulo)
Messias da Rocha (Juiz de Fora – MG)
Wanderley Rodrigues Moreira (Santos - SP)
Menções Especiais: Por ordem de alfabética
Ederson Cardoso de Lima (Niterói- RJ)
Elen de Novais Felix (Niterói – RJ)
Izo Goldman (São Paulo – SP)
José Tavares de Lima (Juiz de Fora – MG) – (duas trovas)
Maurício Cavalheiro (Pindamonhangaba – SP)
Renata Paccola (São Paulo- SP)
Therezinha Dieguez Brisolla (São Paulo – SP)

Comissão Julgadora do Concurso:
Antonio Augusto de Assis
Janske Schlenker
Luíza Nelma Fillus
Olga Agulhon
Vanda Fagundes Queiroz
Coordenação Geral: Andréa Motta.


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TEMA: TAPA (Humor):

Vencedores
– Por ordem de classificação.


1º Lugar: Wanda de Paula Mourtthé – (Belo Horizonte/MG)
2º Lugar: Pedro Mello (São Paulo/ SP)
3º Lugar: Elen de Novais Felix (Niterói/RJ)
4º Lugar: Dulcídio de Barros Moreira Sobrinho (Juiz de Fora/MG)
5º Lugar: Djalda Winter Santos (Rio de Janeiro/RJ)

Menções Honrosas:

Campos Sales (São Paulo/SP)
Dulcídio de Barros Moreira Sobrinho (Juiz de Fora/MG)
José Lucas de Barros (Natal/ RN)
Roberto Tchepelentyky (São Paulo/SP)
Thereza Costa Val (Belo Horizonte/MG)

Menções Especiais:

Edmar Japiassú Maia (Nova Friburgo/RJ)
Eliana Ruiz Jimenez (Balneário Camboriú /SC).
Flávio Roberto Stefani (Porto Alegre /RS)
Maurício Cavalheiro (Pindamonhangaba/SP)
Messias da Rocha (Juiz de Fora/MG)

Comissão Julgadora do Concurso:
Nei Garcez
Roza de Oliveira
Wandira Fagundes Queiroz

Coordenação Geral: Andréa Motta.

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AMBITO ESTADUAL

TEMA: TESOURO: (L/F)

Vencedores
– Por ordem de classificação.


1º Lugar: Antônio Augusto de Assis
2º Lugar: Roza de Oliveira
3º Lugar: Dari Pereira
4º Lugar: Vanda Fagundes Queiroz
5º Lugar: Antônio Augusto de Assis

Menção Honrosa: Por ordem alfabética

Antonio Augusto de Assis
Maria da Conceição Fagundes
Nei Garcez
Roza de Oliveira
Vanda Fagundes Queiroz

Menção Especial: Por ordem alfabética

Istela Marina Gotelipe Lima
Luiza Nelma Fillus
Maria Aparecida Pires
Maria Helena Oliveira Costa
Nei Garcez

TEMA: TESOURA (Humor):

Vencedores
– Por ordem de classificação.


1º Lugar: Vanda Fagundes Queiroz
2º Lugar: Antônio Augusto de Assis
3º Lugar: Antônio Augusto de Assis
4º Lugar: Maria Aparecida Pires
5º Lugar: Walneide Fagundes S. Guedes

Menções Honrosas: Por ordem alfabética

Antônio Augusto de Assis
Maria Aparecida Pires
Maria da Conceição Fagundes
Vanda Fagundes Queiroz (duas trovas)

Menções Especiais:

Istela Marina Gotelipe Lima
Nei Garcez (duas trovas)
Roza de Oliveira
Yara Mara de Castro Araújo.

Comissão Julgadora do Concurso:
José Lucas de Barros - Natal-RN
Thalma Tavares - São Simão-SP
Wanda de Paula Mourthé - Belo Horizonte-MG
Coordenação Geral: Professor Garcia.


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XVII Juegos Florales –Curitiba -PR-Brasil-2012
LÍNGUA ESPANHOLA

Tema: “Justicia”

Vencedores
– Por ordem de classificação.


1° Lugar: Maria Cristina Fervier (Argentina)
2° Lugar: Rafael Ramos Nápoles (Venezuela)
3° Lugar Cristina Oliveira Chávez (USA)
3° Lugar Martha Alicia Qui Aguirre (México)

Mención Honrosa: (Por orden alfabética)

Cristina Oliveira Chávez (USA)
Martha Alicia Qui Aguirre (México)
Martha Senovia V. Vélez (Colombia)
Miguel Ángel Almada (Argentina)
Ricardo Ducoing ( México)
Teresa de Jesús R. Lara (España Islas Canarias)

Mención Especial: (Por orden alfabética)

Alicia Borgogno (Argentina)
Ángela Desirée Palacios (Venezuela)
Carmen Patiño Fernández (España)
Catalina Margarita Mangione (Argentina)
Freddy Ramos Carmona (México)
Nerina Thomas (Argentina)
Urbano Vilchis Miranda (USA)

Comisión Julgadora:
A. A. de Assis
Eliana Ruiz Jimenez
Francisco Garcia
Lisete Johnson


Coordinadora:
Gislaine Canales


Curitiba, 25 de abril de 2012.
Abraços fraternos,

Andréa Motta
Presidente da UBT-Curitiba

Fonte:
Resultado enviado por A. A. de Assis

quarta-feira, 25 de abril de 2012

A. A. de Assis (Estados do Brasil em Trovas) Espírito Santo

Wagner Marques Lopes (A FAMÍLIA em trovas), parte 1


Família, pedra angular da sociedade

Família – pedra angular
da sociedade e da raça.
Sem ela, esboroa o lar
e a cultura se esfumaça.

Família e renovação

Onde o infiel se renova?...
Luz dos céus, zelo divino!
A família aceita a prova,
reajustando o menino.

Família, estrela inapagável

Família é sol – força e vida -
quem há de obscurecê-la?
A nuvem mais densa é fluida,
de vez não tolda uma estrela.

Opção: família ou egoísmo?

Desde a mais remota era
a família tem valor.
Sem ela, o egoísmo impera
num circo avassalador.

Fonte:
O Autor

Esopo (Fábula 3: O Lobo e o Cordeiro)


Estava um lobo a beber água num rio, quando avistou um cordeiro que também bebia da mesma água, um pouco mais abaixo. Mal viu o cordeiro, o lobo foi ter com ele.

"Que vem a ser isto, seu malandro ?", disse o lobo. "Que pretendes, turvando a água para que eu não possa bebê-la ?"

"Desculpa", replicou o cordeiro, "mas, como eu estava a beber mais abaixo, não pensei sujar a água onde tu estavas."

O lobo estava resolvido a brigar com o cordeiro.

"Pode ser", disse ele "mas há uns meses disseste mal de mim nas minhas costas, seu malvado."

"Não pode ser", disse o cordeiro."Há seis meses eu ainda nem sequer tinha nascido!"

"O quê?", disse o lobo. "Não tens vergonha? Toda a tua família sempre odiou a minha. Se não foste tu que disseste mal de mim, foi o teu pai!"

E, dizendo isto, o lobo saltou para cima do pobre cordeiro, despedaçou-o e comeu-o.

Moral da história

Os que são desprovidos de sentimentos humanos raramente darão ouvidos à voz da razão.
Quando o poder é dado à crueldade e à injustiça, é inútil argumentar contra eles, porque o
opressor achará sempre maneira de culpar a sua confiada vítima.


Fonte:
Fábulas de Esopo. Coleção Recontar. Ed. Escala, 2004.

Fernando Paganatto (Livro de Sonetos)

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SÃO AMORES?

São amores estas ondas que trazes
Vindas de continentes tão distantes,
Que descrevo, agora, em versos e frases,
Em eternos e pequenos instantes?

São? Ora, me contas uma quimera!
E são as ondas como são amores,
Este incessante vai-e-vem? Quem dera,
Seria tão mais fácil aos amadores!

Mas não! Mais amor do que as ondas são
Recifes que na praia ao longe avisto
E misturam-se, ao horizonte, ao mar.

Marés altas e baixas passarão
E estas pedras tão imóveis, insisto,
Ficarão para sempre em nosso olhar.

GAVETA

Sonha nos braços da amada
Viver pra sempre o poeta,
Como uma frase olvidada
No fundo de uma gaveta.

Não que não será usada.
A frase, inda que secreta,
Vive n’alma apaixonada
E por esse amor completa.

E existe no seio amado,
De frases uma gaveta
A espera de seu poeta.

Para que na hora correta
Possa recitar ao lado
Do motivo de seu fado.

SONHO SOBRE UM CAMPO DE CENTEIO

Voando passei por prado de centeio
Vereda abriu sob meu ventre voador
Voltava num vasto devaneio
Vôo d’alma livre como dum condor

E os trigos gritavam: Sim, ele veio!
E me olhavam os ares com pudor
A tudo em volta voava eu alheio
De tal modo a sonhar ser sonhador

As estrelas calam a fala ao meio
Escala o sol a terra com ardor
Cola a noite o horizonte ao seio

Do menino a luz nos olhos é dor
Lembrar-se torna, ao travesseiro, anseio
De um futuro, de sonhos, rimador.

DOCE MEL

Doce mel de vívidos canaviais,
É a baba dos deuses pelos manjares.
Tem, portanto, propriedades vitais
Como a cura para certos pesares.

E estes pesares são os passionais,
Que vivem espreitando nossos lares
Afim de levar um coração mais
Para o umbral das almas que não têm pares.

Sim, amigo etílico, você entende
O que um homem pode, algum dia, passar.
O ruim é que teu consolo mal rende:

Os olhos já começam a pesar,
O som já quase não mais se compreende
E tudo que se deseja é acordar.

DA TRISTEZA D’MAR

Triste é o mar que é só mar
E milhas à frente nada,
A não ser o alvo luar
E minha rota ignorada.

Triste, então, é meu pensar
Na breve vida passada,
E dirijo ao mar o olhar,
Ao desejar ser tocada

Minh’alma por belas mãos,
Que acariciam, ao vento,
Em farta imaginação,

O bom de haver sofrimento.
Mas, teus olhos voltarão,
Quando não houver mais tempo.

SONETO DO TEU PARTIR

O que restou, somente, foi teu lenço
Largado, na partida, sobre o cais.
Acompanhando-o está meu silêncio
E essa dor que não se despede mais.

Queria que na brisa do oceano
Eu sentisse de novo teu perfume
E tornassem, com ventos assoprando
As lembranças da razão que nos une.

Só assim poderei virar de costas
Para o mar onde agora tu te encontras
E caminhar com o espírito leve.

E a cada atracar de uma nova frota
Uma esperança em meu coração brota:
A de ler, para sempre, quem escreve.

CORAÇÃO SELETIVO

Ao notar o arriar das velas,
Percebi que breve iria
Deixar lembranças mui belas,
Neste porto da alegria.

Sei que nada fiz por elas.
A mente, conservei fria.
Reparei nas caravelas
Que atracavam na baía,

E de todas me esqueci
Quando, de manhã, parti
Somente vendo uma imagem.

E durante toda a viagem,
Acompanhou-me a miragem,
Que, um dia, pude ter de ti.

SONETO DO ETERNO NAVEGAR

É longínquo o horizonte buscado
Como teu semblante, é cálido e firme,
E quanto mais as ondas eu domine
Fica distante o som do teu pecado.

Mas não pretendo, em falso, redimir-me
Pois sei o que me faz ter navegado
Tantas milhas ao mar, desesperado
A alcançar a imaginação sublime.

Se no horizonte não pude atracar
Em muitos portos fui bem recebido
Mas sempre terminei por navegar.

Posso estar sendo marujo atrevido
Porém, é meu destino sempre o mar
E sei, nunca serei bem sucedido.

Fonte:

Fernando Paganatto (1985)


Nasceu em 13 de fevereiro de 1985.
 Escritor profissional.

Estudante de Ciências Sociais da Universidade de São Paulo.

Possui diversos cursos na área de Comunicação Institucional, Redação, Escrita Criativa e Marketing, principalmente Marketing Político.

Poeta e cronista, com publicações em diversas antologias e sites da internet.

Foi colunista de "Variedades" do site 40graus.com e colaborador de "Crônicas de Viagens" do site literário Blocos on line.

Redator de diversos blogs (literatura, comportamento, juventude, política, movimentos sociais, etc.).

Atuante em direitos humanos.

Publicações de matérias em sites como: Diário Liberdade, Correio da Cidadania, Caros Amigos, entre outros.

Prêmios:

Primeiro colocado no IV Prêmio Literário Valdeck Almeida de Jesus de Poesia, 2008.

2º colocado no I Concurso Nacional de Poesia do GASP, 2009.

Finalista no X Concurso de Poesia Agostinho Gomes, Biblioteca Municipal Ferreira de Castro, Portugal, 2009.

Finalista Prêmio Literário Cidade de Porto Seguro, edição 2009/Contos.

Classificado para publicação no Concurso Nacional Novos Poetas - Prêmio Poetize, 2012.

Fonte:

Angela Lago (Tampinha)


Era uma vez uma menina tão pequena que, cada vez que espirravam por perto, ela voava. Seu nome era Tampinha. Ela usava uma tampinha de garrafa na cabeça para ficar mais pesada e aterrissar mais depressa quando voava.

Tampinha vivia com sua avó numa casa à margem do Rio do Mato Perdido. Essa avó era quem cuidava dos doentes da região. Ela sabia o chá certo para tudo, menos para a pequenez da menina.

Perto morava um rapaz... que eu esqueci o nome. Era um rapaz muito simpático e, para facilitar esta história, vou chamá-lo de Bonito.

Um dia Bonito ficou doente.

- Para salvar o Bonito só um chá da flor preta da árvore do Curupira - disse a avó.

- Mas onde vou arranjar alguém com coragem para buscar essa flor!

Na hora Tampinha respondeu:

- Eu vou.

- Imagina! Logo você, desse tamanhico!

Que tamanhico que nada! A menina entestou que iria de qualquer jeito e danou a falar que ia, porque ia, até a avó ficar desesperada:

- Então vai.

Mas, antes de a menina ir embora, a avó apanhou uma pimenta-malagueta bem forte. Amarrou a pimenta no pescoço de Tampinha e lhe ensinou umas palavras mágicas para ela falar nas horas de perigo.

E lá foi ela no seu barquinho de papel, com uma agulha servindo de espada, uma colherzinha de café como remo e a pimenta dependurada no pescoço.

Enquanto ela remava, ia recitando as palavras mágicas. Tinha medo de esquecer alguma na hora do perigo:

Pimentum, pimentom, pimentém, pimentim;
peixe quer água, eu quero atchim.
Pimentur, pimentor, pimenter, pimentir;
e quero voltar de onde eu quero ir.

Pois muito bem. De repente Tampinha deu de cara com Cobra Grande cantando:

Você tem avó, eu tenho um tio.
Venha comigo pro fundo do rio.
Você tem agulha, eu tenho um fio.
Venha calada sem dar nem um pio.

As palavras mágicas sumiram da cabeça da menina. Com muito custo, saiu, num fiapinho de voz:

- Pimentim, eu quero atchim...

A Cobra Grande se curvou para escutá-la, sentiu o cheiro forte da pimenta, teve uma coceira no nariz e acabou espirrando:

- A... A... Atchim!

Era o que era preciso. Lá se foi nossa heroína voando pelos ares.

Mas, como ela não tinha se lembrado de todas as palavras, a mágica funcionou um pouco errada, e ela aterrissou justo na praia da Onça-Pintada.

A Onça-Pintada viu aquela menina apetitosa, lambeu o beiço e veio andando com suas patas macias.

Tampinha ficou branca de medo e nada de lembrar os versos mágicos. Ela só conseguiu enrolar a língua de qualquer jeito:

- Pimentrim... primentrum...

A Onça espichou o ouvido para tentar entender e aí sentiu aquele cheiro desgraçado de pimenta. Seu nariz danou a coçar e veio o espirro:

- A... A... A... A... Atchim!

Tampinha voou pelos ares.

Mas, como ela tinha se atrapalhado com as palavras, a mágica também ficou meio atrapalhada. Ela logo caiu, como uma geringonça qualquer; por pouco não quebra a perna. De qualquer forma já estava livre da Onça. Na sua frente o que via era uma árvore enorme.

- Céus! A árvore do Curupira! Será que o Curupira...

Tampinha olhou para todos os lados:

- Que sorte! Parece que o Curupira não está por perto! A árvore era belíssima, sem nenhum exagero; alta, imensa. E lá, no último galho, estava a flor preta. O problema era que Tampinha não dava conta de subir nem no primeiro galho! Ela, então, sentou-se num canto, sem saber o que fazer.

Come esta frutinha
e cresça bonitinha.

A árvore farfalhou e deixou cair um fruto.

Tampinha provou, mas achou a fruta muito doce e não terminou de comer. Seus braços cresceram, mas o resto continuou do mesmo tamanho.

Ô filhote louco,
come mais um pouco.

A árvore farfalhou de novo e deixou cair mais um fruto.

Na segunda dentada, Tampinha jogou o fruto longe. Estava muito amargo. Pois muito bem: dessa vez, só suas pernas cresceram. Ela ficou horrível com as pernas e os braços compridos e o resto todo do mesmo tamanho.

Come de uma vez!
Um... dois... três!

Era a árvore jogando mais um fruto. Dessa vez Tampinha comeu tudo.

Quando terminou, estava moça feita. Alta, como qualquer moça, se vocês me acreditam. E o melhor: deu conta de apanhar a flor.

Mas, justo no momento em que ela estava apanhando a flor, alguém apareceu entre as folhas dos galhos... Era o Curupira!

- Com que direito você entrou no meu mato, subiu na minha árvore, apanhou a minha flor?!?

Tampinha ficou branca de novo, e tratou de recitar:

Peixe quer água, eu quero atchim.
Me esperam de volta, de onde eu vim.

Curupira se curvou para ouvir melhor a moça e sentiu o cheiro da pimenta. Seu nariz desandou a coçar e aconteceu o maior espirro que já houve no mundo.

ATCHIM!!!

E mais outro:

ATCHIM!!!

E mais outro:

ATCHIM!!!

A nossa moça, mesmo grande como estava, voou pelos ares, acima das árvores, sobre o rio...

Aterrissou direto na casa do moço Bonito. O chá foi feito imediatamente. Bem, o final vocês já sabem, a avó ficou feliz de ver a neta grande, Bonito sarou e...

- Vocês têm alguma coisa contra casamento?

Fonte:
Historinhas pescadas : antologia de contistas brasileiros / [coordenação editorial Maristela Petrili de Almeida Leite, Pascoal Soto].- São Paulo : Moderna, 2001. – (Literatura em minha casa ; v. 2)