quinta-feira, 31 de maio de 2012

VIII Concurso de Trovas da UBT Maranguape/CE – 2012 (Resultado Final) 2a.Parte


ABERTO
INTERNACIONAL/BRASIL (Exceto do Ceará)

TEMA: CONTADOR (A, AS, ES)

VENCEDORES (1º ao 5º lugares)

1º. Lugar:

Contador e cantador,
num só tempo eu conto e canto:
conto as rendas do labor;
de outras “rendas” canto o encanto!
Antonio Augusto de Assis
Maringá-PR

2º. Lugar:

Se não me falha a memória,
“Contador” é, com certeza,
Quem escreve e conta a História
Das Finanças de uma Empresa!
Maria Madalena Ferreira
Magé/RJ

3º. Lugar:

O contador competente
Mantém as contas em dia,
É correto e coerente,
Mostra ter sabedoria.
Simão Elane Marques Rangel
Rio de Janeiro/RJ

4º. Lugar:

Parabéns ao CONTADOR!
Ele faz jus ao seu dia :
competente em seu labor,
dá-nos sossego e alegria.
Alba Helena Corrêa
Niterói/RJ

5º. Lugar:

Dupla missão me completa,
ambas de excelso teor:
não bastara ser poeta,
SOU POETA... E CONTADOR!
José Ouverney
Pindamonhagaba/SP

MENÇÕES HONROSAS (6º ao 10º lugares):

6º. Lugar:

Ah! Quem sabe o contador,
Por trás dessas contas frias,
Também não vibra de amor,
Compondo ou lendo poesias!
Ederson Cardoso de Lima
Niterói/RJ

7º. Lugar:

Romântico e sonhador,
com muitas desilusões,
hoje sou um contador
de partidos corações.
Dulcídio de Barros Moreira Sobrinho
Juiz de Fora/MG

8º. Lugar:

Bela e nobre profissão
Orgulho da economia,
O contador na nação,
Alavanca noite e dia!...
Carlos Alberto de Carvalho
São Gonçalo/RJ

9º. Lugar:

Vai, Contador... seca o pranto
por conta de teus amores.
Sou Contador e garanto:
- Também conto as minhas dores!
Edmar Japiassú Maia
Nova Friburgo/RJ

10º. Lugar:

Curar doença é proeza
De remédios e doutores,
Mas a saúde da empresa
Depende dos contadores!
Renata Paccola
São Paulo/SP

MENÇÕES ESPECIAIS (11º ao 15º lugares):

11º. Lugar:

Nobre e sábia profissão,
indispensável na empresa:
contador é exatidão;
dois é dois, não tem moleza!...
Flávio Roberto Stefani
Porto Alegre/RS

12º. Lugar:

Em minha faixa de idade,
Contador nenhum calcula
O volume de saudade
Que o pensamento acumula.
Luzarte de Medeiros Brito
Parnamirim/RN

13º. Lugar:

O contador tem desgosto
Por não saber onde vai,
A dinheirama de imposto
Que do seu salário sai.
Afonso José dos Santos
Mogi Guaçu/SP

14º. Lugar:

Veja nosso contador:
eficaz e pontual,
um grande conhecedor
da tal escrita fiscal!
Glória Tabet Marson
São José dos Campos/SP

15º. Lugar:

Numa empresa não há ócio
com um bom empreendedor,
mas o lucro do negócio
quem o mostra é o contador.
Eliana Ruiz Jimenez
Balneário Camboriú/SC

DESTAQUES (16º ao 20º lugares):

16º. Lugar:

O tempo, grande senhor,
das noites e das auroras,
é o eterno contador
de todos os dias e horas.
Dulcídio de Barros Moreira Sobrinho
Juiz de Fora/MG

17º. Lugar:

E não tem nada de louco,
De ciúmes ou de medo...
Contador conversa pouco
Pra não revelar segredo...
Dari Pereira
Maringá/PR

18º. Lugar:

As contas que compartilhas,
Contador, justas e boas,
são a expressão, em planilhas,
da justeza das pessoas.
Sérgio Ferreira da Silva
Santo André/SP

19º. Lugar:

O papel do contador,
É importante na empresa,
com seu saber e valor
ajuda a criar riqueza...
António Boavida Pinheiro
Lisboa/Portugal

20º. Lugar:

No balanço desta vida
o melhor contador, Deus,
ao banquete nos convida,
de paz, nos caminhos Seus..
Maria Cristina Fervier
Santa Fe/Argentina

Trovadores do Estado do Ceará 

VENCEDORES (1º ao 5º lugares):

1º. Lugar:

Para contar toda história
das receitas e despesas,
é figura obrigatória
o Contador, nas empresas!
Nemésio Prata Crisóstomo
Fortaleza/CE

2º. Lugar:

No meu tempo um Contador
Sabia até tabuada,
Hoje no computador
Não precisa aprender nada.
Deusdedit Rocha
Fortaleza/CE

3º. Lugar:

No balancete celeste
fez o Contador Jesus
um lançamento inconteste:
Pecados na Conta Cruz!
Nemésio Prata Crisóstomo
Fortaleza/CE

4º. Lugar:

Superávit, concordata
São termos do contador
Ativo, passivo e data
Patrimônio, borderôtt
Luiz Carlos de Abreu Brandão
UBT-Maranguape/CE

5º. Lugar:
Estimado contador
Vincule-se a UBT
Seja um novo trovador
Esperamos por você.
João Osvaldo Soares (Vaval)
UBT-Maranguape/CE

MENÇÕES HONROSAS (6º ao 10º lugares):

6º. Lugar:

E no balanço da vida
Eu sou como o contador
Não deixo vácuo na lida
Pois nisso sou professor.
Maria Ruth Bastos de Abreu Brandão
UBT-Maranguape/CE

7º. Lugar:

Preste atenção no que digo:
"Valorize o contador".
Faça dele seu amigo,
Seu caixa será credor!.
Hortêncio Pessoa
Fortaleza/CE

8º. Lugar:

Contador que conta bem
Que se esmera no contar
Conta um, dois, três, dez e cem
Sem ter medo de errar.
Raimundo Rodrigues de Araújo
UBT-Maranguape/CE

9º. Lugar:

Canta... canta... contador
Dê-me logo o resultado
Se o balanço é animador...
Qual é o lucro esperado?
Lúcia Mapurunga
UBT-Maranguape/CE

10º. Lugar:

Um contador graduado
Na escola da sedução
Deixou meu sonho arruinado,
Machucou-me o coração.
Ana Maria Nascimento
Aracoiaba/CE

MENÇÕES ESPECIAIS (11º ao 15º lugares):

11º. Lugar:

Na saúde familiar
É mister um contador
Para as finanças somar
Dividindo com o amor.
Antônio Andrade
UBT-Maranguape/CE

12º. Lugar:

Hoje a mídia mundial
Já não transmite surpresa
O contador é vital
Para o êxito da empresa.
José Aureilson Cordeiro de Abreu
UBT-Maranguape/CE

13º. Lugar:

O contador é ativo
Quando registra, controla
Também demonstra o passivo
Não deixa cair a bola.
Luiz Carlos de Abreu Brandão
UBT-Maranguape/CE

14º. Lugar:

Fui estudar pra Doutor,
Mas desviei-me depois;
Findei sendo Contador
Dessa história de nós dois.
Deusdedit Rocha
Fortaleza/CE

15º. Lugar:

Conta, conta contador
Quanto vale o teu contar,
Pois na escrita o teu valor
É difícil comparar.
Raimundo Rodrigues de Araújo
UBT-Maranguape/CE

 DESTAQUES (16º ao 20º. lugar)

16º. Lugar:

Contadora, uma mulher
Registra e com bem fervor,
Os créditos que ela quer
No balancete do amor!
Francinete Azevedo
Fortaleza/CE

17º. Lugar:

Por entre perdas e um dano,
contadores aparecem.
Mas, ao chegar o fim do ano.
seus pró-labores mais crescem.
Hortêncio Pessoa
Fortaleza/CE

18º. Lugar:

Na Receita Federal
Não devo mais um vitem
Que contadora legal!
Quitou a Sefaz também.
Olga Rosália Silva Pedrosa
UBT-Maranguape/CE

19º. Lugar:

Ah!, se meu dinheiro desse:
dizia meu contador.
Levaria em canto e prece
jóias raras ao meu amor.
Sonia Nogueira
Fortaleza/CE

20º. Lugar:

A vida do contador
É lidar com documento
Trabalhando com amor
É aquele contentamento.
João Alberto Fernandes Augusto
Pentecoste/CE
==============================
ÂMBITO – ABERTO
INTERNACIONAL/BRASIL (Exceto do Ceará)

TEMA: “Patrimônio” (Trova lírica;filosófica)

VENCEDORES (1º ao 5º lugares)

1º. Lugar:

O pai que é pai de verdade,
com pouco ou com muito brilho,
deixa sempre a honestidade
no patrimônio do filho.
Milton Souza
Porto Alegre/RS

2º. Lugar:

Patrimônio não almejo,
Não me seduz metal nobre,
O que, na vida, desejo,
É ser feliz, mesmo pobre.
Luzarte de Medeiros Brito
Paranamirim/RN

3º. Lugar:

O patrimônio ideal
é o amor, não o dinheiro:
só a riqueza moral
tem o lastro verdadeiro!
Alba Helena Corrêa
Niterói/RJ

4º. Lugar:

O patrimônio que tenho
com orgulho, manifesto.
Tive em família e me empenho
de ser bom e ser honesto.
Antônio Carlos Rodrigues
São Gonçalo/RJ

5º. Lugar:

O patrimônio maior
- saldo da luta... sofrida -,
Todos sabemos de cor:
É o bom exemplo de vida.
Roberto Resende Vilela
Pouso Alegre/MG

MENÇÕES HONROSAS (6º ao 10º lugares):

6º. Lugar:

Chico Anísio, patrimônio
do povo maranguapense,
contraiu seu matrimônio
com um Brasil mais circense.
Olympio da Cruz Simões Coutinho
Belo Horizonte/MG

7º. Lugar:

Teu patrimônio é medido
pela riqueza em cifrões.
Vale mais o meu ... erguido
pelo amor nos corações!
Edmar Japiassú Maia
Nova Friburgo/RJ

8º. Lugar:

Patrimônio bem cuidado
não é só na aplicação;
tem mais valor partilhado
fazendo o bem ao irmão.
Eliana Ruiz Jimenez
Balneário Camboriú/SC

9º. Lugar:

Feliz quem subiu na vida
e um bom patrimônio tem,
se esforçando na subida
mas sem pisar em ninguém.
Licínio Antônio de Andrade
Juiz de Fora/MG

10º. Lugar:

O patrimônio moral
tem muito mais garantia
do que bem material,
pois, seu valor não varia...
Geraldo Lyra
Recife/PE

MENÇÕES ESPECIAIS (11º ao 15º lugares):

11º. Lugar:

Meu patrimônio na vida
ninguém supera em valor,
é você, minha querida,
o meu grande e eterno amor.
Licínio Antônio de Andrade
Juiz de Fora/MG

12º. Lugar:

Este belo patrimônio
que o velho pai conquistou
só reforçou o matrimônio
da prole que ele gerou.
Maria Conceição de Paula
(Conceitita)
S. José dos Campos/SP

13º. Lugar:

Mais do que luxo e oportunas
ostentações materiais,
mais que sólidas fortunas,
patrimônio... é muito mais!!!
José Ouverney
Pindamonhangaba/SP

14º. Lugar:

Se um país tem conseguido
Patrimônio cultural,
é sempre reconhecido
em âmbito mundial!
Glória Tabet Marson
São José dos Campos/SP

15º. Lugar:

Pelo caminho plantei,
as sementes de amizade,
e um patrimônio eu herdei
colhendo a felicidade.
Vanda Alves
Curitiba/PR

DESTAQUES (16º ao 20º lugares):

16º. Lugar:

Olho a Família... e o que vejo?
Um patrimônio sagrado;
aval de tudo que almejo,
sempre ao alcance... a meu lado!
José Ouverney
Pindamonhangaba/SP

17º. Lugar:

Por graça de Santo Antônio,
A quem fizeste oferenda,
És o maior patrimônio
Do meu imposto de renda.
Luzarte de Medeiros Brito
Paranamirim/RN

18º. Lugar:

Patrimônio, quando herdado
sem o trabalho do braço,
traz a marca de um reinado
que vem fadado ao fracasso.
Neide Rocha Portugal
Bandeirantes/PR

19º. Lugar:

O patrimônio de um povo
é: saúde , educação,
preservar o velho e o novo,
e saber o que é Nação!
Dilva Maria de Moraes
Nova Friburgo/RJ

20º. Lugar:

Patrimônio tem valor
Que devemos preservar
Símbolo do nosso amor
Num futuro secular.
Maria José Fraqueza
Algarve/Portugal

TROVADORES DO ESTADO DO CEARÁ

TEMA: PATRIMÔNIO (S) [l/f]

VENCEDORES (1º ao 5º lugares):

1º. Lugar:

Embora sem matrimônio
Posso viver sonho alado
Vendo que meu patrimônio
É ter você ao meu lado.
Ana Maria Nascimento
Aracoiaba/CE

2º. Lugar:

Patrimônio, se desgasta,
e por vezes envaidece.
Do próprio Deus nos afasta,
quando a riqueza aparece.
Hortêncio Pessoa
Fortaleza/CE

3º. Lugar:

Meu patrimônio, acreditem,
Feita a Contabilidade,
Superavitou num ítem
Da Sub-Conta Saudade.
Deusdedit Rocha
Fortaleza/CE

4º. Lugar:

A vista longe alcançava
Numa visão deslumbrada,
o patrimônio que alçava
ruína e pouca jornada.
Sonia Nogueira
Fortaleza/CE

5º. Lugar:

O patrimônio se faz
Com muita perseverança
E muita alegria traz
Na vida com esperança.
João Alberto Fernandes Augusto
Pentecoste/CE

MENÇÕES HONROSAS (6º ao 10º lugares):

6º. Lugar:

Quem tem esse patrimônio
Só é pobre se quiser
Já me disse Santo Antônio
Que beleza de mulher.
João Osvaldo Soares (Vaval)
UBT-Maranguape/CE

7º. Lugar:

Contador é patrimônio
Da nossa sociedade
Faz do dever matrimônio
Na falta fica a saudade.
Raimundo Rodrigues Araújo
UBT-Maranguape/CE

8º. Lugar:

Patrimônio, bens, legado
Mas também dor de cabeça
Impostos, taxas, cuidado!
De pagá-los não se esqueça.
Maria Ruth Bastos de Abreu Brandão
UBT-Maranguape/CE

9º. Lugar:

Aquele teu patrimônio,
Tão de repente fugiu.
Foi jogar com o demônio,
Tudo que tinhas sumiu.
Olga Rosália Silva Pedrosa
UBT-Maranguape/CE

10º. Lugar:

No balancete da vida
sua conta Patrimônio,
com saldo, mostra a subida,
de seu ganho e matrimônio!
Nemésio Prata Crisóstomo
Fortaleza/CE

MENÇÕES ESPECIAIS (11º ao 15º lugares):

11º. Lugar:

O patrimônio da terra
herança que Deus nos deu,
está falindo na guerra
o homem não percebeu.
Sonia Nogueira
Fortaleza/CE

12º. Lugar:

Tal qual colcha de retalhos,
o patrimônio te cobre.
Se praticas atos falhos,
cada vez ficas mais pobre.
Hortêncio Pessoa
Fortaleza/CE

13º. Lugar:

Trago, guardado no peito,
Um patrimônio de amor,
Registrado pelo eleito
De meu imo sonhador.
Ana Maria Nascimento
Aracoiaba/CE

14º. Lugar:

O Patrimônio mais raro
Ou avultado, talvez,
De modo algum eu comparo
Ao nascido da honradez.
Deusdedit Rocha
Fortaleza/CE

15º. Lugar:

Quem tem um bom patrimônio
Sozinho não vai ficar
Logo encontra matrimônio
Mas vai sempre lamentar.
Lúcia Mapurunga
UBT-Maranguape/CE

DESTAQUES (16º ao 20º lugares):

16º. Lugar:

Quem acumula riqueza
só pensando em Patrimônio
não conhece a singeleza
do viver como campônio!
Nemésio Prata Crisóstomo
Fortaleza/CE

17º. Lugar:

Patrimônio sim senhor
Da nossa escrituração
É dever do contador
Somar inteiro e fração.
Raimundo Rodrigues Araújo
UBT-Maranguape/CE

18º. Lugar:

Patrimônio é riqueza,
Porém o pobre de espírito,
Jamais consegue a nobreza,
De celebrar o seu rito.
José Abdon Vasconcelos de Melo
Eusébio/CE

19º. Lugar:

O patrimônio decerto
Na ciência tem fator
Para o balanço dar certo
Conte com o Contador.
Luiz Carlos de Abreu Brandão
UBT-Maranguape/CE

20º. Lugar:

Patrimônio na evidência
É espelho das empresas
Contador por excelência
Demonstrações com clarezas
José Aureilson Cordeiro de Abreu
UBT-Maranguape/CE

quarta-feira, 30 de maio de 2012

VIII Concurso de Trovas da UBT - Maranguape (Resultado Nacional/Internacional)


ÂMBITO NACIONAL/INTERNACIONAL 

ÂMBITO –
NACIONAL/INTERNACIONAL

TEMA: “Lua” (Trova lírica ou filosófica)

VENCEDORES (1º ao 5º lugares)

1º. Lugar:

O céu se veste de um manto
Quando o sol vai se deitar,
E se reveste de encanto
Pondo a lua em seu lugar...
Renata Paccola
São Paulo/SP

2º. Lugar:

Quando se vê mais brilhante,
A lua, em seu provocar,
Deita prata a cada instante,
Nos verdes braços do mar!
Ederson Cardoso de Lima
Niteroi/RJ

3º. Lugar:

Anoitece...a lua espia
A varanda em soledade,
E banha a rede vazia
Em seu clarão de saudade.
Elen de Novais Felix
Niterói – RJ

4º. Lugar:

Passas tão bela que a lua,
Louvando teu desfilar,
Estende por toda rua
Um tapete de luar!
Almerinda F. Liporage (Tita)
Copacabana/RJ

5º. Lugar:

A Lua, eterna viajante
dos espaços siderais,
é mulher, bela e distante,
que não se alcança jamais.
Domingos Freire Cardoso
Ílhavo/Portugal

MENÇÕES HONROSAS (6º ao 10º lugares):

6º. Lugar:

Lua, a musa favorita,
não perde nunca o troféu
da inspiração mais bonita
que desce do azul do céu!
José Lucas de Barros
Natal/RN

7º. Lugar:

Lua cheia, céu em festa
é um momento inspirador,
nós na rede, uma seresta,
embalando o nosso amor.
Eliana Ruiz Jimenez
Balneário Camboriú/SC

8º. Lugar:

A lua sem empecilho
se fazendo apaixonada
derrama todo o seu brilho
nos olhos da madrugada.
Ademar Macêdo
Natal/RN

9º. Lugar:

Qual bela noiva charmosa
tendo estrelas como véu,
desfila a lua garbosa
na passarela do céu.
Licínio Antônio de Andrade
Juiz de Fora/MG

10º. Lugar:

O céu, de estrelas bordado
Transforma a pracinha nua,
Num jardim iluminado
Para o desfile da lua.
Adilson Maia
Niterói/RJ

MENÇÕES ESPECIAIS (11º ao 15º lugares):

11º. Lugar:

Não desista, siga em frente,
Grita a esperança... em seguida,
Vou ser a lua crescente
Nas madrugadas da vida!
Marilucia Rezende
São Paulo/SP

12º. Lugar:

Até mesmo a Lua some,
quando imagina a desgraça
de quem pernoita com fome
no antigo banco da praça...
Josafá Sobreira da Silva
Rio de Janeiro/RJ

13º. Lugar:

O rancho se faz gigante,
pois quando o amor incendeia,
o nosso quarto, minguante,
tem clarão de lua cheia!
Neide Rocha Portugal
Bandeirantes/PR

14º. Lugar:

É inverno... Choveu na mata...
E a lua, deusa sem fama,
penteia as tranças de prata
pelos espelhos de lama.
Manoel Cavalcante de Souza Castro
Pau dos Ferros/RN

15º. Lugar:

A Lua veste o seu manto
com estrelas cintilantes
e toda cheia de encanto
desfila para os amantes.
Dulcídio de Barros Moreira Sobrinho
Juiz de Fora/MG

DESTAQUES (16º ao 20º lugares):

16º. Lugar:

Quis a Lua ser um astro que,
pela Terra...em instantes,
vai instigando em seu rastro,
os desejos dos amantes!
Dilva Maria de Moraes
Nova Friburgo/RJ

17º. Lugar:

Não querendo a noite nua,
o Senhor, divino esteta,
vestiu o céu com a lua
e a fez musa do poeta!...
Domitilla Borges Beltrame
São Paulo/SP

18º. Lugar:

Vejo a lua se despindo
do manto da escuridão...
E, nos meus pés, vou sentindo
as suas roupas, no chão...!
Mara Melinni de Araújo Garcia
Caicó/RN

19º. Lugar:

Infinitos castiçais
refletem luz sobre a mata,
tal qual a lua no cais
deixando o mar cor de prata.
José Guarany Rodrigues
Pindamonhangaba/SP

20º. Lugar:

Quando o dia se aquieta,
A lua, por distração,
Brilha no olhar do poeta
E acende seu coração.
Luiz Poeta – Luiz Gilberto de Barros
Rio de Janeiro/RJ
>>>>>>>>>>>>>>>>>>

ÂMBITO –
NACIONAL/INTERNACIONAL
TEMA: “Gingado” (H)

VENCEDORES (1º ao 5º lugares)

1º. Lugar:

Todos acham imbecil
de minha sogra o gingado;
por defeito do quadril,
ela ginga só de um lado.
Adamo Pasquarelli
São José dos Campos/SP

2º. Lugar:

Um folião já “melado”
faz com seu corpo, sambando,
um gingado tão danado
que finda desmunhecando!
Ademar Macêdo
Natal/RN

3º. Lugar:

Chega a cantora, que é mestra
No gingado da cintura
E os integrantes da orquestra
Nem olham... pra partitura!
Therezinha Dieguez Brisolla
São Paulo/SP

4º. Lugar:

Nenhum gingado ela tem,
de beleza não tem nada,
minha sogra é um Frankenstein
numa versão piorada.
Licínio Antônio de Andrade
Juiz de Fora/MG

5º. Lugar:

Maroquinha, o teu gingado
está dando o que falar!
Talvez não seja pecado,
mas faz a gente pecar!
José Lucas de Barros
Natal/RN

MENÇÕES HONROSAS (6º ao 10º lugares):

6º. Lugar:

A mulher do delegado
não dorme de touca não:
se o doutor não quer gingado,
ela ginga pro escrivão!
José Ouverney
Pindamonhangaba/SP

7º. Lugar:

Num bailado diferente
E no gingado a malicia,
A mulata de repente
Vira um caso de policia!
Carlos Alberto de Carvalho
São Gonçalo/RJ

8º. Lugar:

No acorde de um tamborim
Ela solta o seu gingado,
Deixa doido o Benjamim
Com seu lindo rebolado!
Roberto Nini
Mogi-Guaçu/SP

9º. Lugar:

- Seu “gingado” me maltrata,
Me constrange... é uma loucura!
- Falas de bela mulata?
- Não... de minha dentadura...
Elbea Priscila de Sousa e Silva
Caçapava/SP

10º. Lugar:

Ela é “boa” camareira,
serve bem o Coronel,
seu gingado de cadeira
botou fogo no quartel...
Ivone Taglialegna Prado
Belo Horizonte/MG

MENÇÕES ESPECIAIS (11º ao 15º lugares):

11º. Lugar:

Foi graças a seu gingado,
que a garota, um "avião",
ganhou do "seu" deputado
"baita" cargo em comissão!
Lisete Johnson
Porto Alegre/RS

12º. Lugar:

Foi tanto malabarismo
a velha fez no gingado,
que dançou com reumatismo
e acabou sem rebolado.
Gabriel Bicalho
Mariana/MG

13º. Lugar:

No balanço do gingado
treme mais que gelatina,
vou ficando bem "vidrado"
no molejo da menina.
Palmyra Maria Goulart Duarte
Rio de Janeiro/RJ

14º. Lugar:

Maria quando desfila
Com seu gingado faceiro,
Atrás dela segue a fila
Aplaudindo o seu trazeiro.
Adalto Machado
Cantagalo/RS

15º. Lugar:

A passista evoluindo,
Dizendo o samba no pé,
Faz seu gingado sorrindo
Com lisura de um balé...
Marilda Mendonça P. de Carvalho
São Gonçalo/RJ

DESTAQUES (16º ao 20º lugares):

16º. Lugar:

O rebolado da Lia
era tão exagerado,
que envergonhado eu fingia
não ver aquele gingado.
Francisco Garcia (Prof. Garcia)
Caicó/RN

17º. Lugar:

Quando ela entrou rebolando
Num gingado sedutor
Vi muito nego suando
E nem fazia calor!
Arlindo Tadeu Hagen
Belo Horizonte/MG

18º. Lugar:

Bebe sempre tanto gim
que agora seu rebolado,
ao sair do botequim,
fez autêntico "gin...gado"!
Wanda de Paula Mourthé
Horizonte/MG

19º. Lugar:
Nela é bonito, elegante...
Nele... esquisito, incomum:
gingada é interessante,
Mas não é pra qualquer um !!!
Selma Patti Spinelli
São Paulo/SP

Patativa do Assaré (A Seca e o Inverno)

Ilustração de Joana Lira

Na seca inclemente no nosso Nordeste
 O sol é mais quente e o céu, mais azul
 E o povo se achando sem chão e sem veste
 Viaja à procura das terras do Sul

 Porém quando chove tudo é riso e festa
 O campo e a floresta prometem fartura
 Escutam-se as notas alegres e graves
 Dos cantos das aves louvando a natura

 Alegre esvoaça e gargalha o jacu
 Apita a nambu e geme a juriti
 E a brisa farfalha por entre os verdores
 Beijando os primores do meu Cariri

 De noite notamos as graças eternas
 Nas lindas lanternas de mil vaga-lumes
 Na copa da mata os ramos embalam
 E as flores exalam suaves perfumes

 Se o dia desponta vem nova alegria
 A gente aprecia o mais lindo compasso
 Além do balido das lindas ovelhas
 Enxames de abelhas zumbindo no espaço

 E o forte caboclo da sua palhoça
 No rumo da roça de marcha apressada
 Vai cheio de vida sorrindo e contente
 Lançar a semente na terra molhada

 Das mãos deste bravo caboclo roceiro
 Fiel prazenteiro modesto e feliz
 É que o ouro branco sai para o processo
 Fazer o progresso do nosso país

Fonte:
Revista Nova Escola

Chico Anysio (É Proibido Falar ao Motorneiro)


 Era muito grande a surpresa do velhote que, ao receber alta após vinte e dois anos acamado (reumatismo infeccioso), pela primeira vez saía à rua.

 Andava pelo Rio como se estivesse fazendo turismo numa cidade a que nunca fora. Tudo mudado, tudo tão lindo e tão diferente. O aterro, os gramados em volta de postes que mais pareciam perna de ema (quando queimar uma luz como é que mudam?), o monumento ao soldado desconhecido, tudo era novidade. Trocaram a roupa da cidade durante sua enfermidade.

 Quis ir à Galeria Cruzeiro tomar um chope no Bar Nacional e lá encontrou uma cidade em pé, de mil andares, e se contentou com uma laranjada no Bob's. O Tabuleiro da Baiana, os bondes, por onde andavam? Estaria perdido? Poderia perder-se numa cidade que era sua apenas por ter ficado tão pouco tempo (vinte e dois anos) com aquele reumatismo idiota? A Rua das Marrecas tinha o nome de um político e havia um prédio encimando o Cine Metro onde ele assistira, quinze vezes seguidas, a Greer Garson em  Rosa de esperança. E a Lapa, meu Deus! O que fizeram com a minha Lapa? Pelo menos a igreja está de pé, mas aquilo é novo, aquilo lá não existia, no meu tempo não tinha aquilo, roubaram os trilhos? O que fizeram dos trilhos?

 O homem andava, na sua caminhada de reconhecimento, sem saber se devia aplaudir ou vaiar o progresso, já que em nome do progresso tudo tinha sido feito e modificado. Saí de casa a caminho da casa do amigo Vergara, com quem jogava xadrez nos tempos idos. De sua casa, na rua Taylor, até a casa do Vegara, na Santo Amaro, costumava ir de bonde (qualquer um servia, porque todos passavam no Largo do Machado), mas hoje estava disposto a ir a pé. Sabe lá se não acabaram também com a Praça Paris!

 E o homem ia andando, sempre com o olhar circular pelos cantos da cidade. O passeio Público cercado. Se está cercado deixa de ser público!

Sem menos esperar, quase caiu num buraco.Dentro do buraco um homem, com um capacete prateado na cabeça, usava uma pá com a qual aumentava o buraco, jogando no asfalto a terra que dele tirava.

— Alô — disse o convalescente.

— Alô  resmungou, sem muita vontade, o trabalhador.

 — O que é que o senhor está fazendo aí? perguntou o reumático ao homem que cavava.

 — Cavando — disse o homem ao velho.

 Vejam só. Além dos muitos buracos que há na cidade, em vez de fechá-los, o governo trata de abrir outros. Então era isso. Os buracos eram feitos com a concordância do governo. Ou talvez por determinação governamental.

 — Fazendo um buraco, não é? — quis certificar-se o reumático.

 — É, um buraco —  precisou o cara de capacete metálico.

 Exatamente o que ele pensara. Uma barbaridade. Onde estão as Forças Armadas, que permitem este descalabro? Tiram-se os bondes e dão-se buracos. Bela política, essa!

 — E pra que fazer um buraco, moço?

 — Progresso, né? — rezingou* o homem que cavava e cavava, jogando terra, algumas vezes, sobre os sapatos do velho que o aborrecia, olhando-o do alto do buraco.

 Que progresso mais idiota. Depois, aposto que nem põem placas avisando que ali há um buraco, vem uma criança.

 — Feche este buraco — ordenou valendo-se do seu título de cidadão.

 — Não chateia! — repeliu o operário.

 — Este buraco é um perigo. É um atentado à segurança pública. Como cidadão, eu ordeno: jogue no buraco esta terra — completou, enquanto empurrava com o pé número 35 um punhado de terra que se espalhou pelo metálico capacete do trabalhador.

 — Pára de jogar terra aqui, cara. Este buraco é para as obras do metrô.

 Foi como se falasse latim ao Lampião. Metrô? Não teria ele querido dizer Metro? Não seria a instalação de mais um cinema?

 — Metrô — interrogou o velho que saía à rua após vinte e dois anos de leito. — Não será Metro?

 — Metrô, cara. Um trem.

 Era o que faltava. Botar um trem ali, em pleno Jardim da Glória. Bolas ao progresso, que tira os bondes, tão fresquinhos e baratos, e, no seu lugar, coloca vastíssimos trens, de ruído insuportável. Agora é que ninguém dorme, da Conde Lage até nem se sabe onde.

 — Que trem é esse? — questionou o homem contra o progresso.

 — Será possível? — sofreu o operário que cavava às duas da tarde, sob um sol de meio-dia (era janeiro).

 — Diga. Que trem é esse? Na qualidade de cidadão, eu exijo uma explicação — insistiu, zangado, o homem.

 — Olhe, meu amigo. Metrô é um trem que anda por baixo da terra. Faz-se um túnel debaixo do chão, botam-se os trilhos e o trem vai pelos trilhos — explanou o empregado das obras do metrô o melhor que pôde, para encerrar, de uma vez, o assunto.

 — Por baixo da terra? E ninguém respira?

 — Há ventiladores.

 — E a gente entra no trem de que modo?

 — Há entradas. Vai haver uma entrada ali (apontou longe), o senhor compra a passagem, desce as escadas, o trem vem, o senhor entra e vai.

 — Muito bem. É o progresso, não é?

 — É.

 — E, sendo debaixo da terra, não suja a roupa, nem...?

 — É um túnel! — irritou-se o operário. — O trem corre dentro do túnel.

 — Maravilhoso — admitiu. — Maravilhoso!

 — Agora dê licença — pediu o funcionário, voltando a jogar terra sobre o asfalto lá em cima.

 Um trem por baixo da terra. O governo está trabalhando, mesmo. Estava até arrependido de ter pensado as coisas tão antigovernistas que pensara. Ainda bem que ninguém ouviu. Podia ser tomado como um sujeito anarquista.

 — E quando fica pronto?

 — Hein?

 — Esse trem que o senhor falou. Demora para ficar pronto?

 — Um pouco.

 — Mais ou menos quanto tempo?

 — Uns quatro anos.

 — Ah, é muito, não posso esperar.

 E dirigiu-se mesmo a pé para a casa do Vergara, na Rua Santo Amaro.
________
Nota:
* Rezingou = resmungou

Fonte:
Chico Anísio. O Batizado da Vaca. SP: Círculo do Livro

Casimiro de Abreu (Carolina) III – A Volta


Estamos em 1849. 

Numa tarde de fevereiro, levado por toda a velocidade de seu bom cavalo, seguia um cavaleiro a estrada de Lisboa a ***, estrada onde ficava essa linda quinta com sua casa, no meio de perfumes e de verdura.

Esse cavaleiro, era Augusto.

Quando ainda de longe ele avistou a casa, seus olhos disseram é ali, seu coração indeciso, murmurava: aquela?!...

Ai! já não era a mesma quinta bela e verdejante, que ele tinha deixado na primavera! O inverno havia-a transformado horrivelmente.

Os ramos das faias e dos choupos gigantes já não se debruçavam sobre o muro. A natureza estava triste. As árvores não tinham folhas: apenas erguiam seus ramos despidos que vergavam com o vento. 

Uma tristeza involuntária apoderou-se do mancebo. 

Prendeu ao muro o seu cavalo coberto de suor e poeira e pôs-se a cantar com uma voz trêmula: 

Ó querida, estou de volta,
Venho-te um abraço dar;
Enxuga teus lindos olhos,
Sê minha, que eu sei-te amar.

Nenhuma voz respondeu à sua copla apaixonada. Um silêncio profundo reinava nas alamedas; só os ramos das árvores se agitavam. Dir-se-ia ser um cemitério. 

Augusto teve um pressentimento; sua fronte empalideceu por um instante, mas continuou repetindo: 

Enxuga teus lindos olhos,
Sê minha, que eu sei-te amar. 

O mesmo silêncio terrível. Só o eco repetia triste suas últimas palavras: “sê minha, que eu sei-te amar”.

Saltou o muro e alongou a vista impaciente.

Que tristeza! As alamedas estavam desertas, o jardim já não florescia, o lago já não tinha o seu cisne, a natureza já não sorria!

Foi direito ao caramanchão, ele lá estava no mesmo lugar com o seu banco de cortiça, mas a fonte que dantes murmurava parecia gemer agora!

Augusto sentou-se no banco com a cabeça encostada a uma das mãos e olhou para tudo com uma indizível tristeza. 

Ai! os pássaros já não cantavam, nem a brisa brincava travessa!

Então o pranto correu-lhe livre, o seu coração dizia-lhe que chorasse. 

— Foi aqui, murmurava ele, foi aqui que me despedi dela, foi aqui que prometi torná-la a ver. Meu Deus! quantas lágrimas não derramei quando atravessava o Oceano, que me separava da pátria, onde ficara a minha alma! E agora, que torno a ver a terra onde nasci, agora, que devia ver a minha Carolina, não sei por quê, sinto uma vontade imensa de chorar. Carolina! Carolina! bradou ele, vem ver o teu Augusto, vem dizer-lhe que sempre o amaste, vem dar ao desgraçado que chorou os prantos da saudade, o teu beijo de amor: e os soluços abafaram-lhe a voz no peito. 

Mas o mesmo silêncio lúgubre continuou; nem uma voz, nem um som respondeu aos gemidos do amante. 

Ergueu-se pálido e trêmulo e caminhou vagaroso pela alameda que ia dar ao jardim, cantando sempre com a sua voz comovida aquela copla, que tão bem exprimia os desejos do seu coração. 

Chegou ao jardim e olhou. A casa tinha as portas e as janelas todas fechadas. Também estava deserta. 

— Mudaram-se, disse ele, Carolina já aqui não está!

E volta pensativo para o caramanchão  e parou diante da fonte. 

— Onde está Carolina? perguntou ele, como se a fonte pudesse responder-lhe. 

— Onde está Carolina? perguntou ele às árvores, e parecia esperar a resposta. 

Mas a fonte continuava a correr e as árvores a agitar os ramos. 

— Então adeus, meu caramanchão, minha fonte, meu jardim, adeus!

E Augusto saltou o muro e quis passar por diante da casa onde estivera a sua amada. Quando aí chegou, parou e pôs-se a olhar para a janela onde a tinha visto a primeira vez. 

— Jesus! Meu Deus! aquele não é o senhor Augusto? dizia uma saloia, que passava por ali, a seu marido. 

— Parece que é, respondeu o saloio. 

Ao ouvir o seu nome, Augusto olhou para o lado donde partiram as vozes e reconheceu-os. Depois de os cumprimentar perguntou logo:

— Diga-me, o senhor Ferraz já aqui não mora?

— Há que tempos! mudaram-se pelo Natal. 

— Sabe para onde?

— Isso é que não sei; tanto ele como a senhora estavam muito tristes, e tinham razão, aqueles desgostos não são para menos. 

— Então eles tiveram algum desgosto? perguntou Augusto, que pressentia a morte de Carolina.

— E muito grande. Sua filha, a senhora D. Carolina, fugiu...

— Carolina fugiu? perguntou Augusto com uma voz que assustou a pobre mulher.

— Sim senhor, respondeu ela, foi no meado do mês de dezembro. Custa a creditar, que uma menina tão boa deixasse sua mãe. E daí pode ser que fosse roubada, quem sabe!

Augusto já nada ouvia; estava louco.

— Oh meu Deus! meu Deus! murmurou ele.

— Jesus! que é isso, senhor Augusto? perguntou a mulher vendo-lhe a extrema palidez e o chamejar sinistro dos olhos. 

— E eu que a amava tanto! continuou ele em voz baixa. 

A saloia compreendeu-o e afastou-se murmurando:

— Pobre rapaz! o que lhe fui eu dizer!

Augusto ficou ainda algum tempo imóvel com os olhos turvos e o peito arquejante, mas depois erguei a fronte de repente e bradou com uma explosão terrível de dor:

— Ah! mulher, mulher! tu me mataste! 

Desprendeu seu cavalo, montou e desapareceu na estrada. Ainda olhou de longe uma vez para aquela quinta deserta e triste, que lhe inspirava tantas recordações...

Continua…

Fonte:
ABREU, Casimiro de.  Carolina.  in SILVEIRA, Sousa da (org.). Obras de Casimiro de Abreu.  2ª ed.   Rio de Janeiro:  Ministério da Educação e Cultura -MEC, 1955. Texto-base digitalizado por: Fernanda Duarte, Rio de Janeiro – RJ

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 564)


Uma Trova de Ademar  

Todo homem que se entrega 
aos feitiços de um amor 
sofre demais, porém nega 
o tanto da sua dor... 
–Ademar Macedo/RN– 

Uma Trova Nacional  

Diante do encanto desfeito 
por promessas não cumpridas, 
eu sempre encontro outro jeito 
de entrelaçar nossas vidas. 
–Olga Agulhon/PR– 

Uma Trova Potiguar  

Não podemos recompor,
nossos sonhos destruídos;
nem esconder nossa dor,
silenciando os gemidos. 
–Francisco Maia/RN– 

Uma Trova Premiada 

2005 > Belém/PA 
Tema > DELÍRIO > M/H

Em meu delírio utopista
 um sonho não se desfaz:
 é ver um mundo otimista
 unindo as mãos pela paz.
- Licínio Antonio de Andrade/MG-

...E Suas Trovas Ficaram  

Nos açoites da agonia, 
a solidão que me invade 
vai rasgando a fantasia 
com que disfarço a saudade!... 
–Ulysses Carvalho Júnior/RJ– 

Uma Poesia  

Sinto que Deus põe a mão 
na mulher quando engravida, 
a dor se mescla ao prazer, 
a criatura é erguida;
e a vida liberta um Ser 
preso dentro de outra vida. 
–Leonardo Cruz/RN – 

Soneto do Dia  

Ressurreição.
–Reginaldo Albuquerque/MS– 

Eis que volto ao parquinho abandonado... 
De fato, está bem gasto, sem valia, 
porções de entulho e mato lado a lado, 
em vez da meninada em correria. 

Olhando o carrossel empoeirado 
não sei o que dá mais melancolia, 
se o céu de luto todo declarado
ou nossa dupla de alazães vazia. 

Ontem, quantos passeios demos juntos!
Hoje, nesses cavalos já defuntos,
encontro apenas restos de ilusão. 

Mas um clarão de lendas muda o enredo...
Torna a girar o mágico brinquedo,
com a tua imagem me estendendo a mão...

terça-feira, 29 de maio de 2012

Casimiro de Abreu (Carolina) II – Caiu!


No fim da mesma alameda, embaixo do mesmo caramanchão, sentados sobre o mesmo banco onde seis meses antes  dois amantes se beijavam em prantos, dois amantes hoje beijam-se por entre sorrisos de prazer.

Ah! mulher! mulher! que tão cedo esqueceste o homem que te votou o amor mais ardente de sua alma! Esse homem a quem juraste vir aqui todas as tardes escutar o suspiro saudoso, que ele te havia de enviar nas asas da viração!...

Ah! mulher! mulher! que tão depressa esqueceste um homem que te ama, para ouvires os galanteios doutro que te cobiça!... Deixas adormecida em teu peito a imagem daquele por quem teu coração novel bateu as primeiras pulsações, ao mesmo tempo tímidas e suaves, e não te lembras que esse homem virá um dia, implacável como o destino, terrível como o raio, pedir-te o cumprimento das juras que lhe fizeste; exigir-te contas do seu amor, que tu escarneceste; das suas crenças, em que tu cuspiste; da sua alma, que tu assassinaste!...

Não te lembras que os lábios ardentes doutro homem roçaram as tuas faces?
Oh! para o futuro, nas horas mortas da noite, sentirás o pungir desse remorso!
...........................................................................................

O dia está quase no seu termo; em breve virá a noite com seu silêncio, suas estrelas, seus fantasmas, seus mistérios!...

Eles falam; escutamos:

— Olha, Fernando, ontem esperei-te tanto tempo, e tu não vieste! Estava aqui sentada só, triste! Qualquer ruído que sentia na estrada, dizia comigo: é Fernando; e enganava-me, não eras tu! 

— Não vim ontem, porque não pude; mas vi-te. 

— Não vieste e viste-me?!

— Vi-te sim, Carolina, vi-te em sonhos como te vejo todos os dias. E que outra mulher senão tu, há-de vir abrilhantar os meus sonhos? Às vezes, vejo-te similhante a um anjo, fugires da terra envolta em nuvens vaporosas. Ontem vi-te aqui, neste mesmo parque. Tu eras já minha e estavas tão linda como agora; o céu sorria-se para ti, os pássaros gorjeavam para tu os ouvires, a brisa brincava com teus cabelos e tu brincavas com as flores...

— E tu, Fernando?

— Eu?! Corria atrás de ti para te dar um beijo e tu fugias ligeira como a gazela e depois cansada, com teu seio a arfar, com teus lábios entreabertos, com tuas tranças soltas, caías desfalecida em meus braços... e ambos gozávamos gozos, delícias, como só se gozam no céu... estávamos no paraíso. Ah! que sonho tão lindo, Carolina! Mas era um sonho. Foi cruel o despertar. 

— Não te acredito, disse ela com um sorriso, que queria justamente dizer o contrário. 

— Mas eu não te engano; amo-te como um louco, amo-te como ninguém nunca amou, porque és tu a mulher que eu havia sonhado nos meus sonhos da infância, nos meus sonhos da adolescência, nos meus sonhos dos 18 anos, quando o coração tem necessidade d’amor, quando os lábios desejam que os beijos duma mulher venham mitigar a sede que os abrasa. 

E Fernando pôs-se de joelhos aos pés de Carolina, cingindo-lhe a cintura flexível e delicada, com seus braços nervosos. 

— E tu, Carolina, também me amas?

— Muito, muito, disse ela, e subjugada pelo olhar ardente de Fernando, uniu seus lábios corados aos dele, que queimavam...

A noite tinha estendido o seu manto: as estrelas cintilavam no firmamento, grossas nuvens  haviam ocultado a face da lua. 

A noite tem seus mistérios! 
......................................................................

No meio daquela mudez aterradora, soou um grito de mulher, abafado logo por algum beijo. Teria Carolina visto a figura d’ Augusto desenhada no muro fronteiro?...
.......................................................................

Meia hora depois, à claridade da lua que se mostrou de súbito, um vulto de mulher atravessava apressado a alameda, dirigindo-se para casa, grave como um fantasma, trêmulo como um condenado!
........................................................................

As estrelas cintilavam mais frouxas, a lua ocultou-se de novo e um murmúrio indefinível, similhante a um queixume, parecia subir da terra ao céu...

Carolina, tinha uma coroa de virgem que lhe circundava a fronte como uma auréola brilhante; Fernando arrancou essa coroa e calcou-a aos pés!...

O anjo caiu do seu pedestal d’ inocência... a rosa purpurina e bela pendeu na sua haste... o vento da noite levou-lhe as folhas...

Continua…

Fonte:
ABREU, Casimiro de.  Carolina.  in SILVEIRA, Sousa da (org.). Obras de Casimiro de Abreu.  2ª ed.   Rio de Janeiro:  Ministério da Educação e Cultura -MEC, 1955. Texto-base digitalizado por: Fernanda Duarte, Rio de Janeiro – RJ

Tatiana Belinky (A Luva)

Ilustração: Maria Eliana Delarissa

Foi nos tempos distantes do amor cortês. No reino medieval do rei Franz era dia de festa, e o ponto alto das festividades era a exibição de feras selvagens, trazidas de terras distantes, na arena do grande castelo. Em volta da arena erguiam-se as arquibancadas, encimadas por altos balcões onde brilhavam os nobres da corte, ao lado das belas damas faiscantes de jóias. Entre elas se destacava a donzela Cunegundes, tão rica e formosa quanto orgulhosa, e de pé ao seu lado estava o seu apaixonado adorador, o jovem cavaleiro Delorges, cujo amor ela desdenhava, distante e fria.

 Chegou a hora do início da função. A um sinal do rei, abriu-se a porta da primeira jaula, da qual saiu, majestoso, um feroz leão africano e, sacudindo a juba dourada, deitou-se na areia, preguiçoso. Abriu-se a segunda jaula, liberando um terrível tigre de Bengala, que encarou o leão com olhos ameaçadores e deitou-se também, tenso, como quem prepara um bote mortal. Em seguida, abriu-se a terceira jaula, da qual saltaram, quais enormes gatos negros, duas panteras de dentes arreganhados, deitando-se agachados e aumentando a tensão do ambiente.

 Fez-se um silêncio no público: todos aguardavam ansiosos um pavoroso embate mortal entre os quatro monstros felinos... E neste momento, como que sem querer, a donzela Cunegundes deixou cair, do alto do balcão, sua branca luva, bem no centro da arena, entre as quatro feras assustadoras. E dirigindo-se com um sorriso irônico ao seu cavaleiro adorador, falou, afetada:

 "Cavaleiro Delorges, se de fato me amais como viveis repetindo, provai-o, indo buscar e me devolver a minha luva."

 O cavaleiro Delorges não respondeu nada e sem titubear, desceu rápido do balcão e com passos decididos pisou na arena, entre as fauces hiantes e as presas arreganhadas das quatro feras. Calmo e firme ele apanhou a luva, e sem olhar para trás e sem apressar o passo, voltou para o balcão, sob os sussurros de espanto e admiração de todo o público presente.

 A donzela Cunegundes estendeu a mão num gesto faceiro para receber a luva e com um sorriso cheio de promessas, falou:

 "Ganhaste a minha gratidão, cavaleiro Delorges."

 Mas em vez de entregar-lhe a luva, o cavaleiro Delorges atirou-a no belo rosto da dama cruel e orgulhosa: "Dispenso a vossa gratidão, senhora!", ele disse.

 E voltando-lhe as costas, o cavaleiro Delorges foi embora para sempre.

Fonte:
Recontado de um poema de Schiller por Tatiana Belinky
Disponível na Revista Nova Escola