quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Edinar Corradini / RJ (Meu Poeta)


Edinar é de Teresópolis/RJ
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Da coletânea Declame para Drummond 2012
110º aniversário do poeta e vários poemas no meio do caminho pelo Brasil

Me debruço sobre teus poemas, sinto-me viva.
E mansamente minha alma Cresce
Cada verso teu acorda meus sonhos
Por sentir teu cantante em meus ouvidos
Passear pelos versos num florir de das palavras
Em minha mente aquela essência
Como um perfume de uma flor que o vento trás
Vejo teus versos conversar comigo 

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 706)



Uma Trova de Ademar  


Mesmo que a paixão desabe
disto eu não sentirei medo,
o mundo inteiro já sabe
que eu sempre amei em segredo!
–Ademar Macedo/RN–

Uma Trova Nacional  

Este Amor que nos cativa
e que nossa alma acalenta,
é, por vezes, chaga viva
que muito dói, mas contenta.
–Clarisse Sanches/PRT–

Uma Trova Potiguar  

Lindo horizonte desponta
nos meus sonhos de menino,
mas só Deus sabe dar conta
da saga do meu destino.
–Zé de Sousa/RN–

Uma Trova Premiada  

2007   -   Ribeirão Preto/SP
Tema   -   LIVRO   -   1º Lugar.

Seria a paz mais presente
e o porvir menos incerto
se na mão do adolescente
sempre houvesse um livro aberto!
–Rita Mourão/SP–

...E Suas Trovas Ficaram  


Amor... Amor que eu conheço
pode ser uma obsessão,
mas persiste a qualquer preço,
nunca sai do coração.
–Lívio Barreto/CE–

U m a P o e s i a  


Alternâncias de alegria
e de tristeza é a meta,
de um coração remendado

por sonhos que o tempo veta.
e o riso com pouco encanto,
esconde as veias de pranto
no coração de um poeta.

–Lima Júnior/PE–

Soneto do Dia  

ORAÇÃO DE POETA.
–Miguel Russowsky/SC–


– Que me darás, Senhor, pela jornada
de dores, privações e misereres?
– Eu te darei a noite salpicada
de estrelas e silêncio. Que mais queres?


– E para a solidão da madrugada?
– Já fiz o mundo cheio de mulheres.
procura e encontrarás a tua amada.
Faz os mais lindos versos que puderes.


– Mas como irei, Senhor, reconhecê-la?
– Há no céu, entre todas, uma estrela
que apenas tu verás. Que mais perguntas?


– E este frio e esta angústia que ora sinto?
– quando ela penetrar em teu recinto
a primavera e a paz hão de vir juntas.

Heloísa Crespo (Ciranda “Professor Versos”) Parte III – Trovas: Antonio Cabral e A. A. de Assis


Amor tem três dimensões:
É pai, mãe e professor.
Mas pai, mãe são ligações,
Professor, só puro amor.
Antonio Cabral



Meu amigo professor,
moldaste o meu coração.
Contigo aprendi que Amor
é sempre a maior lição!
A. A. de Assis

Fonte:
Organização e Programação Visual: Heloisa Crespo
Campos dos Goytacazes/RJ.

José de Alencar (Ao correr da pena) 22 de Outubro: Um Sermão de Monte Alverne


(Crônicas publicadas no “Correio Mercantil”, de 3 de setembro de 1854 a 8 de julho de 1855, e no “Diário do Rio”, de 7 de outubro de 1855 a 25 de novembro do mesmo ano, ambos os jornais do Rio de Janeiro).

O tempo serenou; as nuvens abriram-se, e deixam ver a espaços uma pequena nesga de céu azul, por onde passa algum raio de sol desmaiado, que, ainda como que entorpecido com o frio e com a umidade da chuva, vem espreguiçar-se indolentemente sobre as alvas pedras das calçadas.

Aproveitemos a estiada da manhã, e vamos, como os outros, acompanhando a devota romaria, assistir à festividade de São Pedro de Alcântara, que se celebra na Capela Imperial!

A igreja ressumbra a severa e impotente majestade dos templos católicos. Em face dessas grandes sombras que se projetam pelas naves, da luz fraca e vacilante dos círios lutando com a claridade do sai que penetra pelas altas abóbadas, do silêncio e das pompas solenes de uma religião verdadeira, sente-se o espírito tomado de um grave recolhimento.

Perdido no esvão de uma nave escura, ignorado de todos e dos meus próprios amigos, que talvez condenavam sem remissão um indiferentismo imperdoável, assisti com o espírito do verdadeiro cristão a esta festa religiosa, que apresentava o que quer seja fora do comum.

Sob o aspecto contido e reservado daquele numeroso concurso, elevando-se gradualmente do mais humilde crente até às últimas sumidades da hierarquia social, transpareciam os assomos de uma  curiosidade sôfrega e de uma ansiedade mal reprimida. Qual seria a causa poderosa que perturbava assim a gravidade da oração? Que pensamento podia assim distrair o espírito dos cismas e dos enlevos da religião?

Não era de certo um pensamento profano, nem uma causa estranha que animava aquele sentimento. Ao contrário: neste templo que a religião enchia com todo o vigor de suas imagens e toda a poesia de seus mitos, neste recinto em que as luzes, o silêncio e as sombras, as galas e a música representavam todas as expressões do sentimento, só faltava a palavra, mas a palavra do Evangelho, a palavra de uma inspiração sublime e divina, a palavra que cai do céu sobre o coração como um eco da voz de Deus, e que refrange aos lábios para poder ser compreendida pela linguagem dos homens.

Era isto o que todos esperavam. Os olhos se voltavam para o púlpito onde havia pregado Sampaio, S. Carlos e Januário; e pareciam evocar dos seus túmulos aquelas sombras ilustres para virem contemplar um dia de sua vida, uma reminiscência de suas passadas glórias.

Deixai que emudeçam as orações, que se calem os sons da música religiosa, e que os últimos ecos dos cânticos sagrados se vão perder pelo fundo dos erguidos corredores ou pelas frestas arrendadas das tribunas.

Cessaram de todo as orações. Recresce a expectação e a ansiedade; mas cada um se retrai na mudez da concentração. Os gestos se reprimem, contêm-se as respirações anelantes. O silêncio vai descendo frouxa e lentamente do alto das abóbadas ao longo das paredes, e sepulta de repente o vasto âmbito do templo.

Chegou o momento. Todos os olhos estão fixos, todos os espíritos atentos.

No vão escuro da estreita arcada do púlpito assomou um vulto. É um velho cego, quebrado pelos anos, vergado pela idade. Nessa bela cabeça quase calva e encanecida pousa-lhe o espírito da religião sob a tríplice auréola da inteligência, da velhice e da desgraça.

O rosto pálido e emagrecido cobre-se desse vago, dessa oscilação do homem que caminha nas trevas. Entre as mangas do burel de seu hábito de franciscano cruzam-se os braços nus e descarnados.

Ajoelhou. Curvou a cabeça sobre a borda do púlpito, e, revolvendo as cinzas de um longo passado, murmurou uma oração, um mistério entre ele e Deus.

Que há em tudo isto que desse causa à tamanha expectação? Não se encontra a cada momento um velho, a quem o claustro seqüestrou do mundo, a quem a cegueira privou da luz dos olhos? Não há aí tanta inteligência que um voto encerra numa célula, e que a desgraça sepulta nas trevas?

É verdade. Mas deixai que termine aquela rápida oração; esperai um momento... um segundo... ei-lo!

O velho ergueu a cabeça; alçou o porte; a sua fisionomia animou-se. O braço descarnado abriu um gesto incisivo; os lábios, quebrantando o silêncio de vinte anos, lançaram aquela palavra sonora, que encheu o recinto, e que foi acordar os ecos adormecidos de outros tempos.

Fr. Francisco de Monte Alverne pregava! Já não era um velho cego, que a desgraça e a religião mandava respeitar. Era o orador brilhante, o pregador sagrado, que impunha a admiração com a sua eloqüência viva e animada, cheia de grandes pensamentos e de imagens soberbas.

Desde este momento o que foi aquele rasgo de eloqüência, não é possível exprimi-lo, nem sei dize-lo. A entonação grave de sua voz, a expressão nobre do gesto enérgico a copiar a sua frase eloqüente, arrebatava; e levado pela força e veemência daquela palavra vigorosa, o espírito, transpondo a distância e o tempo, julgava-se nos desertos de Said e da Tebaida, entre os rochedos alcantilados e as vastas sáfaras de areia, presenciando todas as austeridades da solidão.

De repente, em dois terços, com uma palavra, com um gesto, muda-se o quadro; e como que a alma se perde naquelas vastas e sombrias abóbadas do Mosteiro de São Justo, para ver com assombro Pedro de Alcântara em face de Carlos V, o santo em face da grandeza decaída.

Aqueles que em outros tempos ouviram Monte Alverne, e que podem comprar as duas épocas de sua vida cortada por uma longa reclusão, confessam que todas as suas reminiscências dos tempos passados, apesar do prestígio da memória, cederam a esse triunfo da eloqüência.

Entre as quatro paredes de uma célula estreita, privado da luz, é natural que o pensamento se tenha acrisolado; e que a inteligência, cedendo por muito tempo a uma força poderosa de concentração, se preparasse para essas expansões brilhantes.

O digno professor de eloqüência do Colégio de Pedro II; desejando dar aos seus discípulos uma lição de prática de oratória, assistiu com eles, e acompanhado do respeitável diretor daquele estabelecimento, ao belo discurso de Monte Alverne.

Não me animo a dizer mais sobre um assunto magnífico, porém esgotado por uma dessas penas que com dois traços esboçam um quadro, como a palavra de Monte Alverne com um gesto e uma frase.

Contudo, se este descuido de escritor carece de desculpas, parece-me que tenho uma muito valiosa na importância do fato que preocupou os espíritos durante os últimos dias da semana, e deu tema a todas as conversações.

Parece, porém, que a chuva só quis dar tempo a que a cidade do Rio de Janeiro pudesse ouvir o ilustre pregador, sem que o rumor das goteiras perturbasse o silêncio da igreja.

À tarde o tempo anuviou-se, e a água caía a jorros. Entretanto isto não impediu que a alta sociedade e todas as notabilidades políticas e comerciais, em trajes funerários, concorressem ao enterro de uma senhora virtuosa, estimada por quantos a  tratavam, conhecida pelos pobres e pelas casas pias.

A Sra. Baronesa do Rio Bonito contava muitas afeições, não só pelas suas virtudes, como pela estimação geral de que gozam seus filhos. O grande concurso de carros que acompanharam o seu préstito fúnebre em uma tarde desabrida é o mais solene testemunho desse fato.

Entre as pessoas que carregaram o seu caixão notaram-se o Sr. Presidente do Conselho, o Sr. Ministro do Império e alguns Diretores do Banco do Brasil. É o apanágio da virtude, e o único consolo da morte. Ante os despojos exânimes de uma alma bem  formada se inclinam sem humilhar-se todas as grandezas da terra.

Esses dois fatos, causa de sentimentos opostos, enchem quase toda a semana. Desde pela manhã até a noite a chuva caía com poucas intermitências, e parecia ter destinado aqueles dias para as solenidades e os pensamentos religiosos.

Apesar da esterilidade e sensaboria que produz sempre esse tempo numa cidade de costumes como os nossos, apesar dos dissabores dos namorados privados dos devaneios da tarde, e dos ataques de nervos das moças delicadas, os homens previdentes não deixavam de estimar essas descargas de eletricidade, e essas pancadas d’água, que depuram e refrescam a atmosfera.

Na opinião (quanto a mim estou em dúvida), essas caretas que o tempo fazia aos prognosticadores de moléstias imaginárias, valiam mil vezes mais do que todas as discussões de todas as academias médicas do mundo.

Quanto mais, se soubessem que o Sr. Ministro do Império durante esses dias se preocupava seriamente das medidas necessárias ao asseio da cidade, mostrando assim todo zelo em proteger esta bela capital dos ataques do diabo azul. Sirvo-me deste nome, porque estou decidido a não falar mais em cólera, enquanto não resolverem definitivamente se é homem, se é mulher ou hermafrodita.

Para este fim o Sr. Pedreira consultou o presidente da câmara municipal, e incumbiu ao Sr. Desembargador chefe de polícia a inspeção do serviço, cujo regulamento será publicado oportunamente.

Com as providências que se tomaram, e especialmente com a medida da divisão dos distritos e da combinação da ação policial com o elemento municipal, a fim de remover quaisquer obstáculos, creio que podemos esperar resultados úteis e eficazes.

Fonte:
José de Alencar. Ao Correr da Pena. SP: Martins Fontes, 2004.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Elicio Pontes / DF (Romantismo)


Da coletânea Declame para Drummond 2012 
110º aniversário do poeta e vários poemas no meio do caminho pelo Brasil 

Escrever poemas derramados 
falando sempre de amor 
era algo que eu não me permitia. 
Pedi socorro, então, a quem devia. 
Busquei Vinícius de Moraes: 
- meu deus, como ele sabia! 
Como dizia loucuras de amor 
com seu jeito vinícius. 
O grandioso poetinha 
era lírico, romântico, despejado 
e vergonha disso, não tinha. 
Carlos, esse Drummond, então 
não falava apenas de uma pedra 
e do caminho ocupado pela pedra 
nem sofria somente com os josés 
e seus impasses desesperados 
sem saber aonde ir, agora. 
(...) Deixai-me verter lágrimas 
sofrer e gozar as paixões 
eleger e cantar minha musa, 
a mulher inesperada 
que então se fez poesia. 

Heloísa Crespo (Ciranda “Professor Versos”) Parte II – António Barroso (Tiago) – O Professor


É sacerdócio, não é profissão,
É um dar-se, a si próprio, por amor,
Com prazer de ensinar, o professor
Sempre se entrega de alma e coração.

A sua vontade e a sua ambição
É ultrapassar todos os escolhos
E, aos alunos, fazer abrir os olhos
P’ra vida, para o sonho e p’ra razão.

O professor só pensa que é mais nobre
Ensinar tanto o rico como o pobre
Com a força da fé, por si, sentida.

Sem nunca se cansar ou esmorecer,
Seu destino será, até morrer,
Sempre a preparar homens para a vida.

Fonte:
Organização e Programação Visual: Heloisa Crespo
Campos dos Goytacazes/RJ

Folclore Mexicano (Ti, o Pica-pau Avisador)


Conto inspirado numa lenda do povo Tzeltal, de Chiapas, no México, adaptado por Ana Maria Machado

Antigamente, quando o senhor Santo Ildefonso andava por aqui fazendo os trabalhos de Deus na Terra, ficava temeroso de que acontecesse alguma coisa aos filhos quando estivesse longe. Por isso, encarregou o pica-pau Ti de ficar tomando conta deles e avisá-los dos perigos. 

O passarinho passou a fazer isso muito bem. Por qualquer coisa, voava para junto dos meninos, pousava no ombro de um deles e cantava:

— Ti-ti-ti-ti...

Eles já sabiam. O passarinho não estava só dizendo seu nome. Estava era avisando de algum risco. Então, tomavam cuidado e se defendiam. Por isso, nunca tinham problemas.

Santo Ildefonso ficou muito satisfeito. Para recompensar o passarinho Ti, fez que ele tivesse uma plumagem bonita. E também o ajudou para que nunca lhe faltasse comida. Ensinou-o a bater com o bico na casca das árvores, cavando buraquinhos para poder pegar as lagartas e outros insetos que se escondessem lá dentro. 

Então, o passarinho passava os dias nas árvores apanhando comida para os filhotes:

— Toque-toque-toque...

Mas, quando era preciso avisar os filhos de Santo Ildefonso, já se sabe. O pássaro Ti ia lá, pousava no ombro de um deles e cantava:

— Ti-ti-ti-ti...

E eles se preveniam contra os problemas.

O pica-pau fazia seu trabalho tão bem que o santo resolveu ser generoso e dividir os avisos de perigo com todo mundo. Disse ao passarinho:

— Ti, você agora fica encarregado de voar por perto das estradas e veredas, avisando aos caminhantes quando houver algum perigo. Assim, eles podem se cuidar.

O pássaro Ti passou a fazer isso, sempre muito bem. Pousava no ombro de quem passava e cantava:

— Ti-ti-ti-ti...

Era só o caminhante tomar cuidado e não acontecia nada de mau.

Mas os filhos do senhor Santo Ildefonso não gostaram nada da novidade. Não queriam dividir com ninguém os avisos do pica-pau. Por isso, um dia, quando Ti chegou, os meninos cuspiram nele.

O passarinho voou até a casa onde estava Santo Ildefonso e contou:

— Senhor santo, veja só o que seus filhos me fizeram. Maltrataram-me e cuspiram em mim. E cuspe de gente deixa passarinho manchado. Olhe só como minhas penas ficaram todas salpicadas de saliva.

Santo Ildefonso olhou e disse:

— Não posso fazer nada para consertar sua plumagem. Mas vou castigar meus filhos. De hoje em diante, eles não vão mais se livrar de nenhum perigo e vão ter muitos problemas. E você pode cuidar só da sua vida e de seus filhotes. Nunca mais precisa avisar ninguém de nada.

Por isso, até hoje, o pica-pau Ti tem as penas bonitas, mas sarapintadas. E sabe muito bem procurar comida debaixo da casca das árvores.

Por isso, também, as pessoas correm riscos e têm problemas. Mas, às vezes, o passarinho se lembra de seus tempos de avisador e canta, embora nunca mais tenha pousado no ombro de ninguém. E até hoje, pelas estradas de Chiapas, o caminhante atento e devoto toma cuidado quando ouve o pica-pau Ti no meio de uma viagem, pois sabe que pode ter contratempos pelo caminho.
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Como utilizar o texto em sala de aula

Rico em recursos visuais e linguísticos, o conto que você acabou de ler pode ser um ótimo instrumento didático. Quem dá a dica é Alice Vieira, professora de pós-graduação da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), que se baseou no texto para conceber duas versões de plano de aula. A primeira se dirige às séries do primeiro grau menor, e a segunda, às turmas de sétima e oitava. Acompanhe as sugestões.

Para primeira a quarta série

Difícil, nessa fase, é prendera atenção das crianças. Para evitar dispersões, peça que desenhem a história enquanto você faz a leitura do texto em voz alta. Com um detalhe: os alunos não podem tirar o lápis do papel. Divertida, a atividade estimula a concentração e a percepção da narrativa e possibilita melhor fluência de idéias. Experimente, depois, comparar os desenhos. Haverá, com certeza, diferenças e semelhanças interessantes entre as releituras. Nas aulas de Educação Artística, ensine a turma a fazer origamis (dobraduras de papel) inspirados em elementos do conto: pássaro, árvores, índios, meninos. Outra opção é dividir a história em oito partes e a classe em oito grupos. Cada grupo deve desenhar um dos trechos em cartolinas. Monte um mural com as "obras-primas" e a história ganhará lindas ilustrações.

Para sétima e oitava série

Aqui, a professora Alice Vieira sugere uma pesquisa sobre o povo tzeltal, de onde emergiu a lenda do pica-pau avisador. Os tzeltals vivem até hoje em Chiapas, Estado mais pobre do México, e sua população é composta por vários povos indígenas. Revoltados com a miséria da vida rural, eles se organizaram contra o governo mexicano e fundaram, em 1994, o Exército Zapatista de Libertação Nacional.

Os zapatistas são guerrilheiros que só aparecem em público usando máscaras negras de lã e cujo líder, o subcomandante Marcos, se transformou na mais famosa lenda da região. O tema rende boas discussões nas aulas de História, Geografia e Ética.

Nas aulas de Português, a proposta é trabalhar diferentes leituras do texto. Que tal fazê-lo num estilo de narração de jogo de futebol, em ritmo de câmera lenta ou como se fosse um noticiário jornalístico?
Se os alunos se empolgarem com essa última categoria, peça que simulem entrevistas com os personagens da história: o pica-pau Ti, os caminhantes, Santo Ildefonso (600-667, espanhol) e seus filhos ciumentos. Para arrematar a atividade, e aproveitando a mensagem que a lenda oferece, organize um debate sobre o egoísmo. Depois, solicite aos alunos um texto individual com o seguinte tema: "Como podemos combater o egoísmo no mundo?"

Fonte:
Revista Nova Escola

Heloísa Crespo (Ciranda “Professor Versos”) Parte I – Trovas de Alicia Borgogno e Amilton Maciel Monteiro



Un profesor es pìlar,
pleno de gran maestría...
es mérito valorar
su enorme sabiduría.
Alicia Borgogno



A vida já me ensinou,
tal qual um bom professor,
que, quase tudo que eu sou,
aos outros devo o favor!
Amilton Maciel Monteiro

Fonte:
Organização e Programação Visual: Heloisa Crespo
Campos dos Goytacazes/RJ. 

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 705)



Uma Trova de Ademar  

As rosas tem seus floridos 
que a “natura” se apodera, 
dando beijos coloridos 
no rosto da primavera! 
–Ademar Macedo/RN– 

Uma Trova Nacional  

Fiquei sozinha, esquecida, 
e o fato se deu porque 
também me esqueci, na lida 
de pensar tanto em você. 
–Jeanette De Cnop/PR– 

Uma Trova Potiguar  

Altruísta, de verdade, 
do benfazer! É sequaz, 
age, com serenidade, 
sem ostentar, o que faz... 
–Pedro Grilo/RN– 

Uma Trova Premiada  

2012   -   Caxias do Sul/RS 
Tema   -   COR   -   2º Lugar 

Num arco-íris de cores, 
fui descendo de mansinho 
sem, sequer, pisar nas flores, 
que plantaste em meu caminho. 
–Lisete Johnson/RS– 

...E Suas Trovas Ficaram  

Evolando-se da infância, 
a juventude é fumaça, 
tão fugaz, como fragrância 
de um bom perfume que passa!... 
–Lavínio Gomes de Almeida/RJ– 

U m a P o e s i a  

A distância é qual adubo 
que faz nascer a saudade. 
Saudade faz a ilusão 
parecer realidade, 
faz passado ser presente, 
faz o coração da gente 
ter alguém só na vontade!!! 
–Luiz Dutra/RN– 

Soneto do Dia  

AMIGO. 
–Amilton Maciel/SP– 

Amigo igual você, que é joia rara, 
eu quero conservar até morrer... 
Tivesse o nosso mundo uma seara 
de gente de seu jeito, que prazer! 

Você, sempre é cordial e nunca para 
de demonstrar apreço e bem-querer 
a todos que o conhecem cara a cara, 
ou até mesmo através só do escrever! 

Eu peço a Deus que assim sempre o conserve 
com tanta educação e tanta verve, 
para tornar a Terra mais feliz! 

E sei que o Pai do Céu me atenderá, 
porque seu Evangelho é que me diz 
que, quem com fé pedir, alcançará! 

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Sória Celestino / SP (Imortal)


Da coletânea “Declame para Drummond 2012“

O que dizer, que sem ti,
Faltam-me as palavras e o verso,
Que o sol há muito perdi,
Em treva e inverno imerso.

A frágil rosa que teu corpo adubou,
Só demonstra aquilo que tu és,
Cinzas e saudades do que passou,
Da explosão da vida o revés.

A mim resta apenas a dor,
O vazio que nada completa,
Por ter sido apartado do amor,
Pela morte que todo sonho deleta.

Se a ti cabe a eternidade,
A mim, efêmeros momentos,
Diante da veracidade,
Em meio há tantos tormentos.

De que apenas somos pó,
E a ele voltaremos,
Imortal mesmo só,
O amor que devotemos.

José de Alencar (Ao Correr da Pena) 15 de Outubro : Os destinos de uma data


(Crônicas publicadas no “Correio Mercantil”, de 3 de setembro de 1854 a 8 de julho de 1855, e no “Diário do Rio”, de 7 de outubro de 1855 a 25 de novembro do mesmo ano, ambos os jornais do Rio de Janeiro).

Encontram-se às vezes na história da humanidade certas coincidências tão notáveis, que parecem revelar uma lei fatal e misteriosa, um elo invisível que através dos anos e dos séculos prende entre si os grandes acontecimentos.

O tempo, dizia Píndaro, é o oceano imenso sobre o qual navega a humanidade. Quem sabe se, como o marinheiro lançado sobre a amplidão dos mares, batido pelos ventos e pelas tempestades, o gênero humano não percorre os caminhos já trilhados, e não atravessa as idades revendo na sua torna-viagem as mesmas plagas, os mesmos climas?

O espírito se confunde desde que intenta perscrutar tão altos arcanos, e se perde numa série de pensamentos elevados, como os que me assaltaram quando me pus a refletir sobre os destinos do dia 12 de outubro, que marca época nos anais do mundo, da América e do Brasil.

Quando se desdobra esta página do calendário, e se volve os olhos para o passado, vê-se surgir entre as sombras das gerações que morreram dois grandes vultos de heróis, que separados por mais de três séculos, parecem estender-se a mão por sobre o espaço, como para consolidar a sua obra.

No mesmo dia um descobriu um novo mundo, o outro fundou um grande império. Um chamava-se Colombo, o outro era Pedro I. Dois nomes que por si só valem uma história.

Entretanto a América e o Brasil deixaram-nos escritos apenas nos livros, como uma simples recordação; e, tomando um nome de empréstimo, nem ao menos copiaram no mármore ou no bronze aquela página de tantas glórias.

O viajante do velho mundo, que contemplou as pirâmides do Egito, as ruínas do Partenon, as abóbadas do Coliseu, os obeliscos e os arcos de triunfo, monumentos de um século, de um povo, ou de um rei somente, não encontra nas plagas americanas nem sequer o nome desse semideus que criou um mundo!

Apenas a espaços, uma palavra perdida, uma exprobração amarga, e mesmo alguns esforços infrutíferos para levar a efeito a idéia de um monumento a Colombo e de uma estátua a D. Pedro.

Tudo isto, porém, passa no turbilhão das idéias que servem de pasto a uma agitação momentânea, e nada resiste a esse esquecimento fatal e prematuro. Dir-se-ia que o presente, temendo ser ofuscado por tão grandes feitos do passado, como que receia transmiti-los às gerações futuras.

Mas o eco das idades, esse brilho que ilumina os séculos, e a que o mundo chama a glória, não há forças que o abafem. Através do tempo ouve-se ainda e sempre esse sublime diálogo que formam, como diz L’Hermenier, as relações do gênio com a humanidade.

Assim, aqueles dois grandes vultos, que parecem perdidos nas sombras do passado, se refletirão com todo o seu brilho na posteridade, principalmente quando o primeiro tem para desenha-lo a pena de um homem como Lamartine, e o outro a história de uma nação como o Brasil.

Talvez que então, quando a marcha dos tempos tiver desvendado altos mistérios do destino, a humanidade possa compreender esse elo invisível que prende dois acontecimentos tão remotos, essa relação inexplicável entre dois homens, essa coincidência providencial de duas revoluções que em épocas diferentes se realizaram no mesmo dia.

Quem sabe se o fato que veio depois de três séculos não era o complemento e o remate do primeiro? Quem sabe se D. Pedro I não foi o continuador de  Colombo? Quem sabe se a fundação do Império do Brasil não devia ser uma condição essencial nos futuros destinos da América?

Estes pensamentos nos levariam muito longe, muito além do presente, e nos fariam esquecer que nestas páginas somos o homem do passado, o simples cronista dos acontecimentos de uma semana. Deixemos, portanto, as altas elocubrações, e voltemos aos fatos da atualidade. 

Falávamos de gênio, de talento, de glórias passadas e destinos futuros. O presente não é menos fértil em qualquer destas coisas, sobretudo em talento.

O talento! Divinae particulam aurae! Não há nada como o talento. Riquezas, honras, nascimento, nobreza, nada disso vale uma pequena dose daquela inspiração divina. Só ela tem o privilégio da divindade, o dom de criar e inventar.

Se duvidam do que estou dizendo, tomem qualquer jornal da semana, e corram-lhe os olhos, que terão a prova desta minha asserção.

O cólera-morbo andava muito sossegado lá pela Europa e nem sequer ainda se tinha lembrado de escrever o Brasil no seu itinerário ou jornal de viagem, quando um homem de  talento necessariamente, teve a feliz idéia de afirmar que a moléstia já estava em caminho e não tardaria a chegar.

Imediatamente fez-se uma revolução, e tivemos uma verdadeira epidemia de cólera-morbo in nomine. Não se falava em outra coisa; não se escrevia sobre outro assunto. Os médicos dissertavam largamente, os profanos gracejavam ou discutiam, a Câmara Municipal trabalhava, e a Academia de Medicina fazia sessões públicas.

Ouvi queixar-se muita gente que de todas essas luminosas discussões nada se concluía; creio porém, que estão mal informados . Se fossem ao escritório de qualquer das folhas diárias desta corte, haviam de ver entrar para a caixa a conseqüência lógica e verdadeira de toda esta argumentação – a paga das correspondências e publicações a pedido.

A epidemia foi tal, que até foram bulir com a pobre gramática, que estava bem sossegada, e chamaram-na a campo para decidir se o cólera-morbo era masculino ou feminino.

Não me devo meter em semelhante questão; mas, a falar a verdade, prescindindo da gramática, creio que aqueles que dão ao cólera o gênero feminino têm alguma razão, por isso que os maiores flagelos deste mundo, a guerra, a morte, a fome, a peste, a miséria, a doença, etc., são representadas por mulheres.

E o que torna-se mais notável ainda é que os gregos, gente sempre tida em conta de sábia, quando inventaram os seus deuses, fizeram homens Apolo e Cupido, e para mulheres escolheram as Parcas, as Fúrias e as Harpias. 

Se as minhas amáveis leitoras não gostaram desta razão, que acho muito natural, chamem a contas os pintores e os poetas, que são os autores de tudo isto. Quanto a mim, não tenho culpa nenhuma das extravagâncias dos outros, e até estou pronto a admitir a opinião do meu colega  A. Karr, que explica aquele fato pela razão de que as senhoras são extremos em tudo, tanto que as mais belas coisas deste mundo são também significadas por mulheres, assim como a beleza, a glória, a justiça, a caridade, a virtude e muitas outras que, como estas, não se encontram comumente pelo mundo, mas que existem no dicionário.

Ora, à vista da razão que apresentei, parecia que não devia haver mais dúvida sobre o gênero do cólera; porém o argumento do –h-, que ainda não tinha lembrado aos gramáticos antigos e modernos, veio mudar a face da questão. Homem, que é o símbolo do gênero masculino, começa por –h-; logo, desde que o cólera for escrito com  -h- é masculino. A isto não há que responder; e por  conseguinte, à vista de um tal argumento, persisto na minha antiga opinião.

Apesar de todas estas discussões interessantes com que se procura entreter o ânimo público, à noite os dilettanti não deixam de se encaminhar para o Teatro Lírico, embora tenham muitas vezes o desgosto de esbarrarem com o nariz na porta fechada, como sucedeu segunda-feira.

Disseram que a Charton estava um pouco incomodada, o que bem traduzindo quer dizer que não tinha nada absolutamente.

Ora, admitindo mesmo o caso do incômodo, desejava sinceramente que os espíritos dados às altas e importantes questões de utilidade pública, como sejam as do gênero do cólera, do contágio da moléstia, da sua antiguidade, etc., me elucidassem, por meio de uma discussão esclarecida, um ponto muito duvidoso para mim: e é se as primas-donas têm o direito de adoecerem em dia de representação, e deixarem-nos desapontados sem sabermos o que fazer da noite.

Na minha opinião entendo que uma prima-dona, quando muito, tem unicamente o direito de adoecer na véspera, a tempo de se publicar o anúncio da transferência do espetáculo; e, quando quiser adoecer no mesmo dia, então deve adivinhar de véspera que na noite seguinte estará incomodada, a fim de se prevenir o público, e evitar-lhe uma desagradável surpresa.

Felizmente o incômodo da Charton foi passageiro, e as soirées Líricas continuaram sem mais transferências até sexta-feira, em que nos deram a Semiramide, em benefício da Casaloni. A noite foi ruidosa: aplausos, rumor, flores, versos, brilhantes, houve de tudo, até mesmo uma pateada solene. Foi por conseguinte uma festa completa.

Para fazer diversão à música italiana, ofereceram-nos, sábado da semana passada, no Teatro de São Pedro, um outro benefício de música alemã clássica, no qual os entendedores tiveram ocasião de apreciar coros magníficos a três e quatro vozes, e de gozar belas recordações dos antigos maestros, hoje tão esquecidos por causa das melodias de Rossini e Donizetti e das sublimes e originais inspirações de Verdi e Meyerbeer.

Fonte:
José de Alencar. Ao Correr da Pena. SP: Martins Fontes, 2004.

Lilia Diniz / DF (Do que Cabe no Poema)


da coletânea Declame para Drummond 2012

As cutias da praça da república 
não cabem nesse poema. 
Acostumadas à presença 
do bicho homem 
transitam livremente 
entre seus olhos sem o cuidado dos roedores 
como se fossem os gatos 
que ali vivem. 
Os gatos da praça da república 
também não cabem nesse poema 
eles não fazem das cutias 
presas à sua fome felina 
não exercem sua predileção natural por roedores 
As árvores da praça da república 
Ah! As árvores da praça da república 
estas sim, cabem no poema 
Cercadas de cimento vivem sua vocação de árvores 
brotam raízes aéreas 
que descem até o chão 
rompem a dureza asfáltica 
penetram a terra cuidadosamente 
silenciosamente e esta, a terra 
abre suas entranhas se deixando possuir 
Até que o homem 
(que aliás, não cabe nesse poema) 
interrompa o coito sereno 
dessas amantes lésbicas 
que poetizam a vida urbana 

Declame para Drummond 2012



O Declame para Drummond 2012 é um intercâmbio de poesia autoral em homenagem ao poeta que completaria 110 anos no dia 31 de outubro deste ano. O coletivo, formado por 110 poetas de todo o Brasil, distribuirá milhares de poemas em suas cidades para que sejam encontrados “no meio do caminho” de algum ilustre desconhecido. E quem quiser participar na distribuição de poemas, é só clicar no link abaixo e imprimir os textos devidamente identificados com o nome do projeto e ilustrados com uma caricatura do poeta Carlos Drummond de Andrade feita pelo mestre Chico Caruso, que carinhosamente abraçou o projeto. O Declame para Drummond é uma iniciativa da poeta e produtora cultural independente Marina Mara – que vem realizando projetos de popularização da poesia pelo Brasil – em parceria com poetas de várias regiões do país e também de Portugal.

Além de mostrar que a poesia – e nossos poetas – estão bem vivos, o projeto também chama a atenção para a necessidade de consumir poesia em nossa sociedade atual. O Declame para Drummond, apesar de homenagear o grande poeta imortal, tem como maior objetivo disseminar os poemas autorais de nossos poetas vivos, muitas vezes esquecidos pela nossa sociedade e pelo mercado literário. Além de atual e democrática, a poesia também é uma forma acessível de lapidação humana.

A edição de 2010 realizou um sarau aberto com a participação de poetas do Rio de Janeiro, da família de Drummond, além do público que declamou próximo à sua estátua na praia de Copacabana – RJ. Nessa edição, uma estrutura com mil poemas enviados de todo o Brasil foi instalada no local – era só escolher e declamar.

BH– Cultura (Programação de Literatura 23 a 31 de Outubro)


Terças e quintas, às 9h 
Centro Cultural Jardim Guanabara
Literatura, Teatro de Bonecos e Brincadeiras. 
Público: acima de 14 anos. 

Dia 23, às 9h30
Centro Cultural Vila Santa Rita
Hora do Conto e da Leitura Especial com Diego D´ávila.

Dia 23, às 10h
Centro Cultural Venda Nova
Leitura para Crianças com Hilda Palhares, Robson Souza e Regina Vaz.

Dia 23, às 10h30
Biblioteca Pública Infantil e Juvenil de Belo Horizonte
Como Sonham os Bichos com Simone Teodoro. 
Livro O Sonho do Ursinho Rosa, de Roberto Aliaga e Helga Bansch.

Dia 23, às 14h
Centro Cultural Urucuia
Seleção de Poemas. 
Leitura, seleção e decoração de poemas infantis.

Dia 23, às 14h30
Biblioteca Pública Infantil e Juvenil de Belo Horizonte
A Bola Rola Nestas Letras com Ícaro Bravo. 
Leitura de textos literários sobre o futebol. 
Público: acima de 10 anos.

Dia 23, às 14h30
Centro Cultural Vila Santa Rita
Hora do Conto e da Leitura Especial com Diego D´ávila.

Dia 25, às 9h30
Centro Cultural Vila Santa Rita
Encontro com o Autor. 
Escritora: Branca Maria de Paula sobre o livro Claro e Escuro.

Dia 25, às 12h30
Centro de Cultura Belo Horizonte
Livro do Mês. Apresentação de Shazam, de Álvaro de Moya. Dia 19, às 17h
Gotas Literárias. Leitura de poemas, contos e crônicas.
  
Dia 25, às 14h30
Centro Cultural Zilah Spósito
Roda de Leitura com Rodrigo Teixeira. Público: acima de 8 anos.

Dia 25, às 19h
Centro Cultural Vila Santa Rita
Sarau Lítero-musical com Ronildo Arimatéia, Diego D´ávila e Paulo H. Rocha.

Dia 26, às 14h
Centro Cultural Vila Fátima
Jogo da Palavra com Éricka Martin. 
Público: acima de 8 anos.

Dia 26, às 19h
Centro Cultural Zilah Spósito
Sarau Luardente. Participação do grupo Rosas do São Bernardo.

Dia 27, às 9h30
Palestra
Centro Cultural Venda Nova
Especiarias: Um Toque Especial na Culinária com Sayury Rodrigues Maireles.

Dia 27, às 10h
Centro Cultural Padre Eustáquio
Sementes de Poesia com Regina Mello. 
Recital de poesias.
  
Dia 29, às 14h
Biblioteca Regional Santa Rita de Cássia
Graciliano para Crianças com Érica Lima. 
Livro Alexandre e Outros Heróis, de Graciliano Ramos.

Dia 30, às 9h30
Centro Cultural Venda Nova
Lê uma História pra Mim? com Éricka Martin. 
Público: infantil.

Dia 30, às 10h30
Biblioteca Pública Infantil e Juvenil de Belo Horizonte
Como Sonham os Bichos com Simone Teodoro. 
Livro O Sonho do Ursinho Rosa, de Roberto Aliaga e Helga Bansch.

Dia 30, às 14h
Centro Cultural São Bernardo
Graciliano para Crianças com Erica Lima. 
Livro Alexandre e Outros Héróis. 
  
Dia 30, às 14h
Centro Cultural Urucuia
Roda de Histórias com Rodrigo Teixeira.

Dia 30, às 14h30
Biblioteca Pública Infantil e Juvenil de Belo Horizonte
A Bola Rola Nestas Letras com Ícaro Bravo. 
Leitura de textos literários sobre o futebol. 
Público: acima de 10 anos.

Dia 30, às 14h30
Centro Cultural Zilah Spósito
Lê uma História pra Mim? com Éricka Martin. 
Público: acima de 4 anos.

Dia 31, às 19h
Centro Cultural Zilah Spósito
Fantasmas das Cidades com Edward Ramos. 
Histórias sobre lendas urbanas. 
Público: infantil.
  
Fonte:
BH-Cultura  

Ademar Macedo (Mensagens Poéticas n. 704)


Uma Trova de Ademar 

Eu, que nunca pude tê-las... 
Que é um sonho do menestrel; 
sonhei enchendo de estrelas, 
meu barquinho de papel! 
–Ademar Macedo/RN– 

Uma Trova Nacional  

Desde o berço à sepultura 
caminharei sem temor, 
conduzindo esta ventura: 
ter nascido Trovador. 
–Gilson Maia/RJ– 

Uma Trova Potiguar 

No meu baú de lembranças 
onde a rotina enterrei, 
restaram minhas andanças 
e os prantos que derramei... 
–Rejane Costa/CE– 

Uma Trova Premiada 

2011 - ATRN-Natal/RN 
Tema:  VERTENTE - 14º Lugar 

É tanta angústia, insistente, 
pesar intenso e profundo,
que eu me sinto uma vertente
de toda a mágoa do mundo.
–João Costa/RJ–

 ...E Suas Trovas Ficaram 

De tudo a perdoaria,
(coisas de quem muito amou)
- só não perdoo a saudade
que ela, maldosa, deixou...
–Aparício Fernandes/RN– 

U m a P o e s i a 

Um vento passa alisando
as costas da capoeira,
quase sem fazer poeira
passa só suavizando,
o sol lento, se ocultando
lambendo as costas da serra,
um bezerro afoito berra
por ser da mãe apartado;
parece um quadro pintado
das tardes de minha terra. 
–Brás Ivan/PE– 

 Soneto do Dia

DESPEJADAS.
–Haroldo Lyra/CE–

Trocou su’alma santa e o mais sutil
traço de vida calma e intemerata,
pelo vesgo contágio da ribalta 
que lhe acena com brilho mercantil.

Na luxúria, no beijo que arrebata
das entranhas da carne o gozo vil,
paga o preço que a fama discutiu
nas premissas que o vero não retrata. 

E colhe entre os abraços repentinos,
os laivos dos amores clandestinos,
em cavilosas juras gotejadas,

que tão cedo lhe explodem em desenganos,
martírio desses tratos levianos:
o alto custo das ninfas despejadas.