quinta-feira, 25 de junho de 2015

Folclore Sem Fronteiras (Japão: A Princesa e o Dragão)



Há muitos séculos, vivia, em uma pequena aldeia montanhosa, um velhinho e sua esposa. Certa ocasião, os dois foram a um santuário agradecer a Zenchi no Mikoto', o Deus da Graça Divina, pelo dom da longevidade da qual eles foram contemplados. Na volta, quando caminhavam para casa, viram no rio um cesto sendo levado pela correnteza. Curiosos, pegaram uma vara de pesca abandonada e puxaram o cesto para a margem do rio.
         O casal levou um tremendo susto, porque no cesto havia uma criancinha sorridente. Como o casal não tinha filhos, interpretou que aquela graciosa menina era um presente do céu, já que durante as orações de agradecimento no santuário, haviam comentado que se tivessem filhos, a felicidade do casal estava completa.
         Assim, levaram a criança para casa e a trataram com muito carinho. O tempo passou e a criança transformou-se numa linda moça. Ela era tão bonita que todos a chamavam de Hime (Princesa).
         Na vizinhança, moravam dois irmãos que gostavam dela desde o tempo em que eram crianças. O irmão mais velho era esperto e muito ativo; o mais novo, amável e muito pacato.
         Um dia, quando o senhor feudal visitou a aldeia durante o Festival da Colheita, vendo a moça dançar, gostou muito dela e a requisitou para morar no castelo como uma das suas concubinas.
         Os aldeões ficaram satisfeitos, pois a sua ida para o castelo do senhor representava prosperidade futura da aldeia, pois ela poderia interceder junto ao senhor feudal para fazer melhorias. Porém, duas pessoas da aldeia não gostaram. Eram os irmãos que amavam a garota. Desgostoso de tudo, o mais velho foi até o penhasco e saltou para dentro do lago. Logo a seguir, o irmão mais novo. Nesse exato momento um dragão surgiu na superfície do lago e os aldeões pensaram que ele se transformara num dragão. Na verdade, o dragão era o pai dos irmãos, Ryuoo, o Rei dos Dragões.
         Certo ano, na região, houve uma longa estiagem. O campo agrícola estava completamente seco e o grande lago, quase seco. Diante disso, o senhor feudal ordenou que os aldeões fizessem campos de arroz no lago semi-seco. Assim, os lavradores começaram a remover a terra do fundo do lago. Porém, nessa noite, todos os lavradores tiveram o mesmo sonho: a bela Hime apareceu a cada um deles e fez um pedido dizendo para preservar o lago como está.
         Mas ninguém deu ouvido ao pedido e continuaram cavando a terra para o plantio, pois estavam desesperados. Se a seca continuasse, todos morreriam de fome.
         O fundo do lago foi todo revirado pelos homens da aldeia. Então, Ryuoo ficou irritado e a água foi aumentando, aumentando, até causar uma inundação. As águas carregaram as mudas de arroz para superfície, levando-as para o campo tradicional e arrastando os corpos dos irmãos que estavam mortos no fundo do lago.
         Hime vendo Ryuoo foi conversar com ele:
         - Por favor, Rei dos Dragões, use seus poderes para trazer os dois irmãos à vida.
         - Esses dois eram meus filhos, mas nada posso fazer, pois eles sacrificaram a vida por vontade própria. Somente outro sacrifício pode reverter essa situação.
         - Eu amei os dois. Ajude-os em troca de meu sacrifício. Para dizer a verdade, trago em meu ventre um bebê do irmão mais velho, disse Hime chorando.
         - Lembre-se, você, que é tão linda, se entrega sua vida em sacrifício, jamais poderá retornar à forma humana. Será para sempre um dragão feio.
         Hime concordou em se transformar em dragão e viver para sempre no fundo do lago com seu amado que, após voltar à vida, preferiu a forma de dragão. O irmão mais novo adquiriu novamente forma humana e retornou à aldeia com o bebê de Hime e de seu mano.
         Quinze anos depois, o bebê havia se transformado em uma linda garota. Por isso, como a mãe, todos da aldeia a chamavam de Hime (princesa).
         Um dia olhando para o lago, seu tio disse:
         - Fomos salvos por sua mãe 15 anos atrás. Ela era bonita como você. Aceitou ser transformada em dragão para salvar a minha vida e a de seu pai. Eu prometi que retornaria ao lago quando você completasse 15 anos. E hoje é o dia do meu retorno.
         Dizendo isso, o irmão mais novo mergulhou no lago e nunca mais voltou.
         Atualmente o lago é chamado de Lago Tazawa, cujo nome faz referência à plantação de arroz.

domingo, 14 de junho de 2015

XVIII Jogos Florais de Curitiba 2015 (Classificação Final)

XVIII Jogos Florais de Curitiba 2015


RESULTADO GERAL
 Âmbito Nacional:

Tema Iguaçu
Categoria: Veterano

1º Lugar: Therezinha Diegues Brisolla - São Paulo - SP
2º Lugar: Francisco Garcia - Caicó - RN
3º Lugar: Arlindo Tadeu Hagen - Juiz de Fora - MG
4º Lugar: Ivone Taglialegna Prado - Belo Horizonte MG
5º Lugar: Darly O. Barros - São Paulo - SP
6º Lugar: Almira Guaracy Rebelo - Belo Horizonte - MG
7º Lugar: Hélio Pedro Souza - Natal -RN
8º Lugar: Selma Patti Spinelli - São Paulo - SP
9º Lugar: Messias da Rocha - Juiz de Fora - MG
10º Lugar: Therezinha D. Brisolla - São Paulo - SP
11º Lugar: Eliana Ruiz Jimenez - Balneário Camboriú- SC
12º Lugar: Wanda de Paula Mourthé- Belo Horizonte - MG
13º Lugar: Carolina Ramos - Santos - SP
14º Lugar: Dodora Galinari - Belo Horizonte - MG
15º Lugar: Wanda de Paula Mourthé - Belo Horizonte - MG
16ºLugar: Manoel Cavalcante Souza Castro - Pau dos Ferros –RN

Âmbito Nacional:

Tema Iguaçu
Categoria: Novo Trovador

1º Lugar: Aluízio Alberto da Cruz Quintão – Belo Horizonte - MG
2º Lugar: Aluízio Alberto da Cruz Quintão – Belo Horizonte -MG
3º Lugar: José Marques – Bauru - SP
4º Lugar: Luzia Brisolla Fuim - São Paulo -SP
5º Lugar: Fátima Corrêa Daniel - São Gonçalo - RJ

Âmbito Internacional:

Tema Iguaçu
Categoria: Veterano 
Não há classificados.
Âmbito Internacional:

Tema Iguaçu
Categoria: Novo Trovador

1º Lugar: Edweine Loureiro da Silva - Saitama - Japão
2º Lugar: Edweine Loureiro da Silva - Saitama – Japão

Âmbito Estadual:

Tema Gralha Azul
Categoria: Veterano

1º Lugar: Pedro Melo - Curitiba
2º Lugar: Antônio Augusto de Assis - Maringá
3º Lugar: Janske Schlenker – Curitiba
4º Lugar: Pedro Melo - Curitiba
5º Lugar: Maria Aparecida Pires - Curitiba
6º Lugar: Lucília Decarli - Bandeirantes
7º Lugar: Maria Helena Oliveira Costa - Ponta Grossa
8º Lugar: Dari Pereira - Maringá
9º Lugar: Antônio Augusto de Assis - Maringá
10º Lugar: Maurício Fernandes Leonardo - Ibiporã
11º Lugar: Lucilia Decarli - Bandeirantes
12º Lugar: Maria Aparecida Pires - Curitiba
13º Lugar: Maria Helena Oliveira Costa - Ponta Grossa
14º Lugar: Istela Marina Gotelipe Lima - Bandeirantes
15º Lugar: Sônia Maria D. Martelo - Ponta Grossa
16º Lugar: Wandira Fagundes Queiroz –

Curitiba Âmbito Estadual:

Tema Gralha Azul
Categoria: Novo Trovador

1º Lugar: Paulo Roberto Walbach - Curitiba
2º Lugar: Luiza Nelma Fillus - Irati
3º Lugar: José Feldman - Maringá
4º Lugar: Madalena Ferrante Pizatto - Curitiba
5º Lugar: Lília Souza - Curitiba
6º Lugar: Lucas Ramos Faria - São Mateus do Sul
7º Lugar: Álvaro Rocha- Curitiba
8º Lugar: Mamed Zauíth- Curitiba
9º Lugar: Paulo Roberto Walbach - Curitiba
10º Lugar: Osires Haddad - Curitiba
11º Lugar: José Feldman - Maringá
12º Lugar: André Ricardo Rogério - Maringá
13º Lugar: Paulo Roberto M. Gomes - Curitiba
14ºLugar: Karla Cristina Bittencourt - Curitiba
15º Lugar: Karla Cristiane Bitencourt - Curitiba
16º Lugar: Hulda Ramos - Maringá 

Trovador Homenageado : Antonio de Oliveira


A esperança é aquele brio
com que a magia da vida
mantém aceso o pavio
sobre a cera derretida!

A fonte da vida orvalha
a tinta branca da idade
e a brisa do tempo a espalha
nos cabelos da saudade!

Ante a dor não retrocedas,
leva ao longe a tua história,
que é nas pedras, não nas sedas,
que se alicerça a vitória!

A saudade me emociona
quando me mostra à distância
o tempo baixando a lona
do circo da minha infância!

A solidão, de verdade,
inteira nunca se tem:
– Ser só é ter a metade
da solidão de outro alguém!

Beija meus lábios risonhos,
que os teus eu beijo também!
Quem tem a idade dos sonhos,
não mede a idade que tem!

De saudade, errante e solto,
meu amor é nada mais
que a espuma de um mar revolto,
lançada às pedras do cais!

É no garimpo do lixo,
do pão que o rico não come,
que a Miséria, com capricho,
põe-se a matar sua fome!

Entre a miséria do povo,
em cada mão que se tome,
haverá um pulso novo
algemado à velha fome!

Entre aqueles que se querem,
nos momentos de emoção,
o que os lábios não disserem,
por certo os olhos dirão!

Entre a opulência das ceias
as orações se reduzem,
que as bocas, quanto mais cheias,
menos palavras produzem!!!

Este é o homem: – Ser aflito,
que ao longo da História, a esmo,
busca encontrar o infinito,
mas não encontra a si mesmo!

Feito um lírio em minha sala,
o teu corpo sedutor,
quanto mais se despetala,
tanto mais parece flor!

Folhas caídas no outono,
são, na minha tradução,
sonhos, que as noites sem sono
vão derrubando no chão!

Meu coração é um menino
que, domando o tempo e a idade,
monta em pêlo o seu destino
e cavalga à eternidade!

Minha velhice, ao teu toque,
vai de assalto à meninez:
– toma-lhe um sonho do estoque
e ousa sonhá-lo outra vez!

Noite de inverno... Alguém geme...
Passam pessoas na praça...
Frio – o corpo do que treme.
Frio – o peito de quem passa!

Nos porões da Sociedade
há vertentes de excrescência
cuja fonte é a impunidade;
cuja foz é a violência!

Nosso beijo ao fim do baile,
ao nos levar aos extremos,
foi convite escrito a braile
que mesmo cegos nós lemos!

O amor é a grande avenida
com que a mão da divindade
liga os primórdios da vida
aos confins da eternidade.

O lençol, conforme o assentas,
traz-me a imagem fugidia
de um mar, que após as tormentas,
amanhece em calmaria!

Olho as nuvens que se embrenham
num céu de angústia e ansiedade
e nos rostos que desenham
vejo o rosto da saudade!

Onde o ensino é relegado
e as letras não têm valor,
há de pagar ao soldado
quem não paga ao professor!

O orgulho é uma das falhas
que mais tolhem horizontes,
quando insiste em pôr muralhas
onde é preciso haver pontes!

O palhaço - assim o creio -
é aquele artista, preciso,
que entalha no rosto alheio
a perfeição de um sorriso!

Por que, no mal que agasalho,
tenho de rir, gracejar,
se mesmo as plantas, no orvalho,
encontram como chorar?

Poucos brinquedos a idade
ora reserva a esta vida:
– Resta brincar de saudade
com quem brincou de partida!

Prato de vidro, vazio,
feito um espelho, em teu fundo
refletes o olhar sombrio
das injustiças do mundo!

Queimado, o arbusto parece
ter, nos galhos, a expressão
de mãos, que postas em prece,
rogaram clemência... em vão!

Sem portas, trancas ou chaves,
sem guardar um só guinéu,
eu quisera, como as aves,
residir no azul do céu!

Se tu dizes que é pecado
e eu nem sei mais o que digo,
esquece! Deita ao meu lado!
Peca de novo comigo!

Tempo, em meu rosto conjugas
os verbos “ser” e “sonhar”:
– um, na verdade das rugas;
outro, no brilho do olhar!

Tua beleza insinua,
em seu perfil sensual,
que uma orquídea, quando nua,
teria nudez igual!

Vive melhor quem caminha
buscando a melhor receita;
– quem não prova da farinha,
não vê de que trigo é feita!

Xícaras brancas na mesa
e o pão, cortado em fatias,
ornam de inútil beleza
nossas cadeiras vazias!
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Antonio de Oliveira nasceu em Ribeirão Pires/SP, em 27 de março de 1965, filho de Oswaldo de Oliveira e Sílvia Ribeiro Gonçalves de Oliveira. Formado em Engenharia Mecânica, pela Universidade de Mogi das Cruzes. Trabalha na indústria desde os 14 anos. Começou como Aprendiz do SENAI, na Brosol, indústria de Carburadores, por 9 anos. Na Brastemp (hoje Whirlpool SA) por 21 anos e hoje é Gerente Industrial na Carhej Ltda., uma empresa metalúrgica de médio porte, na cidade de Rio Claro, onde reside atualmente.
            Começou na Trova em 1983, com o poeta sergipano Afonso Vicente Ferreira, na época, Delegado da UBT em Ribeirão Pires. Foi por algum tempo membro da diretoria da UBT Seção São Paulo e, desde que mudou para Rio Claro em 1997, foi nomeado Delegado da UBT.
            Tentou publicar um livro infantil, "Menina-Flor", tinha muitos desenhos, entre 1994 e 1996, mas não deu certo.
            Também é clarinetista, membro da Banda Sinfônica União dos Artistas Ferroviários de Rio Claro (fundada em 1896 pelo Grêmio dos Ferroviários da Companhia Paulista, posteriormente Fepasa).
            Possui um livro de trovas publicado, “Vinte e oito pétalas”.