domingo, 25 de outubro de 2015

2a. Festa Literária de Maringá (Programação de Abertura: 27 outubro, terça-feira)

27 /10 Terça Feira

8h30 - Abertura Oficial da 2ª FLIM
Coros Municipais e Quarteto da Orquestra Maringaense de Viola Caipira – Regência: Jean Michel
Lançamento do Projeto “Mamãe Leitora”
Auditório FLIM
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9h - Palestra de abertura:
“A história e o Brasil de hoje”, com o escritor homenageado Laurentino Gomes (Itu – SP)
Auditório Flim
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9h - Espetáculo
“Ser ou não Ser? Palhaço!” – Cia. Expressão do Amor (Maringá – PR). Produzido com verba de incentivo à cultura – Prêmio Aniceto Matti
Espaço FLIM Criança
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10h e 11h - Espetáculo
“A simples história de uma menina e um artista” – Atua Cia de Teatro (Maringá – PR)
Espaço FLIM Criança
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10h - Bate-papo sobre “O Poder das Histórias”
e
Lançamento dos livros “Dias Nublados”, de Dany Fran, e “O Estranho Contato”, de Kelly Shimohiro (Maringá – PR)
Auditório Hélio Moreira
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14h - Palestra / Performance
“Parada Poética”, com Renan Inquérito (São Paulo – SP)
Auditório FLIM
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14h - Palestra
“A arte e a poesia como empreendedorismo”, com Alex Paes de Moraes (Brasília–DF)
Auditório Hélio Moreira
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14h - Lançamento dos livros
“Entre Contos & Crônicas, Milagres” e “Lagartixa Clock”, de Vera Margutti (Maringá – PR)
Espaço do Autor
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14h e 15h - Espetáculo
“A simples história de uma menina e um artista” – Atua Cia de Teatro (Maringá – PR)
Espaço FLIM Criança
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15h30 - Oficina de Oralidade:
explorando parlendas, cantigas de roda, travalínguas, adivinhas, interpretação de frases e provérbios populares, com Ângela Ramalho (Maringá – PR)
Sala de reuniões do GAPRE – térreo do Paço Municipal
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15h30 - Palestra
“Escrita Acadêmica e Literatura de Patrimônio Cultural”, com Welington Vilanova (Maringá – PR)
Auditório Hélio Moreira
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16h - Lançamento do livro
“Quinze Doces Invernos”,de Rose Rissoto Bovo (São Jorge do Ivaí – PR)
Espaço do Autor
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16h - Palestra / Bate-papo
“Coleção Histórias de Canções – Chico Buarque”, com Wagner Homem (São Paulo – SP)
Auditório FLIM
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18h30 - Lançamento do livro
“Lonas e memórias: a história esquecida do Circo Paranaense”, de Miguel Fernando e Rosana Steinke
Auditório FLIM
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19h30 - Mesa de abertura:
“Poesia e Música”, com Fabrício Corsaletti (São Paulo – SP) e Marcos Assumpção (Niterói – RJ).
Auditório FLIM
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21h - Show
“Histórias de Canções – Chico Buarque”, com Wagner Homem (São Paulo – SP) e Paulinho Schoffen (Maringá – PR)
Espaço FLIM Criança / Tenda de Circo

António Aleixo (Quadras)

A arte em nós se revela
sempre de forma diferente:
– cai no papel ou na tela
conforme o artista sente
__________
À guerra não ligues meia,
porque alguns grandes da terra,
vendo a guerra em terra alheia,
não querem que acabe a guerra.
__________
Após um dia tristonho
de mágoas e agonias
vem outro alegre e risonho:
– são assim todos os dias.
__________
A quadra tem pouco espaço
mas eu fico satisfeito
quando numa quadra faço
alguma coisa com jeito.
__________
A vida na grande terra
corrompe a humanidade.
Entre a cidade e a serra
prefiro a serra à cidade.
__________
Bate a fome à porta deles
e é lá mais mal recebida
do que na casa daqueles
que a sofreram toda a vida.
__________
Da música a melodia
diz, pela alma falando,
mais do que a boca diria
muitas horas conversando
__________
De vender a sorte grande,
confesso, não tenho pena;
que a roda ande ou desande
eu tenho sempre a pequena.
__________
Embora os meus olhos sejam
os mais pequenos do mundo,
o que importa é que eles sejam
o que os Homens são no fundo.
__________
Enquanto o homem pensar
que vale mais que outro homem,
são como os cães a ladrar,
não deixam comer, nem comem.
__________
Entre leigos ou letrados,
fala só de vez em quando,
que nós, às vezes, calados,
dizemos mais que falando.
__________
Eu já não sei o que faça
p'ra juntar algum dinheiro;
se se vendesse a desgraça
já hoje eu era banqueiro.
__________
Eu não sei por que razão
certos homens, a meu ver,
quanto mais pequenos são
maiores querem parecer.
__________
Eu não tenho vistas largas,
nem grande sabedoria,
mas dão-me as horas amargas
lições de filosofia.
__________
Faz mal o filho que mente
a seus pais, quando rapaz,
e é já tarde quando sente
o mal que a si próprio faz.
__________
Forçam-me, mesmo velhote,
de vez em quando, a beijar
a mão que brande o chicote
que tanto me faz penar.
__________
Gosto do preto no branco,
como costumam dizer:
– antes perder por ser franco
do que ganhar por não ser.
__________
Há luta por mil doutrinas.
Se querem que o mundo ande,
façam das mil pequeninas
uma só doutrina grande.
__________
Julgam-me mui sabedor;
e é tão grande o meu saber
que desconheço o valor
das quadras que sei fazer.
__________
Julgando um dever cumprir,
sem descer no meu critério,
– digo verdades a rir
aos que me mentem a sério!
__________
Mentiu com habilidade,
fez quantas mentiras quis;
agora fala verdade
ninguém crê no que ele diz.
__________
Nada direi, mas, enfim,
vou ter a grande alegria
de a Arte dizer por mim
tudo quanto eu vos diria.
__________
Não é só na grande terra
que os poetas cantam bem:
– os rouxinóis são da serra
e cantam como ninguém.
__________
Não sou esperto nem bruto,
nem bem nem mal educado:
– sou simplesmente o produto
do meio em que fui criado.
__________
Nos versos que se improvisem,
os poetas sabem ler,
para além do que eles dizem,
tudo o que querem dizer.
__________
Num arranco de loucura,
filha desta confusão,
vai todo o mundo à procura
daquilo que tem à mão.
__________
O mundo só pode ser
melhor do que até aqui,
– quando consigas fazer
mais p'los outros que por ti!
__________
Peço às altas competências
perdão, porque mal sei ler,
p’ra aquelas deficiências
que os meus versos possam ter.
__________
Porque o mundo me empurrou,
caí na lama, e então
tomei-lhe a cor, mas não sou
a lama que muitos são.
__________
Porque será que nós temos
na frente, aos montes, aos molhos,
tantas coisas que não vemos
nem mesmo perto dos olhos?
__________
P'ra mentira ser segura
e atingir profundidade,
tem que trazer à mistura
qualquer coisa de verdade.
__________
Pra não fazeres ofensas
e teres dias felizes,
não digas tudo o que pensas,
mas pensa tudo o que dizes.
__________
Quando não tenhas à mão
outro livro mais distinto,
lê estes versos que são
filhos da mágoa que sinto.
__________
Quando te vês mal, e dizes
que preferias a morte,
pensa que outros menos felizes
invejam a tua sorte.
__________
Quantas sedas aí vão,
quantos brancos colarinhos,
são pedacinhos de pão
roubados aos pobrezinhos!
__________
Que importa perder a vida
em luta contra a traição,
se a Razão mesmo vencida,
não deixa de ser Razão?
__________
Quem nada tem, nada come;
e ao pé de quem tem de comer,
se alguém disser que tem fome,
comete um crime, sem querer.
__________
Quem prende a água que corre
é por si próprio enganado;
o ribeirinho não morre,
vai correr por outro lado.
__________
São parvos, não rias deles,
deixa-os ser, que não são sós;
às vezes rimos daqueles
que valem mais do que nós
__________
Sei que pareço um ladrão...
mas há muitos que eu conheço
que, sem parecer que são,
são aquilo que eu pareço.
__________
Ser artista é ser alguém!
Que bonito é ser artista,
ver as coisas mais além
do que alcança a nossa vista!
__________
Talvez paz no mundo houvesse
embora tal não pareça,
se o coração não estivesse
tão distante da cabeça.
__________
Tem a música o poder
de tornar o homem feliz;
nem há quem saiba dizer
tanto quanto ela nos diz.
__________
Uma mosca sem valor
poisa, c'o a mesma alegria,
na careca de um doutor,
como em qualquer porcaria.
__________
Umas quadras são conselhos
que vos dou de boa fé;
outras são finos espelhos
onde o leitor vê quem é.
__________
Um homem quando tem notas,
pode ser perverso e falso:
– todos lhe engraxam as botas:
se as não tem, anda descalço.
__________
Vemos gente bem vestida,
no aspecto desassombrada;
são tudo ilusões da vida,
tudo é miséria dourada.
__________
Vinho que vai pra vinagre
não retrocede o caminho;
só por obra de milagre,
pode de novo ser vinho.

António Aleixo (1899 - 1949)




António Fernandes Aleixo nasceu em Vila Real de Santo António, uma pequena cidade do Algarve, sul de Portugal, na fronteira com a Espanha, 18 de fevereiro de 1899 e faleceu em Loulé/Portugal, a 16 de novembro de 1949.
            Filho de um operário tecelão, teve uma infância de dificuldades e foi obrigado a abandonar os estudos antes de completar o segundo ano de escolaridade. Sua experiência com poesia surgiu ainda aos dez anos de idade: há, no sul de Portugal, um antigo costume de grupos de crianças que vão de porta em porta, à época das festas natalinas, cantar as “janeiras”, quadras que se vão repetindo, alterando-se apenas o nome do dono da casa, que é então homenageado em troca de algum dinheiro ou prenda natalina. Como o repertório de seu grupo se esgotara, Aleixo começou a inventar, por si próprio, as quadras para o pequeno grupo de cantores populares. A vida de António Aleixo, contudo, foi de sobrevivência difícil em meio à pobreza daqueles primeiros anos do século XX: foi tecelão, como o pai; serviu o exército, onde aprenderia de fato a ler e escrever, ainda que de forma rudimentar; depois, policial; imigrou para a França, onde exerceu o ofício de pedreiro; foi depois vendedor de cautelas de loteria – ocupações que mantinha em paralelo aos improvisos em praça pública, que, em pouco tempo, se tornaram uma nova fonte de renda, pois passou a se apresentar em festas populares e romarias, ocasiões em que começou também a vender seus versos impressos. Sobre suas várias profissões, escreveu Aleixo:
Fui polícia, fui soldado,
Estive fora da Nação,
Vendo jogo, guardei gado,
Só me falta ser ladrão.
(ALEIXO, 1978, p. 16)
            Em 1942, por iniciativa de um amigo de António Aleixo, um relojoeiro da cidade de residência do poeta, Loulé, fez-se imprimir em uma gráfica local uma folha datilografada com cerca de duas dúzias de quadras do poeta que ele, o comerciante, colecionara. Joaquim de  Magalhães, à época professor do Liceu de Loulé, recebeu um exemplar da pequena coletânea e, entusiasmado pela qualidade poética que observou na despretensiosa obra, propôs-se a fazer uma compilação das quadras de António Aleixo, servindo-lhe de “secretário” para coletar material suficiente para a publicação de um volume de poesias. Sobre esse fato, escreveu Aleixo:
Não há nenhum milionário
que seja feliz como eu
tenho como secretário
um professor do liceu.
(ALEIXO, 1983, p.102)
            António Aleixo, contudo, no mesmo ano de lançamento de seu primeiro livro, descobre-se também tuberculoso como a filha e, por conta da intervenção de diversos artistas de renome a seu favor, consegue internação em um sanatório na cidade de Coimbra. Naquela cidade, conheceu outros escritores, como Miguel Torga, e produziu um segundo volume de quadras, chamado Intencionais, e duas peças teatrais de inspiração vicentina, o Auto do CURAndeiro (sic) e o Auto da Vida e da Morte. A doença, contudo, não cedeu com sua estada no sanatório de Coimbra e, em 1949, António Aleixo viria a falecer na cidade de Loulé, de tuberculose. Por conta do temor do contágio e por desconhecimento, os vizinhos que atenderam ao poeta em seus últimos dias de vida atearam fogo a alguns dos muitos cadernos nos quais Aleixo registrou, incentivado por Joaquim de Magalhães, suas quadras e poemas.
            Uma das razões formais para o sucesso das quadras de António Aleixo é o uso quase que exclusivo de versos em redondilha maior. Norma Goldstein, em seu compêndio intitulado Versos, sons, ritmos, recorda que o “verso de sete sílabas [...] é o mais simples, do ponto de vista das leis métricas” e também o “verso tradicional em língua portuguesa”, que já era “freqüente em cantigas medievais” (GOLDSTEIN, 2001, p. 27) e perenizou-se nas cantigas de roda, quadras e canções populares. Outro recurso usado intuitivamente por Aleixo é a composição de rimas alternadas – ABAB – externas e consoantes, a qual auxilia no ritmo natural da fala em língua portuguesa e oferece fácil identificação por parte do leitor. Tais elementos formais são, ainda, característicos da literatura oral e das formas cantadas de poesia popular, gêneros dentro dos quais Aleixo desenvolveu seu talento poético.
            Embora praticasse formas tradicionais de poesia, em si mesmas limitadoras – o quarteto de sentido completo e a sextilha –, Aleixo impunha a esse gênero um traço bastante peculiar de narrativa e de crônica do cotidiano. Seus temas principais oscilavam entre a crítica social, os infortúnios de uma vida miserável e os acontecimentos pontuais do cotidiano português. Curiosamente, quase nada de sua produção ecoa os temas amorosos ou o saudosismo tão presentes na poesia lusitana que o antecedeu:
Nas tuas horas mais tristes
de mágoas e desenganos,
pensa que já não existes,
que morreste há muitos anos.
(ALEIXO, 1983, p. 85)
            Considerado um dos poetas populares portugueses de maior relevo, afirmando-se pela sua ironia e pela crítica social sempre presente nos seus versos, António Aleixo também é recordado como homem simples, humilde e semi-analfabeto, e ainda assim ter deixado como legado uma obra poética singular no panorama literário português da primeira metade do século XX.
            No emaranhado de uma vida cheia de pobreza, mudanças de emprego, emigração, tragédias familiares e doenças, na sua figura de homem humilde e simples houve o perfil de uma personalidade rica, vincada e conhecedora das diversas realidades da cultura e sociedade do seu tempo. Do seu percurso de vida fazem parte profissões como tecelão, polícia e servente de pedreiro, trabalho este que, como emigrante, exerceu em França.
            De regresso ao seu Algarve natal, estabeleceu-se novamente em Loulé, onde passou a vender cautelas e a cantar as suas produções pelas feiras portuguesas, atividades que se juntaram às suas muitas profissões e que lhe renderia a alcunha de «poeta-cauteleiro».
            Faleceu vítima de uma tuberculose, a 16 de novembro de 1949, doença que tempos antes havia também vitimado uma de suas filhas.
            Poeta possuidor de uma rara espontaneidade, de um apurado sentido filosófico e notável pela «capacidade de expressão sintética de conceitos com conteúdo de pensamento moral», Aleixo tinha por motivos de inspiração desde as brincadeiras dirigidas aos amigos até à crítica sofrida das injustiças da vida. É notável em sua poesia a expressão concisa e original de uma "amarga filosofia, aprendida na escola impiedosa da vida".
            A sua conhecida obra poética é uma parte mínima de um vasto repertório literário. O poeta, que escrevia sempre usando a métrica mais comum na língua portuguesa (heptassílabos, em pequenas composições de quatro versos, conhecidas como "quadras" ou "trovas"), nunca teve a preocupação de registrar suas composições. Foi o trabalho de Joaquim de Magalhães, que se dedicou a compilar os versos que eram ditados pelo poeta no intuito de compor o primeiro volume de suas poesias (Quando Começo a Cantar), com o posterior registro do próprio poeta tendo o incentivo daquele mesmo professor, a obra de António Aleixo adquiriu algum trabalho documentado. Antes de Magalhães, contudo, alguns amigos do poeta lançaram folhetos avulsos com quadras por ele compostas, mais no intuito, à época, de angariar algum dinheiro que ajudasse o poeta na sua situação de miséria que com a intenção maior de permanência da obra na forma escrita.
            Estudiosos de António Aleixo ainda conjugam esforços no sentido de reunir o seu espólio, que ainda se encontra fragmentado por vários pontos do Algarve, algum dele já localizado. Sabe-se também que vários cadernos seus de poesia, foram cremados como meio de defesa contra o vírus infeccioso da doença que o vitimou, sem dúvida, um «sacrifício» impensado, levado a cabo pelo desconhecimento de seus vizinhos. Foi esta uma perda irreparável de um patrimônio insubstituível no vasto mundo da literatura portuguesa.
            A opinião pública aceitou a primeira obra de António Aleixo com bom agrado, tendo sido bem acolhida pela crítica. Com uma tiragem de cerca de 1.100 exemplares, o livro esgotou-se em poucos dias, o que proporcionou ao Poeta Aleixo uma pequena melhoria de vida, contudo ensombrada pela morte de uma filha sua, com tuberculose. Desta mesma doença viria o poeta a sofrer pelos tratamentos que a vida lhe foi impondo, tendo de ser internado no Hospital – Sanatório dos Covões, em Coimbra, a 28 de junho de 1943.
            Em Coimbra começa uma nova era para o poeta que descobre novas amizades e deleita-se com novos admiradores, que reconhecem o seu talento, de destacar o Dr. Armando Gonçalves, o escritor Miguel Torga, e António Santos (Tóssan), artista plástico e autor da mais conhecida imagem do poeta algarvio, amigo do poeta que nunca o desamparou nas horas difíceis. Os seus últimos anos de vida foram passados, ora no sanatório em Coimbra, ora no Algarve, em Loulé.
            A 27 de maio de 1944 recebeu o grau de Oficial da Ordem de Benemerência.
Fontes:
– Robertson Frizero Barros . “Perdão, porque mal sei ler” – apresentando António Aleixo, poeta popular português. In Revista Nau Literária. PPG-LET-UFRGS – Porto Alegre – Vol. 03 N. 02 – jul/dez 2007
https://pt.wikipedia.org/wiki/António_Aleixo