quinta-feira, 26 de março de 2020

Doce Aconchego das Trovas n. 4


Piedade – termo sublime
profundo sentido encerra:
é Deus redimindo o crime
que assola a face da terra.
Adamores
São José dos Campos/SP

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Não há motivo que faça
dizer-se toda a verdade,
se antes disso ela não passa
na peneira da piedade
Alba Christina Campos Netto
São Paulo/SP

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Dai atenção e carinho
a quem te quer e te afaga:
- Se o mal se paga com o bem,
amor com amor se paga...
Antonio Carlos de Oliveira Mafra
Rio de Janeiro/RJ

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Enquanto choro, tu cantas
e indagas por que te amei...
Do amor as razões são tantas,
que as causas nem mesmo eu sei...
Antonio Carlos de Ribeiro Andrada
Rio de Janeiro/RJ

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Vou em rápida descida
como o rio, sem cansaço,
deixando às margens da vida
os tristes versos que faço.
Antonio Carlos Teixeira Pinto
Juiz de Fora/MG

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Vai pelo azul a andorinha
novos climas procurar;
vai, porém não vai sozinha,
cada qual leva seu par...
Antonio Chaves
Teresina/PI, 1883 - 1938

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Sem um gesto amigo ou nobre,
todo o homem, com maldade,
até vai roubar o pobre
sem ter dó ou piedade.
António José Barradas Barroso
Parede/Portugal

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Saudade! Névoa serena,
caindo além, lá na serra...
Luar de maio, novena
rezada na minha terra.
Antonio Justa
Rio de Janeiro/RJ

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De tanto ser visionário
num mundo de ingratidões,
hoje possuo um rosário
de vazias ilusões.
Antônio José Lima
 Januária/MG

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Antes de ver-te, eu vivia
bem pobre de inspiração.
Mas agora és a poesia
vivendo em meu coração!
Antonio Weindler
Nova Iguaçu/RJ

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Vivo a sós, compenetrado
nos sonhos, com meu amor.
Vôo mundos, desligado...
- Piedade, eu sou trovador!
Ari Santos de Campos
Balneário Camboriú/SC

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A piedade bem situada,
é tão nobre sentimento,
é sensação alcançada
que mitiga o sofrimento!
Carlos Imaz Alcaide
Torre Vieja Alicante/Espanha

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Piedade, meu amor,
é um sentimento sutil
que vive inteiro na flor
da alma... mesmo em abril.
Cidinha Frigeri
Londrina/PR

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Trazem paz, felicidade,
quando ditas a um irmão,
palavras sim, com piedade,
pronunciando o perdão.
Conceição Parreiras Abritta
Crucilândia/MG, 1934 - 2015, Belo Horizonte/MG

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Se tu conheces o amor,
sabes também de bondade,
não sofrerás ante a dor,
por saber sentir piedade !
Cristina Oliveira Chavez
Creekside/Califórnia/Estados Unidos

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Meu irmão, tende piedade
por quem tem sede e tem fome!
Praticai a caridade;
dai pão para quem não come!
Delcy Rodrigues Canalles
Porto Alegre/RS

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Sem ação sentir piedade
é piedade de si mesmo,
na falta de caridade,
na vida vivendo a esmo.
Fahed Daher
Apucarana/PR

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Os gritos de liberdade
abafados por censuras,
viram ecos de piedade
nos porões das ditaduras!
Francisco José Pessoa
Fortaleza/CE

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Em toda essa Humanidade
que se envolve em tanta guerra;
Senhor derrama piedade,
amor e paz sobre a terra.
Garibaldy Martínez
Santo Domingo/República Dominicana

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Há tanta gente sem nome
a sofrer pela cidade.
Muitos morrendo de fome
por falta de piedade.
Geraldo Amâncio
Fortaleza/Ceará

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Tem piedade de alguém
quem ajuda qualquer um,
pensando em fazer o bem
sem pedir retorno algum.
Jair Maciel de Figueiredo
Natal/RN

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Quem o privilégio tem
de só dormir num colchão,
tenha piedade de quem,
sempre só dorme no chão.
Joel Hirenaldo Barbieri
Taubaté/SP

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Eu fico muito tristonho
e tenho imensa piedade
daquele que não tem sonho,
de quem não sente saudade.
Lino Vitti
Piracicaba/SP
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Crianças vivem nas ruas
devido a necessidade,
sem comida e quase nuas
imploram por piedade.
Luiz Victor de Moraes Cavalcanti
Recife/PE

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Homem de boa vontade
empenhando-se na paz,
tendo na alma piedade
em tudo será capaz
Luz Sampaio
Okayama-ken/Japão

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Piedade, chama divina,
que acende a cada aflição,
é fonte que me ilumina
quando concedo o perdão.
Marcos Medeiros
Natal/RN

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Rogo, Espírito, piedade,
dai amor ao coração,
num mundo com crueldade
não existe compaixão.
Maria Cristina Fervier
Salto Grande/Provincia Santa Fe/Argentina

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Ó Espírito de Amor,
o teu “dom” de piedade
me acompanhe aonde eu for
espargindo só bondade!
Maria Ignez Pereira
Mogi-Guaçu/SP

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Piedade, tens irmão
pelos que estão a sofrer.
Mas, não estendes a mão
quando à porta vão bater!
Maria Marlene Nascimento Teixeira Pinto
Taubaté/SP

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Ante os pobres, ter piedade,
ter doçura e compaixão,
é provar a suavidade
que brota do coração.
Marina Gomes de Souza Valente
Bragança Paulista/SP

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É supremo o dom de Deus,
se piedade ainda persiste...
na aurora dos dias meus ,
a maldade não existe.
Mariza Soares de Azevedo
Curitiba/PR

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No dom piedade - mergulho,
caminho na compaixão
que banindo todo orgulho
faz florir o coração.
Mifori
São José dos Campos/SP

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Quando o desamor atinge
um romance envelhecido,
a piedade azul se finge
desconhecer o ocorrido.
Miguel Russowsky
Santa Maria/RS ,1923 – 2009, Joaçaba/SC

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Não é pena, nem bondade,
e nem se livrar de um resto:
quem pratica a piedade
não quer luz sobre o seu gesto.
Milton Sebastião Souza
Porto Alegre/RS, 1945 – 2018 Cachoeirinha/RS
 
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Te peço por piedade,
não zombe do meu amor.
Teu ciúme é falsidade
que só me provoca dor.
Neiva Fernandes
Campos dos Goytacazes/RJ

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Por piedade peço amor,
teus braços são meu abrigo,
se me deixas, será dor!
E minha vida um castigo.
Nora Lanzieri
Buenos Aires/Argentina

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Procurando claridade
para os olhos de quem chora,
vou clamando piedade
para os pobres sob a aurora!
Olivaldo Júnior
Mogi-Guaçu/SP

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Das bofetadas que a vida
me deu sem muita piedade,
tu foste a mais dolorida
e a que mais deixou saudade.
Thalma Tavares
São Simão/SP

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A Piedade é uma virtude
que nos incita a acolher,
quem ante a vicissitude
perde o gosto por viver.
Wandira Fagundes Queiroz
Curitiba/PR

João Ubaldo Ribeiro (Pensamentos, Palavras e Obras)



Em matéria de pecados, aliás em matéria de religião geral, eu sempre achei que a pior coisa é os pensamentos. Na aula de catecismo, que era depois da missa e antes do futebol, quer dizer, a gente só pecando porque não queria assistir o catecismo, nessa aula dona Maria José, com aquelas blusas dela de mangas fofolentas e os olhos piscando o tempo todo e a cara de doente, dizia que se peca por pensamentos, palavras e obras. Palavras e obras, certo, muito certo, certo. Mas pensamento é muito descontrolado, de maneira que todo mundo tinha dificuldades nessa parte, talvez somente dona Maria José não tivesse, porque tudo o que ela pensava era catecismo.

Muitas vezes perguntei a minha mãe — e não perguntei a dona Maria José, porque o que a gente perguntava a ela, ela mandava a gente estudar e escrever uma dissertação, para ler alto no outro domingo — como é que a pessoa fazia para não pecar por pensamentos e ela me disse que bastava não pensar nem besteira nem safadagem. Ora, isso está todo mundo sabendo, a questão é que a besteira e a safadagem aparecem o tempo todo, sem ninguém chamar. Mas de fato era uma coisa muito de admirar que os crescidos todos, na hora da comunhão, iam sem pestanejar, quer dizer, não tinham pecado nem por pensamento, por que senão não iam arriscar a receber o corpo de Cristo com tudo por dentro sujo imundo de pecados. Eu não, eu sempre tive problemas, porque primeiro nunca deixava de esquecer algum pecado e na hora que saía é que eu lembrava e aí ficava com vergonha de voltar ao padre e aí ficava achando que ia comungar sujo imundíssimo. Mas minha mãe disse que não podia fazer lista de pecados, onde já se viu, que na hora o Espírito Santo ajudava, mas ele nunca me ajudou, pelo menos eu nunca notei nada. Enfrentei bastante sofrimento.

No primeiro ano, eu não tive o problema do pecado, porque a comunhão foi na Páscoa do colégio e eu era o único aluno que ainda não tinha feito comunhão, de forma que minha mãe me mandou com uma fita branca desta largura amarrada no braço e descendo com umas franjas, que eu fiquei envergonhadíssimo. Na outra mão, minha mãe mandou eu segurar uma vela também amarrada de fita e fiquei mesmo um espetáculo, de forma que me considerei fazendo penitência o tempo todo e, de qualquer jeito, só conseguia pensar na fita e na vela, uma coisa tristíssima de se ver que eu estava e todo mundo me olhando e só não dando risada porque era uma questão de comunhão. Mas ainda assim eu fiquei desconfiado e aí, na hora que o colégio todo ficou sentado na igreja, esperando a missa começar, consegui falar com dona Maria José, para saber se podia fazer uma confissão de última hora. E somente um reforço, disse eu, a senhora sabe, a pessoa vai andando, vai pecando. Palavras e obras, não, mas pensamentos sempre uma coisa ou outra vai escapando, disse eu, e ela ficou vermelhíssima. Então ela me levou até um padre alto que estava na sacristia e perguntou a ele se ele podia ouvir a confissão de última hora de um rapaz e eu ali me sentindo todo besta, com a fita e aquela vela na mão, mas eu queria estar garantido, com essas coisas não se brinca, e o padre era desses que vem logo querendo dar porrada, desses que puxam o queixo da pessoa e passam uns tapinhas na cara, não suporto. Ah, quer dizer que veio para a primeira comunhão e não se confessou, não é, falou ele, puxando minha fita que quase esculhamba tudo e me deu grande preocupação, porque minha mãe ia botar a culpa em mim e, se eu botasse a culpa no padre, ainda ia tomar um cachação. Não senhor, eu me confessei, é que eu estou com um problema. E então o padre foi mais simpático, me chamou para o canto e disse: qual é o problema? Raiva da mãe, disse eu para não perder tempo, porque a missa ia começar e, se eu não estivesse lá na frente, minha mãe ia se aborrecer. Por causa dessa fita e dessa vela, disse eu. Ah, disse o padre, dois padre-nossos. Achei barato naquela hora, rezei os dois padre-nossos, assisti a missa, comunguei e achei que estava tudo ótimo. E a inocência.

No segundo ano não tinha mais a fita nem a vela, foi um grande alívio, porém durou pouco, justamente porque, não tendo nem fita nem vela, sobrou mais espaço para pecados de pensamento e, além disso, a pessoa vai ficando mais velha e vai pecando mais, é a lei da vida. Felizmente nesse ano teve retiro no sábado e comunhão no domingo, de forma que a gente saía correndo da confissão e ia comungar, para não dar tempo de pecar por pensamento. Também Valdilon, que tem um irmão padre e deve saber dessas coisas, explicou que o camarada fecha os olhos, tapa os ouvidos e fica fazendo barulhos os mais altos possíveis com a boca fechada, que ressoa no ouvido e faz aquele escarcéu etc etc e a pessoa vai evitando o pecado. Com treino, acho que é possível e de fato Valdilon treinou diversos, mas eu nunca treinei porque ficava com vergonha de esperar a comunhão no meio daqueles sujeitos tudo de olho fechado, ouvido tapado e fazendo mmmnnn-mmmnnn e bzzzz-bbzzz. Mas, de qualquer maneira, essa segunda comunhão correu muito bem, porque eu comunguei em cima da confissão, saí leve, leve. Quase na certeza.

Na terceira é que foi muitíssimo pior, porque eu estava numa idade de viver pecando por pensamentos. É aí que eu até entendi por que o catecismo fala tanto nos pensamentos, é porque tem gente que se torna assim como eu me tornei: não faz nada, só pensa maus pensamentos, todos os tipos. Mesmo fazendo força, não adiantava nada. Era parar, era estar tendo maus pensamentos. Às vezes eu dizia assim, franzindo até a testa: não vou ter, não vou ter, sai pra lá, e cantando músicas alto — vestida de branco ela apareceu, trazendo na cinta as cores do céu, ave, ave, ave Maria — mas não resolvia: o mau pensamento zipt! Pronto. Nessa situação, era mais do que difícil uma boa comunhão, ainda mais que eu dei para achar que os outros não tinham esse problema, que era tudo obra das tentações do diabo do cão, não se podia confiar em ninguém.

E teve coisas piores nesse ano. Minha irmã ia fazer primeira comunhão e minha mãe fez uma mesa especial, muito mais especial do que a minha, que nem foi especial. Quer dizer, pecado da inveja. E depois tinha de ficar em jejum e eu quase como uma bolachinha de goma, só não comendo porque meu anjo da guarda foi forte e apareceu gente na hora de pegar a bolacha. Pecado da gula, mais sacrilégio. A madrinha de minha irmã apareceu da Bahia e eu fiquei olhando para as pernas dela: conte ai mais pecados, começando de cem. Meu pai me deu dez mil réis e deu cinco a minha irmã e pediram para eu comprar um santinho para mim e um para ela, todos os dois com meu dinheiro e eu não gostei. Pecado da avareza e mais diversos quebrados e mistos.

Quando chegou na igreja, eu já estava suando e nesse dia não era uma questão de esquecimento na confissão, nem nada disso. Cada respirada que eu dava, tome uma pecada. A missa ia andando, ia andando e eu vendo a danação chegando, até que não aguentei mais e aproveitei que meu pai assistia missa lá de fora fumando, e minha mãe não podia gritar comigo na igreja e então disse a meu pai que queria ter uma conversa com ele de homem para homem, se ele não ia rir. Não vou rir, disse meu pai. Pois então, pois então eu quero ficar aqui na igreja até a outra missa, possa ser a missa das nove, das dez, das onze ou de meio-dia. Quero ficar para comungar depois de confessar direito. Muito bem, disse meu pai, quando voltar traga uma garrafa de clarete único da bodega de seu Barreto e volte antes de uma hora.

Minha mãe ainda quis que eu fosse com todo mundo e ainda quis muitas conversas, mas minha irmã estava com asas de anjo e tudo e tinha a madrinha altamente granfina da Bahia, de forma que eu fiquei. Confessei às nove, faltando um pouco. Pequei logo na saída, quis regressar, titubeei, fiz que ia mas não ia, acabei fazendo o sinal da cruz, rezando a penitência, assistindo a missa, mas não tive coragem de comungar, porque, na hora, eu parecia uma cabeleira pendurada de piolhos de pecados, um aspecto péssimo. Voltei, confessei às dez. Achei que, se corresse para o altar de Santo André e rezasse até a hora da comunhão, ia conseguir segurar o pecado. Mas quando fui ajoelhando no altar, veio uma onda de pensamentos de pecado e fiquei com vontade de comer um pastel com guaraná e até pensei que qualquer coisa eu dava para não estar ali e estar em outro lugar comendo um, ou dois ou três pastéis com guaraná. A missa toda eu passei pensando em comida e, quanto mais eu queria não pensar, mais eu pensava. Não comunguei, estava cada vez mais triste. Às onze, confessei rapidamente, ofereci minha fome a São Judas Tadeu e rezei cinco minutos de olhos fechados, acho que sem pecar. Mas, quando abri os olhos um minutinho, estava uma porção de moças passando lá fora para a praia e pequei, pequei, pequei! Uma fome enorme e uma vontade de chorar e então eu rezei todas as rezas que sabia e me confessei às doze horas para a missa do meio-dia e, ali ajoelhado, esperando a hora, fui sabendo que estava pecando, fui vendo aquela fieira de pecados passando por mim e até fiquei como que de fora, assistindo cinema. E nem me lembro como foi que eu me levantei e fui receber a comunhão, boiando no meio de todos aqueles pecados e, Deus me perdoe, quase tenho um engulho de arrependimento na hora da hóstia entrar em minha boca. A fome passou e acho que tive febre e até hoje não gosto de me lembrar disso, mas vivo me lembrando. Até hoje, tenho certeza de que vou para o inferno. E é só por isso que eu não quero morrer agora, porque, tirante isso, eu queria.

Fonte:
João Ubaldo Ribeiro. Livro de histórias. RJ: Nova Fronteira, 1981.

Gioconda Labecca (Baú de Versos)


TROVAS

Adoro o Bem e a Verdade,
como mandou Jesus Cristo:
— Há melhor felicidade
do que viver para isto?
- - - - - –

A trova é tão pequenina
e quanta coisa ela diz!
— De uma ideia repentina
nasce um conceito feliz.
- - - - - –

Eu agradeço a Jesus
por ter no meu coração
um lugar cheio de luz
para abrigar o perdão.
- - - - - –

Garoando… garoando…
essa garoa, sem fim,
é qual saudade pingando
lembranças dentro de mim…
- - - - - –

Meu coração é pequeno
mas é cheio de esperança,
e desconhece o veneno
do demônio da vingança.
- - - - - –

Nada tenho, nada quero,
nem posição, nem vitória.
Tudo na vida o que espero
é que este amor tenha glória.
- - - - - -

Não desesperes, querido,
e penses um pouco em mim…
— Não há mal por mais sentido
que nunca tenha seu fim.
- - - - - –

Por favor, não faças isso,
não me lances esse olhar...
Os teus olhos têm feitiço,
vão os meus enfeitiçar.
- - - - - -

Quanto tempo decorrido
nesta luta insana, inglória,
vendo o meu tempo perdido
e nem sinal de vitória!
- - - - - -

Rindo e cantando, nós vamos
no mundo a nos enganar...
Quantas vezes nós cantamos,
quando queremos chorar?
- - - - - –

Tu dizes que eu sou ingrata
e que não te trato bem...
— Não sabes que se maltrata
àquele a quem se quer bem?
- - - - - –

SONETOS

EXÓRDIO


Abre este livro meu leitor amigo
co’a alma limpa e o coração bem puro…
— Vem solitário, caminhar comigo
e junto a mim tu estarás seguro

Pelos Jardins caminharei contigo
e verás coisas belas, te asseguro,
e terra azul, no chão florindo o trigo
e a lua branca iluminando o escuro

Nossa estrada será plena de flores,
no ar os suavíssimos odores
dos mais raros perfumes de Paris.

— Nossas almas em franca transcendência
diáfana, sutis e só essência
compreenderão que é fácil ser feliz.
- - - - - –

SEMPRE TUA

Não penses, não, querido, que algum dia
eu possa desprezar o teu amor;
Passem homens por mim em romaria
que hei de amar-te, talvez, com mais ardor.

Não sintas, pois, assim, tanto temor
desta que é toda sonhos e euforia,
quando em teus braços cheia de fervor
canta sonetos de melancolia.

Só tu encerras o que eu quero tanto,
ninguém tem mais talento e mais encanto,
nem mais saber, nem experiência.

Venham todos os homens e os conjuro,
pois a ti dei meu sentimento puro,
minh’alma, meu amor, minha decência.

Fontes:
Aparício Fernandes (org.). Trovadores do Brasil. 2. Volume. RJ: Ed. Minerva,
Academia de Letras da Grande São Paulo
Angelo Rigon

Gioconda Labecca

Gioconda do Carmo Labecca de Castro, nasceu em Campanha/MG, em 1931. Filha de Humberto Labecca e Iria de Resende Labecca, descendentes de italianos. Sua mãe foi professora na cidade de Campanha e aposentou-se por lá. Teve treze irmãos, todos falecidos.

Seus primeiros estudos foram feitos em Campanha e formou-se professora em Varginha/MG.

Desde muito cedo revelou um extraordinário talento para a composição de poesias. Seu primeiro poema foi publicado no "São Lourenço Jornal" quando contava apenas treze anos de idade.

Após a aposentadoria de sua mãe, a família mudou-se para o Rio de Janeiro, à procura de melhores condições de estudo para os filhos.

Tendo conhecido pessoalmente o Presidente Getúlio Vargas, foi nomeada como Investigadora no Departamento Federal de Segurança Pública, desde que era seu desejo trabalhar na Polícia.

Após dois anos como Investigadora, prestou concurso para o Ministério da Fazenda, no Depto. Administrativo do Serviço Público (DASP). Sendo transferida, posteriormente, para a Receita Federal, onde se aposentou.

Nessa época, ocupava suas noites ministrando aulas de dicção e oratória, conciliando o trabalho no Ministério da Fazenda com os estudos.

Noiva do Oficial da Aeronáutica Antônio Firizola, vivenciou a terrível tragédia de perdê-lo num desastre aéreo.

No rico ambiente cultural do Rio de Janeiro, envolveu-se com a intelectualidade, participando de vários grupos literários, notadamente, com o grande poeta general Arnaldo Damasceno Vieira, Presidente da Sociedade de Homens de Letras do Brasil, que a introduziu no meio literário, assim como com o poeta Manuel Bandeira, que a considerava a melhor declamadora de seus versos.

Fez cursos de Parapsicologia, Psicologia, Pirâmides, Radiestesia, Cromoterapia, na “Associação Mens Sana”. Curso de Parapsicologia no Hospital Santa Catarina SP. Curso Intensivo de Legislação Trabalhista no Palácio Tiradentes/RJ. Literatura na Academia Brasileira de Letras/RJ. História no Ateneu Paulista. Literatura na Academia Paulista de Letras, entre outros.

Sua estreia foi com o livro "Trinta Mensagens de Amor" lançado pela editora dos Irmãos Pongetti. O sucesso deste livro foi celebrado por muitos críticos literários que a comparavam a Olavo Bilac. Foi considerada a "Poetisa do Amor" pelo desassombro de seus versos. Após esse início auspicioso, seguiram-se mais vinte e um livros, ao longo dos anos, entre poesias, trovas, haicais e sonetos, evidenciando sua enorme energia criadora.

Membro da Academia de Brasileira de Trova/RJ (Cadeira de Teófilo Dias); Círculo de Cultura Luso-Brasileira e Luso-Espanhol – Portugal; Sociedade de Homens de Letras do Brasil/RJ; Academia Internacional Americana; Cenáculo Brasileiro de Letras e Artes/RJ; Instituto Histórico e Cultural Pêro Vaz de Caminha/SP; Sociedade Geográfica Brasileira/SP; Ateneu Angrense de Letras e Artes (Angra dos Reis/RJ); Academia de Letras e Artes de Paracambi/RJ; Pen Club de Curitiba/PR. Foi Presidente da Academia de Letras da Grande São Paulo (Cadeira de Augusto dos Anjos) nos Bienios 2009/2010, 2011/2012 e 2013/2014.

Algumas de suas obras:

Trinta Mensagens de Amor - 1954 ; Cânticos - 1956; Sonetos Escolhidos - 1970; A Estória do Zé Cachorro - 1973 ; Brasil dos Meus Sonhos - 1977; Ao Som de uma Flauta Doce - 1992 ; Conte Histórias Recitando - 1998 ; Voltando ao Passado - 2006 ; Trovas da Madrugada - 2010; Réquiem para a Saudade - 2011.

Fonte:
Wikipedia
Academia de Letras da Grande São Paulo

quarta-feira, 25 de março de 2020

Varal de Trovas n. 219


Monteiro Lobato (Fábulas) Liga das Nações


Gato-do-mato, jaguatirica e irara receberam convite da onça para constituírem a Liga das Nações.

– Aliemo-nos e cacemos juntos, repartindo a presa irmãmente, de acordo com os nossos direitos.

– Muito bem! – exclamaram os convidados. – Isso resolve todos os problemas da nossa vida.

E sem demora puseram-se a fazer a experiência do novo sistema. Corre que corre, cerca daqui, cerca dali, caiu-lhes nas unhas um pobre veado. Diz a onça:

– Já que somos quatro, toca a reparti-lo em quatro pedaços.

– Ótimo!

Repartiu a presa em quatro partes e, tomando uma, disse:

– Cabe a mim este pedaço, como rainha que sou das florestas.

Os outros concordaram e a onça retirou a sua parte.

– Este segundo também me cabe porque me chamo onça.

Os sócios entreolharam-se.

– E este terceiro ainda me pertence de direito, visto como sou mais forte do que todos vós.

A irara interveio.

– Muito bem. Ficas com três pedaços, concordamos (que remédio!); mas o quarto tem de ser dividido entre nós.

– Às ordens! – exclamou a onça. – Aqui está o quarto pedaço às ordens de quem tiver coragem de agarrá-lo.

E arreganhando os dentes assentou as patas em cima.

Os três companheiros só tinham uma coisa a fazer: meter a cauda entre as pernas. Assim fizeram e sumiram-se, jurando nunca mais entrar em Liga das Nações com onça dentro.
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Disse o Visconde de Sabugosa:

Na minha opinião, as fábulas mostram só duas coisas: 1) que o mundo é dos fortes; e 2) que o único meio de derrotar a força é a astúcia. Essa da Liga das Nações, por exemplo. Os animais formaram uma liga, mas que adiantou? Nada. Por quê? Porque lá dentro estava a onça, representando a força, e contra a força de nada valeram os direitos dos animais menores. Bem que a irara fez ver o direito desses animais menores. Mas nada conseguiu. A onça respondeu com a razão da força. A irara errou. Em vez de alegar direito, devia ter recorrido a uma esperteza qualquer. Só a astúcia vence a forç
a.

Fonte:
Monteiro Lobato. Fábulas.

Luiz Gonzaga da Silva (Trova e Cidadania) 12 - Ganância e Avareza


O pobre carece de muitas coisas,
o avaro de tudo (Sêneca)


A ganância é um fenômeno humano que destrói tanto o próprio ganancioso quanto a todos os que estão no mesmo meio social. É o acúmulo insaciável de bens materiais, em geral em prejuízo dos outros seres humanos. O ganancioso não se contenta em obter o suficiente para viver bem. O acumular torna-se o único objetivo, à custa dos valores éticos, do bom senso e muitas vezes da legalidade. É um fenômeno destrutivo, incompatível com a cidadania.

Num Brasil de ouvidos moucos
a vida perde os encantos
quando a ganância de poucos
promove a fome de tantos!...
Antônio Juraci Siqueira - PA

Num triste e cruel enredo
escrito por poderosos,
a Terra treme com medo
das mãos dos gananciosos.
Ademar Macedo - RN

Seres vis, gananciosos,
movidos pela torpeza,
com seus atos criminosos
saqueiam nossa riqueza.
Gonzaga da Silva - RN
 

A avareza é reconhecida no Velho Testamento como um dos sete pecados capitais. Ganância e avareza são atitudes muito próximas, mas com certeza o avarento sofre mais do que o ganancioso. Podemos dizer que o avarento é um pobre coitado. Enquanto o ganancioso trocou o ser pelo ter, o avarento trocou o ser pela possibilidade de ter. Segundo Horácio, o avarento vive sempre na pobreza.

O avarento é estranho ser
- só quer dinheiro guardar;
o seu medo de perder
faz a ganância aumentar.
Lairton Trovão de Andrade - PR

Asqueroso é o avarento
que, de si, nada consome;
à família é rabugento,
por dinheiro, unha de fome.
Lairton Trovão de Andrade - PR


Fonte:
Luiz Gonzaga da Silva (org.). Trova e Cidadania. Natal/RN, abril de 2019.

Carlos Drummond de Andrade (Luzia)


— Não está me conhecendo? Sou a Luzia. Em casa todos bem?

— Oh, Luzia, desculpe. Ando com a vista meio fraca. Mas você está um bocado alinhada, criatura!

— O senhor acha? Bondade sua.

— Acho, não. É fato. Você se casou, Luzia?

— Que nada, doutor. Casamento é pra quem pode, quem sou eu?

— Você estava noiva quando saiu lá de casa.

— Estava sim, mas o senhor quer que eu seja franca? Não gostava dele, queria só casar, pra dar gosto à minha tia, que me criou. Aí eu pensei assim: Não tenho amor a este camarada, depois do casamento faço a infelicidade dele, não é direito. Até que meu noivo era legal, tinha uma alfaiataria em Niterói, carro na praça. Não fiz bem?

— Você foi muito correta, Luzia.

— Pois é. Mas depois me desiludi dos homens, sabe? Me desiludi completamente.

— Tão cedo!

— Tenho dezoito anos por fora, por dentro já perdi a conta. Veja só; fui ser cem por cento com o meu noivo, e quando arranjei outro namorado, não dei sorte.

— Também não gostou dele?

— Gostei demais, aí é que está. Foi o meu erro. Aí ele me disse que era casado, não podia remediar nada.

— Sendo assim…

— Mentira dele, doutor. Minha prima gostou de um cara que não usava aliança, quando foi ver ele tinha obrigação em casa, com cinco bocas. O meu não, se fez de pai de família pra não casar.

— É pena, Luzia. Mas não fique triste, há tanto marido ordinário nesse mundo, quem sabe se você não escapou de um!

— Ah, mas agora sou eu que não penso em casamento. Tenho mais que fazer.

— E que é que você faz?

— Pois o senhor não sabe? Quando saí de sua casa, resolvi acabar com o serviço de copeira. Empregada doméstica não resolve. Fiz o curso na escola de manicure, tirei certificado e fui trabalhar num salão de mulheres. Não dava pra pagar o quarto. O porteiro de uma boate olhou pra mim e disse: “Broto, não faz unha de mulher, que é fominha, faz unha de homem”. Mudei de salão, desta vez dei sorte.

— Ótimo, Luzia.

— Graças a Deus nunca mais andei sem dinheiro, o senhor acredita? O patrão só me paga no fim do mês, mas os fregueses dão boas gorjetas, de maneiras que tenho sempre algum na bolsa. Agora estou menos folgada, porque tive de comprar móveis, o apartamento estava tão vazio!

— Que apartamento, Luzia?

— O que eu aluguei. Um freguês se ofereceu pra prestar fiança, dizem que isso é difícil.

— Não é difícil, é um sonho. E você se queixa dos homens?

— Quer dizer: de todos, não. Comprei os móveis no crediário e agora vou comprar uma radio-vitrola. Quando acabar o pagamento compro a geladeira.

— Parabéns, minha filha, você venceu.

— Ah, doutor, não diga isso. Estou só começando. Quando quiser, apareça lá em casa que me dará muito prazer. Casa de pobre, mas tem uísque pros amigos. Recomendações à madame, um beijo pros netinhos!

E seguiu — o alegre estampado, a saia curta, as pernas longas e bem esculpidas, o bico fino dos sapatos, o sorriso de dentes alvos no belo moreno carregado do rosto.

Fonte:
Carlos Drummond de Andrade. 70 Historinhas.

Silmar Böhrer (Lampejos Poéticos) XXVII


Agatha Christie (Resenha de Livros) 5


OS CRIMES ABC
The ABC Murders


Um misterioso e metódico assassino comete seus crimes de acordo com três normas: escolhe suas vítimas e as cidades onde moram seguindo rigorosamente uma ordem alfabética; deixa junto aos cadáveres um guia de trens, chamado ABC na Grã-Bretanha e anuncia cada um dos assassínatos através de uma carta dirigida a Hercule Poirot, indicando o lugar e o dia em que cometerá o crime. Tudo leva a supor que se trata de um estranho e aterrorizador psicopata, tão louco quanto inteligente e frio, que os jornais comparam a Jack, o Estripador. Porém o cruel criminoso não sabia que, ao enviar cartas a Poirot, brincava com fogo, desafiando um inimigo que o superava em inteligência. E Poirot imagina se a maneira de agir do assassino não constitui uma perigosa cortina de fumaça para ocultar alguém mais perverso do que um sanguinário doente mental. Poirot lança a pergunta e, como sempre, termina encontrando a surpreendente resposta.

O pequenino gênio Hercule Poirot desvenda uma série de assassinatos muito intrigantes. São assassinadas pessoas cujos nome e cidade onde moram estão de acordo com a ordem alfabética e, junto de seus corpos é sempre encontrado o guia de trens ABC. O mais estranho, porém essencial para a solução dos crimes por Poirot, é que o misterioso assassino sempre avisa ao detetive quando irá matar suas vítimas indefesas. A polícia acha que Sir Alexander Bonaparte Cust é o assassino, mas Hercule soluciona esses crimes com um desfecho absolutamente incrível.

MORTE NA MESOPOTÂMIA
Murder in Mesopotamia


Na misteriosa e fascinante Bagdá, uma expedição arqueológica procura vestígios de uma antiga cidade assíria. Mas a arqueologia pouco pode ajudar, quando a bela e encantadora Louise Leidner, esposa do chefe da expedição, é brutalmente assassinada. É preciso que entre em cena o maior de todos os decifradores de enigmas: um conhecido detetive belga… Morte na Mesopotâmia é uma das mais sensacionais aventuras de Hercule Poirot, o genial investigador criado pela imaginação da “velha dama” do crime, Agatha Christie.

Mrs. Leidner é assassinada em uma expedição arqueológica em Bagdá. Fora algo muito estranho pois ninguém vira pessoas circularem no pátio do local que dava acesso a cena do crime. Quem teria feito tal monstruosidade com a bela Louise? Só uma pessoa poderia responder: Hercule Poirot.

Durante uma expedição arqueológica à Bagdá, Poirot é chamado para solucionar um misterioso enigma: A mulher do chefe da expedição é assassinada em seu próprio quarto, só que o acesso parece impossível sem que o assassino seja visto, pois todos os ambientes da casa, sem exceção, tem ligação com um enorme pátio, onde o criminoso poderia ser visto facilmente por qualquer um. Além disso, a vítima, antes de morrer, estava assustada porque vinha recebendo cartas ameaçadoras de uma pessoa aparentemente morta. Um final realmente surpreendente!!!

CARTAS NA MESA
Cards on the Table


Para investigar o inesperado assassinato do extravagante Mr. Shaitana durante uma partida de bridge, ninguém melhor do que seus próprios convidados: quatro detetives particulares - e entre eles se encontra o melhor de todos, Hercule Poirot. O problema é que sobre cada um desses homens paira a sombra de crimes não esclarecidos no passado. Neste jogo de cartas marcadas, em que todos são virtualmente suspeitos, caberá ao genial detetive belga dar a cartada final.

O ricaço Mr. Shaitana, que tem costumes um tanto bizarros, convida para um jantar em sua residência quatro detetives particulares (entre eles Hercule Poirot) e quatro assassinos que nenhum juiz conseguiu alcançar por falta de provas. E foi nessa noite que Mr. Shaitana assinou seu decreto de morte, foi assassinado por uma das oito pessoas ali presentes, mais provavelmente pelos quatro assassinos impunes. Hercule Poirot desvenda o crime descobrindo o assassino onde ninguém poderia imaginar.

POIROT PERDE UMA CLIENTE
Dumb Witness


Todos responsabilizaram o acidente que Emily sofreu na escada a seu cachorro, um terrier. O mais que Emily pensava sobre o acidente, mais ela se convencia que alguém da sua família tentava matá-la. Assim, no dia 21 de Abril, ela escreve uma carta a Hercule Poirot contanto suas suspeitas. Misteriosamente ele não recebe a carta até o dia 28 de Junho, quando ela já estava morta.

MORTE NO NILO
Death on the Nile


A parte principal deste romance desenvolve-se a bordo de um barco, que navega pelas águas do Nilo, em cujas margens se levantam ruínas milenárias, restos de uma civilização dedicada ao culto dos mortos; e lá nesse ambiente fúnebre, uma deslumbrante garota, que tinha tudo - juventude, beleza, riqueza e felicidade -, perde tudo, num repente, ao ser assassinada na sua cabine. O assassinato foi cuidadosamente planejado, para que seja impossível descobrir o assassino, quem teve a má sorte de que Hercule Poirot estivesse de férias no Egito, e pudesse investigar seu crime - aliás, seus crimes, porque há mais de um - com uma maior atenção da que se tinha empregado em cometê-los. Para aumentar a intriga e o suspense, sabemos que entre os passageiros do Karnack, se encontra um famoso assassino profissional, que é perseguido pelo Coronel Race, amigo de Poirot e sagaz agente do Serviço Secreto inglês.

Poirot sai de férias. Embarca no Karnack para um cruzeiro nas águas do velho Nilo. Mas o que seria um belo passeio transforma-se em uma série de assassinatos que assustam o detetive pela frieza como são executados. Mas como se faz um arqueólogo ele encontra fragmentos, espana-os tirando o supérfluo e chega a verdade.

ASSASSINATO NO BECO
Murder in the Mews


Quatro estranhos casos desafiam a inteligência de Hercule Poirot. No primeiro, que dá título ao livro, o detetive belga investiga a morte de uma mulher. Todas as pistas indicam que se trata de um suicídio, mas Poirot desconfia de assassinato. Em O Roubo Inacreditável, Hercule Poirot é contratado para desvendar o desaparecimento de documentos secretos do governo inglês. Em O Espelho do Morto, ele se depara, mais uma vez, com um estranho suicídio. Agora, a vítima é um excêntrico aristocrata, encontrado morto dentro do próprio quarto com todas as portas trancadas pelo lado de dentro. O último caso é Triângulo de Rodes. Um assassinato brutal é cometido, e um inocente está prestes a ir para a cadeia. Hercule Poirot põe suas “pequenas células cinzentas” para funcionar até descobrir a verdadeira identidade do culpado.

Fonte:
http://users.hotlink.com.br/pmgi/agatha/index.html