Nas faldas de Mantel há um lugarejo chamado Ledão.
Há muito tempo atrás, havia aí uma certa pedra jeitosa que os lavradores costumavam pôr nas grades, quando andavam a gradar.
Uma vez, um homem de Ledão foi degredado para a Moirama por certo azar que teve na vida. Andava por lá a trabalhar no campo, a meias com um burro e um camelo, mas andava muito triste e saudoso da sua terra. Não tinha, porém, modo de voltar para casa, já que, pelo crime que cometera, não lho permitiam as autoridades, e ainda por ser tão pobre que não tinha meios de fazer a viagem por conta própria.
Ao vê-lo tão triste, um mouro da Moirama disse-lhe, um dia, que o punha em Portugal se ele lhe prometesse fazer uma coisa que ele queria pedir. Já se vê que o degredado prometeu logo tudo, mesmo antes de saber o que lhe queria o outro.
O mouro, visto isso, pediu-lhe que mal chegasse a Ledão fosse procurar aquela pedra bonita que era costume pôr nas grades de destorroar a terra. Deveria então cortar-lhe um bocado, metê-lo no bolso e deitar o restante ao rio Douro. Depois fitou o outro bem nos olhos e, como que por encanto, o português viu-se na sua terra, muito próximo de Ledão.
A primeira coisa que fez foi correr a procurar a tal pedra para cumprir o prometido. Cortou-lhe um pedaço e deitou o restante ao rio. E a pedra, ao tocar na água, transformou-se numa bola de ouro, que, aos saltos, foi deslizando sempre à tona até desaparecer, levada para a Moirama.
Ao ver esta maravilha, o homem correu margem abaixo tentando agarrá-la, sem o conseguir. Lembrou--se então do pedaço que tinha metido no bolso e, puxando-o de lá, ficou muito satisfeito ao ver que também ele se transformara em ouro: era o pagamento do prometido.
Fonte:
Lendas Portuguesas da Terra e do Mar, Fernanda Frazão, disponível em Estúdio Raposa
Há muito tempo atrás, havia aí uma certa pedra jeitosa que os lavradores costumavam pôr nas grades, quando andavam a gradar.
Uma vez, um homem de Ledão foi degredado para a Moirama por certo azar que teve na vida. Andava por lá a trabalhar no campo, a meias com um burro e um camelo, mas andava muito triste e saudoso da sua terra. Não tinha, porém, modo de voltar para casa, já que, pelo crime que cometera, não lho permitiam as autoridades, e ainda por ser tão pobre que não tinha meios de fazer a viagem por conta própria.
Ao vê-lo tão triste, um mouro da Moirama disse-lhe, um dia, que o punha em Portugal se ele lhe prometesse fazer uma coisa que ele queria pedir. Já se vê que o degredado prometeu logo tudo, mesmo antes de saber o que lhe queria o outro.
O mouro, visto isso, pediu-lhe que mal chegasse a Ledão fosse procurar aquela pedra bonita que era costume pôr nas grades de destorroar a terra. Deveria então cortar-lhe um bocado, metê-lo no bolso e deitar o restante ao rio Douro. Depois fitou o outro bem nos olhos e, como que por encanto, o português viu-se na sua terra, muito próximo de Ledão.
A primeira coisa que fez foi correr a procurar a tal pedra para cumprir o prometido. Cortou-lhe um pedaço e deitou o restante ao rio. E a pedra, ao tocar na água, transformou-se numa bola de ouro, que, aos saltos, foi deslizando sempre à tona até desaparecer, levada para a Moirama.
Ao ver esta maravilha, o homem correu margem abaixo tentando agarrá-la, sem o conseguir. Lembrou--se então do pedaço que tinha metido no bolso e, puxando-o de lá, ficou muito satisfeito ao ver que também ele se transformara em ouro: era o pagamento do prometido.
Fonte:
Lendas Portuguesas da Terra e do Mar, Fernanda Frazão, disponível em Estúdio Raposa
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Levo a prosa e a poesia,
através de um boletim,
e também toda a magia
que elas trazem para mim.