VENTO DO MAR
Vento que sopras furibundo
e vens meus sonhos despertar,
as tristezas de todo o mundo
parece que trazes do mar...
Ouvindo o lamento profundo
sempre constante a marulhar,
quedo-me triste, me confundo
co’a voz misteriosa do mar...
Altas horas, cada segundo
teimas o meu corpo abraçar,
quando em reflexões me aprofundo
para obter segredos do mar…
SONETO
Comemora-se no Brasil, o Dia Nacional da Leitura (a partir de 2009 - Lei nº 11.899).
A distração do espírito é a leitura
e os grandes mestres nos ensinam tal;
nas obras-primas, vasto cabedal
a mente encanta e o pensamento apura...
A existência tem fases de amargura,
pois há um confronto assaz fenomenal:
de um lado luta o bem e de outro o mal
e o que vence por fim é o que perdura.
Escrevam, romancistas, seus romances !
Cantem, poetas, salutar poesia !
Porquanto houver na vida tantos transes,
não vão morrer as páginas aflitas
e nem há de ficar a imagem fria
das criações pra todo sempre escritas.
DIA DA CRIANÇA
Julgavas que este amor não encontrasse
pedras e espinhos pela estrada afora,
mas são os sofrimentos e a demora
o que fazem eterno o que é fugace.
Repara-me nos olhos e na face
para ver quanta mágoa me devora,
por não ter alma cândida e sonora
a fim de ser o que teu sonho amasse.
Deixemos de torturas e cansaços,
reclina-te serena nos meus braços,
confia em mim na maior esperança...
Faz de conta que nada mais existe,
então verás alguém que foi tão triste
convertido na mais alegre criança…
SONETO ÍNTIMO
Enfrenta teu destino sem alarde;
que ninguém saiba o que te vai na mente...
Não te lastimes, murmurando: “É tarde !”
Esquece o teu passado, indiferente...
Também não fujas, como vil covarde,
à luta que te espera, e simplesmente
pede ao Senhor que te proteja e guarde
em Sua bondade infinda, onipotente.
Encontrarás, enfim, sabedoria
para atingir a meta projetada,
sem falso orgulho, mágoa ou rebeldia;
porque tua fé com força redobrada
renascerá com flores de alegria,
enfeitando pra sempre tua estrada.
CATULLO DA PAIXÃO CEARENSE
Soneto em homenagem póstuma – In Memoriam
Faz-me lembrar o tempo de menino,
no lar paterno, lá na velha aldeia,
com minha mãe, irmãos e irmãs, na ceia,
de noitezinha, ao bimbalhar do sino...
Depois, eu contemplava a lua cheia
e perguntava aos céus: qual meu destino,
neste mundo que roda e cambaleia,
com momentos de luz e desatino?!...
E ouvia a minha voz na voz do vento,
dizendo que eu tivesse paciência,
estudasse, aprendesse e na paixão
de adquirir maior conhecimento,
ingressasse no reino da sapiência...
Que lindo era o Luar do meu Sertão !…
Fonte:
O Autor
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Levo a prosa e a poesia,
através de um boletim,
e também toda a magia
que elas trazem para mim.