Dia 31 de outubro Carlos Drummond de Andrade completaria 110 anos de vida. Vida, para um poeta, é artigo de duplo sentido, posto que a vida é de todos, menos dele. O poeta usa a vida que flui, mas nem sempre a usufrui. Carlos, onde quer que esteja, torce por nós.
Cento e dez anos Drummond
estaria completando
caso fosse de bom tom
não morrer de vez em quando...
Quando a vida vira tema,
vivo, sim, um grande impasse:
sete faces de um poema
desafiam minha face.
Uma pedra no caminho
fez Drummond poetizar;
um poeta faz seu ninho
no rochedo que encontrar.
De Itabira para o mundo,
o Poeta se anuncia:
todo mundo é mais profundo
quando vive em Poesia.
Quando “alguma poesia”
faz alguém melhor viver,
vive a vida, o dia a dia,
para a “pedra” desfazer.
Vide o “Caso do vestido”,
o seu nobre ensinamento:
a mulher, sem o marido,
se “vestiu” de sentimento.
Fonte:
O Autor
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Levo a prosa e a poesia,
através de um boletim,
e também toda a magia
que elas trazem para mim.