1
A
luz do dia esmorece...
O
amarelo perde a cor...
A
Deus se eleva uma prece
dos
lábios de cada flor.
2
A
nossa vida é fugaz...
É
bom partir sem revolta...
Quem
vem ao mundo já traz
uma
passagem de volta!
3
A
saudade é uma semente
de
lágrimas orvalhada;
brota
na noite do ausente
e
floresce na alvorada.
4
As
estrelas infinitas
que
o céu misterioso encerra,
são
olhos de mães aflitas
velando
os filhos na terra.
5
Às
vezes, por caridade,
para
evitar um tormento,
escondemos
a verdade
na
concha do pensamento.
6
Bem
pior do que a certeza
é a
dúvida que nos mata:
- uma,
só traz a tristeza;
outra,
os fantasmas desata!
7
Cabeça
revolta, inquieta,
que
se volta para o céu...
Esse
coqueiro é um poeta,
fazendo
versos ao léu!
8
Corre
o pranto redobrado
dos
olhos da mãe aflita
pelo
filho amargurado
e
pela própria desdita.
9
Esconde
o pranto depressa
e
finge que estás contente,
que
aos outros não interessa
saber
as mágoas da gente.
10
Existe
muita tristeza
que
ao rosto jamais aflora,
guardada
na profundeza
dos
olhos de quem não chora.
11
Mamãe:
tuas mãos pequenas
que
souberam trabalhar,
parecem
aves serenas,
já
cansadas de voar!
12
Minha
mãe era uma santa
que
entre nós veio passear,
mas
foi de humildade tanta
que
precisou regressar...
13
Minha
mãe: teus olhos santos,
de
um infinito perdão,
a
ninguém dizem dos prantos
que
guardas no coração!
14
Não
há palavra mais linda
do
que "Mãe", que tudo encerra!
E
mãe é presença infinda,
mesmo
ao deixar esta terra...
15
Não
haveria fronteira
neste
mundo se a amizade
fosse
a união verdadeira
entre
toda a humanidade.
16
Naquele
dia tristonho
puseste
os olhos nos meus;
vivi
na tarde do sonho,
morri
na noite do adeus!
17
Na
vida, nem todos temos
lenitivo
para o estresse...
É
como um barco sem remos
em
rio que avança e cresce!
18
Nos
bons tempos de menina,
pula-se
corda a valer.
Mais
tarde – que triste sina! –
a
corda nos vem bater.
19
O
choro de uma criança
à
luz do primeiro dia,
é
uma canção de esperança,
é a
mais linda melodia!
20
O
luar, lascivo e amante,
abre
o vestido da mata,
e em
seu corpo exuberante
passeia
os dedos de prata…
21
O
mar inquieto é um menino.
Tempestuoso,
é um rapaz.
Calmo,
reflete o destino
do
velho que encontra a paz.
22
Passarinhos,
em sonata,
fazem
festa no arrebol,
quando
despertam a mata
para
os afagos do sol!
23
Poder
praticar o Bem
e
fugir à ocasião,
perante
Deus, é também
um
delito de omissão!
24
Por
mais que intimide o mundo
e a
vida acarrete o medo,
sempre
se guarda no fundo
uma
esperança em segredo.
25
Quando
a dúvida se instala
dentro
de um peito infeliz,
não
importa o que ela fala,
já
se sabe o que ela diz!
26
Quando
a lua abre seu cofre
de
moedas pelo chão,
o
sonhador que ama e sofre,
quer
todas em sua mão.
27
Quando
a noite se faz dia
e os
sonhos fogem velozes,
há
uma luz que se irradia
no
eco de muitas vozes.
28
Quando
em teus braços me vejo
esqueço
o tempo voraz...
Na
tormenta do teu beijo
quero
encontrar minha paz!
29
Quando
ocupamos as raias,
uma
certeza é sabida:
- por
entre vivas e vaias,
atravessamos
a vida!
30
Quem
faz o bem tem a paga,
quem
é bom nunca está só;
o
tempo jamais apaga
o
que fica além do pó.
31
Quem
perde a oportunidade
por
medo de ser feliz,
não
colhe nem a saudade,
que
arrancou pela raiz!
32
Reticências...
uma frase
que
alguém pensa mas não diz...
Justamente
aquele "quase"
que
nos faria feliz!
33
Se
anoitece no teu dia,
pega
um facho de luar,
laça
uma estrela vadia,
vai
outro amor procurar!
34
Sem
vitória, nem torcida,
na
grande quadra do céu,
a
lua é bola perdida
que
ficou jogada ao léu.
35
Ser
mãe é ter o olhar cheio
de
amor, ternura e bondade...
É
dividir tudo ao meio,
também
a própria metade.
36
Têm
as mães uma ternura
que
ninguém mais tem por nós;
sabem
sorrir na amargura
e
nunca nos deixam sós...
37
Um
anjo, de madrugada,
levou
minha mãe...E havia
muita
luz em sua estrada,
porém
sombra no meu dia.
38
Vem
o mar jogar-se aos pés
da
penedia arrogante;
ela
desdenha as marés
e
namora o céu distante.
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Levo a prosa e a poesia,
através de um boletim,
e também toda a magia
que elas trazem para mim.