Quando Jesus Cristo e mais S. Pedro andavam pelo mundo, toparam num caminho uma ferradura velha. Disse o Senhor:
-Pedro, apanha essa ferradura, que pode ter alguma serventia.
- Senhor, não apanho! Está velha e ferrugenta, não pode servir para nada.
O Senhor deixou ir Pedro adiante, abaixou-se e apanhou a ferradura.
Chegaram às portas de uma cidade. O Senhor deixou outra vez Pedro ir adiante e, sem ele dar por isso, vendeu-a a um ferrador por dez réis. Passou por um sítio onde se vendia fruta e comprou-os de cerejas.
Passaram depois a cidade e meteram por outra estrada. Estava muito calor e disse S. Pedro:
- Ah, se eu tivesse com que refrescar a boca!
O Senhor ia então adiante e deixou cair uma cereja na estrada. Pedro ia a passar e viu a cereja, abaixou-se para a apanhar e meteu-a na boca, depois de a limpar do pó.
O Senhor foi deixando cair, aqui e ali, uma cereja, e Pedro sempre pronto para as apanhar, sem ver que era o Senhor que as deitava. Quando já não havia mais cerejas, disse o Senhor:
- Que trabalho tiveste em apanhar as cerejas! Se tivesses apanhado a ferradura, tê-las-ias mais frescas!
- Como é isso, Senhor?
O Senhor contou-lhe tudo e ele arrependeu-se.
Fonte:
Viale Moutinho (org.) . Contos Populares Portugueses. 2.ed. Portugal: Publicações Europa-América.
-Pedro, apanha essa ferradura, que pode ter alguma serventia.
- Senhor, não apanho! Está velha e ferrugenta, não pode servir para nada.
O Senhor deixou ir Pedro adiante, abaixou-se e apanhou a ferradura.
Chegaram às portas de uma cidade. O Senhor deixou outra vez Pedro ir adiante e, sem ele dar por isso, vendeu-a a um ferrador por dez réis. Passou por um sítio onde se vendia fruta e comprou-os de cerejas.
Passaram depois a cidade e meteram por outra estrada. Estava muito calor e disse S. Pedro:
- Ah, se eu tivesse com que refrescar a boca!
O Senhor ia então adiante e deixou cair uma cereja na estrada. Pedro ia a passar e viu a cereja, abaixou-se para a apanhar e meteu-a na boca, depois de a limpar do pó.
O Senhor foi deixando cair, aqui e ali, uma cereja, e Pedro sempre pronto para as apanhar, sem ver que era o Senhor que as deitava. Quando já não havia mais cerejas, disse o Senhor:
- Que trabalho tiveste em apanhar as cerejas! Se tivesses apanhado a ferradura, tê-las-ias mais frescas!
- Como é isso, Senhor?
O Senhor contou-lhe tudo e ele arrependeu-se.
Fonte:
Viale Moutinho (org.) . Contos Populares Portugueses. 2.ed. Portugal: Publicações Europa-América.
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Levo a prosa e a poesia,
através de um boletim,
e também toda a magia
que elas trazem para mim.