"Não há mal que sempre dure "- diz o povo e com razão!
Eram 16:15 horas quando do consultório dentário me telefonaram a dizer que era o próximo cliente...
Quando entrei no consultório, vi que não era a dentista que eu pensava que fosse. Perguntei pela dentista "brasileira" e a simpática dentista que me atendeu, disse-me que já não trabalhava lá, pois tinha ido para o Algarve. Perguntou-me se eu tinha preferência por "brasileiras dentistas" o que logo respondi:
- Adoro brasileiras!
Sorriu ao responder-me:
- Pois, desta vez terá de se contentar com uma dentista portuguesa!
- Claro que eu como grande patriota adoro as mulheres portuguesas! Nadinha de confusões, porque as portuguesas são as mais "belas" do mundo! - retorqui-lhe eu. Abriu ainda mais o sorriso:
- Pois, pois, estou a ver. Pode sentar-se na cadeira.
Sentou-me e a sua ajudante (muito jovem) perguntou-me se a posição estava cômoda, se eu queria ficar com a cabeça mais baixa, pondo-me depois um babete (babador). Para meter conversa, perguntei à dentista qual o seu nome, ao que ela me respondeu:
- Dulce Maria. - enquanto preparava a ferramenta.
Também quis saber se existia alguma santa Dulce. Mas ela não sabia, melhor, só sabia que tinha "mãos de fada" para tratar de dentes. - Deus a ouça - pensei logo eu. Disse-me que me conhecia há muito tempo, pois o meu filho mais novo (o João) tinha sido colega de liceu da irmã mais nova. Aproveitei a deixa para logo a avisar:
- Se a Dra. me fizer doer, faço queixa ao meu filho João!
Aproximou-se de mim com uma ferramenta de cabo fino tendo na ponta uma espécie de espelho redondo.
- Abra a boca, por favor...
Tão enervado estava que até disse alto:
- Abrir a boca?!
Ela atirou uma gargalhada, dizendo:
- Se não abrir a boca, vai ser muito difícil para mim examiná-lo!
Já com a boca aberta, começou a bater na raiz com o tal espelho. Pensei logo: - Esta será mesmo dentista ou será tocadora de tarimba?
Quando terminou o exame, mandou-me bochechar com um líquido e deitar fora. Seguidamente, pegou numa seringa metálica, e eu pedi-lhe que tivesse calma, pois sofria do coração.
- "Você é cardíaco?" - perguntou ela.
- Não Sra. Dra., mas apaixono-me com muita facilidade!
A resposta chegou pronta:
- Pois, pois. Já tinha notado!
Pôs-me um spray e disse-me:
- Não vai doer mesmo nada... só vai sentir as picadinhas...
Mas atrás das picadinhas, começaram umas picadonas que me magoaram. Mas aquela "mamífera" sabia que me estava a magoar e continuava. Meu queixo ficou insensível!
Foi buscar outra ferramenta, tipo chave parafusos dizendo que ia "descarnar" a raiz. Comecei a sentir o sabor do sangue e pensei:
- Seria incapaz de ser vampiro, pois não gosto do sabor do sangue.
Colocou-me um tubinho para tirar a saliva e o sangue e, uns pedacinhos de algodão (que sensação horrível, pois parecia que tinha comido algum dióspiro [caqui] ainda não maduro).
- Está a ver que não dói mesmo nada?
Com aquele tubinho na boca, mais o algodão e o queixo dormente, não lhe pude responder, mas pensei:
- "Oh, sua "mamífera", a você é que não está a doer, mas a mim, está!"
Foi ao tabuleiro buscar um alicate, que quando o vi, senti um arrepio em todo o corpo...
- Não lhe vai doer nada... só vai sentir muita força... muita força...
E eu sentia a força e também a dor! E nunca mais parava de puxar. Pensei que talvez a raiz estivesse presa nalgum dos meus pés.
- Tenha calma que já está... já está...
Mas ainda foi lá torcendo com o alicate mais um bocadinho. Por fim, como quem mostra um troféu ganho com grande esforço, mostrou-me o enorme pedaço de dente (retangular) que esteve debaixo da placa mais de nove anos!
- Bocheche, não com muita força e deite fora.
Deu-me (?) quatro enormes drágeas para tomar de 8 em 8 horas e marcou para voltar no dia seguinte junto à noite, para ver como estava a boca. Acompanhou-me à porta, pondo-me à vontade no que diz respeito ao pagamento.
– Muito obrigado, mas não, eu quero pagar já. Quanto lhe devo?
- O tratamento e extração são 50 euros!"
Quase que tive um desmaio: 50 €... Paguei sem reclamar, mas pensando:
- “Isto foi muito caro! E a "mamífera" que diz que tem "mãos de fada... Deve ser uma "fada" com a carteira muito funda”!
E aqui estou eu com o queixo parcialmente insensível. Já me estava a esquecer: Tenho que ir tomar uma drágea daquelas que ela me deu (?)...
Eram 16:15 horas quando do consultório dentário me telefonaram a dizer que era o próximo cliente...
Quando entrei no consultório, vi que não era a dentista que eu pensava que fosse. Perguntei pela dentista "brasileira" e a simpática dentista que me atendeu, disse-me que já não trabalhava lá, pois tinha ido para o Algarve. Perguntou-me se eu tinha preferência por "brasileiras dentistas" o que logo respondi:
- Adoro brasileiras!
Sorriu ao responder-me:
- Pois, desta vez terá de se contentar com uma dentista portuguesa!
- Claro que eu como grande patriota adoro as mulheres portuguesas! Nadinha de confusões, porque as portuguesas são as mais "belas" do mundo! - retorqui-lhe eu. Abriu ainda mais o sorriso:
- Pois, pois, estou a ver. Pode sentar-se na cadeira.
Sentou-me e a sua ajudante (muito jovem) perguntou-me se a posição estava cômoda, se eu queria ficar com a cabeça mais baixa, pondo-me depois um babete (babador). Para meter conversa, perguntei à dentista qual o seu nome, ao que ela me respondeu:
- Dulce Maria. - enquanto preparava a ferramenta.
Também quis saber se existia alguma santa Dulce. Mas ela não sabia, melhor, só sabia que tinha "mãos de fada" para tratar de dentes. - Deus a ouça - pensei logo eu. Disse-me que me conhecia há muito tempo, pois o meu filho mais novo (o João) tinha sido colega de liceu da irmã mais nova. Aproveitei a deixa para logo a avisar:
- Se a Dra. me fizer doer, faço queixa ao meu filho João!
Aproximou-se de mim com uma ferramenta de cabo fino tendo na ponta uma espécie de espelho redondo.
- Abra a boca, por favor...
Tão enervado estava que até disse alto:
- Abrir a boca?!
Ela atirou uma gargalhada, dizendo:
- Se não abrir a boca, vai ser muito difícil para mim examiná-lo!
Já com a boca aberta, começou a bater na raiz com o tal espelho. Pensei logo: - Esta será mesmo dentista ou será tocadora de tarimba?
Quando terminou o exame, mandou-me bochechar com um líquido e deitar fora. Seguidamente, pegou numa seringa metálica, e eu pedi-lhe que tivesse calma, pois sofria do coração.
- "Você é cardíaco?" - perguntou ela.
- Não Sra. Dra., mas apaixono-me com muita facilidade!
A resposta chegou pronta:
- Pois, pois. Já tinha notado!
Pôs-me um spray e disse-me:
- Não vai doer mesmo nada... só vai sentir as picadinhas...
Mas atrás das picadinhas, começaram umas picadonas que me magoaram. Mas aquela "mamífera" sabia que me estava a magoar e continuava. Meu queixo ficou insensível!
Foi buscar outra ferramenta, tipo chave parafusos dizendo que ia "descarnar" a raiz. Comecei a sentir o sabor do sangue e pensei:
- Seria incapaz de ser vampiro, pois não gosto do sabor do sangue.
Colocou-me um tubinho para tirar a saliva e o sangue e, uns pedacinhos de algodão (que sensação horrível, pois parecia que tinha comido algum dióspiro [caqui] ainda não maduro).
- Está a ver que não dói mesmo nada?
Com aquele tubinho na boca, mais o algodão e o queixo dormente, não lhe pude responder, mas pensei:
- "Oh, sua "mamífera", a você é que não está a doer, mas a mim, está!"
Foi ao tabuleiro buscar um alicate, que quando o vi, senti um arrepio em todo o corpo...
- Não lhe vai doer nada... só vai sentir muita força... muita força...
E eu sentia a força e também a dor! E nunca mais parava de puxar. Pensei que talvez a raiz estivesse presa nalgum dos meus pés.
- Tenha calma que já está... já está...
Mas ainda foi lá torcendo com o alicate mais um bocadinho. Por fim, como quem mostra um troféu ganho com grande esforço, mostrou-me o enorme pedaço de dente (retangular) que esteve debaixo da placa mais de nove anos!
- Bocheche, não com muita força e deite fora.
Deu-me (?) quatro enormes drágeas para tomar de 8 em 8 horas e marcou para voltar no dia seguinte junto à noite, para ver como estava a boca. Acompanhou-me à porta, pondo-me à vontade no que diz respeito ao pagamento.
– Muito obrigado, mas não, eu quero pagar já. Quanto lhe devo?
- O tratamento e extração são 50 euros!"
Quase que tive um desmaio: 50 €... Paguei sem reclamar, mas pensando:
- “Isto foi muito caro! E a "mamífera" que diz que tem "mãos de fada... Deve ser uma "fada" com a carteira muito funda”!
E aqui estou eu com o queixo parcialmente insensível. Já me estava a esquecer: Tenho que ir tomar uma drágea daquelas que ela me deu (?)...
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Levo a prosa e a poesia,
através de um boletim,
e também toda a magia
que elas trazem para mim.