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INTERVALO DAS AULAS, todos os estudantes saem para o refeitório. É hora do recreio. O Lápis Preto está num canto da carteira, amuado. A Borracha se achega à ele, a passos curtos e um carinho indescritível no rosto de maçãs salientes, a pele de porcelana. Fala. A sua voz é pausada, meiga e adocicada:
— Quer me contar o que está acontecendo?
Lápis Preto oferece à recém chegada uma cadeira e ela se acomoda, não sem antes repetir a indagação que acabara de fazer: “Quer me contar o que está acontecendo?”.
— Não está acontecendo nada, Borracha.
— De uns dias para cá vejo você como agora, pelos cantos, cabisbaixo, não fala com ninguém. Perguntei ao Lápis Vermelho se sabia de alguma coisa, mas nada me esclareceu. Nem seu amigo, o Lápis Roxo quis me dar trela. Por fim, achei melhor vir falar diretamente com você. Vamos, abra seu coração.
— Ele está aberto. Nunca se fechou.
— E o dono dele?
— Só um pouquinho triste...
— E o motivo da tristeza?
— Nada sério que me afaste de meu estado normal.
— Não é o que seus olhos demonstram. Lápis Preto, sou sua amiga. Nos conhecemos de longa data. Nossa amizade vem desde quando morávamos nas prateleiras do shopping. Olhe para mim. Desabafe. Pela sua carinha, percebo que falta por aqui somente os instrumentos para que alguém o torture e o faça desabafar:
— Por que acha que preciso desabafar?
— Porque a sua ausência dos demais da roda de amigos é muito acentuada. Seu enclausuramento no estojo, se faz distinto e marcante. Você passa horas sem falar uma palavra sequer. Olhe à sua volta. Seus outros companheiros de caixa estão todos unidos, tagarelando. E você aqui, jogado às traças, em cima desta carteira. O Apontador também pensa o mesmo que eu.
— E o que ele pensa?
— Muitas coisas. Que você pode estar doente, uma vez que anda meio macambúzio, literalmente desleixado... faz dias que não escreve nada, nem desenha. Segundo soube pela Régua, o menino Moisés, seu dono, está mais aberto ao Lápis Roxo. Até bem pouco tempo, você não largava do Lápis Marrom Terra. Vivia enrabichado com o Rosa Claro e com o cotoco do Amarelo Canário. Assim, do nada, debandou? Preste atenção. A Cola que gosta tanto de você, até ela, foi deixada de lado.
— Engano de vocês. Estou bem. Só um pouco cansado.
— Todos nós estamos. As aulas diárias nos deixam em petição de miséria, os nervo em frangalhos... porém...
—... Porém?
— Eu me preocupo com você, Lápis Preto. De verdade. Vivo por aí apagando as coisas tortas, invalidando os erros grosseiros, esvaecendo os garranchos, mandando para o lixo os desenhos sem pé nem cabeça que o menino Sucupira, meu dono faz. Contudo, apesar de todas estas loucuras do nosso catemerino*, aqui na escola, e, mesmo fora dela, não deixo de reparar em sua pessoa. A sua melancolia, por exemplo... a megera está estampada, gritante e esbugalhada em seu semblante de uma forma forte e deveras transparente, tão desanuviada e distinta, que não estou vendo como fazer para arranjar uma forma de sumir de vez com ela.
— Melancolia?
— Sim. Uma melancolia intrigante e declarada...
— Intrigante e declarada?
— Por certo, muito intrigante. “Intrigadérrima” para ser mais precisa. Chega a ser pesada e desgastante. Lápis Preto, sou sua amiga. Desabafa comigo.
O Lápis Preto, de repente, começa a chorar. A Borracha se levanta e o abraça com meiguice, como se ele fosse um filho seu:
— Põe para fora tudo o que está lhe fazendo mal...
Lápis Preto cede às súplicas da Borracha. Se recosta no ombro dela como se o céu tivesse caído por sobre a sua cabeça. Toma fôlego numa breve pausa e então explana seu relato:
— De uns dias para cá, ando percebendo que os lápis de outras carteiras próximas vêm me repudiando vituperadamente*. Até o menino Moisés, que não ficava um dia sem me ver e me usar, me jogou para escanteio. Me trocou pela Caneta Azul. Estou me sentindo um lixo. Escutei o Clips tagarelando com o Papel Almaço, ainda a pouco. Insinuavam que uns caras iriam me tirar da coleção da caixinha onde moro com meus demais consanguíneos*.
— Meu Deus! E qual o motivo?
— O ponto “xis” da questão é o que está me matando aos poucos, numa lentidão enervante. Tudo por causa da minha cor. Sou preto, minha amiga. O preto não é bem visto em lugar nenhum. A coisa está tão profundamente enraizada, que disseram, não sei se procede a informação, parece que os fabricantes de lápis estão pensando seriamente em tirar de linha a produção dos lápis pretos, e, por consequência, os já existentes no mercado.
Lápis Preto retira do bolso um lenço e limpa os olhos, como se tentasse arrancar deles algum cisco inexistente:
— Nós, os negros, somos vistos com ódio e repugnância. Existe uma coisa degradante lá fora, que acabou chegando e atingindo o centro nevrálgico de nossos ossos. A discriminação racial. Por conta, se alguma coisa acontece dentro de outros estojos próximos, de alguma carteira, bolsa, mochila, ou até mesmo na caixinha onde moro, vem logo a tragédia anunciada. Virou um despautério*: “Isso é coisa do Lápis preto... mancharam o caderno de “A”, ou de “B”, um infame logo apregoa*: “aposto que foi coisa de um Lápis Preto”. Enfim, essa carga malévola contra a nossa cor, surge do nada. Resumindo a história de todos os meus aparentados, amiga Borracha, ou os não nascidos brancos, saiba que eles carregam nos costados as manchas do preconceito. Grudado nele, o artifício da insensatez, grosso modo, dos que vieram ao mundo com as peles alvas. Por conta, padecemos e sentimos na carne os horrores impostos por esses dissidentes. O Preto, em dias de agora, é o vilão grosseiro, o maldoso inurbano*, o rurícula* asqueroso. Acredito que, em breve, nós os lápis pretos seremos as bolas da vez — as cartas fora dos baralhos...
A Borracha ouve em silêncio, atenta, compenetrada, sem interromper. Ao derradeiro, se agiganta numa exultação contagiante. Toma entre as suas as mãos de Lápis Preto e sem mais delongas coloca para fora o que lhe vai no mais profundo do intimo:
— Lápis Preto, você pode até pensar o contrário. É um direito seu achar que as demais cores não gostam de você. Eu, como sua amiga incondicional, entendo que tudo isso que está acontecendo com você é uma tolice, uma espécie de incidente repulsivo e avarento que deve ser deixado definitivamente de lado. Olhe em volta. Você é essencial, insubstituível, necessário, especial. Um elo basilar* e dominante como todos os demais pretos existentes fora do nosso mundinho de materiais escolares. O preto é o oposto do branco, a noite silenciosa, a escuridão necessária que nos acalanta a alma, o respeito ao isolamento quando queremos estar a sós. Sem a cor preta seria uma chatice ser e ver tudo hialino* ou diáfano*. O preto está no luto que vela os mortos, se faz sutil na noite angelical nos deixando ver as estrelas, a lua, e o mais importante: a grandiosidade dos olhos do Criador depois que o dia se recolhe à descansar.
A Borracha se cala, respira pausadamente, acaricia o rosto de Lápis Preto e segue com o que precisa acabar de ser dito:
— O preto, meu querido, se faz bonito e elegante. Perceba: se notabilizou nos quadros de pintores renomados, como Estevão Silva, Jacob Lawrance. Não parou ai. Se imortalizou nos escritores Carolina Maria de Jesus e Machado de Assis, sem contar que se fez inimitável nos artistas Grande Otelo e Gilberto Gil. Enfim, meu amado, você é parte integrante da sociedade em que vivemos.
— Borracha, minha princesa, desse jeito você me deixa sem palavras. Vou acabar me desmoronando numa tempestade de lágrimas...
— Essa é a ideia. Chore. Ponha para fora o que lhe maltrata o mais profundo do seu chão impenetrável. Quero lembrar que a sua cor é tão magnânima e indispensável, que para encerrar nosso bate papo, eu diria que a sua pessoa ou melhor dito, a sua cor, virou celebridade...
— Como assim, Borracha?
— O que estou querendo sinalizar, meu lindo, é que o mundo inteiro e os seres viventes que nele habitam (fora das caixinhas de lápis de cores, mochilas, salas de aulas e alunos chatos) o amam. Você agora é a paixão do momento. É febre quarenta graus. Se transformou no senhor Black Friday. Por conta, todos, sem exceção, esperam a sua chegada triunfante mergulhados numa ansiedade efusiva e impossível de ser medida e descrita.
— Borracha, quer, por favor, me explicar o que é esse tal de Black... Black o que, mesmo?
— Só cantarei a pedra, se você me pagar um café... antes que os alunos voltem para o segundo tempo da aula...
— Não só a bebida, minha linda. Tudo mais que você desejar. É só pedir...
Lápis Preto e Borracha deixam o estojo e caminham, igual passo, as mãos entrelaçadas em direção à cantina.
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VOCABULÁRIO
Apregoa: aquele que fala em voz alta, vocifera proclamando algo a outros.
Basilar: coisa básica, essencial, o primordial o necessário.
Catemerino: o mesmo que cotidiano, o dia a dia, o diário.
Consanguíneos: parentes ligados pelo vínculo do sangue parentesco natural, pai, filho, filho, neto.
Despautérios: grande disparidades, imensa tolice, insensato despropósito.
Diáfano: que permite a passagem da luz, que é transparente e límpido, puro, sem manchas.
Hialino: Tudo o que é transparente, translúcido e claro.
Inurbano: sujeito que não é urbano. Aquele que vive longe da cidade, afastado, pessoa descortês.
Rurícula: aquela pessoa que vive no campo, que cultiva o meio do mato.
Vituperadamente: repudiando afrontosamente, desaprovando de maneira a desabonar ou enegrecer.
— Quer me contar o que está acontecendo?
Lápis Preto oferece à recém chegada uma cadeira e ela se acomoda, não sem antes repetir a indagação que acabara de fazer: “Quer me contar o que está acontecendo?”.
— Não está acontecendo nada, Borracha.
— De uns dias para cá vejo você como agora, pelos cantos, cabisbaixo, não fala com ninguém. Perguntei ao Lápis Vermelho se sabia de alguma coisa, mas nada me esclareceu. Nem seu amigo, o Lápis Roxo quis me dar trela. Por fim, achei melhor vir falar diretamente com você. Vamos, abra seu coração.
— Ele está aberto. Nunca se fechou.
— E o dono dele?
— Só um pouquinho triste...
— E o motivo da tristeza?
— Nada sério que me afaste de meu estado normal.
— Não é o que seus olhos demonstram. Lápis Preto, sou sua amiga. Nos conhecemos de longa data. Nossa amizade vem desde quando morávamos nas prateleiras do shopping. Olhe para mim. Desabafe. Pela sua carinha, percebo que falta por aqui somente os instrumentos para que alguém o torture e o faça desabafar:
— Por que acha que preciso desabafar?
— Porque a sua ausência dos demais da roda de amigos é muito acentuada. Seu enclausuramento no estojo, se faz distinto e marcante. Você passa horas sem falar uma palavra sequer. Olhe à sua volta. Seus outros companheiros de caixa estão todos unidos, tagarelando. E você aqui, jogado às traças, em cima desta carteira. O Apontador também pensa o mesmo que eu.
— E o que ele pensa?
— Muitas coisas. Que você pode estar doente, uma vez que anda meio macambúzio, literalmente desleixado... faz dias que não escreve nada, nem desenha. Segundo soube pela Régua, o menino Moisés, seu dono, está mais aberto ao Lápis Roxo. Até bem pouco tempo, você não largava do Lápis Marrom Terra. Vivia enrabichado com o Rosa Claro e com o cotoco do Amarelo Canário. Assim, do nada, debandou? Preste atenção. A Cola que gosta tanto de você, até ela, foi deixada de lado.
— Engano de vocês. Estou bem. Só um pouco cansado.
— Todos nós estamos. As aulas diárias nos deixam em petição de miséria, os nervo em frangalhos... porém...
—... Porém?
— Eu me preocupo com você, Lápis Preto. De verdade. Vivo por aí apagando as coisas tortas, invalidando os erros grosseiros, esvaecendo os garranchos, mandando para o lixo os desenhos sem pé nem cabeça que o menino Sucupira, meu dono faz. Contudo, apesar de todas estas loucuras do nosso catemerino*, aqui na escola, e, mesmo fora dela, não deixo de reparar em sua pessoa. A sua melancolia, por exemplo... a megera está estampada, gritante e esbugalhada em seu semblante de uma forma forte e deveras transparente, tão desanuviada e distinta, que não estou vendo como fazer para arranjar uma forma de sumir de vez com ela.
— Melancolia?
— Sim. Uma melancolia intrigante e declarada...
— Intrigante e declarada?
— Por certo, muito intrigante. “Intrigadérrima” para ser mais precisa. Chega a ser pesada e desgastante. Lápis Preto, sou sua amiga. Desabafa comigo.
O Lápis Preto, de repente, começa a chorar. A Borracha se levanta e o abraça com meiguice, como se ele fosse um filho seu:
— Põe para fora tudo o que está lhe fazendo mal...
Lápis Preto cede às súplicas da Borracha. Se recosta no ombro dela como se o céu tivesse caído por sobre a sua cabeça. Toma fôlego numa breve pausa e então explana seu relato:
— De uns dias para cá, ando percebendo que os lápis de outras carteiras próximas vêm me repudiando vituperadamente*. Até o menino Moisés, que não ficava um dia sem me ver e me usar, me jogou para escanteio. Me trocou pela Caneta Azul. Estou me sentindo um lixo. Escutei o Clips tagarelando com o Papel Almaço, ainda a pouco. Insinuavam que uns caras iriam me tirar da coleção da caixinha onde moro com meus demais consanguíneos*.
— Meu Deus! E qual o motivo?
— O ponto “xis” da questão é o que está me matando aos poucos, numa lentidão enervante. Tudo por causa da minha cor. Sou preto, minha amiga. O preto não é bem visto em lugar nenhum. A coisa está tão profundamente enraizada, que disseram, não sei se procede a informação, parece que os fabricantes de lápis estão pensando seriamente em tirar de linha a produção dos lápis pretos, e, por consequência, os já existentes no mercado.
Lápis Preto retira do bolso um lenço e limpa os olhos, como se tentasse arrancar deles algum cisco inexistente:
— Nós, os negros, somos vistos com ódio e repugnância. Existe uma coisa degradante lá fora, que acabou chegando e atingindo o centro nevrálgico de nossos ossos. A discriminação racial. Por conta, se alguma coisa acontece dentro de outros estojos próximos, de alguma carteira, bolsa, mochila, ou até mesmo na caixinha onde moro, vem logo a tragédia anunciada. Virou um despautério*: “Isso é coisa do Lápis preto... mancharam o caderno de “A”, ou de “B”, um infame logo apregoa*: “aposto que foi coisa de um Lápis Preto”. Enfim, essa carga malévola contra a nossa cor, surge do nada. Resumindo a história de todos os meus aparentados, amiga Borracha, ou os não nascidos brancos, saiba que eles carregam nos costados as manchas do preconceito. Grudado nele, o artifício da insensatez, grosso modo, dos que vieram ao mundo com as peles alvas. Por conta, padecemos e sentimos na carne os horrores impostos por esses dissidentes. O Preto, em dias de agora, é o vilão grosseiro, o maldoso inurbano*, o rurícula* asqueroso. Acredito que, em breve, nós os lápis pretos seremos as bolas da vez — as cartas fora dos baralhos...
A Borracha ouve em silêncio, atenta, compenetrada, sem interromper. Ao derradeiro, se agiganta numa exultação contagiante. Toma entre as suas as mãos de Lápis Preto e sem mais delongas coloca para fora o que lhe vai no mais profundo do intimo:
— Lápis Preto, você pode até pensar o contrário. É um direito seu achar que as demais cores não gostam de você. Eu, como sua amiga incondicional, entendo que tudo isso que está acontecendo com você é uma tolice, uma espécie de incidente repulsivo e avarento que deve ser deixado definitivamente de lado. Olhe em volta. Você é essencial, insubstituível, necessário, especial. Um elo basilar* e dominante como todos os demais pretos existentes fora do nosso mundinho de materiais escolares. O preto é o oposto do branco, a noite silenciosa, a escuridão necessária que nos acalanta a alma, o respeito ao isolamento quando queremos estar a sós. Sem a cor preta seria uma chatice ser e ver tudo hialino* ou diáfano*. O preto está no luto que vela os mortos, se faz sutil na noite angelical nos deixando ver as estrelas, a lua, e o mais importante: a grandiosidade dos olhos do Criador depois que o dia se recolhe à descansar.
A Borracha se cala, respira pausadamente, acaricia o rosto de Lápis Preto e segue com o que precisa acabar de ser dito:
— O preto, meu querido, se faz bonito e elegante. Perceba: se notabilizou nos quadros de pintores renomados, como Estevão Silva, Jacob Lawrance. Não parou ai. Se imortalizou nos escritores Carolina Maria de Jesus e Machado de Assis, sem contar que se fez inimitável nos artistas Grande Otelo e Gilberto Gil. Enfim, meu amado, você é parte integrante da sociedade em que vivemos.
— Borracha, minha princesa, desse jeito você me deixa sem palavras. Vou acabar me desmoronando numa tempestade de lágrimas...
— Essa é a ideia. Chore. Ponha para fora o que lhe maltrata o mais profundo do seu chão impenetrável. Quero lembrar que a sua cor é tão magnânima e indispensável, que para encerrar nosso bate papo, eu diria que a sua pessoa ou melhor dito, a sua cor, virou celebridade...
— Como assim, Borracha?
— O que estou querendo sinalizar, meu lindo, é que o mundo inteiro e os seres viventes que nele habitam (fora das caixinhas de lápis de cores, mochilas, salas de aulas e alunos chatos) o amam. Você agora é a paixão do momento. É febre quarenta graus. Se transformou no senhor Black Friday. Por conta, todos, sem exceção, esperam a sua chegada triunfante mergulhados numa ansiedade efusiva e impossível de ser medida e descrita.
— Borracha, quer, por favor, me explicar o que é esse tal de Black... Black o que, mesmo?
— Só cantarei a pedra, se você me pagar um café... antes que os alunos voltem para o segundo tempo da aula...
— Não só a bebida, minha linda. Tudo mais que você desejar. É só pedir...
Lápis Preto e Borracha deixam o estojo e caminham, igual passo, as mãos entrelaçadas em direção à cantina.
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VOCABULÁRIO
Apregoa: aquele que fala em voz alta, vocifera proclamando algo a outros.
Basilar: coisa básica, essencial, o primordial o necessário.
Catemerino: o mesmo que cotidiano, o dia a dia, o diário.
Consanguíneos: parentes ligados pelo vínculo do sangue parentesco natural, pai, filho, filho, neto.
Despautérios: grande disparidades, imensa tolice, insensato despropósito.
Diáfano: que permite a passagem da luz, que é transparente e límpido, puro, sem manchas.
Hialino: Tudo o que é transparente, translúcido e claro.
Inurbano: sujeito que não é urbano. Aquele que vive longe da cidade, afastado, pessoa descortês.
Rurícula: aquela pessoa que vive no campo, que cultiva o meio do mato.
Vituperadamente: repudiando afrontosamente, desaprovando de maneira a desabonar ou enegrecer.
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Texto e vocabulário enviados pelo autor.
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Levo a prosa e a poesia,
através de um boletim,
e também toda a magia
que elas trazem para mim.