Quando nascemos conhecemos o nosso primeiro e eterno amor: nossos pais. Amor natural, incondicional, imensurável!
Depois vem o amor fraterno, diferente, cheio de divergências, pequenas rusgas ou até mesmo brigas. Mas mantêm-se para sempre, superando o tempo e a distância.
Um amor engraçado: no caso de nós (homens) pela primeira professora. É uma fascinação por seus gestos, pelo seu modo de falar, por sua sabedoria. E por mais que o tempo passe jamais a esquecemos!
Aí fazemos nossas amizades e para que sejamos ou tenhamos amigos ou amigas, é primordial que exista amor recíproco, pois do contrário é simples convivência. Amor sincero, sem exigências, puro!
E a primeira namorada, que coisa incrível o primeiro toque de mãos, o primeiro e rápido beijo, a vontade de se estar juntos, a inocência e a pureza no relacionamento.
Até que encontramos a nossa outra metade. Apercebemo-nos que acabou a procura, que queremos ficar a vida toda ao seu lado. E o amor completa-se com a paixão, com o sexo. E nos completamos, e saciamos a nossa sede, e vivemos plenamente.
E os filhos, que durante os nove meses da gestação aprendemos a amá-los, a esperá-los com ansiedade e mesmo com sofreguidão. E quando nascem o nosso amor explode em risos e lágrimas, e nos julgamos o mais afortunado dos mortais. Esse amor é crescente, é exigente, é responsável!
Todos esses amores são fáceis de explicar, bons de sentir, razão de viver.
Agora, inexplicável é a dimensão do amor pelos netos. Aí a coisa pega, é um amor que ultrapassa todas as barreiras, que transcende a própria razão. E então voltamos a ser criança, a exigir de nós mesmos uma vitalidade que talvez já não possuímos, a querer mostrar ao mundo os nossos “troféus”. Sim, porque neto representa o apogeu de nossas vidas, a coroação por tudo que vivemos ou fizemos!
Fonte: George Roberto Washington Abrão. Momentos – (Crônicas e Poemas de um gordo). Maringá/PR, 2017. Enviado pelo autor.
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