sábado, 11 de maio de 2024

Mensagem na Garrafa = 119 =


George Washington Abrão
Maringá/PR

A ESTAÇÃO

Em meados do século passado, mormente aos domingos ou feriados, a juventude jaguariaivense, vestida com os seus trajes domingueiros, sabedora dos horários de passagem dos trens de passageiros (misto, passageiro e noturno), dirigia-se à Estação Ferroviária para assistir a passagem dos comboios.

Da plataforma já se escutava o apito da locomotiva aproximando-se e também do sino que lá havia e que badalando dava o “pode” para que o trem adentrasse a estação. Quando ele estacionava, espalhando o cheiro acre de fumaça, começava o corre-corre dos vendedores de amendoim, sanduíches, doces e outras guloseimas; do desembarque e embarque dos passageiros; das moças e rapazes locais procurando olhar os jovens viajantes, mesmo que fosse apenas para ganhar apenas um olhar ou um sorriso. Também havia os que tinham mais sortes às vezes entabulavam breve diálogo com algum deles, a troca de endereços e promessa de correspondência. Era um encantamento fugaz que fazia com que as moças mais românticas sonhassem com um príncipe encantado, que talvez conhecessem naquele passeio.

Então, novamente o sino tocava, o apito langoroso em tom de despedida soava da locomotiva e o trem partia, a princípio lentamente, depois ganhando velocidade, levando lembranças e deixando saudades naquelas mentes juvenis.

Então, pouco a pouco, fazia-se o silêncio na bela estação, e todos iam se retirando para esperar a chegada do próximo comboio.

[George Roberto Washington Abrão. Momentos – (Crônicas e Poemas de um gordo). Maringá/PR, 2017. Enviado pelo autor.]

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