sexta-feira, 27 de setembro de 2024

Silmar Bohrer (Croniquinha) 121

Surge no horizonte, na lonjura do mar. Fumacinha quase imperceptível rumando o continente. E corre, e avança, incontinenti . . . 

Logo parece nuvem crescendo, mais perto, chegando ao longo da costa, andança imanente, presente, sobre as ondas. 

E invade, encobre areias, árvores, casas, pássaros. Pessoas são vultos serenos, viventes ausentes flutuando em auréolas. 

Sentimentos, mimese, emanações, ouve-se sussuros de Cecília, poemas de Drummond, odes de Bandeira, fluências de Alphonsus (o Guimarães), gotículas borrifadas de poesia. 

O que seria ? 

A névoa. 

Fonte: Texto enviado pelo autor 

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Levo a prosa e a poesia,
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que elas trazem para mim.