Era uma vez, em uma pequena aldeia cercada por montanhas e florestas, um escritor chamado Hirram e um filósofo chamado Hermes. Ambos eram conhecidos por suas habilidades excepcionais: Hirram era famoso por suas histórias encantadoras e por criar mundos imaginários, enquanto Hermes era reverenciado por suas reflexões profundas sobre a vida e a existência.
Certa manhã, enquanto caminhavam pelo bosque, Hirram teve uma ideia. “Hermes, que tal fazermos uma competição? Cada um de nós pode apresentar uma obra que represente a nossa visão do mundo. Aquele que tocar mais corações será proclamado o vencedor!”
Hermes, sempre ponderando, concordou. “É uma proposta interessante, mas devemos lembrar que a verdadeira sabedoria não é apenas sobre vencer, mas sobre aprender e compartilhar.”
E assim, decidiram que cada um teria uma semana para trabalhar em sua obra. Hirram, entusiasmado, sentou-se em sua mesa e começou a escrever. Em suas histórias, ele criou heróis que enfrentavam dragões e viajantes que descobriam terras mágicas. Seu mundo era colorido e vibrante, repleto de aventuras e emoções.
Hermes, por outro lado, passou seus dias contemplando. Ele caminhou pelas florestas, observou os riachos e escutou os pássaros cantando. Em vez de escrever imediatamente, ele refletiu sobre as questões que o intrigavam: o que era a felicidade? Como encontrar propósito na vida? A natureza e a essência do ser humano tornaram-se seus temas centrais.
Ao final da semana, ambos se reuniram na praça da aldeia para apresentar suas criações. O povo estava animado, curioso para ouvir o que cada um tinha a dizer.
Hirram foi o primeiro. Com a voz vibrante, ele contou uma história épica sobre um jovem que partiu em uma jornada para salvar seu reino. As reviravoltas, os desafios e as conquistas emocionaram a plateia. A cada palavra, os ouvintes eram transportados para um mundo de magia e esperança. Ao final, aplausos ecoaram na praça, e muitos estavam visivelmente emocionados.
Em seguida, foi a vez de Hermes. Ele levantou a voz serena e começou a compartilhar suas reflexões. Falou sobre a natureza da vida, a efemeridade do tempo e a busca por significado. Seus pensamentos eram profundos e desafiadores, e ele fez perguntas que ecoavam na mente de todos. A plateia ouvia atentamente, absorvendo cada palavra como se fossem pérolas de sabedoria.
Quando terminou, um silêncio reverente tomou conta da praça. As pessoas estavam pensativas, imersas em suas reflexões. A competição parecia ter tomado um rumo inesperado.
Após as apresentações, a aldeia decidiu que não haveria um vencedor. Ambos, Hirram e Hermes, tinham oferecido algo valioso: um mundo de sonhos e uma visão da realidade. O povo percebeu que, enquanto as histórias de Hirram os transportavam para longe, as reflexões de Hermes os traziam de volta ao presente, ajudando-os a entender melhor suas próprias vidas.
Certa noite, enquanto caminhavam juntos sob a luz das estrelas, Hirram virou-se para Hermes e disse: “Eu desejava vencer, mas agora vejo que ambos temos nosso valor. Você me ensinou que a vida é tão rica em significado quanto em imaginação.”
Hermes sorriu. “E você me lembrou que as histórias têm o poder de conectar as pessoas, de fazer com que sonhem e sintam. Juntos, somos mais fortes.”
Moral da História
A verdadeira sabedoria reside na união entre a imaginação e a reflexão. Enquanto a criatividade nos leva a sonhar, a filosofia nos ajuda a entender a realidade. Ambos são necessários para uma vida plena e significativa.
Fonte: José Feldman. Labirintos da vida. Maringá/PR: IA Poe. Biblioteca Voo da Gralha Azul.
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