(samba-canção, 1956)
Compositor: Dalton Vogeler e Esdras Silva
Balada triste
Que me faz
Lembrar alguém
Alguém que existe
E que outrora
Foi meu bem
Balada triste
Melodia do meu drama
Esse alguém já não me ama
Esqueceu você também
Não há mais nada
Foi um sonho
Que passou
Triste balada
Só você me acompanhou
Fica comigo !
Velha amiga, companheira
Quero cantar-te a vida inteira
Prá lembrar o que passou...
A Melancolia de um Amor Perdido em 'Balada Triste'
A música 'Balada Triste', é uma profunda reflexão sobre a dor e a saudade de um amor que se foi. A letra começa com a evocação de uma balada triste que traz à memória alguém especial, alguém que um dia foi muito amado. Essa pessoa, que antes era o centro do afeto do eu lírico, agora não está mais presente, e a melodia triste serve como um lembrete constante dessa ausência.
A canção é permeada por um sentimento de desilusão e resignação. O eu lírico reconhece que o amor que um dia existiu não mais o acompanha, e que a pessoa amada também o esqueceu. A repetição da frase 'não há mais nada' reforça a ideia de que tudo o que restou é a lembrança dolorosa de um sonho que acabou. A balada, descrita como uma velha amiga e companheira, é a única coisa que permanece, servindo como um consolo melancólico para o eu lírico.
A música é uma ode à memória de um amor perdido, e a decisão de cantar essa balada 'a vida inteira' mostra a profundidade do impacto que essa relação teve. A 'Balada Triste' não é apenas uma canção sobre a perda, mas também sobre a aceitação e a convivência com a dor, transformando-a em uma companheira constante.
Ângela Maria fazia uma temporada em Buenos Aires quando conheceu a canção “Balada Triste” por intermédio de seu acompanhador, o violonista Manoel da Conceição. Decidida a gravá-la o quanto antes, apressou-se em obter a permissão do autor, Dalton Vogeler, baixista do conjunto de Valdir Calmon, por coincidência, na ocasião, também em temporada na capital argentina. Daí resultou o duplo lançamento da composição — que já havia sido entregue a Agostinho dos Santos —, alcançando ambas as gravações o maior sucesso.
Bem de acordo com o título, “Balada Triste” é uma pungente canção de amor com versos e melodia impregnados de tristeza. Sem ser plágio, reproduz o clima da “Serenata” (Stãndchen) de Schubert, citada, aliás, no prólogo das gravações iniciais.
Fontes:
Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello. A Canção no Tempo - Vol.2.
https://www.letras.mus.br/agostinho-dos-santos/479709/significado.html
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