sábado, 11 de maio de 2024

Vereda da Poesia = 4 =


Antero Jerónimo
Lisboa/Portugal

De novo invoco o testemunho do tempo antigo
na ilusão de despertar um sonho adormecido

O espírito paira  na atração da vertigem
vítreo olhar incidindo na profundidade resguardada
onde só a memória mergulha com exatidão

Sem o pressentir, já habitavas em mim!

Revejo-me debaixo da frondosidade da árvore 
estendido sobre um atapetado manto de fantasia
contemplando com o olhar não empoeirado
o tempo espreguiçando-se na sua vagarosa letargia

Desconhecendo que já conhecia a paz
deixava-me livremente invadir
pelos ruídos do dia em suave orquestração
sinfonia recebendo os aplausos do sentir

Sem o pressentir, já habitavas em mim!

O pensamento retinha a inocência de cada gesto
sorriso a desabrochar em doçura de pólen
ingenuidade perante o voo sôfrego das abelhas

Uma felicidade idílica tomava conta de mim
naquele recôndito esconderijo de verdura
onde o sonho abraçava a realidade com ternura

Mesmo não o pressentindo,  já habitavas em mim!

Fonte: Facebook do poeta

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