(Modinha, 1880)
Compositores: Guimarães Passos e Miguel E. Pestana
Na casa branca da serra
Onde eu ficava horas inteiras
Entre as esbeltas palmeiras
Ficaste calma e feliz
Tudo em meu peito me deste
Quando eu pisei na tua terra
Depois de mim te esqueceste
Quando eu deixei teu país.
Nunca te visse oh! formosa
Nunca contigo falasse
Antes nunca te encontrasse
Na minha vida enganosa
Por que não se abriu a terra
Por que os céus não me puniram
Quando os meus olhos te viram
Na casa branca da serra.
Embora tudo bendigo
Desta ditosa lembrança
Que sem me dar esperança
De unir-me ainda contigo
Bendigo a casa da serra
Bendigo as horas fagueiras
Bendigo as belas palmeiras
Queridas da tua terra.
Saudade e Melancolia na Casa Branca da Serra
A música 'Na casa branca da serra', é uma canção que exala saudade e melancolia. A letra descreve um lugar específico, a casa branca da serra, onde o eu lírico passou momentos felizes e tranquilos. As palmeiras esbeltas e a calma do ambiente são elementos que evocam uma sensação de paz e nostalgia. No entanto, essa tranquilidade é contrastada com a dor da separação e o esquecimento por parte da pessoa amada.
O eu lírico expressa um profundo arrependimento por ter conhecido a pessoa amada, desejando nunca tê-la encontrado para evitar o sofrimento subsequente. A dor é tão intensa que ele questiona por que os céus não o puniram ou por que a terra não se abriu quando seus olhos encontraram os dela. Essa hipérbole enfatiza a profundidade do seu sofrimento e a intensidade de seus sentimentos.
Apesar da dor, o eu lírico ainda bendiz as lembranças da casa na serra, as horas felizes e as palmeiras queridas. Isso mostra uma dualidade de sentimentos: a dor da perda e a gratidão pelos momentos felizes vividos. Cascatinha e Inhana, conhecidos por suas canções que frequentemente abordam temas de amor e saudade, conseguem transmitir essas emoções de maneira tocante e poética, fazendo com que o ouvinte sinta a profundidade do lamento e da nostalgia presentes na música.
Segundo Almirante "se há uma modinha que se possa considerar tradicional no Brasil, esta é chamada “Na Casa Branca da Serra”, da autoria de Miguel Emílio Pestana, com versos de Guimarães Passos. Há dezenas de anos que “Na Casa Branca da Serra” tem sido ao mesmo tempo do repertório dos seresteiros de rua como das mais graciosas senhoritas nos elegantes saraus, já em desuso" (O Pessoal da Velha Guarda, 14-12-1950).
Fontes:
https://cifrantiga3.blogspot.com/2006/04/na-casa-branca-da-serra.html
https://www.letras.mus.br/cascatinha-e-inhana/565140/significado.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Levo a prosa e a poesia,
através de um boletim,
e também toda a magia
que elas trazem para mim.