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sábado, 7 de dezembro de 2024

Dicas de Escrita (Como Escrever uma Análise Crítica) – 2, final

por Jake Adams*

ESCREVENDO UMA ANÁLISE

1– Comece dissertando com uma rápida descrição do objeto da análise

Dê todas as informações básicas sobre o trabalho, como o nome do autor, o título, a data da publicação e o que mais for relevante. Fale sobre o que se trata e as intenções. Escreva tudo em duas ou três frases.

 Por exemplo, forneça as informações básicas na primeira frase e descreva o ponto de vista do texto nas duas seguintes.

2– Indique o seu ponto de vista no final da introdução 

– Coloque uma síntese do seu parecer logo após a descrição dos argumentos principais do autor.

- Aponte onde o texto falhou ou foi bem sucedido, dependendo da avaliação que você realizou.

- Escreva algo como: "O artigo faz uma ótima análise dos efeitos que o consumismo provoca no meio-ambiente".

- Por outro lado, se a avaliação for negativa, diga, por exemplo: "O quadro não consegue exprimir de forma consistente a crítica social pretendida."

3– Resuma o trabalho em um parágrafo

Depois de dar a sua avaliação, resuma o texto ou a obra em um parágrafo. Use a síntese que você preparou logo após ler o texto ou escreva algo diferente. Trate apenas dos elementos mais importantes.

- Lembre-se de que esse é o único espaço dedicado ao resumo, porque você tem que escrever a análise nas outras partes.

4– Em cada um dos parágrafos de desenvolvimento avalie um dos argumentos do texto

Após fazer o resumo, comece a demonstrar o seu ponto de vista. Você achou o artigo pouco convincente? Reserve um parágrafo para apontar os motivos. 

Do mesmo modo, se for o caso, guarde um parágrafo para mostrar por que o trabalho o impressionou. 

Elabore uma lista caso você esteja com dificuldade para identificar o que faz o texto ser eficiente. Seguem alguns itens podem ajudá-lo a pensar sobre o que escrever:

- Organização. 
Como o autor organizou a argumentação? A abordagem é boa ou ruim? Por quê?

- Estilo. 
Qual foi o estilo escolhido para sustentar as ideias? Esse aspecto piorou ou melhorou a qualidade do argumento?

- Persuasão. 
O texto consegue convencer o leitor? Por quê?

- Parcialidade. 
O autor foi parcial ou imparcial ao tratar do assunto? O que justifica a sua avaliação?

- Apelo a um público específico. 
O trabalho dirige-se a um público em particular? Em caso afirmativo, diga quem seria esse público e se o autor teria sido bem sucedido.

5– Busque as evidências no próprio texto para deixar a sua análise mais robusta

Você tem que retirar exemplos do artigo, seja com uma citação, uma paráfrase ou um resumo feito com as próprias palavras. Coloque os trechos extraídos entre aspas e indique o número da página toda vez que você fizer uma citação.

Dica: Sobre como lidar com as referências, talvez você precise usar um estilo específico, como o da ABNT.

6– Conclua com um parecer final sobre a argumentação do texto

 Esse é o momento de resumir as ideias principais da análise e dar uma opinião sobre o trabalho em geral. Ou seja, diga se o autor conseguiu ou não fazer o que propôs. Não repita de forma literal a introdução ou outras partes de seu texto. Retome as informações mais importantes usando outras palavras ou discuta as consequências do que você escreveu ao longo da análise.

– Por exemplo, é possível colocar na conclusão que o texto tem algumas partes interessantes, mas que acabou não atingindo os seus próprios objetivos.

– Discuta os motivos em duas ou três frases.

- Não se esqueça de fazer pelo menos uma boa revisão do texto e de corrigir os erros!

REFERÊNCIAS
1. https://www.taconna.uw.edu/sites/default/files/global/documents/library/howtowriteacritic
alanalysis.pdf
2. http://www.tacoma.uw.edu/sites/default/files/global/documents/library/howtowriteacritical
analysis.pdf
3. http://www2.southeastern.edu/Academics/Faculty/elejeune/critique.htm
4. http://www2.southeastern.edu/Academics/Faculty/elejeune/critique.htm
5. https://www.tacoma.uw.edu/sites/default/files/global/documents/library/howtowriteacritic
alanalysis.pdf
6. https://depts.washington.edu/pswrite/Handouts/CriticalAnalysisPapers.pdf
7. https://depts.washington.edu/pswrite/Handouts/CriticalAnalysisPapers.pdf
8. https://depts.washington.edu/pswrite/Handouts/CriticalAnalysisPapers.pdf
9. https://www2.southeastern.edu/Academics/Faculty/elejeune/critique.htm
10. https://www2.southeastern.edu/Academics/Faculty/elejeune/critique.htm
11. https://www2.southeastern.edu/Academics/Faculty/elejeune/critique.htm
12. https://www.tacoma.uw.edu/sites/default/files/global/documents/library/howtowritea
criticalanalysis.pdf
13. https://www2.southeastern.edu/Academics/Faculty/elejeune/critique.htm
14. https://www.tacoma.uw.edu/sites/default/files/global/documents/library/howtowritea
criticalanalysis.pdf
15. https://writingcenter.fas.harvard.edu/pages/ending-essay-conclusions
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*Jake Adams é tutor acadêmico e proprietário da Simplifi EDU, um serviço de tutoria acadêmica online que oferece recursos e aulas pré-vestibular. Com mais de 14 anos de experiência profissional, Jake busca oferecer aos seus clientes a melhor experiência em aulas à distância, fornecendo uma rede de excelentes tutores graduados nas melhores universidades dos Estados Unidos. Jake é formado em Administração Internacional e Marketing pela Pepperdine University.

Fontes: https://pt.wikihow.com/Escrever-uma-An%C3%A1lise-Cr%C3%ADtica
Imagem criada por Jfeldman com Microsoft Bing

sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

Dicas de Escrita (Como Escrever uma Análise Crítica) – 1

por Jake Adams*
Uma análise crítica serve para avaliar a qualidade de um artigo acadêmico ou outro tipo de trabalho. Você precisa fazer uma análise sobre um artigo, um livro, um filme ou um quadro? Comece com uma leitura crítica para identificar e compreender os argumentos do autor e reunir os elementos necessários para formar a sua opinião. Estude o texto com mais atenção e monte a análise. Por fim, redija o trabalho usando a estrutura correta.


FAZENDO UMA LEITURA CRÍTICA

1– Leia o texto com atenção e faça as anotações. 

Estude todo o material que você separou para a análise. Destaque, sublinhe e faça comentários sobre as partes importantes. Marque as palavras, os conceitos e qualquer informação que você não tenha entendido bem.

Talvez você tenha que reler o texto, principalmente se ele for muito denso ou complexo.

Enquanto você faz a leitura, defina o que é importante, útil, inovador, relevante, controverso e válido.

2 – Reconheça as teses do autor

Pergunte a si mesmo: quais são as ideias que ele defende ou ataca? 

Marque ou sublinhe o trecho que caracteriza a tese principal. Geralmente, ela aparece no primeiro ou no segundo parágrafo do texto e consiste em uma única frase que resume o argumento principal.

 É mais fácil encontrar uma tese em um artigo acadêmico do que em uma obra de arte, como um filme ou um quadro. 

Você está analisando um filme de ficção ou que retrata os fatos reais sem o rigor histórico? Identifique os temas mais importantes do enredo. Caso seja uma pintura, procure entender o que as cores e as formas simbolizam.

3– Durante a leitura, escreva as ideias principais do autor

Sublinhe ou destaque os tópicos frasais e os trechos que pareçam ser mais significativos, por exemplo: as explicações ou as evidências fornecidas ao longo do texto que corroborem o ponto de vista adotado. Essas partes do texto são muito importantes porque permitem analisar a estruturar:

Quais são os tópicos frasais de cada parágrafo e seção do artigo acadêmico que você está lendo?

Quais são as cenas e as imagens que reforçam a mensagem principal do filme ou do quadro?

4– Faça um resumo com as suas próprias palavras

Para consolidar o entendimento do que você acabou de ler, escreva uma pequena síntese.

Diga em um parágrafo quais são o tema e o argumento principal do texto.

Faça uma sinopse do filme em um ou dois parágrafos ou descreva o livro, por exemplo.

ANALISANDO O TEXTO

1– Observe como você reage ao texto

Como você se sentiu ou no que pensou ao lê-lo? A maneira como um discurso afeta as emoções das pessoas é chamada de "pathos", que é um componente fundamental da retórica. 

Anote as  primeiras reações, sejam elas boas ou ruins. Tente explicar o motivo de você se sentir assim. Localize as características do texto que provocaram os sentimentos.

– Você ficou nervoso? Qual foi o elemento do texto que o deixou desse jeito?

- Você ficou rindo sem parar? O que é tão engraçado?

2– Leve em consideração a biografia do autor e pense em como ela se relaciona com a obra 

Será que o ponto de vista defendido não tem a ver com os outros trabalhos do mesmo autor sobre o tema? Dar uma olhada nisso pode ajudá-lo na análise crítica. 

Confira o histórico do autor e tente compreender por que ele adotou um determinado ponto de vista. O que ele já escreveu sobre o assunto? Ele segue uma linha ou escola de pensamento?

- Por exemplo, o autor é um entusiasta do ensino á distância? Talvez esse fato explique o viés dos seus artigos sobre a reforma do sistema educacional.

– A formação e a titulação (doutorado ou mestrado, por exemplo) do autor também fazem parte da biografia dele. Esses são os elementos do "ethos": a formação acadêmica e os títulos.

3– Avalie a forma como os conceitos foram empregados

O autor trabalhou com os conceitos de um modo claro e correto? Ou ele usou noções frágeis e inadequadas? Caso a resposta da última pergunta seja "sim", você encontrou um ponto importante para avaliar. Identifique o que está errado ou confuso e como esses aspectos poderiam ser melhorados.

Por exemplo, o texto faz um explicação do efeito estufa longa, confusa e cheia de termos técnicos? Concentre as críticas nessa parte.

Dica: Lembre-se de que você pode dar uma opinião favorável caso o texto tenha uma qualidade positiva. Por exemplo, o autor descreveu o funcionamento do efeito estufa de um modo simples e com uma linguagem acessível? Elogie esse trecho.

4– Avalie como o autor trabalha com as evidências

O texto se baseia em evidências sólidas? Esse é outro ponto muito importante da análise. 

Confira a credibilidade de todas as referências citadas ao longo do trabalho. Veja se elas realmente reforçam o ponto de vista defendido. Em caso afirmativo, considere que o autor fez um bom uso do "logos", ou seja, o aspecto conceitual do texto.

Quando um autor menciona o conteúdo de um site muito tendencioso, o raciocínio fica comprometido. Por outro lado, a argumentação fica mais robusta ao citar fontes mais equilibradas e imparciais.

Não são todos os tipos de trabalho que apresentam evidências. Por exemplo, não tem por que um romance ou uma peça de teatro se preocuparem com comprovações.
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Continua…
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*Jake Adams é tutor acadêmico e proprietário da Simplifi EDU, um serviço de tutoria acadêmica online que oferece recursos e aulas pré-vestibular. Com mais de 14 anos de experiência profissional, Jake busca oferecer aos seus clientes a melhor experiência em aulas à distância, fornecendo uma rede de excelentes tutores graduados nas melhores universidades dos Estados Unidos. Jake é formado em Administração Internacional e Marketing pela Pepperdine University.

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sábado, 5 de outubro de 2024

Dicas de escrita (O Conto Fantástico)


O conto fantástico é uma forma literária que se distingue por introduzir elementos sobrenaturais ou inexplicáveis em cenários aparentemente realistas. Sua origem remonta a tradições orais e contos folclóricos, mas sua consolidação como gênero literário ocorreu principalmente a partir do século XIX.

Origens

As histórias fantásticas têm raízes em mitos e lendas que tentavam explicar fenômenos naturais ou a condição humana. Contos como "A Menina dos Fósforos", de Hans Christian Andersen, exemplificam essa tradição.

O romantismo, no início do século XIX, trouxe uma nova valorização do sobrenatural e do irracional. Autores como Edgar Allan Poe e Mary Shelley exploraram o fantástico em suas obras, criando atmosferas sombrias e personagens atormentados.

Edgar Allan Poe, considerado um dos mestres do conto fantástico, introduziu elementos de horror psicológico e mistério. Sua obra "O Corvo" e contos como "O Gato Preto" destacam o uso da atmosfera e da introspecção.

H. P. Lovecraft, na primeira metade do século XX, Lovecraft desenvolveu o que se conhece como "horror cósmico", onde a insignificância do ser humano frente a forças superiores é central. Seus contos, como "O Chamado de Cthulhu", são marcos do gênero.

Jorge Luis Borges trouxe uma abordagem metafísica ao conto fantástico, entrelaçando realidades e ficções. Seus labirintos narrativos e jogos de espelho, como em "A Biblioteca de Babel", desafiam a lógica e a linearidade.

Clarice Lispector incorporou elementos fantásticos em sua prosa introspectiva, explorando a subjetividade e a condição humana, como em "A Paixão Segundo G.H.".

Angela Carter, com uma perspectiva feminista, reimaginou contos de fadas e mitos, trazendo uma nova dimensão ao fantástico em obras como "A Companhia de Lobos".

CARACTERÍSTICAS

Ambiguidade: O fantástico geralmente apresenta uma linha tênue entre o real e o sobrenatural, deixando o leitor em dúvida sobre a natureza dos eventos.

Atmosfera: O ambiente é crucial; uma atmosfera de mistério e tensão é frequentemente criada por meio de descrições vívidas e detalhes sensoriais.

Personagens Complexos: Os protagonistas frequentemente enfrentam dilemas internos e crises existenciais, refletindo suas inseguranças e medos.

Quebra da Lógica: Elementos irracionais ou impossíveis são integrados à narrativa, desafiando as expectativas do leitor e a lógica convencional.

Exploração da Subjetividade: Muitas vezes, o conto fantástico mergulha na psicologia dos personagens, explorando seus desejos, medos e traumas.

O conto fantástico é um gênero rico e multifacetado, que evoluiu ao longo dos séculos e continua a cativar leitores e escritores. Suas características únicas e sua capacidade de questionar a realidade fazem dele uma forma de arte literária sempre atual e provocativa. Autores contemporâneos continuam a explorar suas possibilidades, garantindo que o fantástico permaneça relevante na literatura moderna.

CARACTERÍSTICAS COMPARADAS A OUTROS GÊNEROS

O conto fantástico possui características distintas que o diferenciam de outros gêneros literários. Essas características tornam o conto fantástico um gênero único e provocativo, permitindo que autores explorem o inexplicável e o irracional de maneiras que desafiam a percepção do leitor. Essa liberdade criativa é um dos aspectos mais atraentes do fantástico em comparação com outros gêneros literários.

Aqui estão as principais características do conto fantástico em comparação com outros gêneros:

1. Elementos Sobrenaturais

Fantástico: Introduz elementos sobrenaturais ou inexplicáveis em um cenário cotidiano, desafiando a lógica. A busca por entender quem somos, muitas vezes através de experiências sobrenaturais ou transformações.

Realismo: Foca em eventos plausíveis e cotidianos, sem a presença do sobrenatural.

2. Ambiguidade

Fantástico: Cria incerteza sobre a veracidade dos eventos, deixando o leitor em dúvida quanto à realidade.

Ficção Científica: Geralmente estabelece regras claras sobre seu universo, com explicações lógicas para os fenômenos.

3. Atmosfera

Fantástico: Utiliza uma atmosfera de mistério e tensão, frequentemente com descrições vívidas que evocam sensações de estranhamento.

Narrativa Realista: Foca em uma ambientação familiar e reconhecível, com menos ênfase na criação de uma atmosfera de suspense.

4. Personagens e Psicologia

Fantástico: Personagens frequentemente enfrentam dilemas internos e crises existenciais, refletindo sobre suas identidades e medos. A exploração de medos primordiais, como o medo da morte, da solidão ou do desconhecido, muitas vezes personificados em criaturas ou situações fantásticas.

Literatura de Aventura: Foca mais na ação e no desenvolvimento da trama do que na profundidade psicológica dos personagens.

5. Quebra da Lógica

Fantástico: Aceita a irracionalidade como parte da narrativa, permitindo que eventos impossíveis ocorram.

Gêneros como o Realismo Mágico: Embora também misturem o real e o fantástico, geralmente mantêm uma lógica interna que explica as ocorrências extraordinárias.

6. Exploração de Temas Filosóficos

Fantástico: Muitas vezes aborda questões existenciais, como a natureza da realidade e a condição humana.

Romance Histórico: Foca em eventos e contextos históricos, com menos ênfase em questões filosóficas profundas.

7. Estrutura Narrativa

Fantástico: Pode adotar estruturas narrativas não lineares ou fragmentadas, refletindo a confusão e o estranhamento. A manipulação do tempo, com narrativas que desafiam a linearidade ou exploram memórias distorcidas.

Ficção Tradicional: Geralmente segue uma estrutura mais linear e previsível.

Esses temas ajudam a dar profundidade às narrativas fantásticas, permitindo que os autores abordem questões existenciais e sociais de maneira única e provocativa.
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AUTORES PRINCIPAIS

Vários autores são reconhecidos por explorar temas recorrentes no conto fantástico. Aqui estão alguns deles, junto com suas contribuições:

1. Edgar Allan Poe
Temas: Medo, identidade, alienação.
Obras: "O Corvo", "O Gato Preto".

2. H. P. Lovecraft
Temas: O desconhecido, medo, insignificância humana.
Obras: "O Chamado de Cthulhu", "A Cor que Caiu do Céu".

3. Jorge Luis Borges
Temas: Realidade e ilusão, tempo e memória.
Obras: "A Biblioteca de Babel", "O Jardim dos Caminhos que se Bifurcam".

4. Clarice Lispector
Temas: Identidade, alienação, autoconhecimento.
Obras: "A Paixão Segundo G.H.", "A Hora da Estrela".

5. Angela Carter
Temas: Crítica social, transformação, o sobrenatural.
Obras: "A Companhia de Lobos", "O Conto da Aia".

6. Franz Kafka
Temas: Alienação, identidade, transformação.
Obras: "A Metamorfose", "O Processo".

7. Italo Calvino
Temas: Realidade e ilusão, o sobrenatural.
Obras: "As Cidades Invisíveis", "Se um Viajante numa Noite de Inverno".

8. Shirley Jackson
Temas: Medo, isolamento, crítica social.
Obras: "A Assombração da Casa da Colina", "A Loteria".

9. Ray Bradbury
Temas: O desconhecido, crítica social, tempo.
Obras: "As Crônicas Marcianas", "Fahrenheit 451".

10. Neil Gaiman
Temas: O sobrenatural, identidade, transformação.
Obras: "Deuses Americanos", "O Oceano no Fim do Caminho".
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COMO ESCREVER UM CONTO FANTÁSTICO

Escrever um conto fantástico envolve uma mistura de criatividade e estrutura. Aqui estão algumas etapas e dicas para te ajudar:

1. Escolha um Tema
Pense em temas universais, como identidade, medo, ou transformação. O que você quer explorar?

2. Crie um Mundo Fantástico
Desenvolva um cenário que desafie a lógica do mundo real. Pode ser um lugar mágico, uma dimensão alternativa ou uma versão distorcida da realidade.

3. Personagens Cativantes
Crie personagens com profundidade. Eles podem ser humanos, criaturas fantásticas ou até mesmo objetos animados. Dê a eles motivações e conflitos internos.

4. Introduza Elementos Sobrenaturais
Incorpore fenômenos inexplicáveis ou mágicos. Isso pode ser um objeto poderoso, uma criatura mítica ou uma habilidade sobrenatural.

5. Crie um Conflito
Todo conto precisa de um conflito. Pode ser interno (um dilema pessoal) ou externo (um antagonista ou uma força que ameaça o mundo).

6. Ambiguidade e Mistério
Mantenha um tom de incerteza. O leitor deve se questionar sobre a realidade dos eventos. Isso adiciona profundidade e provoca reflexão.

7. Desenvolva a Narrativa
Estruture a história em três partes: introdução, desenvolvimento e conclusão. Apresente o cenário, desenvolva o conflito e, finalmente, resolva a trama.

8. Explore Temas Profundos
Use a fantasia como uma metáfora para questões existenciais, emocionais ou sociais. Isso dá peso à sua narrativa.

9. Revise e Edite
Após escrever o primeiro rascunho, revise. Verifique a coerência da história, o desenvolvimento dos personagens e a fluidez da narrativa.

10. Leia Referências
Leia contos fantásticos de autores consagrados. Isso ajudará a entender diferentes estilos e abordagens dentro do gênero.

Dicas Adicionais:

Use Descrições Vivas: Evite generalizações. Descreva os sentidos (visão, som, cheiro) para criar uma atmosfera envolvente.

Mantenha o Ritmo: Equilibre cenas de ação com momentos de reflexão.

Inspire-se em Mitos e Lendas: Muitas histórias fantásticas têm raízes em mitologias. Isso pode fornecer uma base rica para sua narrativa.

Fonte: José Feldman. Dissecando a magia dos textos: Contos e Crônicas. Maringá/PR: IA Poe.  Biblioteca Voo da Gralha Azul. 2024.

segunda-feira, 30 de setembro de 2024

Dicas de escrita (O Conto de Fadas)


O conto de fadas passou por uma evolução significativa ao longo dos séculos, refletindo mudanças culturais, sociais e literárias. Aqui estão alguns dos principais aspectos dessa evolução:

Começaram como histórias orais, transmitidas de geração em geração. Essas narrativas muitas vezes continham ensinamentos morais e eram utilizadas para entreter e educar.

No século XVII e XVIII, com a escrita, autores como Charles Perrault e os irmãos Grimm começaram a coletar e formalizar essas histórias. Perrault, em particular, adaptou contos como "Cinderela" e "Chapeuzinho Vermelho", acrescentando uma moral explícita.

Nos primeiros contos de fadas escritos, a moralidade era um aspecto central. As histórias frequentemente traziam lições sobre virtudes e comportamentos desejáveis.

No século XIX, durante o Romantismo, os contos de fadas passaram a explorar temas mais profundos, como a psicologia dos personagens e a luta interna entre o bem e o mal. Autores como Hans Christian Andersen introduziram elementos mais sombrios e complexos.

Nos séculos XX e XXI, com o advento do cinema e da televisão, os contos de fadas foram reinterpretados em novas mídias. Disney, por exemplo, transformou muitos contos clássicos em animações, suavizando temas sombrios e enfatizando finais felizes.

Nos últimos anos, muitos autores têm reimaginado contos de fadas, subvertendo suas narrativas tradicionais. Obras como "Ferro e Sangue" de Philip Pullman e "A Rainha Vermelha" de Victoria Aveyard oferecem novas perspectivas e críticas sociais.

Contos de fadas de diversas culturas começaram a ganhar destaque, mostrando a riqueza e a diversidade das narrativas ao redor do mundo. Isso levou à inclusão de novas vozes e experiências na tradição dos contos de fadas.

A análise feminista trouxe uma nova luz aos contos de fadas, questionando as representações de gênero e propondo versões que empoderam as personagens femininas, como em "As Crônicas de Nárnia" de C.S. Lewis.

A evolução dos contos de fadas reflete não apenas as mudanças nas expectativas e valores sociais, mas também a adaptação dos contos às novas realidades e à diversidade cultural. Essa forma literária continua a se reinventar, mantendo sua relevância ao longo do tempo.

São profundamente influenciados por elementos culturais específicos de diferentes regiões do mundo. Aqui estão alguns dos principais fatores que moldam essas narrativas:

1. Tradições e Mitos Locais
Contos de fadas frequentemente incorporam mitos e lendas locais. Por exemplo, os "Contos de 1001 Noites" refletem a rica tradição oral do Oriente Médio.

2. Valores e Moralidades
Os valores culturais, como respeito à família, honra e coragem, são frequentemente refletidos nas lições morais dos contos. Na cultura africana, muitos contos enfatizam a sabedoria dos anciãos.

3. Religião e Espiritualidade
Elementos de crenças religiosas podem aparecer, como em contos europeus que incluem figuras como fadas ou demônios, muitas vezes simbolizando o bem e o mal.

4. Estruturas Sociais e Hierarquias
A representação de classes sociais e papéis de gênero varia amplamente. Em muitos contos ocidentais, princesas são frequentemente salvas por príncipes, enquanto contos de outras culturas podem apresentar heroínas mais ativas.

5. Clima e Ambiente Natural
O ambiente natural também influencia o desenvolvimento das histórias. Contos nórdicos, por exemplo, frequentemente incluem elementos da natureza rigorosa, como florestas densas e invernos rigorosos.

6. História e Política
Eventos históricos, como guerras ou colonizações, muitas vezes moldam as narrativas. Contos de fadas da Europa medieval refletem as tensões sociais e políticas da época.

7. Interação Cultural
A globalização e a troca cultural levaram à adaptação de contos de fadas. Por exemplo, versões ocidentais de contos orientais podem incorporar elementos de diferentes tradições.

8. Estilo e Forma Literária
Diferentes regiões têm estilos únicos de contar histórias. A oralidade é mais prevalente em algumas culturas, enquanto outras possuem uma rica tradição escrita.

9. Simbolismo e Arquétipos
Certos símbolos, como a maçã em "Branca de Neve", podem ter significados variados em símbolos, como a maçã em "Branca de Neve", podem ter significados variados em diferentes culturas, refletindo crenças e valores locais.

Esses elementos culturais não apenas enriquecem os contos de fadas, mas também ajudam a transmitir a identidade e a moral das sociedades em que essas histórias são contadas. A diversidade dos contos de fadas ao redor do mundo é um testemunho da criatividade humana e da complexidade das experiências culturais.

Escritores que abordam os Contos de Fadas

Charles Perrault (1628-1703)
Introduziu a forma escrita dos contos de fadas. Suas histórias, como "Cinderela" e "Chapeuzinho Vermelho", são conhecidas por suas lições morais e finais didáticos.

Irmãos Grimm (1786-1859, 1789-1863)
Coletaram e adaptaram contos populares da tradição oral alemã. Suas versões, como "Branca de Neve" e "Rapunzel", frequentemente contém elementos sombrios e moralidades complexas.

Hans Christian Andersen (1805-1875)
Conhecido por suas histórias poéticas e emocionais, como "A Pequena Sereia" e "A Rainha da Neve". Seus contos muitas vezes exploram temas de amor, sacrifício e transformação.

Oscar Wilde (1854-1900)
Escreveu "O Príncipe Feliz" e outros contos que misturam humor e crítica social, apresentando personagens trágicos e reflexões sobre a natureza humana.

Monteiro Lobato (1882-1948)
Criou contos de fadas adaptados ao contexto brasileiro, como "A Menina do Narizinho Arrebitado". Suas histórias combinam elementos da cultura popular com críticas sociais.

Ana Maria Machado (1941-)
Autora contemporânea que escreveu contos de fadas modernos, como "O Mágico de Oz" adaptado. Suas narrativas muitas vezes incorporam temas de empoderamento e diversidade.

Ruth Rocha (1931-)
Escreveu contos que misturam fantasia e realidade, como "A História de Páscoa". Seus textos são acessíveis e educativos, com foco em valores como amizade e solidariedade.

Lia Zatz (1944-)
Conhecida por suas adaptações e criações originais de contos de fadas que abordam questões sociais e emocionais, trazendo uma perspectiva contemporânea para a narrativa.

Como escrever um conto de fadas

Escrever um conto de fadas envolve a combinação de elementos clássicos com criatividade e originalidade. Aqui estão algumas etapas, exemplos e dicas para ajudar nesse processo:

1. Escolha um Tema Central
Exemplo: O amor verdadeiro, a coragem, ou a luta entre o bem e o mal.

Dica: Defina a mensagem ou moral que você deseja transmitir. Por exemplo, um conto sobre coragem pode contar a história de um personagem que enfrenta seus medos.

2. Crie Personagens Arquetípicos
Príncipe, princesa, vilão, ajudante mágico.

Dica: Utilize arquétipos clássicos, mas adicione profundidade. Por exemplo, crie uma princesa que não espera ser salva, mas que luta por seu próprio destino.

3. Estabeleça um Mundo Mágico
Florestas encantadas, castelos, reinos distantes.

Dica: Descreva o ambiente de forma vívida. Um reino pode ser cercado por uma névoa mágica que esconde perigos e maravilhas.

4. Introduza um Conflito
Um vilão que ameaça o reino ou um encantamento que precisa ser quebrado.

Dica: O conflito deve ser claro e motivar a jornada do protagonista. Por exemplo, uma bruxa que sequestra a irmã do herói.

5. Desenvolva a Jornada do Herói
 O herói deve superar desafios e aprender lições ao longo do caminho.

Dica: Inclua ajudantes e testes. Por exemplo, o herói pode encontrar um animal falante que lhe dá conselhos ou um objeto mágico que o ajuda em sua missão.

6. Inclua Elementos Mágicos
Feitiços, objetos encantados, criaturas mágicas.

Dica: Use a magia para avançar a trama e criar surpresas. Um espelho mágico que mostra o futuro pode ser um ótimo recurso.

7. Conclua com uma Resolução Clara
O bem triunfa sobre o mal, ou o herói aprende uma importante lição.

Dica: A conclusão deve oferecer satisfação e reforçar a moral da história. Por exemplo, a princesa se torna rainha e governa com justiça após derrotar a bruxa.

Dicas Finais

Use uma linguagem simples e poética: Contos de fadas muitas vezes têm um ritmo lírico.

Incorpore repetição: Frases repetidas podem criar um efeito encantador.

Seja criativo com a moral: Evite lições óbvias; busque nuances que convidem à reflexão.

Seguindo essas etapas e dicas, você pode criar um conto de fadas envolvente e significativo que ressoe com leitores de todas as idades.
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EXEMPLO DA ESTRUTURA DO CONTO ABAIXO:

Título: A camundonga corajosa

Tema: Coragem e autoafirmação.

Personagens:
Camundonga Matilda (protagonista)
Bruxa Maligna Clotilde (vilã)
Corvo Tomás (sábio)

Mundo: Um reino cercado por uma floresta mágica e misteriosa.

Conflito: A Bruxa Maligna lança um feitiço que transforma os animais em pedra.

Jornada: Matilda decide enfrentar a bruxa. Na floresta, ela encontra o corvo Toby, que lhe dá um conselho. Ela enfrenta desafios, criados pela bruxa.

Resolução: Com coragem, Matilda derrota a bruxa. Ela aprende que a verdadeira força vem de dentro,.

Fonte: José Feldman. Dissecando a magia dos textos: Contos e Crônicas. Maringá/PR: IA Poe.  Biblioteca Voo da Gralha Azul. 2024.

domingo, 29 de setembro de 2024

Dicas de escrita (Tipos de contos)

Os contos são uma forma literária rica e diversificada, e podem ser classificados em várias categorias.

1. Conto Fantástico
Apresenta elementos sobrenaturais, instigando o leitor a questionar a lógica da narrativa.

Jorge Luís Borges — seus contos frequentemente exploram temas de labirintos e realidades alternativas, como em "A Biblioteca de Babel".

2. Conto de Horror
Foca em provocar medo ou angústia, frequentemente envolvendo o sobrenatural ou o grotesco.

Edgar Allan Poe — conhecido por contos como "O Corvo" e "O Gato Preto", que exploram a psicologia do terror.

3. Conto Realista
Foca na representação fiel da vida cotidiana e das experiências humanas.

Anton Tchekhov — seus contos, como "A Dama do Cachorrinho", retratam a vida comum com profundidade emocional.

4. Conto de Fadas
Inclui elementos mágicos e geralmente possui uma moral ou lição.

Hans Christian Andersen — conhecido por contos como "A Pequena Sereia", aborda temas de amor, sacrifício e transformação.

5. Conto Policial
Narrativas que giram em torno de um crime ou mistério, com a resolução sendo um elemento central.

Agatha Christie — seus contos e romances, como "O Assassinato de Roger Ackroyd", são famosos por suas intrincadas tramas de mistério.

6. Conto de Amor
Foca nas relações amorosas, suas complexidades e nuances, geralmente com um desfecho emocional.

Guy de Maupassant — seus contos, como "Bola de Sebo", exploram a natureza do amor e do desejo.

Carolina Maria de Jesus – "Quarto de Despejo", narra experiências de amor e desamor em um contexto de pobreza.

7. Conto de Humor
Busca provocar riso e divertimento, muitas vezes através de situações absurdas ou personagens caricatos.

Mark Twain — contos como "As Aventuras de Tom Sawyer", combinam humor com crítica social.

8. Conto Social
Aborda questões sociais, políticas ou culturais, muitas vezes com um viés crítico.

Machado de Assis — contos como "A Cartomante" refletem as tensões sociais e morais do Brasil do século XIX.

9. Conto Surrealista
Apresenta imagens e situações que desafiam a lógica e a razão, muitas vezes explorando o inconsciente.

Franz Kafka - contos como "A Metamorfose" exploram realidades absurdas e a alienação humana.

Julio Cortázar — em "A Casa Tomada", utiliza uma narrativa não linear e surrealista.

10. Conto de Aprendizado 
Foca no crescimento e desenvolvimento do protagonista.

J.D. Salinger — "O Apanhador no Campo de Centeio" é um exemplo de crescimento emocional e autodescoberta.

11. Conto de Viagem
Envolve aventuras em locais exóticos, refletindo sobre cultura e experiência.

Jack Kerouac — "On the Road" (embora um romance, tem elementos de conto de viagem) captura o espírito da exploração.

12. Microconto
 Narrativa extremamente curta, onde cada palavra conta.

Augusto Monterroso — "Quando acordei, o dinossauro ainda estava lá." é um exemplo famoso de microconto.

13. Conto histórico
Ambientado em um período histórico específico, explorando eventos, figuras ou contextos do passado.

José Saramago - contos que, embora não sejam sempre históricos, frequentemente refletem em suas narrativas as questões do tempo e da memória.
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Na continuação, explanaremos mais profundamente sobre cada um dos tipos de contos e seus expoentes.

Fonte: José Feldman. Dissecando a magia dos textos: Contos e Crônicas. Maringá/PR: IA Open.  Biblioteca Voo da Gralha Azul. 2024.