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quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

Solange Colombara (Ramalhete de Versos) 6: Spinas

AMANHECE...

Imagem da vida 
é fonte divina,
uma doce magia.

Desenhada no céu, exala poesia 
de um tesouro perdido, exaurido
no crepúsculo, aplaudindo o dia.
Profetizando, o sino repica, doa
no amanhecer uma doce alegria. 
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DEPOIS DA CHUVA 

Gorjeios no arco-íris 
encantam aos olhos,
fluem no entardecer,

aquietando todo o meu ser.
Em um relance de nuances 
carmins, a vida é benquerer.
As marcas da chuva secam
sem pressa, até o alvorecer.
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INTUIÇÃO 

Enquanto meu eco
levita com sutileza
sobre os corrimões,

ouço sons, talvez meras ilusões 
que emaranhados entre os vãos, 
tentam livrar-se de seus grilhões.
Fitando um soalho bem cuidado,
sinto vida em outras dimensões.
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O SOM DO SILÊNCIO 

Ouvindo meu silêncio,
liberto este momento
disfarçado em dilema,

em um aroma de alfazema. 
A vida devolve em sorrisos
a esperança, abre a algema
do meu silêncio, que enreda
linhas de um singelo poema.
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PRIMAVERA 

Invernos chuvosos saem
levando apenas saudade, 
deixando ilusões serenas.

São brisas amenas que valsam
no jardim intenso da primavera,
um beijo nas pétalas pequenas.
Os vestígios carmins das rosas
serão versos das futuras cenas.
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REENCONTRO

Exalas cada manhã 
tuas cores, pairando 
nas esquinas frias 

ilusões, ou serão velhas poesias?
Um badalar do sino, timidamente, 
anuncia em vozerios, tuas magias
ou será um poeta (re)descobrindo 
este renascimento todos os dias?
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SEMENTE

Renasço cada manhã,
ecoando em silêncios
esta intensa sensação

de sentir-se viva, uma ilusão
em que fragmentos da alma
unem-se aos ecos no chão,
germinando de novo a vida...
abraçando a voz do coração.
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Observação sobre o Spina: é um poema de duas estrofes. A primeira de três versos com três palavras, obrigatoriamente, iniciada por uma acepção trissílaba. Ex: valente.

A última palavra desta estrofe rimará sempre com a última do terceiro e quinto versos, não havendo obrigatoriedade de rimar com a primeira. 

– Palavras compostas com e sem hífen são censuradas no início do poema. Da mesma forma que a ênclise e a mesóclise
– O último verso da primeira estrofe rimará sempre com o terceiro e quinto verso da segunda estrofe
– O título e a métrica são opcionais. Ao optar pela métrica regular, não se deve, jamais, alterar a quantidade de palavras dos versos com o intuito de alcançar a métrica desejada.
– As conjunções: mas, e, porém, no entanto, entretanto, pois, todavia, contudo, são todas proibidas.
– As palavras compostas por hífen são contadas como uma única acepção. As compostas sem hífen são contadas individualmente.
– Somente se utilizam palavras iguais nas rimas quando os seus significados forem diferentes; não são permitidas rimas imperfeitas nas sequências obrigatórias.

Fonte: Enviados pela poetisa.

domingo, 27 de fevereiro de 2022

Ana Meireles (Caderno de Spinas)

CODINOME

Aturde meu corpo
velhas, renitentes dores.
Nenhuma tem nome.

Chegam sorrateiras, roubam meu descanso,
deitam sobre mim, são pesadas;
Querem subtrair até minha fome,
meus desejos, sonhos, minha alma
que suplica analgesia, um codinome.
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DIAS DE RENASCER...

Auroro minha vida
pensando como parir
dias de renascer.

Ouço tocar aquela música bonita
que lembra ilusão, desejos, sonhos,
tempo que passou; melhor esquecer!
Nos planos de agora, mansidão,
a quietude para saber viver.
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EFEMERIDADES!

Visitei teus olhos,
neles vi sonhos,
tristezas manchadas, saudades!

Um verbo que morreu sufocado
estrangulado, desdenhado por um amor
aprazível aos manejos das impetuosidades.
Os furacões que suplantam razões
guiam-se volúveis na paixão: efemeridades.
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OLHAR DISTANTE!

Sensível demais sou,
doem-me as lembranças,
o tempo passa...

Rastreia meu deserto, páginas alheias
que me doem, rumo incerto...
Na pele que resseca, argamassa!
Sobre a ferida, uivo silenciosa,
Um olhar distante me perpassa.
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PEQUENO COLIBRI

Esperei teu beijo,
meu pequeno colibri,
o dia inteiro.

Quanta falta faz teu carinho,
o teu amor me visitando
na solidão esquecida deste canteiro.
Espero-te com orvalho nas pétalas,
ansiando tua chegada, "seu" beijoqueiro.
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ROSTOS RISONHOS

Sorrisos de Sol
embalam as memórias:
Primaveras de antanho.

Povoam de imagens, rostos risonhos,
coloridos sonhos; alegres crianças brincando...
Bebem alegria sem medir tamanho.
Olhares vividos, bailando, rodopiando animados…
Cabelos esvoaçando, tons de castanho.
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TUAS MÃOS

Perfeitas são tuas
Mãos macias, ágeis
Quando me acariciam

Logo me fazem desejar mais!
Implorar que não parem; deslizam
Sobre meu corpo, ensaiando... Prefaciam
O texto dos nossos desejos
Encobertos nos gestos que evidenciam.
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VESTIDA DE POESIA, SOU
AMOR, FANTASIA, PAIXÃO!


Imagens, melodia, paixão,
vestem minha vida,
revelam-me em poesia.

Sou de nome, combustão forte,
bailo nas músicas das sensações,
sinto na pele misteriosa ventania,
que sopra nos dias, paz.
Amar e renovar-se em alegria.