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sexta-feira, 13 de abril de 2012

Concurso Cultural 'Porto Alegre, meu lugar' (Cronicas Vencedoras)

As três melhores crônicas:

"Sobre Porto Alegre", de Gabriel Braga Zarth, 17 anos;

"Porto Alegre, Paris de Minha Infância", de Maria Lenira Souza Pereira, 57;

"Porto Alegre, Meu Lugar", de Ricardo José de Souza Almeida, 50.

Fontes:
http://www.correiodopovo.com.br/
http://concursos-literarios.blogspot.com

Concurso Cultural 'Fábrica de Poesia' (Resultado Final)

LIMERIQUE

1º LUGAR - Elton C. A. Júnior (Bauru - SP)
2º LUGAR - Tatiane Panzarini Labliuk (Pirapora do Bom Jesus - SP)
3º LUGAR - Vera Lúcia Scherer (Rio Grande - RS)

HAICAI

1º LUGAR - Altair Cachone (Londrina - PR)
2º LUGAR - Sérgio Bernardo (Nova Friburgo - RJ)
3º LUGAR - Samantha Costa de Sousa (Paragominas - PA)

CORDEL

1º LUGAR - Arlene Moreira Rodrigues (Belo Horizonte - MG)
2º LUGAR - Elenir Ferreira Nunes Gonçalves (Buritizeiro - MG)
3º LUGAR - Roque Aloisio Weschenfelder (Santa Rosa - RS)

SONETOS

1º LUGAR - Rosane Granja Fernandes (Petrópolis - RJ)
2º LUGAR - Francisca Alana Araújo Aragão (Sobral - CE)
3º LUGAR - Leandro Raimundini (Batatais - SP)

Fontes:
http://educarparacrescer.abril.com.br/concurso-cultural/fabrica-de-poesia/resultado.shtml
Http://concursos-literarios.blogspot.com

domingo, 2 de outubro de 2011

Varal de Poesias da UNIFAMMA, de Maringá (Poesias Finalistas)


1. lugar:

PATCHWORK
Perpétua Conceição da Cunha Amorim (Franca, SP)


Cá com os meus botões
Alinhavo sentimentos rotos
Num emaranhado de cores
Desafiando o tempo e as diretrizes
Abarrotados de promessas descumpridas
Cinzas de um carnaval vencido
Sem data
Sem valia

Com linha de cor forte
Cirzo as emendas do ontem
Num tecido fino de espera.
Desenho arabescos
E sigo o ponto atrás das correntes
Sem nó
Sem dó

Cá com as minha dúvidas
Teço os dias e desfaço as noites
Com agulhas impiedosamente cegas.
A rotina sangra-me as mãos
Sangrando continuo
Sem prumo
Sem rumo

2º lugar

DICIONÁRIO
Lucas Corrêa Mendes (Araguaína To)


Vindo da uva, vinho tinto,
Quebra do ovo, vida do pinto,
Busca do álcool, alcance da fuga,
Sina do copo, bebida à culpa.

O risco que desce o rapel,
O risco que mancha o papel,
O que descreve o próprio umbigo,
O que escreve o ambíguo.

A pele da presa na unha do predador,
A fé presa na palavra do pregador,
O peso da amizade que se preza,
O preço da novidade que prega peça.

A venda que cobre os olhos do vendado,
A venda que cobra o valor do vendido,
A escolha que provoca o rejeitado,
A escola que promove o escolhido.

Ter sorte pra ser mais amado,
Ser forte pra ter menos risco,
A fala que manifesta o falado,
A falha responsável pelo falido.

O freio da beleza, baque da imagem,
O feio da leveza, peso sem gravidade,
O feito certeiro e ultrapassado virou “ex-ato”,
O defeito, eterno condenado, foi humanizado.

O desejo tímido é “sub-atração”,
A antipatia em demasia é “multi-implicação”,
A atitude, nua, sem endereço, não alcançada,
A altitude do baixo da rua pro tropeço no engano da calçada.

A palavra que, distraída, emudece o ato,
A razão, que se diz traída, muda o que falo,
O som da palavra que combina...
Equivale ao poder da rima.

3º lugar

POEMINHA PRA QUEM TEM MEDO DE AMAR
Andréa Cristina Francisco (Mogi das Cruzes, SP)


Quem tem medo de amar
tem coração que nem coração de passarinho
que se assusta fácil
e sai voando fugido

É menino triste
que pensa que Amor é gaiola

- Amor é gaiola não, menino,
gaiola é medo
Respira firme
que Amor é ipê!

4º lugar

FANTASMAS
Simone Alves Pedersen (Vinhedo, SP)


Com o passar dos anos:
A minha biografia amarelou
Como meus dentes;
A memória embranqueceu
Como meus cabelos;
O passado escureceu
Como o futuro.
Os filhos cresceram
Casaram-se e mudaram-se.
O cachorro morreu.
O gato também.
Até o pó se retirou
Para lugares onde abrem as janelas.
A televisão antes me incomodava,
Agora preciso de aparelho para ouvi-la,
Minha única companhia.
Não tenho mais bagunça para organizar,
Não recebo visitas para me estressar,
Não gasto com pizzas nem refrigerantes,
Que sumiam nas mãos dos adolescentes.
Nem o telefone toca.
O despertador sim! Faço questão de saber que horas são...
Apesar de dormir menos com o passar dos anos
E estar acordada quando o galo acorda o relógio,
Tenho um rádio que fica ligado o dia todo.
As vozes dos radialistas afastam os meus fantasmas,
Que ficam espreitando, esperando,
A hora que me deito...
É quando eles se aproximam.
Sentam-se na minha cama,
Seguram a minha mão e choram comigo.
O nome deles?
Arrependimento, fracasso e solidão.

5º lugar

DE SECAS E VERDES
Francisco Ferreira (Betim, MG)


Cantador, se quiseres cantar;
vê que te não aconselho,
os tempos são difíceis!
Mas se imperativo for,
que cantes aleluias
às alegrias da chuva nova
na poeira velha e o cheiro bom
do bom barro de telha branco.
Ou o ocre dos ceramistas,
o branco das terracotas
e o ocre dos santeiros
nos cheiros molhados dos terreiros.

Não é que te queira ensinar
o ofício – de padre dizer missa –
(longe de mim).
É que os tempos são de seca,
são difíceis.
O mundo está sinistro.
Digo isto só para parecer mais jovial.

Mas se quiseres calar
(veja que não te censuro)
se acaso, porém, insistires,
que cantes a paz.
As harmonias de abelhas e vespas
e formigas em seu fatigar
– operárias em construção –
na produção de alimentos
e no tornar fronteiras mais seguras.
Vidas mais úteis, vidinhas miúdas...
Ah, cantador, se os governos
fossem assim, tão eficientes!
Seríamos formigas maiores
e mais úteis, te garanto!
E nossas vidas, melhores.

Não que me queira queixar
é que a seca destes tempos sombrios
tornou agreste a minha alma
e desertificou o meu espírito.
O nosso destino de veredas
é alimentar rios.

Se, calado, quiseres cantar e depois emudecer,
(veja que não te pressiono, nem apresso),
já que, por ti, tenho tanto apreço.
É que nestes tempos secos
de dificuldades, cantar é dorido.

Mas se, de todo, quiseres te expressar,
que cantes jardins
belezas de moral em cachos,
canteiros floridos de ética,
floradas de justiça
e leiras e leiras de democracia.

Não é que te queira
dizer o que dizer.
É que aqui, ao sul do equador,
são tempos de seca,
qualquer fagulha pode atear incêndios
e tiranias.

6º lugar

CENA MUDA
Nelsi Inês Urnau (Canoas, RS)



Século vinte e um
Família – pedaços. Laços... nenhum!
Às vezes, tantas, se amedrontam...
Não se reúnem, nem unem,
se encontram, se defrontam
conhecidos, estranhos... e a televisão.
Chiclete, bocejo, silêncio, tensão...

Olhos furtivos, lampejos, desejos
pescando imagens. Vidas em conflito,
entre cifras e delitos
de vazios, brios sem fulgor,
incertezas, tristezas e dor...
Em histórias tão banais, tão iguais!

Ceia muda... não há o que dizer.
Ora! Hora assim, tudo perde o sentido.
Qualquer palavra diz pouco
qualquer gesto, risco torto
que inflama a chama
vulcão ambulante morto...

A cena muda
adormece ao cair da chuva.
Enquanto à massa os corpos se reduzem,
as mentes se acalmam e se esquecem...
enquanto a vida continua
disparada na luta crua
em contínua cena muda.
É século vinte e um.

7º lugar

FÚRIA ESCREVINA
Rômulo César Lapenda Rodrigues de Melo (Joinville, SC)


Escrever, escrever furiosamente como quem tem um dragão no intestino, cheio de dor de dente, escrever silenciosamente no silêncio que só o solitário sente, com torpor, com loucura e escrever, escrever, e só depois pensar em viver, a sorrir, a chorar, a sofrer, usar a borracha para morrer no silêncio temente, acordar para escrever, beber, cheirar letras em pó, escrever com a sede dos bêbados, com as ideias dos loucos, com a exata amoralidade dos psicopatas, dormir só para poder não morrer e morrendo de escrever vencer a próxima página, com a imprecisão desconcertante dos gênios, a pureza dos gentios, a safadeza das diabas, a podridão dos vermes, com a segurança dos equilibristas cegos, a pujança dos halterofilistas magros, escrever, escrever e depois apagar, rasgar folhas, costurá-las, remontá-las e escrever, e se for só a escrever, é depois remoer, ver as folhas voarem ao cesto sepulcro, regurgitar a bile no fundo da posta dormente do fígado, escrever feito demente e apagar, rasgar, escrever até o calo do dedo sangrar, escrever feito doente querendo remédio urgente, escrever sem nem pensar, roubando o dízimo da boca do crente, escrever suicidamente, feito cervo na beira do rio, esperando a bocada do crocodilo, escrever mesmo sem pé, nem cabeça doida fervente, os pensamentos dessa nossa gente, escrever, apagar, escrever, mais tarde refogar no caldeirão dos inconsequentes, ser canibal da própria mente, exorcista da alma, pinça em bicho de pé, ataque de tubarão branco, escrever desavisadamente, como quem anda à beira do precipício, cai e na queda, sem suplício, escreve o cair na poeira, e parado ao chão cansado da madrugada inteira, quando nada restar, nem a sobrancelha, há de haver uma letra brilhando pungente.

8º lugar

AH! MAR
Hernany Luiz Tafuri Ferreira Júnior (Juiz de Fora, MG)


ah! mar
inunda-me sem limites
sê céu
sê água
horizonte bem ali adiante.

ah! mar
falta-me coragem
para ser pirata
nesta viagem
hastear bandeira –
busca certeira por teus tesouros –
intenso aceno com lenço
imagem de que não me esqueço
oh! mar imenso
em terra firme permaneço.

mineiro desconfiado
contento-me com água de coco
enquanto contemplo
mar em tudo quanto é lado.

e de sereia em sereia
serei sempre um bobo
que não sairá da areia!

9º lugar

PÉS
Hernany Luiz Tafuri Ferreira Júnior (Juiz de Fora, MG)


Alumbrado,
calado,
caminho apoiado
na palavra
pé:
pé direito à frente
do esquerdo, depois
atrás do pé de
vento que
balança o pé
de fruta: pé
de moleque
descalço, no
encalço da ilusão:
em pé de guerra,
pede para amarrar
o cadarço e continua,
passo a passo,
a subir o pé
de feijão.

10º lugar

MEMÓRIAS
Denivaldo Piaia (Campinas, SP)


O quadro-negro da memória
Guarda frases rabiscadas:
Não pode...
Não deve...
Educação cercada de muros,
Tranca nas portas, vidraças opacas,
Medo.
Incoerentes correntes
Aprisionam sonhos e voos,
Pés pretos de branco jugo
E as porteiras.
Atam mãos sossegadas às suas almas mortas,
Janelas bocejando ao sol fresquinho da manhã.
E o vento venta,
Sopra segredos,
Range lamentos.
Revela histórias e lendas,
Esparrama glória pelas sendas
Assoviando em quinas,
Indiferente, nas esquinas.
Venta vento, ventania,
Em desbocada poesia.
Que leve tudo para bem longe
Soprando nuvens para reinventar formas.
-----

Fonte:
Simone Pedersen

sábado, 26 de março de 2011

II Concurso de Trovas Antônio Roberto Fernandes – Academia Pedralva


VENCEDORAS
Em ordem alfabética

Noel Rosa, agora empresta
ao céu, mais encanto e brilho!...
Que Deus em noite de festa
aplaude as canções do seu filho!
Adilson Maia – Niterói-RJ

Sem Noel Rosa, a verdade,
é uma dor que não tem jeito,
do tamanho da saudade
que nem cabe em nosso peito.
Almerinda F. Liporage – Rio de Janeiro-RJ

As estrelas “Pastorinhas”
na piscadela amorosa
vão soprando as cem velinhas,
que festejam Noel Rosa!
Dirce Montechiari – Nova Friburgo-RJ

Um novo mestre no céu...
De Noel Rosa, a lição:
Harpas deixadas ao léu,
Anjos tocando violão!
Dodora Galinari – Belo Horizonte-MG

Ausente o rei da seresta
chora a Vila pesarosa...
Mas Deus recebe com festa
o seu filho, Noel Rosa!
Elen de Novaes Felix – Niterói-RJ

De Noel Rosa a lembrança
sempre traz grande emoção:
-Saudade que vive mansa,
com “Feitio de Oração”!...
Hermoclydes S. Franco – Rio de Janeiro-RJ

Na Vila Izabel famosa
onde há cem anos nasceu,
o poeta Noel Rosa
foi rei num mundo plebeu!
Licínio Antônio de Andrade – Juiz de Fora-MG

Cem anos de Noel Rosa...
O povo se rejubila
e em seresta harmoniosa
louva o Poeta da Vila!
Marina Bruna – São Paulo-SP

Noel Rosa bem sabia
o que mata uma paixão:
a noite triste e sombria,
sem luar e sem violão.
Olympio da Cruz Simões Coutinho – Belo Horizonte-MG

Inspiração fabulosa,
veia irônica sutil;
os teus sambas, Noel Rosa,
têm a cara do Brasil!
Wanda de Paula Mourthé – Belo Horizonte-MG

MENÇÃO HONROSA
Em ordem alfabética

Tecendo versos e rimas
com bossa e facilidade,
Noel Rosa, em obras primas,
pôs samba até na saudade.
Almira Guaracy Rebelo – Blo Horizonte-MG

Que versos, que repertório!
Noel Rosa foi um “bamba”.
Foi um marco divisório,
na história de nosso samba!
Ederson Cardoso de Lima – Niterói-RJ

A mercê das emoções
Noel Rosa impressionou
com suas lindas canções
que o tempo nunca apagou.
Jupyra Vasconcelos – Belo Horizonte-MG

Noel de Medeiros Rosa,
que hoje canta lá no céu,
é a voz do samba, saudosa,
que encanta Vila Izabel.
Nei Garcez – Curitiba-PR

Noel Rosa com seu tino
e talento musical,
fez do samba seu destino
e tornou-se imortal.
Nei Garcez – Curitiba-PR

Noel Rosa, a tua essência
que ao centenário desdobra,
não mede a breve existência...
mas a grandeza da obra!!!
Neide Rocha Portugal - Bandeirantes-PR

Noel Rosa eternamente
ouvirá nossos louvores,
pois sempre estará presente
nas vozes de seus cantores!
Renata Paccola – São Paulo-SP

Atingindo o apogeu,
é verdade bem sabida:
Noel Rosa não morreu
-mudou o estilo de vida...
Ruth Farah Nacif Lutterback – Cantagalo-RJ

“Eu sou da Vila” proclama,
com orgulho, Noel Rosa!
O poeta ganhou fama
e a Vila ficou famosa!
Therezinha Dieguez Brisolla – São Paulo-SP

Ante o samba, que o fascina,
Noel Rosa nem vacila,
trocou logo a medicina
pelo “feitiço” da Vila.
Wandira Fagundes Queiroz – Curitiba-PR

MENÇÃO ESPECIAL
Em ordem alfabética


Noel Rosa, na viagem
além de um rico troféu,
levou sambas , bagagem
para Deus ouvir, no céu.
Adilson Maia – Niterói-RJ

Enaltecer Noel Rosa
simplesmente numa trova,
é missão muito espinhosa
que o trovador pôs à prova...
Amael Tavares da Silva – Juiz de Fora-MG

Noel Rosa, sem desgaste,
jamais teu brilho descamba...
em Vila Isabel fundaste
o Estado Maior do Samba!
Carolina Ramos – Santos -SP

Noel de Medeiros Rosa,
nascido em Vila Isabel,
mestre no verso e na prosa,
no samba - foi bacharel!
Djalda Winter Santos – Rio de Janeiro-RJ

Noel Rosa, quem diria,
sem cigarro e sem chapéu,
chegou só, sem parceria,
pra fazer samba no céu.
Francisco José Pessoa – Fortaleza-CE

Noel Rosa, esse talento,
partiu da Vila tão cedo...
Mas, por Noel, canta o vento
e dança até o arvoredo.
Hegel Pontes Juiz de Fora-MG

Noel Rosa, o menestrel...
que pôs feitiço no samba,
provou que a Vila Izabel
é terra de gente bamba!...
Jorge Roberto Vieira – Niterói-RJ

Calçadas em partituras,
Noel Rosa ali deixou,
sua Vila em escrituras
grande herança que ficou!
Lucia Helena de Lemos Sertã – Nova Friburgo-RJ

Noel Rosa, qual canário,
em nossa memória estrila
cantando, no centenário,
o seu Feitiço da Vilia!...
Marcos Antônio de Andrade Medeiros – Lagoa Nova, Natal-RN

Noel Rosa tem feitiço
nos sambas de qualidade
e louvá-lo é compromisso
dos sambistas de verdade!
Rodolpho Abbud –Nova Friburgo-RJ

Fonte:
Roberto Pinheiro Acruche

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Concurso Clube Da Simpatia 2009 - Portugal


Tema: NINHO

1º Prêmio
Não falte à criança um ninho,
não falte ao velhinho um lar;
e a ninguém falte carinho,
nem a alegria de amar!
António Augusto de Assis - Brasil

2º Prêmio
Há no futuro um caminho
por onde passa a esperança...
No passado existe um ninho
onde a saudade descansa!
Sebas Sundfeld – Brasil

3º Prêmio
O meu lar é o meu ninho,
bem recheado de afecto:
- O amor do meu filhinho
e a ternura do meu neto!
Maria de Lourdes Graça Cabrita – Portugal

MENÇÕES HONROSAS

No coração fiz um ninho
com fios de amor e bem,
pus-lhe dentro, com carinho,
as crianças de ninguém.
Glória Marreiros – Portugal

Em persistente trabalho,
um valente passarinho,
vence o medo do espantalho
e, nele, faz o seu ninho!...
Hermoclydes Siqueira Franco – Brasil

Quisera ser passarinho,
p’ra viver em liberdade
e poder voltar ao ninho,
quando sentisse… saudade!
Maria Madalena Ferreira – Brasil

Eu prezo tanto o meu lar
por ser aconchegadinho,
que chego mesmo a pensar
que é o céu, este meu ninho!
Fernando Máximo – Portugal
---------

Fonte:
Colaboração de A. A. de Assis

domingo, 30 de março de 2008

José Saramago (A Jangada de Pedra)

O romance se inicia com a narração de alguns casos insólitos - Joana Carda e a vara de negrilho, Joaquim Sassa e o arremesso de uma pedra ao mar, José Anaiço e os estorninhos e Pedro Orce e o tremor da terra e Maria Guavaira e o fio de lã - onde são interligados mais adiante na narrativa. A Península Ibérica acaba por se soltar do continente europeu. Joaquim Sassa fica sabendo do fenômeno ocorrido com José Anaiço, indo em sua procura para saber a correlação desses fatos com a desagregação da Península. Joaquim Sassa e José Anaiço partem em Dois Cavalos ( carro de Joaquim Sassa ) rumo à Venta Micena (Espanha) à procura de Pedro Orce , que sente constantemente a terra tremer. As autoridades, comprovando tal fenômeno, e, embora não consigam explicá-lo, pedem a Pedro Orce que não comente isso com ninguém. No encontro dos três, viajam à região fronteiriça da Espanha com a França para verem o fenômeno. Decidem por ir à Lisboa. A caminho da capital portuguesa, fazem uma pequena estada em Albufeira. O caos nesta e noutras cidades se torna generalizado. A população, sem ter moradia, começa a invadir os hotéis, que estão vazios por falta de turistas. Choques entre o povo e as tropas do governo geram um clima de intranqüilidade.

A parcela rica da Península ibérica acaba por abandoná-la, levando consigo boa parte de seus capitais por receio dos movimentos populares que aconteciam. Ao chegarem à Lisboa, hospedam-se no Hotel Bragança. O fenômeno dos estorninhos chama a atenção da imprensa, que descobre os nossos protagonistas. Manchetes nas redes de televisão, rádios e jornais levam as autoridades a buscarem Joaquim Sassa e Pedro Orce para averiguações. Joana Carda vai ao encontro do grupo por ser portadora de outro fenômeno (aludido no início do enredo). Joana Carda hospeda-se no Hotel Borges. O grupo empreende uma viagem à Ereira, onde Joana passou a viver depois de separada e se dá o fenômeno da vara de negrilho. Inicia-se um romance entre Joana e José Anaiço. Ao chegarem ao local do risco, encontram o Cão Constante, carregando um fio de lã azul à boca, que se junta ao grupo, afeiçoando-se a Pedro Orce. Os quatro seguem o cachorro que os leva à região da Galiza, hospedando-se no caminho na casa de Joaquim Sassa no Porto.

O destino do grupo é a casa de Maria Guavaira, viúva há três anos, portadora de outro fenômeno: "... não fiz mais do que desmanchar uma meia velha, dessas que serviam para guardar dinheiro, mas a meia que desmanchei daria um punhado de lã, ora o que aí está corresponde à lã de cem ovelhas, e quem diz cem diz cem mil, que explicação se encontrará para este caso,...". Começa um idílio amoroso entre Maria Guavaira e Joaquim Sassa . O rádio noticia a probabilidade de colisão entre a Península e o arquipélago de Açores. Inicia-se outra etapa da viagem, em direção ao oeste peninsular. A viagem é feita pelo grupo em uma galera, pois Dois Cavalos não funcionara mais. Maria Guavaira conduz a galera que é puxada inicialmente por um, posteriormente por dois cavalos (Pigarço e Alasão). A evacuação do leste português é generalizada, deixando cidades abandonadas e a população em desespero.

Os governos português e espanhol se mostram ineficientes quanto ao amparo desse grande contigente de emigrantes. Já distantes da Europa, os Estados Unidos e o Canadá se preparam para dar as boas vindas à Península, começando a idealizar as novas relações estrangeiras entre esses dois grupos. Acontece o inesperado - a Península acaba por se desviar do arquipélago de Açores, mudando naturalmente seu curso ao norte. Todos reiniciam o retorno às suas casas. Nossos viajantes, entretanto, resolvem continuar viajando - agora em direção aos Pirineus. As duas mulheres do grupo acabam por ter relações com Pedro Orce, o que provoca um clima instável nos viajantes. Os viajantes permanecem juntos,mesmo com um certo ressentimento que predominava. Chegam ao fim da Península, extasiados com o espetáculo natural que presenciam. A Jangada de Pedra pára. Portugal fica voltado aos Estados Unidos e a Espanha para a Europa.

Pedro Orce ainda afirma que a terra treme, o que acaba por se confirmar com a retomada do movimento peninsular, que fica a girar em torno de seu próprio eixo durante um mês. "Dois Cavalos seguia devagar (...), agora os viajantes demoravam-se nos lugares (...)". Por essa ocasião, as mulheres percebem que estão grávidas, não sabendo ao certo sobre a paternidade. O grupo encontra Roque Lozano, o qual viera em seu burro ( Platero) para ver o desregramento. Roque Lozano junta-se aos viajantes para retornar à sua casa (Zufre), como era idéia de todos. A Península começa a vagar rumo ao sul. Os Estados Unidos perdem o interesse de antes pelos povos peninsulares, onde "todas" as mulheres ficam grávidas. Joana Carda tem pressentimentos quanto a Pedro Orce . Este morre no momento em que a galera pára e ele não sente mais o tremor da terra. O grupo descansa para retomar a viagem.

O tempo da narrativa é psicológico. Embora haja referências cronológicas, elas não predominam, além de serem em grande parte imprecisas.

O espaço é a Península Ibérica a vagar pelo Oceano Atlântico.

Os narradores são múltiplos e alternados (variando entre 10 pessoa do singular e plural e 30 pessoa ), o que anula um pouca a presença do narrador tradicional.

Personagens principais: Joana Carda Portuguesa divorciada que mora na região de Ereira. Ao riscar o chão com uma vara de negrilho, os cachorros de Cerbère começam a ladrar, ação que não faziam a séculos. Joaquim Sassa Português (Porto), trabalha em um escritório, estando de férias por uma praia ao norte de Portugal. Lança uma pesada pedra no mar, espantando-se com a grande distância que ela vem a tomar antes de afundar. José Anaiço Português (Ribatejo) com o ofício de professor que fica sendo acompanhado constantemente por uma nuvem de estorninho. Pedro Orce Próximo dos sessenta anos, espanhol da região de Orce, farmacêutico no vilarejo de Venta Micena. Ele sente a terra tremer enquanto que os sismógrafos não conseguem detectar nenhum tremor. Maria Guavaira Habitante da região rural da Galiza, puxa um fio azul de lã de uma meia que se multiplica exageradamente em comprimento. É este fio, através do cão Constante, que traz os outros personagens acima à sua casa.

Linguagem e o estilo da obra O autor se utiliza de períodos e parágrafos muito longos (estes chegando às vezes a uma página ou mais). Há uma total erradicação dos sinais de pontuação (usando predominantemente a vírgula e o ponto). As falas de narrador e personagens são às vezes confundidas, onde o uso do discurso indireto livre é bastante influenciador. A metalinguagem também se faz presente no romance, onde se percebe leves doses de ironia. Dividida em 23 capítulos, a obra preserva o português lusitano (imposição do autor aos países de língua portuguesa), fazendo-se valer de expressões populares típicas de Portugal.

Fonte:
http://www.coladaweb.com/resumos/jangadapedra.htm