quarta-feira, 15 de outubro de 2025

Carina Bratt (O Tempo e o Agora)

Homenagem especial ao ilustre amigo Dr. José Feldman e seu inimitável texto ‘O tempo e o Agora’ publicado aqui em seu blog em 10 e agosto de 2025. Vale a pena conferir: https://singrandohorizontes.blogspot.com/2025/08/jose-feldman-o-tempo-e-o-agora.html 
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EM SEU TEXTO simples e singelo, bucólico e pastoril, o escritor José Feldman sinaliza que o relógio marca a hora, cada instante é um agora... A vida não demora. O relógio marca a hora, e, com cada tique-taque, somos lembrados de que a vida é feita de instantes. Em um mundo que parece acelerar a cada dia, é fácil nos perdermos na correria. Voamos a mil para o trabalho, de igual forma para os compromissos, também para a rotina que nos consome parte da saúde. Mas a poesia nos lembra: cada instante é um agora. 

Quantas vezes deixamos de apreciar o que está diante de nós?  O cheiro do café fresco pela manhã, o sorriso de um amigo, a luz do sol mavioso filtrando pelas folhagens. Esses momentos, muitas vezes simples, são os que realmente compõem a tapeçaria da nossa existência. A vida não demora, ela tem pressa, embora seja feita de sutilezas que muitas vezes nos passam despercebidas. A verdade é que o tempo é um mestre implacável. Ele não espera. O que temos é este agora, e é nele que devemos encontrar significado. 

A vida não se mede apenas em grandes eventos, mas nas pequenas alegrias do dia a dia. Cada risada, cada conversa, cada instante vivido intensamente é um lembrete de que estamos aqui, presentes. Vale a pena parar e refletir. O que fazemos com nosso agora? Estamos realmente vivendo, ou apenas existindo? O relógio continua a marcar as horas, e a vida não espera. Não dá trégua. Não estanca. Por isso, vamos aprender com a lição simplória de José Feldman, a valorizar com garra cada momento, a respirar fundo e a sentir com determinação a beleza do presente. 

O presente é um amanhã que não retorna. No final, o que levará a nossa história não serão apenas os grandes feitos, mas as memórias construídas em cada agora. Nesse pé, ao invés de correr, que possamos caminhar, apreciar e amar. A vida é curta, é pequena, minúscula, e breve, E o tempo, esse sempre fiel companheiro, todavia, nos mostra a cada minuto, a cada segundo, a cada piscar de olhos, que o agora é tudo o que realmente temos. De fato, esse texto, ou melhor a poesia englobada nele, nos chama a atenção para algo tão essencial, mas frequentemente esquecido: o valor de cada momento presente, de cada pequena coisa que deixamos de lado. 

A vida, acredite, é mesmo feita desses instantes únicos que, juntos e irmanados num só objetivo, tecem a história que vivemos. O escritor José Feldman indiretamente destacou (sem dizer) a simplicidade das pequenas alegrias — tipo o cheiro do café fresco, o brilho do sol... Tudo isso é um lembrete poderoso de que há beleza em tudo ao nosso redor, se apenas nos permitirmos perceber. A dança silenciosa do tempo cada vez mais veloz, não pede licença. Empurra a porta do já e entra. 

Em cada batida suave do relógio, somos envolvidos pela melodia do agora. Há uma urgência serena, um desespero impiedoso que nos sussurra a toda hora nos ouvidos: ‘a vida não espera.’ Perdidos no frenesi da rotina, é fácil esquecer que os instantes simples carregam a essência do existir. O cheiro reconfortante de café recém passado, por exemplo, atrelado ao calor de um abraço genuíno, a luz do dia filtrando por entre as folhas — cada pequeno detalhe é um poema não escrito, entretanto, esperando para ser sentido e o melhor de tudo, vivido. 

O tempo, imparcial e incansável, segue seu curso. Ele não se detém para ninguém, mas oferece a todos um presente inestimável: “o agora, o já, o aqui.” Não há promessa para amanhã, nem controle sobre o ontem. Apenas a vastidão do momento presente nos pertence, e, dentro dele, a chance única de viver plenamente. José Feldman na sua simplicidade de menino criança, nos ensina que a vida nos convida a desacelerar, a tirar o pé do freio, a ouvir atentamente o coração que bate em sincronia com a realeza e com os segundos que passam. 

Em contrapartida, nos ensina também, a encontrar a beleza no que é passageiro e sublime. Que sejamos (diante dessa pureza nascida do interior do coração desse escritor magnânimo), que sejamos, meu Deus, que sejamos capazes de transformar a correria em contemplação, a contemplação em distração, a distração em presença, e o melhor de tudo: a existência em vivência. E sobretudo, para finalizar, a vivência, no “hoje agora”, no “agora, já”.
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CARINA BRATT nasceu em Curitiba/PR. Secretária particular e assessora de imprensa em Vila Velha/ES. Escreve crônicas em uma coluna denominada "Danações de Carina" para um site de Portugal.
Fontes:
Texto enviado pela autora,
Imagem criada por Jfeldman com Microsoft Bing

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