Do porto as velas cercam o sol no fim da tarde
Os homens descarregam das jangadas a geometria infinda das redes
Na peregrinação dos músculos cansados
No olhar crispado dos peixes
No fim da tarde o sol escorre como a lágrima na face,
As ondas se movimentam como a repiração, como arfar de um peito
E com efeito, o sol que lambe os rostos ainda arde
Arde como a paixão, sem brida arreio ou freio.
No fim das tardes, do chocalho de dias que são os anos
A escaler, a jangada, os peixes, as ondas ainda se hamonizam
E na mesma valsa dançam, sob as retinas deste olhar praiano.
No fim da tarde ninguém diria, mas tudo é possível, com os olhos de achar poesia.
Fonte:
http://cariricult.blogspot.com/
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domingo, 25 de janeiro de 2009
Antonio Sávio (Com os Olhos de achar Poesia)
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