ESCADA DA VIDA
Julguei da vida haver galgado a escada,
essa escada de mármore polido,
que nos conduz à estância desejada
de um grande bem, raríssimo atingido.
Hoje vejo, porém, que quase nada
consegui, afinal, haver subido:
—ficou-me longe o termo da jornada
em que eu exausto me quedei vencido.
Pelos desvãos da escada mal me erguendo,
já sem noção e sem fé que anima,
nem sei se vou subindo ou vou descendo...
Por isso os seus extremos jamais acho:
—vejo degraus, olhando para cima,
vejo degraus — olhando para baixo!
(Escada da Vida, 1938)
CACHOEIRO DO ITAPEMIRIM
Prisioneira feliz mas condenada
por leis irredutíveis e absolutas
a viveres assim encarceirada
nesta cadeia de montanhas brutas.
Mas que importa se é esplêndida a morada!
Pois daqui tudo vês e tudo escutas;
E o Itabira te guarda e te vigia,
como se fosse eterna sentinela
—carcereiro que vela noite e dia.
Tudo, afinal, te rende um justo preito,
Enquanto um claro rio tagarela
Rola, cantando, dentro de teu peito.
(Escada da Vida, 1938)
–––––––––––––-
Julguei da vida haver galgado a escada,
essa escada de mármore polido,
que nos conduz à estância desejada
de um grande bem, raríssimo atingido.
Hoje vejo, porém, que quase nada
consegui, afinal, haver subido:
—ficou-me longe o termo da jornada
em que eu exausto me quedei vencido.
Pelos desvãos da escada mal me erguendo,
já sem noção e sem fé que anima,
nem sei se vou subindo ou vou descendo...
Por isso os seus extremos jamais acho:
—vejo degraus, olhando para cima,
vejo degraus — olhando para baixo!
(Escada da Vida, 1938)
CACHOEIRO DO ITAPEMIRIM
Prisioneira feliz mas condenada
por leis irredutíveis e absolutas
a viveres assim encarceirada
nesta cadeia de montanhas brutas.
Mas que importa se é esplêndida a morada!
Pois daqui tudo vês e tudo escutas;
E o Itabira te guarda e te vigia,
como se fosse eterna sentinela
—carcereiro que vela noite e dia.
Tudo, afinal, te rende um justo preito,
Enquanto um claro rio tagarela
Rola, cantando, dentro de teu peito.
(Escada da Vida, 1938)
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Benjamin Silva (1886-1954)
Nasceu na Fazenda de São Quirino, distrito de Castelo, no então município de Cachoeiro de Itapemirim, a 20 de julho de 1886. Faleceu no Rio de janeiro, a 10 de junho de 1954. Poeta e comerciário. Foi diretor dos Armazéns Gerais da Empresa Guanabara, no Rio de Janeiro. Desde cedo dedicou-se à poesia. Colaborou em vários periódicos e desfrutou de prestígio nos meios literários de Cachoeiro de Itapemirim. Figura em várias antologias de poetas nacionais, com o soneto "O Frade e a Freira", que se tornou um dos mais conhecidos da poesia espírito-santense.
OBRAS: "Escada da Vida", 1938 (poesia), prefácio de Atílio Vivacqua e ilustrações de Santa Rosa.
Fonte:
BRASIL, Assis (organizador). A Poesia Espírito-Santense no Século XX. RJ: Imago; Vitória, ES: Secretaria de Estado de Cultura e Esportes, 1998.
Nasceu na Fazenda de São Quirino, distrito de Castelo, no então município de Cachoeiro de Itapemirim, a 20 de julho de 1886. Faleceu no Rio de janeiro, a 10 de junho de 1954. Poeta e comerciário. Foi diretor dos Armazéns Gerais da Empresa Guanabara, no Rio de Janeiro. Desde cedo dedicou-se à poesia. Colaborou em vários periódicos e desfrutou de prestígio nos meios literários de Cachoeiro de Itapemirim. Figura em várias antologias de poetas nacionais, com o soneto "O Frade e a Freira", que se tornou um dos mais conhecidos da poesia espírito-santense.
OBRAS: "Escada da Vida", 1938 (poesia), prefácio de Atílio Vivacqua e ilustrações de Santa Rosa.
Fonte:
BRASIL, Assis (organizador). A Poesia Espírito-Santense no Século XX. RJ: Imago; Vitória, ES: Secretaria de Estado de Cultura e Esportes, 1998.
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