domingo, 28 de junho de 2020

Nadir D’Onofrio (Poemas Escolhidos) I


ACORDES EM POESIA!

Notas fluem em harmonia
Nas pautas de um acalanto
Há um perfume de gardênia
Daí surge o meu espanto

Sobre o piano tua insígnia
Na xícara chá de amaranto
As lágrimas sem cerimônia
Deslizam por desencanto

Lembra-me da tarde outonal
Havia acordes em poesia!
Quando chega a missiva final

Enviada pela capitania
Um naufrágio sob temporal
E eu... não mais o veria…
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CASTIDADE

Vento frio!
Noite de lua cheia
No antigo casario
A solidão aperreia

Na mente recrio
Imagens da aldeia...
Você no átrio
E a luz da candeia

Lembranças arquivadas
Em épocas de felicidade
Promessas juramentadas...

Nunca concretizadas!
Optaste pela castidade
Deixaste-me na infelicidade…
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LABIRINTOS

Nada que indique o rumo
Só labirintos enevoados
A mente fora de prumo
Sentimentos atordoados

Isolado em seu quarto
Coração despedaçado
Tenta juntar os cacos
Antes que haja o enfarto

Seria simples a solução
Descartando a razão
Prevalecer só a emoção

Seriam felizes
Diante dos deslizes
Ou viveriam, sem matizes?
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LUAR DE AGOSTO    


Tanto se diz sobre o mês Agosto!
Dizem ser, época de cachorros loucos
E de acontecimento nefasto
Inclui-se ainda, dados proféticos

Um ser mergulhado, em desgosto
Inquieto a ouvir sons melódicos
Canta, esboça sorriso, a contra gosto!
Em disfarces aristocráticos

Noite fria, sob o Luar de Agosto!
A mente aturdida com incertezas
A alternativa é mudar o projeto...

Não existe sorte, e sim... ardilezas
Num ímpeto de fúria quebra o amuleto
Ao concluir, o amor necessita de proezas…
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SOM DO VENTO


Só o som do vento!
Melancólica sinfonia
Em conserto solo
Acordes finais do dia.

Torvelinho de pensamentos
Múltiplas lembranças
Tingidas de aborrecimentos
Foram tantas mudanças...

Nas desculpas a contradição!
Deixo de lado cobranças
Sempre foste ambíguo!

Viverei  o bom momento...
Não quero desavenças
Traga-me... somente alento…
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UM GRANDE SONHO

O dia amanheceu radiante
Meu coração saltitava
Seria um momento apaixonante
Logo mais o encontraria

Um grande sonho realizaria
Eis que surgiria o vendaval
E meu ideal, devastaria
Isso eu não previa... gorou o festival...

Vitima em mar de agonia
Em tridentes, enrosquei
Mergulhei nessa avaria

Do salva vidas abdiquei
Dei um basta na melancolia
E o inferno... incendiei…

Fonte:
Asas dos Sonhos

Um comentário:

Nadir D'Onofrio disse...


Caro Escritor e Poeta José Feldman

Meu agradecimento sincero pela página, com que fui presenteada
no Pavilhão Literário Cultural Singrando Horizontes.
Nesta fase, dificílima em que estamos vivendo você, trouxe-me
alegria!
Minha gratidão, que Deus o proteja!
Nadir D'Onofrio